quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

                                   “Eu quero morrer!"


“Francisco Teodoro, fabricante de casimiras notáveis, tivera vida próspera.

 Em 1914 surgiu a retração dos negócios. Devia o montante de oitocentos contos de réis. 
Defrontado por crise financeira esmagadora, não resistira às pressões. Escreveu pequena carta anunciado-se insolvável e disparou um tiro no crânio. 
Descobriu que a vida continuava... Agora, após 30 anos, depois de muito sofrimento, retornava à fábrica. 

Progresso enorme... À face da alteração na balança comercial do país, ante a grande guerra de 1914, o estoque de casimiras que acumulara, zelosamente, fora vendido, cinco dias após seus funerais, por quatro mil contos de réis, ou seja, quatro vezes mais o valor da dívida contraída que o levara a tirar a sua vida física. 

Ele apenas não soubera esperar...” (Adaptado do texto de Hilário Silva – A Vida Escreve – FEB.)

Hoje é possível obter um atendimento compreensivo, fraterno e solidário, através da internet.

 Voluntários do CVV - Centro de Valorização da Vida, desde março de 1962, atuam no Brasil salvando vidas.

 Assim como milhares de voluntários do mundo inteiro que, anonimamente, dedicadamente, corajosamente, salvam criaturas das garras da depressão, do medo e da solidão. Pelo telefone (14-3222-4111) ou pelo chat (www.cvv.org.br).

“... quão definitiva tem sido na vida de tantos a presença amiga e clara de voluntários, dedicados a uma causa: o amor e a preocupação com o próximo!” (Ator Tony Ramos, depoimento para o CVV.)

Por que tanta gente preocupada com o assunto suicídio? Campanhas financeiras, treinamento de voluntários, aperfeiçoamento de instrumentos, viabilização de novos meios de comunicação, tudo para evitar essa verdadeira desgraça ou ruína procurada às vezes de livre vontade.
 Sem falar em fé ou outros argumentos de ordem religiosa, um lúcido amigo meu costuma dizer que “matar-se é pular da frigideira para o fogo”. Será que ele tem razão?

Diz Emmanuel, mentor de Chico Xavier, que a primeira decepção que o suicida tem é a realidade da vida que não se extingue. 

Em seguida, a possibilidade de experimentar os mesmos padecimentos físicos da última hora terrestre.

 Isto é, se o indivíduo queria livrar-se das suas dores em vida, surpreende-se com o interminável momento da sua morte, que teima em repetir-se por tempo indefinido. 

O tóxico, a perfuração, o peso das rodas ou a passagem das águas silenciosas não cessam com a morte. Relembra ainda que a justiça de Deus nunca se manifesta em nossas vidas sem a sua misericórdia. Em outras palavras, mesmo quando todas as portas parecem estar fechadas, existe saída.

 Alguma saída!

 Para qualquer pessoa!

O CVV, as religiões, os livros e cursos de autoajuda são pródigos em recomendar ao aflito a procura dessa saída. 

E geralmente, além da oração e do bom senso, “o amor e a preocupação com o próximo”, como afirma o ator Tony Ramos, representam o fator fundamental para a recuperação do equilíbrio.

Em quase todas as mortes podemos afirmar que se cumpriram os desígnios divinos. 

No suicídio, não.

 SUICÍDIO NÃO É SOLUÇÃO! É FUGA! FUGA PARA O PIOR!
*
“- Minha namorada me deixou... perdi meu emprego... estou com um monte de contas atrasadas... e nem meus amigos aguentam mais minhas queixas! Para completar bati meu carro e rasguei minha calça! O que mais me falta acontecer?”

 O tempo fecha, começa a chover e um cachorro faz xixi em sua perna. “- Buaaa! Eu quero morrer! Aparece alguém: “– Oh! Você veio me buscar. Obrigado!”
“– Peraí! Sabe quem eu sou?”

“ – Claro!Você só pode ser a infalível, a invencível... MORTE!”

“ Isso mesmo! Nunca fui tão bem recebida!”“ –
 Vai, pode me levar! 
Estou em suas mãos.” “– Sinto muito... Mas você não está na minha lista.”

 “– O QUE?!”
“... E pelo que consta aqui você viverá ainda muuuitos anos!” “– Mas não me restou nada, nada! 

Por favor, leve-me!”
“- Ora! Será que tá tudo tão ruim assim, que não vale a pena tentar de novo? 

Vamos, vá em frente. Arrisque!” Para de chover. “– Oh! O sol voltou a brilhar!Mas... e daí?” 

Ao lado de um mural de empregos: 

“– Hum... vou tentar.” Bela moça ao seu lado.       

 “– Olá! Procurando emprego?” “– Que coincidência... Eu também.”

 “– Sabe... Meu nome é Dulce!”
 “– O... o meu é Aprígio...” Enamora-se.

 “– E QUERO MUITO VIVER!”

“– Puxa, Dona Morte! Nunca vi a senhora recusar um cliente!” 

“– Mas não estava na hora dele... E, às vezes, sabe, ESPERAR UM POUCO FAZ TODA A DIFERENÇA.” (Adaptado da Revista Mônica Nº 78, Editora Globo, de Maurício de Sousa.)

Nota:
Em Bauru-SP o telefone do CVV – Centro de Valorização da Vida é 14-3222-4111.