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Segundo o IBGE,
continua a cair no país o número de católicos
Os dados
constam do novo mapa das religiões no Brasil elaborado pela Fundação Getúlio
Vargas com base na pesquisa de orçamentos familiares do
IBGE
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O Novo Mapa das Religiões elaborado pela
Fundação Getúlio Vargas, divulgado no ano passado, com base na última pesquisa
de orçamentos familiares feita pelo IBGE, aponta uma nova redução do número de
católicos em nosso país.
Em 2003, 74% dos brasileiros se declaravam
católicos. Em 2009, esse percentual caiu para 68,4%. A redução foi maior entre
jovens e mulheres.
No tocante aos protestantes e evangélicos,
observou-se uma tendência diferente: seu número subiu de 17,9% para 20,2%, tendo
aumentado também o número de espíritas e das pessoas que dizem não ter
religião.
O Mapa das Religiões mostra, de modo inequívoco, que
o Brasil continua sendo um país de diversidade religiosa e isso fica bem
caracterizado nas capitais brasileiras.
O Rio de Janeiro tem a maior proporção de espíritas.
São Paulo concentra mais seguidores de religiões orientais. Porto Alegre tem a
maior proporção de praticantes de religiões afro-brasileiras. Vitória é a cidade
mais evangélica entre as capitais. Teresina tem a maior proporção de católicos e
é em Boa Vista que há mais pessoas sem religião.
Esses dados devem, porém, alterar-se nos próximos
anos. “Uma das coisas que mudaram mais, nos últimos 20 anos, eu diria que é a
composição religiosa da população. Ela vinha mudando a uma determinada taxa,
agora ela está mudando dez vezes mais rápido que nos cem anos antes”, disse
Marcelo Neri, coordenador do Centro de Políticas Sociais da FGV.
De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, o número de
católicos no país caiu ao seu menor nível de todos os tempos, como mostra o
quadro abaixo:
Conforme o leitor pode ver, em 1872, primeiro ano em
que levantamento semelhante foi feito em nosso país, o percentual de católicos
era 99,72% da população brasileira, índice que vem diminuindo de forma acentuada
ao longo dos anos, como assinala o quadro abaixo:
Evolução
dos adeptos do catolicismo no Brasil, segundo estudo da
FGV
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1872
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99,72%
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1980
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88,96%
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1991
|
83,34%
|
2000
|
73,89%
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2003
|
73,79%
|
2009
|
68,43%
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Um dos motivos apontados pelos especialistas é o
crescimento do número de evangélicos, que já chegaram a um quinto da população
do país, ou seja, 20,3% dos brasileiros.
Até o ano 2000, a redução dos católicos no País era
atribuída diretamente ao crescimento dos grupos evangélicos no Brasil, mas estes
não registraram um crescimento de fiéis nos últimos seis anos tão elevado como o
que registravam anteriormente. De acordo com o estudo, a porcentagem de
brasileiros que diz ser fiel às igrejas evangélicas tradicionais e aos novos
grupos evangélicos subiu de 17,88% em 2003 até 20,23% em 2009.
O número de seguidores do Espiritismo também
apresentou alta – de 1,5% em 2003 para 1,65% em 2009 –, assim como os
praticantes das religiões afro-brasileiras (de 0,23% para 0,35%), conforme
mostra o quadro abaixo:
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Sem
religião
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Católicos
|
Evangélica
pentecostal
|
Outras
evangélicas
|
Espíritas
|
Afro brasileira
|
Orientais
ou asiáticas
|
2009
|
6,72%
|
68,43%
|
12,76%
|
7,47%
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1,65%
|
0,35%
|
0,31%
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2003
|
5,13%
|
73,79%
|
12,49%
|
5,39%
|
1,5%
|
0,23%
|
0,3%
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Apenas 5% das mulheres brasileiras não têm religião,
enquanto esse percentual sobe para 8,52% na coluna masculina. “Enquanto os
homens abandonaram as crenças, as mulheres trocaram de crença, preservando mais
que eles a religiosidade”, relata o estudo. A ética católica, segundo a análise,
“estaria sendo trocada por outras mais em linha com a emancipação feminina em
curso” acompanhada por uma revolução dos costumes. As alterações no estilo de
vida feminino nos últimos 30 anos não encontraram eco na doutrina católica,
“menos afeita a mudanças”.
Quando os olhares se voltam para o critério
econômico, a classe E mostra-se como a menos religiosa de todas – 7,72%. O
catolicismo é a religião mais presente nos dois extremos – 72,76% na classe E, e
69,07% nas classes AB. Os pentecostais têm maior abrangência nos níveis
inferiores da distribuição de renda: 15,34% na classe D, 2,4 vezes maior do que
nas classes AB – 6,29%. Os evangélicos tradicionais e históricos concentram-se
mais nas classes AB (8,35%) e C (8,72%).
O Novo Mapa das Religiões levanta uma tese: enquanto
o protestantismo tradicional liberou o cidadão comum da culpa da acumulação do
capital privada, as religiões neopentecostais liberaram a acumulação privada de
capital através da igreja. Elas estariam ocupando, no período de baixo
crescimento econômico no país – anos 80 e 90 – o lugar do Estado na cobrança de
impostos (dízimo e outras contribuições) e na oferta de serviços e redes de
proteção social.
O Piauí é o Estado da Federação com o maior
contingente de católicos (87,93%) e Roraima é o que tem o maior número dos que
se dizem sem religião (19,39%). O Estado com a maior concentração de
pentecostais é o Acre (24,18%), enquanto o Espírito Santo (15,09%) é o Estado
que reúne maior número de evangélicos tradicionais e históricos.
No tocante aos seguidores do Espiritismo, o Estado
do Rio de Janeiro é o que apresenta o maior percentual de adeptos relativamente
à sua população: 3,37%, mais que o dobro do percentual de espíritas em termos
nacionais.
Segundo os dados divulgados pela Fundação Getúlio
Vargas, depois do Rio de Janeiro, o Estado com maior número de espíritas é Rio
Grande do Sul – 2,84% da população do Estado, vindo a seguir o Distrito Federal
(2,75%), Goiás (2,72%), São Paulo (2,30%) e Minas Gerais (2,21%).
O link que permite o acesso à pesquisa "Mapa
das Religiões", realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) é este:
http://www.fgv.br/cps/religiao/
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