sábado, 6 de abril de 2013



Brasil da Paz
Lutar sim, ferir nunca 

Como todos os ensinamentos trazidos ao orbe terrestre por Jesus estavam deturpados e esquecidos, fazia-se necessário procurar outras terras, onde Espíritos jovens e simples aguardavam a semente de um novo pensamento cristão, baseado na fraternidade e na liberdade.

E neste abençoado continente americano, foi escolhido o novo coração do mundo. 

De acordo com o roteiro traçado por Jesus, em abril de 1500 o Brasil era finalmente revelado ao mundo, para se tornar a nova pátria do pensamento cristão.

Além de ser designado pelo Mestre como o zelador dos patrimônios imortais que constituem a Terra do Cruzeiro, teve a missão de reunir as “três raças tristes”: os sedentos de justiça divina (os degredados), os simples de coração (índios) e os aflitos (escravos), para a formação da alma coletiva de um povo bem-aventurado por sua mansidão e fraternidade.

Nossa independência foi encaminhada pela Espiritualidade – avessa à violência, e ocorre sem conflitos, guerras ou derramamento de sangue, malgrado o trágico fim de Tiradentes (única vida perdida, e cujo martírio na forca ocorreu há 220 anos, em 21 de abril de 1792).

O ano de 1840 marca o início de vários  serviços de beneficência da medicina homeopática no Brasil, através de dois médicos portugueses recém-chegados, que iniciaram a aplicação de passes magnéticos como auxílio imediato das curas.

A eclosão dos fenômenos espíritas não passou despercebida no Brasil, em especial o das mesas girantes, que era a grande sensação dos salões da Europa e da América (1850). 

 Portanto, em 18 de abril de 1857, quando Allan Kardec lança em Paris, França, a primeira edição de O Livro dos Espíritos, com 501 questões (a segunda e definitiva edição ocorreria em 16 de março de 1860, com 1.019 questões), o Brasil já apresentava condições favoráveis ao entendimento, estudo e divulgação das suas relações com o mundo espiritual, além de desenvolver, completar e explicar os ensinamentos de Jesus.

A marcha evolutiva prossegue com o movimento de libertação dos escravos.

 De forma pacífica (bem diferente do movimento ocorrido nos Estados Unidos, com 600 mortos), a Princesa Isabel decreta a Lei do Ventre Livre em 1871 e a Lei Áurea, proibindo qualquer tipo de escravidão.

 Neste dia 13 de maio de 1888, uma multidão de Espíritos deixou o Plano Espiritual para participar das grandiosas solenidades da Abolição.

O lema Ordem e Progresso, inspirado pelo Plano Superior para constar na nossa bandeira, sinaliza claramente uma diretriz a todos nós brasileiros.

 A ordem é necessária, porque ordem é a disciplina em torno  de situações, pessoas e  coisas. 

 É também comprometimento, devotamento, eficiência, humildade. 

Afinal de contas, a disciplina não é a melhor maneira de educar-nos e dignificar os nossos sentimentos?
O progresso é lei natural.

 E “consiste, principalmente, no melhoramento moral, na depuração do Espírito, na extirpação dos maus germens existentes em nós. 

Este é o verdadeiro progresso, o único que assegura a felicidade da Humanidade, porque é a negação do mal”. (Allan Kardec, Obras Póstumas – Credo Espírita).

Vivenciar o Espiritismo é agir com devotamento e abnegação na busca do bem comum, incentivando novos hábitos e novos comportamentos, contribuindo para o progresso permanente do indivíduo, da coletividade, da sociedade e de toda a Humanidade.

O Brasil, trazendo em seus contornos a forma geográfica de um coração, é a Terra Prometida, a Pátria do Evangelho Restaurada, é o seio do povo nobre e trabalhador do Ocidente, em cujo solo todos aprenderão a lei da fraternidade universal, que unirá todos os Espíritos.

Estará sempre amparado pela bandeira de Ismael: “Deus, Cristo e Caridade”, onde os homens se irmanarão em todas as atividades, sem apego aos bens perecíveis e exclusivos, onde o trabalho será de todos para todos, com tempo destinado ao labor, ao estudo, ao culto, ao repouso, ao lazer, e onde todos os Espíritos se filiarão às hostes do Cordeiro, preparando-se para os momentos de ascensão à condição de Espírito livre, evangelizado, servidor do Cristo, exemplificando o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Como Espíritos renovados, viveremos uma vida maior, e pelo progresso espiritual buscaremos a perfeição, subindo para Deus.

Altamirando Carneiro - O consolador

  

segunda-feira, 1 de abril de 2013




A sociedade e as drogas

Em todos os tempos a humanidade se deparou com o problema das drogas. No entanto, na atualidade nunca se viu tantas situações, acontecimentos e dramas na sociedade, portanto, oriundos do meio familiar. 

Quais são as causas e razões destas ocorrências?

Primeiro relatemos um pouco de história sobre as drogas. 

Há mais de quatro mil anos atrás os Sumerianos (atual Irã) já utilizavam a Papoula de Ópio, denominada a “planta da alegria”, que utilizavam com a finalidade de um “contato com os deuses. 

Num tempo mais anterior ainda, o povo Cita (habitantes do rio Danúbio/rio Volga – Europa Oriental) queimava a maconha (cânhamo) em pedras aquecidas e inalava os vapores dentro de suas barracas ou tendas. 

