sábado, 6 de abril de 2013



Brasil da Paz
Lutar sim, ferir nunca 

Como todos os ensinamentos trazidos ao orbe terrestre por Jesus estavam deturpados e esquecidos, fazia-se necessário procurar outras terras, onde Espíritos jovens e simples aguardavam a semente de um novo pensamento cristão, baseado na fraternidade e na liberdade.

E neste abençoado continente americano, foi escolhido o novo coração do mundo. 

De acordo com o roteiro traçado por Jesus, em abril de 1500 o Brasil era finalmente revelado ao mundo, para se tornar a nova pátria do pensamento cristão.

Além de ser designado pelo Mestre como o zelador dos patrimônios imortais que constituem a Terra do Cruzeiro, teve a missão de reunir as “três raças tristes”: os sedentos de justiça divina (os degredados), os simples de coração (índios) e os aflitos (escravos), para a formação da alma coletiva de um povo bem-aventurado por sua mansidão e fraternidade.

Nossa independência foi encaminhada pela Espiritualidade – avessa à violência, e ocorre sem conflitos, guerras ou derramamento de sangue, malgrado o trágico fim de Tiradentes (única vida perdida, e cujo martírio na forca ocorreu há 220 anos, em 21 de abril de 1792).

O ano de 1840 marca o início de vários  serviços de beneficência da medicina homeopática no Brasil, através de dois médicos portugueses recém-chegados, que iniciaram a aplicação de passes magnéticos como auxílio imediato das curas.

A eclosão dos fenômenos espíritas não passou despercebida no Brasil, em especial o das mesas girantes, que era a grande sensação dos salões da Europa e da América (1850). 

 Portanto, em 18 de abril de 1857, quando Allan Kardec lança em Paris, França, a primeira edição de O Livro dos Espíritos, com 501 questões (a segunda e definitiva edição ocorreria em 16 de março de 1860, com 1.019 questões), o Brasil já apresentava condições favoráveis ao entendimento, estudo e divulgação das suas relações com o mundo espiritual, além de desenvolver, completar e explicar os ensinamentos de Jesus.

A marcha evolutiva prossegue com o movimento de libertação dos escravos.

 De forma pacífica (bem diferente do movimento ocorrido nos Estados Unidos, com 600 mortos), a Princesa Isabel decreta a Lei do Ventre Livre em 1871 e a Lei Áurea, proibindo qualquer tipo de escravidão.

 Neste dia 13 de maio de 1888, uma multidão de Espíritos deixou o Plano Espiritual para participar das grandiosas solenidades da Abolição.

O lema Ordem e Progresso, inspirado pelo Plano Superior para constar na nossa bandeira, sinaliza claramente uma diretriz a todos nós brasileiros.

 A ordem é necessária, porque ordem é a disciplina em torno  de situações, pessoas e  coisas. 

 É também comprometimento, devotamento, eficiência, humildade. 

Afinal de contas, a disciplina não é a melhor maneira de educar-nos e dignificar os nossos sentimentos?
O progresso é lei natural.

 E “consiste, principalmente, no melhoramento moral, na depuração do Espírito, na extirpação dos maus germens existentes em nós. 

Este é o verdadeiro progresso, o único que assegura a felicidade da Humanidade, porque é a negação do mal”. (Allan Kardec, Obras Póstumas – Credo Espírita).

Vivenciar o Espiritismo é agir com devotamento e abnegação na busca do bem comum, incentivando novos hábitos e novos comportamentos, contribuindo para o progresso permanente do indivíduo, da coletividade, da sociedade e de toda a Humanidade.

O Brasil, trazendo em seus contornos a forma geográfica de um coração, é a Terra Prometida, a Pátria do Evangelho Restaurada, é o seio do povo nobre e trabalhador do Ocidente, em cujo solo todos aprenderão a lei da fraternidade universal, que unirá todos os Espíritos.

Estará sempre amparado pela bandeira de Ismael: “Deus, Cristo e Caridade”, onde os homens se irmanarão em todas as atividades, sem apego aos bens perecíveis e exclusivos, onde o trabalho será de todos para todos, com tempo destinado ao labor, ao estudo, ao culto, ao repouso, ao lazer, e onde todos os Espíritos se filiarão às hostes do Cordeiro, preparando-se para os momentos de ascensão à condição de Espírito livre, evangelizado, servidor do Cristo, exemplificando o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Como Espíritos renovados, viveremos uma vida maior, e pelo progresso espiritual buscaremos a perfeição, subindo para Deus.

Altamirando Carneiro - O consolador