sábado, 21 de dezembro de 2013


Homem - que pessoa é essa?

A violência na atualidade supera requintes de sofisticação. 
Pessoas são mortas diariamente e encontradas em situações mais indignas, como se o elemento humano fosse mero acidente de percurso nas vidas daqueles que não sabem o que é a ética e a moral.

 Comumente se atribui o fato ao conjunto de ações psicopáticas predominantes no tempo e nas camadas sociais, sejam elas quais forem. 

Afinal, o que é o ser humano? Como defini-lo na atualidade? 

Bendita lei da evolução que nos permite olhar com mais dignidade para a vida e seus processos.

 São eles que fazem crescer a mônada divina colocada nalgum tempo, nalgum ponto do universo.

Sim, somos todos mônadas divinas. E o que vem a ser uma mônada? 

 Em algumas tradições significa “ser supremo” equivalente ao “Deus verdadeiro”.

 Noutras, é chamada de “presença do eu sou”; noutras, ainda “é uma energia vertida por Deus para habitar o universo criado por Ele”.

  O que vale ressaltar é que todas as conceituações acima nos colocam lado a lado com a Criação Divina.

 Isto nos abrange a todos independentes de quaisquer processos circunstanciais de separatividade, sejam raciais, étnicas, religiosas, culturais etc. 

O mundo é uma grande casa divida por territórios.

Cada território abriga uma nação que por sua vez abriga seres que comungam basicamente os mesmos princípios, dentro de uma determinada correlação social.

 Somos, pois, diferentes existenciais, temporariamente vivenciando uma faceta da vida para inundar-nos de Deus.

 A história confirma quando nos relata como as comunidades surgiram e se transformaram.

 Cada tempo - cada espaço, com oportunidades novas e diferentes.

 E lá estávamos protagonizando dramas, tragédias ou acordos definitivos com o bem.

Agora estamos no início de um milênio que promete ser de profundas modificações morais para os habitantes deste planeta.

 Resta saber quem está apto ou interessado em tais mudanças.

 Jesus nos colocou como base que devemos “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”. 

Esta máxima tem sido lida e desprezada pela imensa maioria dos homens ao longo desses vinte séculos. 

Dificilmente alguém ama a Deus sobre todas as suas propostas individuais, familiares ou coletivas.

 O homem tende a admitir que Deus “mesmo ausente” age como um empecilho à realização dos seus desejos humanos, profanados pelos seus desconhecimentos sobre o divino e pelos seus interesses imediatistas, sempre prontos a perpetuá-lo como ápice da Criação. 

A ideia permanente de Deus em si o interpelaria sobre a Sabedoria Máxima e o Amor Absoluto.

 Mas isto é profundo por excelência. 

Distante demais daquelas mentes que insistem na proposta da infantilidade espiritual.

Enquanto não conseguirmos encontrar caminhos retos e definitivos que nos conduzam a uma interatividade com a Essência Primeira de todas as coisas, iremos sempre nos guiar por propostas pessoais que, em muitos casos, norteiam propostas daqueles que nos rodeiam.

 E o próximo? “Ele será ótimo enquanto estiver de acordo com os nossos interesses e nos servir em tal e sempre de conformidade com nossas infâmias ou necessidades”.

 Assim pensa e caminha esmagadora massa humana, infelizmente.

Viajando pelo tempo, desde o mineral, chegamos um dia à condição de seres humanos.

 “Heróis da Inteligência”, no dizer de Emmanuel. Agora podemos pensar e discernir. 

Somos sim, neste pequeno planeta, o ápice da evolução. Nenhum ser nos supera.

 Então passamos a disputar o poder com os outros irmãos, pois somente eles podem ombrear conosco as insígnias do “Ser Supremo”. 

Daí as questões relacionadas à violência de todo tipo que se pratica. 

Toda a violência tem por base o desejo de se impor, quer seja em casa, na rua, no bairro, cidade, estado, nação ou nos comandos mundiais de alguma instituição internacional.

É neste ponto que vale a reflexão do que seja ser homem. 

Antropólogos vêm questionando este assunto desde há muito. 

Desejam conhecê-lo para defini-lo e assim colocá-lo com acerto na sinfonia da vida que se vê e se vive por aqui. 

Na faixa estreita da vida física, apenas uma entre as muitas faixas de vidas que existem no sistema Terra, a visão é muito tacanha e o homem se perde em si mesmo, cometendo erros por não conhecer o projeto no qual está inserido.

O plano físico é excelente e necessário para nossas aprendizagens e adaptações à grande casa universal.

 Mas é temporário, pois na verdade habitamos o universo. 
Somos partes integrantes dele onde quer que estejamos.

 Quais crianças, ainda não entendemos bem o que vem a ser isto e a quais implicações estamos sujeitos para um comportamento digno para tal. 

Por isso a vinda pessoal da Autoridade Máxima da Terra ao plano físico, num momento em que o homem já podia suportar Sua presença iluminada e Seus ensinos graduados trazidos dos planos superiores da Vida.

 Emmanuel nos diz no livro “A Caminho da Luz” que quando a Terra estava pronta para receber a vida, Jesus foi a departamentos específicos do Universo trazendo de lá o protoplasma, embrião das vidas que se desenvolveriam por aqui. 

Da mesma forma, quando os homens já estavam aptos para serem inoculados pela mensagem divina e decisiva, Jesus, de novo, nos trouxe o embrião da vida universal.

Por que tamanho cuidado para conosco? 

Por que tamanho amor para com a identidade humana? 

A Doutrina Espírita programada e projetada para surgir entre nós, em meados do século XIX, o das grandes descobertas, nos dá a resposta eficiente. 

Somos centelhas divinas no caminho de volta para a eternidade com Deus.

 Assim, o homem é a transição entre a razão e a santidade. 

Estamos nos pródromos de um novo tempo. A santidade significa inundar de sagrado o lado profano que insiste por fazer-se representar em cada um de nós. 

Ser profano é o mesmo que estar do lado de fora das sagradas realizações da vida. Muitos pensam que sacrilizar-se é tornar-se adepto e praticante cego desta ou daquela religião. 

Enganam-se, sacrilizar-se é estabelecer em si o definitivo templo de Deus que nos criou para vivermos com ele na sabedoria e no amor por toda a eternidade. 

O homem é, pois, uma rápida passagem entre o profano, do lado de fora, e do sagrado, do lado de dentro de Deus. 

Daqui a pouco estaremos livres dos processos experimentais que nos conduzem a dores pelos erros repetidos em nossas aprendizagens e percursos.

 É tempo de pensarmos assim, de agirmos assim.

 O Evangelho de Jesus é o único roteiro que nos pode direcionar neste momento da nossa evolução, enquanto homens.

 Que esta passagem seja rápida e pródiga, que todos possamos galgar um passo além para vivermos totalmente identificados com o novo tempo que se aproxima.

Guaraci Lima Silveira - O consolador