quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

                             

                        Buscar o melhor, aproveitar o tempo 


No estudo em grupo do livro Obreiros da Vida Eterna, de autoria do Espírito André Luiz, psicografado por Chico Xavier, fomos  alertados pelas palavras do orientador Jerônimo e 


desejamos partilhar o estudo com os nossos queridos leitores.
No capítulo II, denominado “Santuário da Bênção”, é-nos trazido precioso ensinamento, quando trata dos frequentadores da instituição por ele dirigida:

 “Procura-se então o Santuário, sem qualquer preparação intima. Nossos amigos prosseguem repetindo o cenário da Crosta, em que os devotos procuram os templos, como os negociantes buscam mercados”.    

 Diante de observações tão claras e sérias, achamos importante que nós, os encarnados, atentemos para o fato de que as criaturas viventes, quase num todo, também procuram as instituições religiosas na busca apenas de encontrar soluções para  os seus problemas ligados a  interesses pessoais,  dificuldades de ordem material ou simplesmente para cumprirem com uma obrigação de fundo místico e religioso.

Uma vez presumindo haver resolvido seus problemas, voltam-se ao cotidiano, na continuação da mesma vivência anterior, sem nenhuma preocupação com os ensinamentos mais profundos recebidos.

Raros são os que despertam para o verdadeiro sentido do existir.

São criaturas ainda envolvidas com as facilidades materiais que a vida  proporciona aos incautos que permanecem sedentos da satisfação proporcionada pelos prazeres instintivos ligados exclusivamente ao mundo material.

É importante verificarmos que muitos espíritas também assim procedem. 

Admiram as palestras, adoram os bons palestrantes;  retiram-se da Casa Espírita, felizes e convencidos de que cumpriram com o seu papel de bons Espíritas.

Não se preocupam, no entanto, em se esforçarem na tomada de  uma posição  para as mudanças necessárias ao bom aproveitamento da existência terrena. 

Procedem como muitos dos profitentes de qualquer outro credo religioso. Não assumem responsabilidade com o trabalho educativo voltado para a conscientização da prática do bem e do amor ao próximo, como aprendemos com Jesus.

Agem diferentemente do cego de Jericó. Este, que andava pelas estradas e aldeias suplicando o necessário, para viver, buscava também solução para os seus problemas de ordem material.

No entanto, quando teve notícias de Jesus; 
quando soube dos prodígios que realizava; 
de Suas curas, não só das doenças do corpo, mas também as da alma, como aconteceu com Maria Madalena, a mulher equivocada;
 Zaqueu, o publicano; 
Levi, o cobrador de impostos, entre  muitos outros. 

Diante dos seus ensinamentos e atitudes que a todos encantava, por seu amor à humanidade sofredora, não teve dúvidas em buscá-lo.

Quando teve conhecimento que Jesus caminhava em sua direção, mesmo sem vê-Lo, não teve dúvidas e gritou: “Jesus, Filho de David, tem compaixão de mim”. 

Muitos da  multidão que o acompanhava, julgando que ele estivesse perturbando o ambiente com seus gritos, tentaram impedir que continuasse clamando, mas, cheio de  confiança, gritava mais alto: “Jesus, Filho de David, tem compaixão de mim”.

Jesus, ouvindo o seu pedido, aproximou-se, repreendeu os que o impediam que se aproximasse e perguntou: 
“Que queres que te faça?” e ele, rapidamente, sem titubear, lançou longe a capa que portava e respondeu:

 “Que eu veja Senhor!”.

 Só desejava o que presumia ser o mais importante para sua vida: a visão. Ele queria ver para ser independente. 

Ganhar o pão com o seu trabalho, ser digno e renovar sua vida.

 Passou a seguir Jesus. Estava renovado espiritualmente. Ao influxo  dos ensinamentos do Mestre, compreendeu o porquê da Vida e não mais deixou de O acompanhar.

Esta é a parte mais interessante da história de Bartimeu. Cheio de reconhecimento pelo benefício recebido, transformou sua Vida. Tornou-se um homem renovado.

O exemplo de Bartimeu é muito importante para todos. 

Aprendemos com ele que é preciso nos despojarmos da capa dos velhos costumes,  hábitos, procedimentos, pensamentos e sentimentos deteriorados que trazemos de muito longe. Renovação e mudanças são as palavras de ordem.

Quantos de nós, que recebemos dádivas, favores, esclarecimentos e orientações doutrinárias a respeito de nossos novos deveres, com o conhecimento das lições do Espiritismo, não notamos que, por tais verdades nos elucidarem, nossa responsabilidade fica mais comprometida, pois agora sabemos por que nascemos e quais os objetivos de existirmos  na Terra.

Não harmoniza com a nova doutrina o indiferentismo às mudanças necessárias para daqui em frente, a exemplo de Bartimeu, buscarmos aproveitar o tempo perdido, pois, segundo Emmanuel, sempre é tempo de começar, mas é importante começarmos ainda hoje.