SOMOS 7 BILHÕES DE REENCARNADOS
Estima-se
que no século primeiro antes de Jesus a população mundial não passava de
trezentas mil pessoas.
A partir de
1950 a população do mundo acelerou o processo e, em apenas sessenta e um anos,
aumentou em quatro bilhões e quinhentos milhões de indivíduos, hoje divididos
nos aproximados duzentos e cinquenta países distribuídos pelos cinco
continentes.
A espiritualidade nos informa que houve um
libero nas esferas próximas ao plano físico para que milhares de irmãos e irmãs
que lá se encontravam há muito tempo pudessem ter a oportunidade do
renascimento e, através dela, tentarem um novo rumo em suas vidas espirituais.
Então, tudo
está conforme, e somando-se a isto vemos que a taxa de
natalidade em alguns países e a maior longevidade da população são fatores
preponderantes neste acréscimo. Soma-se a isto que o índice de mortalidade
infantil diminuiu e nossas crianças crescem, tornando-se adultas, cidadãs,
compondo o cenário populacional do mundo. São filhos de Deus em busca de
melhores perspectivas num planeta interconectado e cheio de opções
tecnológicas.
Não é nossa
intenção medir as possibilidades de cada país em relação ao crescimento sócio-educacional dos seus habitantes. Se ficarmos aqui enumerando os
graves problemas sociais vigentes, nada faremos do que repetir frases,
invalidando esta nossa reflexão.
Cremos que estamos a caminho de um tempo
melhor. Muitos dos que estão aqui reencarnados nunca tiveram oportunidade de
frequentar uma escola em suas vidas espirituais e tampouco puderam compartilhar
de uma sociedade justa onde os bens e serviços fossem igualmente distribuídos.
Nossa história mundial nos mostra, afirmando o
que estamos dizendo. Somos, em grande maioria, ainda guerreiros. Muitos ainda
não desconstruíram em suas psiques a ideia do domínio territorial, da
exacerbação do ego como processo de ser e estar.
É preciso
entender que Deus nos quer a todos, que nenhum de nós irá se perder no caos de
uma morte inexistente. Assim, todos merecemos as oportunidades de levantar e
seguir.
Há quanto
tempo estamos vivendo na Terra?
O que realizamos até aqui e altamente
produtivo para as sociedades?
Em quantas
delas estivemos ao longo do tempo em nossas múltiplas vivências? Será que não
devemos muito aos nossos irmãos que não conseguem ainda viver num clima de
harmonia, equilíbrio e de paz?
O
Espiritismo é consolo prometido para todos.
De acordo
com as informações que recebemos a partir do cômputo doutrinário e das
informações que recebemos dos mentores, todas as pessoas do mundo podem se
beneficiar da terceira revelação de Jesus aos homens.
Às vezes
vemos companheiros e companheiras assustados com o avanço populacional e com a
escassez de recursos éticos e morais que as sociedades atuais demonstram.
Esquecemos,
contudo, o quanto muitos Espíritos encarnados e desencarnados trabalham para
que cada um, em particular, possa tomar rumos diferentes na vida. Muitos de nós
olhamos apenas para os problemas.
Temos a
infeliz e repetida mania de propagar o mal, enquanto o bem se faz a cada
instante. Será que dos cento e cinquenta mil irmãos que desencarnam
diariamente, de acordo com o Site do Relógio Mundial, uma grande porcentagem
não conseguiu algum alvará para prosseguir crescendo, agora em níveis
superiores da consciência?
Será que
dos trezentos e sessenta e seis mil que renascem diariamente, a maior parcela
já não seja de irmãos e irmãs comprometidos com o Evangelho de Jesus e que aqui
retornam para mudar a face do planeta em cômputo cósmico? É preciso pensar
seriamente nisto.
É preciso entender que tudo é movimento no
universo, nada se repete, o rio que corre hoje não será o mesmo amanhã, na
feliz expressão de Heráclito de Éfeso.
O dia vinte
e quatro de outubro é considerado o dia das Nações Unidas. Neste ano de 2011 o
Secretário-Geral daquele órgão, Sr. Bam Ki-moon, em breves palavras concitou o
mundo a se unir em torno de uma unidade de propósitos.
Disse ele
que problemas globais exigem soluções globais levando todas as nações a se
unirem para uma ajuda a todas as nações do mundo.
Disse ainda: “... somos sete bilhões mais
fortes em nome de um bem comum global”.
Sabemos que o plano físico passa por enormes
dificuldades nos quesitos do social e da economia, somando-se ainda as
persistentes guerras que não levam a lugar nenhum.
Segundo Edward Wilson, biólogo, professor da universidade de Harvard, em
artigo publicado pela BBC Brasil, em 26-10-2011: “não podemos esperar que os
países em desenvolvimento criem programas de produção e consumo sustentáveis
enquanto os países desenvolvidos não larguem na frente e mostrarem o caminho.
No momento, os ricos têm padrões absurdos de consumo, e as diferenças entre os
setores mais ricos e os mais pobres estão cada vez maiores mesmo nos países em
desenvolvimento”.
Os estudiosos temem pelo aumento da população,
notadamente na questão da sustentabilidade planetária.
