No estudo em grupo do
livro Obreiros da Vida Eterna, de autoria do Espírito André Luiz,
psicografado por Chico Xavier, fomos alertados pelas palavras do
orientador Jerônimo e
desejamos partilhar o estudo com os nossos queridos
leitores.
No
capítulo II, denominado “Santuário da Bênção”, é-nos trazido precioso
ensinamento, quando trata dos frequentadores da instituição por ele dirigida:
“Procura-se então o Santuário, sem qualquer preparação intima. Nossos amigos
prosseguem repetindo o cenário da Crosta, em que os devotos procuram os templos,
como os negociantes buscam mercados”.
Diante de
observações tão claras e sérias, achamos importante que nós, os encarnados,
atentemos para o fato de que as criaturas viventes, quase num todo, também
procuram as instituições religiosas na busca apenas de encontrar soluções
para os seus problemas ligados a interesses pessoais,
dificuldades de ordem material ou simplesmente para cumprirem com uma obrigação
de fundo místico e religioso.
Uma
vez presumindo haver resolvido seus problemas, voltam-se ao cotidiano, na
continuação da mesma vivência anterior, sem nenhuma preocupação com os
ensinamentos mais profundos recebidos.
Raros
são os que despertam para o verdadeiro sentido do existir.
São criaturas ainda
envolvidas com as facilidades materiais que a vida proporciona aos
incautos que permanecem sedentos da satisfação proporcionada pelos prazeres
instintivos ligados exclusivamente ao mundo material.
É
importante verificarmos que muitos espíritas também assim procedem.
Admiram as
palestras, adoram os bons palestrantes; retiram-se da Casa Espírita,
felizes e convencidos de que cumpriram com o seu papel de bons Espíritas.
Não se
preocupam, no entanto, em se esforçarem na tomada de uma posição
para as mudanças necessárias ao bom aproveitamento da existência terrena.
Procedem como muitos dos profitentes de qualquer outro credo religioso. Não
assumem responsabilidade com o trabalho educativo voltado para a
conscientização da prática do bem e do amor ao próximo, como aprendemos com
Jesus.
Agem
diferentemente do cego de Jericó. Este, que andava pelas estradas e aldeias
suplicando o necessário, para viver, buscava também solução para os seus
problemas de ordem material.
No
entanto, quando teve notícias de Jesus;
quando soube dos prodígios que
realizava;
de Suas curas, não só das doenças do corpo, mas também as da alma,
como aconteceu com Maria Madalena, a mulher equivocada;
Zaqueu, o publicano;
Levi, o cobrador de impostos, entre muitos outros.
Diante dos seus
ensinamentos e atitudes que a todos encantava, por seu amor à humanidade
sofredora, não teve dúvidas em buscá-lo.
Quando
teve conhecimento que Jesus caminhava em sua direção, mesmo sem vê-Lo, não teve
dúvidas e gritou: “Jesus, Filho de David, tem compaixão de mim”.
Muitos
da multidão que o acompanhava, julgando que ele estivesse perturbando o
ambiente com seus gritos, tentaram impedir que continuasse clamando, mas, cheio
de confiança, gritava mais alto: “Jesus, Filho de David, tem compaixão de
mim”.
Jesus,
ouvindo o seu pedido, aproximou-se, repreendeu os que o impediam que se
aproximasse e perguntou:
“Que queres que te faça?” e ele, rapidamente, sem
titubear, lançou longe a capa que portava e respondeu:
“Que eu veja Senhor!”.
Só desejava o que presumia ser o mais importante para sua vida: a visão. Ele queria
ver para ser independente.
Ganhar o pão com o seu trabalho, ser digno e renovar
sua vida.
Passou a seguir Jesus. Estava renovado espiritualmente. Ao
influxo dos ensinamentos do Mestre, compreendeu o porquê da Vida e não
mais deixou de O acompanhar.
Esta
é a parte mais interessante da história de Bartimeu. Cheio de
reconhecimento pelo benefício recebido, transformou sua Vida. Tornou-se um
homem renovado.
O
exemplo de Bartimeu é muito importante para todos.
Aprendemos com ele que
é preciso nos despojarmos da capa dos velhos costumes, hábitos,
procedimentos, pensamentos e sentimentos deteriorados que trazemos de muito
longe. Renovação e mudanças são as palavras de ordem.
Quantos
de nós, que recebemos dádivas, favores, esclarecimentos e orientações doutrinárias
a respeito de nossos novos deveres, com o conhecimento das lições do
Espiritismo, não notamos que, por tais verdades nos elucidarem, nossa
responsabilidade fica mais comprometida, pois agora sabemos por que nascemos e
quais os objetivos de existirmos na Terra.
Não
harmoniza com a nova doutrina o indiferentismo às mudanças necessárias para
daqui em frente, a exemplo de Bartimeu, buscarmos aproveitar o tempo perdido,
pois, segundo Emmanuel, sempre é tempo de começar, mas é importante começarmos
ainda hoje.