quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

REFLEXÕES SOBRE A VIDA A DOIS!!

  

A vida a dois merece muitas reflexões, nas horas de nosso precioso tempo olhando o azul do céu e filosofando na vida.

 Na verdade, merecia um curso. 

Fazemos cursos de tantas coisas, mas não realizamos cursos para refletir e analisar a importância e as questões envolvidas em se viver com outra pessoa e dali constituir uma família.

 Sobre esse tema nos debruçaremos nesse texto em algumas reflexões, de forma encadeada.


A primeira questão é a pessoa com quem dividiremos a nossa caminhada.

 Deve ser mais igual ou mais diferente do que nós? O diferente complementa e o igual une...

 Penso que os dois aspectos são importantes, mas que devemos buscar o que temos de mais igual.

 Não nos aspectos do gosto e das vontades, que são da superfície

Devemos buscar a afinidade em fatores mais profundos, como os princípios e valores. 

Esses precisam se encontrar várias vezes na caminhada da vida a dois.

Outro ponto interessante é o respeito à individualidade. Termos nosso espaço é necessário! 

Não podemos nos sentir sufocados... 

Mas essa visão de respeito à individualidade por vezes se confunde com culto ao individualismo. 

Loteamos horários e espaços, achamos que respeitar o outro é ter o dia do futebol e o dia do chá com as amigas.

 É mais do que isso! 

É entender os projetos do outro, as visões, e fazer com que o espaço coletivo tenha espaço para cada um, inclusive os filhos.

Não podemos deixar de falar da rotina... 

A rotina é boa, pois as surpresas podem ser desagradáveis.

 A rotina nos encaminha à reclamação sistemática, às frustrações que são comuns à vida, oriundas da nossa vontade de controlar o mundo. 

É preciso lidar com as frustrações, convivendo com a alegria do possível e a luta pelo impossível.

Da reclamação deve surgir o diálogo resolutivo. 

As frustrações nos fazem lembrar que não se pode ter tudo na vida, independente se a vida é a dois ou não, e que existem conquistas individuais e coletivas.

A rotina não pode ser culpada da nossa ausência de capacidade de enxergar que cada dia é um dia novo, com desafios e oportunidades. 

Os desafios, essa é uma reflexão muito interessante. 

Não nos preparamos para a vida a dois. 

Pensamos apenas nos momentos idílicos ou nos assustamos de forma maniqueísta com a possibilidade do casamento. 

A vida tem desafios – a subsistência, a doença, a desencarnação, as ilusões – e os desafios demandam maturidade, coragem e solidariedade. 

Existirão dias de prosperidade, mas também dias de luta. Perceber isso é um grande sinal de maturidade.

Remete-nos essa questão que a vida a dois nos faz protagonistas, deixamos de ser adolescentes e somos agora adultos responsáveis – respondemos pela nossa vida. 

Precisamos romper os liames com os nossos pais, seguir adiante, mantendo a boa relação sem dependência.

 Está aí mais um segredo da vida a dois! 

Ter uma vida a dois é ter o desejo de construir uma relação. 

É mais do que consumir em outro nível. 

É dar de si, abrir mão em torno de um novo instituto que receberá em breve novos Espíritos, dando prosseguimento ao ciclo da vida.

E às vezes é do ciclo da vida as relações terminarem. Esse processo nos demanda civilidade, respeito e, acima de tudo, uma postura cristã.

 Se separar é uma arte quase tão sublime quanto se unir.

 O respeito, o cuidado com as crianças, o atendimento aos compromissos materiais assumidos e o clima de paz devem ser situações observadas, onde a religião nos auxilia nesse processo.

Por fim, na nossa reflexão de ideias encadeadas, podemos asseverar que uma vida a dois saudável não prescinde de uma religião. 

A religião é que nos permite trabalhar a espiritualidade, nos relacionar com outros planos da vida sem esquecer a vida no Planeta Terra.

 A religião nos brinda com a profundidade dos valores e os alicerces da fé nos sustentam nos momentos difíceis, naturais da vida a dois.

Refletir sobre a vida a dois, o que ela significa, é caminho de amadurecimento. 

Mais do que festas, cerimônias, imóveis e móveis, a decisão de trilhar caminhos conjuntos traz consequências para a nossa encarnação atual e para as futuras. 

Consequências felizes, mas por vezes desastrosas.