Segundo a ONU, é preciso mais planejamento e
investimento nas pessoas para lidar com a crescente população mundial e suas
consequências – a necessidade por mais alimentos, água e energia e a maior
produção de lixo e poluição. Segundo ainda aquele órgão, todo este procedimento
visa:
“Permitir
que as pessoas melhorem suas próprias vidas, podendo apoiar cidades
sustentáveis, que sirvam como catalisadoras para o progresso, forças de
trabalho produtivas que estimulem o crescimento econômico, populações jovens
que contribuam para o bem-estar das economias e sociedades, e uma geração de
pessoas idosas saudáveis, que estejam ativamente envolvidas nas questões
sociais e econômicas de suas comunidades”.
Tudo isto
nos leva a uma reflexão bem ampla sobre o papel dos espíritas neste processo.
A população
tende a aumentar e deve chegar a dez bilhões de encarnados por volta dos anos
dois mil e cinquenta, o máximo que o plano fisco comporta na expressão de
Edward Wilson.
Entendemos
ser necessário que se distribuam melhor as rendas, que os solos sejam
preparados, que os plantios sigam o curso natural dos seus ciclos e que em
todas as casas exista o necessário para viver.
Que os
governos representem de fato a sociedade, que a educação seja o fator de
primordial importância no complexo viver humano.
A saúde
será sempre melhor na medida em que os seres se educarem mais, conhecendo
melhor as regras da vida. É aí que o Espiritismo poderá atuar de forma
decisiva. Seus postulados confirmam a imortalidade dos seres e suas
transmutações nos vários pontos do universo, de acordo com suas necessidades.
Coloca bem claro e em bom tom sobre as leis de causa e efeito.
Ninguém fica impune. Ninguém fica injustiçado.
A vida não termina com a morte.
Que a
matéria é apenas uma transformação da onda assim como a morte é tão-somente uma
transformação da matéria.
Colocando em evidência estes pontuais as
pessoas poderão se unir em prol de um mundo melhor, estabelecendo nele a
fraternidade, cuidando do planeta, embelezando-o não apenas com os ícones da
arquitetura, mas também com as benesses da evolução consciencial de pessoas e
nações.
Vemos como
avança a ciência e este avanço não terá como ser detido.
Contudo, a
ciência precisa aliar-se à religião. Não aquela que a história registra e que
nos mostra momentos de intensa castração.
Mas à
religião que liberta o homem para as conquistas universais. Só conseguiremos
penetrar nas correntes existencialistas do universo no momento em que soubermos
respeitar suas regras e seus habitantes.
Aqueles que
insistem por negar a Deus precisam aprofundar um pouco mais em seus próprios
conceitos científicos, pois vezes sem conta nada fazem do que justificar o
efeito pelo efeito, numa continuidade imprópria.
Deus é, sem
dúvida, a causa primeira de todas as coisas. Em se falando ainda sobre a
intercomunicação universal, noutro dia ouvi uma palestrante espírita alertar
sobre os desenhos animados que tratam do assunto alienígena. Segundo ela, todos
os desenhos mostram a Terra sendo atacada por eles enquanto os exércitos se
colocam para defender os terráqueos, numa clara demonstração da força das
armas, incutindo nas crianças o valor que elas representam para as sociedades.
Ora, é
preciso saber que nenhum ser de outro mundo vai penetrar nosso espaço
planetário sem o consentimento de Jesus. Os que aqui vêm, com certeza estão em
missão de paz, de estudos e trazem progressos para a humanidade.
Assim,
enquanto existirem mentes produzindo estes erros, correremos o risco de sermos
atacados, não por alienígenas, mas por próprios humanos que insistem na postura
das forças amadas, altamente rendosas financeiramente para muitos.
O
Secretário-Geral da ONU disse ainda em seu recente pronunciamento que:
“todos
temos algo a dar e a receber se trabalharmos juntos”. Colocou que todos devemos
nos unir por um mundo melhor e não deixar ninguém para trás. Sábias e
necessárias as suas colocações. Quanto a nós espíritas, como proceder para
sermos um elo forte e produtivo nessa corrente?
André Luiz
no livro “Opinião Espírita” diz que “O espírita deve ser verdadeiro, mas não
agressivo, manejando a verdade a ponto de convertê-la em tacape na pele dos
semelhantes. Bom, mas não displicente que chegue a favorecer a força do mal,
sob o pretexto de cultivar a ternura.
Generoso,
mas não perdulário que abrace a prodigalidade excessiva, sufocando as
possibilidades de trabalho que despontam nos outros.
Doce, mas
não tão doce que atinja a dúbia melifluidade, incapaz de assumir determinados
compromissos na hora da decisão. Justo, mas não implacável, em nome da justiça,
impedindo a recuperação dos que caem e sofrem.
Claro, mas
não desabrido, dando a ideia de eleger-se em fiscal de consciências alheias.
Franco, mas não insolente, ferindo os outros. Paciente, mas não irresponsável,
adotando negligência em nome da gentileza”. Vemos aí um excelente compêndio de
regras a seguir para que nossas participações na sociedade sejam de fato
eficazes.
