O Espiritismo e a política
contribuindo para o mundo
de regeneração
de regeneração
“O Espiritismo não cria a renovação social; a madureza da humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade.
Pelo seu poder moralizador, por suas
tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das
questões que abrange, o Espiritismo é mais apto do que qualquer outra doutrina
a secundar o movimento de regeneração; por isso é ele contemporâneo desse
movimento. Surgiu na hora em que podia ser de utilidade, visto que também para
ele os tempos são chegados.” (A Gênese, Allan Kardec, cap. XVIII, item 25 –
g.n.)
O
ESPIRITISMO
A Doutrina
Espírita apresenta tríplice aspecto: Filosofia, Ciência e Religião, por isso
ela se relaciona com todas as áreas do conhecimento humano. Seus princípios
embasam a ação transformadora no aprimoramento da pessoa e da sociedade.
No
contexto social ela propõe ações sociais que podem ser compreendidas como ações
políticas devidamente compatíveis com as análises e propostas das Ciências
Sociais.
Sob esse aspecto o Espiritismo estuda e traz importantes informações
relacionadas com a Ciência Política e a Ética. Analisemos, então:
POLÍTICA
A Política,
sob a análise da Ciência Política, é a ciência e a arte da administração justa
para o bem comum.
Sob esse aspecto ela se serve dos conhecimentos de outras
ciências sociais, como: a sociologia, a antropologia, a história e a economia.
Seu objetivo é o aprimoramento da estrutura da sociedade a fim de que ela seja
mais justa e solidária.
É, também, a proposta do Espiritismo. Disseram os
Mentores Espirituais na questão nº 930 de O Livro dos Espíritos:
“Numa
sociedade organizada segundo a lei do Cristo, ninguém deve morrer de fome”. E
Allan Kardec, em seguida, esclarece:
“Com uma organização social criteriosa e
previdente, ao homem só por sua culpa pode faltar o necessário. Porém suas
próprias faltas são frequentemente resultado do meio onde se acha colocado.
Quando praticar a lei de Deus terá uma ordem social fundada na justiça e na
solidariedade e ele próprio também será melhor”.
Nesse
ponto, o Espiritismo já assinalava a necessidade dos estudos e ações propostos
pela Ciência Política. Portanto, nesse sentido, a Política e o Espiritismo não
se repelem.
POLÍTICA
PARTIDÁRIA
A outra
conotação do termo política é a política partidária, que nada tem a ver com a
corrupção, falsificação, desonestidade e falta de ética.
Na organização e
funcionamento dos países democráticos, a Declaração Universal dos Direitos
Humanos, proclamada pela ONU, em 1948, rege as Constituições, as leis e inspira
a estrutura e a organização social que se assentam nos três poderes: Executivo,
Legislativo e Judiciário.
Essa é organização social ideal, embora as
imperfeições que ainda possa ter. Os cargos dos poderes:
Executivo e
Legislativo são preenchidos pelo sistema de eleição de pessoas que se candidatam,
através do voto, por intermédio dos partidos legalmente registrados.
Logo, para
se manter esse processo livre e democrático, a existência dos partidos
políticos é fundamental. Eles, como organização política, não são responsáveis
pelas pessoas de mau caráter que se filiam.
Diferente é o poder judiciário,
pela sua função técnica. Seus cargos são preenchidos por pessoas que,
devidamente habilitadas em conhecimentos científicos e técnicos das Ciências:
Jurídica e Social, se submetem a concurso público para preenchimento das vagas.
Consequentemente, a existência da política partidária, através da pluralidade
de partidos é fundamental nos Estados democráticos, afastando os regimes
totalitários de direita ou de esquerda, que não permitem a liberdade. Nesse ponto,
cabe o alerta que os Mentores Espirituais fizeram quando Kardec indagou:
“Por
que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons? – Por
fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons tímidos. Quando
estes o quiserem, preponderarão”. (Questão nº 932 de O Livro dos Espíritos,
Allan Kardec, Ed. FEB.)
Portanto, é
na hora do voto que os cidadãos de bem precisarão afastar os “maus candidatos”
que, sem dúvida, são: “intrigantes e audaciosos”, bem como falaciosos e
desonestos no exercício do poder.
POLITICALHA
O termo
Política é, às vezes, mal empregado e não devidamente compreendido, levando as
pessoas a uma confusão muito grande, a ponto de dizerem que detestam a
política.
Quando analisada a causa que as leva a afirmar que detestam a
política, compreende-se claramente que essas pessoas detestam e se indignam com
a “politicalha” ou “politicagem”, ou seja, as ações daqueles que estão atuando
na política partidária, quer no Poder Executivo ou no Poder Legislativo e agem
de maneira desonesta, não ética, para atingirem seus objetivos egoísticos
emoldurados pela corrupção ativa ou passiva.
E elas estão muito certas em
sentirem essa indignação, contudo, só a indignação não basta. É necessário que
a ação social de repúdio se realize no engajamento aos movimentos de
“saneamento” da política partidária. É preciso melhor compreender os
significados do termo política, através de uma educação política que
possibilite o exercício consciente da cidadania.
Ante o mau
exercício da política por pessoas desonestas, falsas, corruptas, de mau
caráter, é que a indignação dos bons deve se elevar para evitar que assumam os
cargos nos quais visem exclusivamente a seus interesses pessoais e dos grupos
que participam. Obviamente, diferente é quando se almeja o interesse pessoal ou
de grupo com aspirações legítimas e éticas para o bem comum.
CONSTRUÇÃO
DA SOCIEDADE JUSTA E AMOROSA
Juntamente
com os bons cidadãos, os espíritas devem participar e influenciar levando os
valores éticos do Espiritismo para as pessoas e instituições que organizam a
sociedade.
Essa é uma lídima participação política para uma sociedade mais
justa amorosa na qual se consolidará o Reino de Jesus, expresso no Mundo de
Regeneração que os Orientadores Espirituais assinalaram para o nosso educandário
planetário – a Terra, em seu próximo passo na escala evolutiva.
Assim, que cada
espírita esteja consciente para assumir a sua cidadania no exercício do seu
poder político: seja como eleitor amoroso e responsável ou, de conformidade com
a sua aptidão e vocação, pleitear cargos eletivos para servir à coletividade;
bem como, devidamente habilitado, concorrer aos cargos do Poder Judiciário.
O que não
deverá ser feito é levar a política partidária para dentro dos Centros, das
Entidades ou do Movimento Espírita, pois esses locais não são adequados ao seu
exercício.
Fazer do
voto um elevado testemunho de amor à coletividade, visando sempre ao
aprimoramento da sociedade para o Mundo de Regeneração.
Estamos na transição!
Se estiver de acordo, exerça a sua cidadania e divulgue este texto. Será uma
autêntica ação social para o Bem.
Aylton Guito Coimbra Paiva - o consolador