Outro ponto
a ser considerado trata-se da nossa mudança definitiva de posturas. Antes íamos
aos templos religiosos, em encarnações passadas, cumprir nossos papéis de
religiosos. Ali, curvávamos perante a divindade e oferecíamos a ela nossas
bonanças passageiras ou não.
Ali
permanecíamos pelo tempo do culto e, após, de novo na rua, voltávamos a ser
outras pessoas, convivendo com as coisas dos nossos interesses.
A religião
era para ser praticada nos templos, fora dele, de novo estávamos liberados.
Quando Jesus nos disse que devemos adorar a Deus em espírito e verdade, Ele
estava propondo uma nova conduta. Disse-nos que devemos o tempo todo e onde
estivermos estar conectados com o Pai, tal qual Ele está conosco, dentro de
cada um.
Numa grande sociedade de sete bilhões de
indivíduos encarnados, ombreando conosco o tempo todo, quer pessoalmente, quer
pelas interconectividades atuais e futuras, mudanças necessitam ser feitas.
Devemos ser
espíritas, vivendo os conteúdos doutrinários onde quer que estejamos sem, com
isso e necessariamente, sermos expositores doutrinários nas ruas ou demais
espaços públicos.
Sabemos que a palavra esclarece, mas o exemplo
arrasta. Se quisermos contribuir efetivamente para um mundo melhor, nossos
exemplos precisam ser dos melhores, tanto em nossas famílias, trabalhos, clubes
sociais e nas questões da ecologia que devem ser de todos.
Nos
momentos em que formos solicitados por alguém ou algum fato que requeiram
nossos conhecimentos doutrinários, fazê-lo de forma sensata e sem ostentações.
Paulo de
Tarso em sua carta aos Gálatas, no Cap. 5, Vv. 9, nos diz que: ”Um pouco de
fermento leveda a massa toda”.
E ele disse a uma comunidade que passava por
graves crises ideológicas e religiosas. Assim devemos ser nós espíritas
fermentos levedando massas.
Jesus
caminhou por entre a multidão, curando-a e orientando-a, mostrando-nos que o
dever do cristão é ir ao encontro das pessoas levando-lhes o conforto da
palavra e do exemplo que curam.
O problema, então, não é o número de pessoas
encarnadas e sim como estamos atuando em meio a elas. Somente assim poderemos
de fato cumprir, como o Espiritismo nos ensina, nossos deveres para com a
sociedade.
É preciso
ainda considerar que, se somos sete bilhões de encarnados, imaginem agora o
número de desencarnados que convivem conosco em todos os lugares. Isto nos dá
uma sensação enorme de compartilhamentos.
Sim, estamos compartilhando sempre. Mas
compartilhando o quê?
É preciso
olhar para frente.
É preciso deixar nossos casulos, cavernas,
opiniões pessoais antigas, arquivadas em nossos inconscientes formando
complexos.
É preciso estudar mais, participar mais,
sacudir o pó da estrada buscando novos caminhos e opções.
É preciso
deixar de lado a preguiça, os copos de bebidas, os alimentos em excesso, os
filmes de terror ou pornográficos, as conversações que se jogam fora nos
encontros sociais. Jesus precisa da nossa ação decisiva no complexo sistema que
permeia o evoluir da humanidade.
É preciso
que nos valorizemos mais, que saibamos escolher melhor nossas roupas,
protegendo nossos corpos, templos sagrados dos nossos Espíritos, moradas de
Deus.
Acima de
tudo, é preciso que abracemos de volta nossas famílias. Que não desprezemos
tanto o lar, o matrimônio, os filhos. As incompatibilidades nos relacionamentos
são frutos de um passado que devemos consertar.
Se fugirmos, poderemos nos reencontrar em
outros relacionamentos ainda piores. Em tudo deve prevalecer o bom senso, a oração,
a reflexão, o pedido de ajuda aos amigos espirituais.
Em tudo deve prevalecer a verdade de que somos
filhos de Deus e não bestas ambulantes num mundo perdido, como ouço sempre
falar aqueles destronados por si próprios.
Hoje no mundo, a cada minuto, duas pessoas
suicidam-se e noventa outras cometem abortos. Não podemos cruzar nossos braços.
O espírita recebe muito e dele muito será pedido.
Se quisermos de fato contribuir para um mundo
mais equilibrado e feliz necessitamos arregaçar as mangas, tomar conscientemente
nossas cruzes e seguirmos Jesus. Somente Ele pode nos guiar.
Somente Nele encontraremos as soluções para
nossos males, para as realizações dos nossos sonhos. Lembrando ainda do Sr. Bam
Ki-moon quando disse que “problemas globais exigem soluções globais, levando
todas as nações a se unirem para uma ajuda a todas as nações do mundo”, devemos
colocar em mente que Jesus age de forma inteligente e amorosa, sem rodeios ou
enxertos desnecessários.
Abracemos,
pois, a campanha da ajuda humanitária proposta pelo Secretário-Geral da ONU,
instruindo o homem sobre sua espiritualidade e principalmente sobre a luz do
nosso Pai que brilha em seu peito.
Guaraci Lima da Silveira