O Ópio (Morfina/Anestésico) incentivado na Guerra Civil Americana (1776) era utilizado para fornecer alívio à dolorosa vida dos soldados. Durante a segunda guerra, receitas de anfetaminas - estimulantes – Fenpreporex - eram utilizadas para combater a fadiga. 

Na atualidade, é largamente utilizado – apesar de ser proibido o seu uso e comercialização no Brasil, por pessoas que pretendem emagrecer, especialmente mulheres.

 Em 1890, iniciou-se a livre comercialização de vinho, elaborado com extratos de coca e xaropes. 

Em 1914, nos Estados Unidos deu-se a proibição da livre negociação das bebidas alcoólicas, - que durou por 13 anos e, com isso, iniciou-se o mercado negro ilícito. 
Como tudo que é proibido se torna um atrativo, a indústria americana de bebidas, à época, faturou cerca de 200 bilhões de dólares”.

Em nosso tempo presente, existe um largo consumo de Fluoxetina (ansiolítico/antidepressivo), droga denominada de “a pílula da felicidade”. Pode-se perguntar: Felicidade de quem? Do usuário ou do laboratório que a produz?

Muitas pessoas se questionam. 
Mas, afinal, o que leva pessoas a se envolverem com as drogas? 

Se elas causam tantos males, por que envolver-se com elas? Se já se conhecem os seus malefícios por que envolver-se com elas?

Dentre algumas razões, nós podemos citar quatro delas.
 De acordo com a OMS – Organização Mundial da Saúde –:

 1) Pessoas que não têm informações adequadas sobre as drogas, ou seja, aquelas que não conhecem as consequências de seu uso. E, convenhamos, a desinformação ainda é muito grande, quando não fantasiosa, como, por exemplo, aqueles que ainda creem que maconha faz menos mal do que cigarro;

 2) Pessoas que se encontram insatisfeitas com sua qualidade de vida. Neste caso, consideramos tanto as pessoas que vivem em carência geral como aqueles que vivem com excessos de toda ordem. 

Caso fosse apenas um problema de carência social, os chamados ricos não se envolveriam com as drogas. Portanto, a droga tornou-se um problema geral da humanidade, independente da condição socioeconômica ou cultural; 

3) Pessoas pouco integradas na família e na sociedade. Neste item a situação é específica, ou seja, desestruturas familiares, insatisfações de toda ordem podem levar pessoas ao contato, ao uso e ao abuso das drogas, como mecanismo de fuga de uma triste realidade; e, finalmente:
 4) O fácil acesso às drogas é outro fator importante para seu uso. Aqui nos perguntamos.

 Por que não aplicamos em nossas vidas o sábio ensinamento de Jesus quando enuncia “conheça a verdade e ela vos libertará?” Todos sabemos o quanto é fácil e barata determinada droga, até mesmo sabemos dos pontos em que são vendidas em nossas cidades. Apenas fazemos de conta que não sabemos, inclusive as autoridades, numa covarde omissão de responsabilidade social.

Mas a grande e real verdade para que pessoas se envolvam com drogas é o fato de algumas delas – principalmente as drogas psicoativas, ou seja, as que ativam o psiquismo das pessoas, causarem prazer. (Todas as substâncias químicas alteram o funcionamento do organismo.)
 Esta é a grande verdade, o prazer proporcionado por estas drogas. Em nossa atual sociedade a busca pelo prazer tornou-se frenética, quando não o único fim para muitas pessoas.

Uma pergunta se faz necessária. Onde as crianças e os jovens começam a aprender o que é ou a usar drogas? 
Fora de casa? 
Com amigos da escola? 
Não.
 Infelizmente isso começa a acontecer dentro do lar, quando observam os adultos em busca de tranquilizantes ao menor sinal de tensão ou nervosismo.

Aprendem o que é dependência quando observam como seus pais têm dificuldades em controlar diversos tipos de comportamentos, como, por exemplo, comer de modo exagerado.
 Aprendem também o que é droga quando ouvem seus pais dizerem que precisam de três xícaras de café para se manterem acordados, ou ainda quando precisam fumar um cigarrinho, ou tomar uma dose de uma bebida. 

Por outro lado, quando pessoas não encontram na família, nos amigos e nos parceiros as respostas para suas necessidades, então recorrem às drogas como alternativa, sem se aperceberem do preço que terão que pagar por esta atitude.

Por isso é de extrema importância termos lares estruturados em cima da fraterna convivência, tolerantes e abnegados uns com os outros, colaborando para que todos possam crescer, principalmente no campo das emoções, onde se possa aprender a elaborar os sentimentos, pois toda e qualquer postura que assumimos na vida se prende à maneira de como olhamos o mundo fora e dentro de nós, podendo nos levar a uma sensação íntima de realização ou de frustração, de contentamento ou de culpa, de perdão ou de punição, de acordo com nosso código moral modelado na intimidade de nosso psiquismo. 

Talvez você, querido (a) leitor (a), ao fazer esta leitura, se questione: “Como fica a questão do livre-arbítrio de a criatura humana buscar formas de prazer de acordo com seu interesse, gosto e conveniência?”.

Muito simples. Cada um responderá pelos próprios atos e ações. Somos livres para qualquer empreitada em nossas vidas, mas, consequentemente, responsáveis pela colheita da semeadura.

Por isso se faz importante um lar harmonioso e organizado, dentro do respeito e do amor uns pelos outros.
 Afinal de contas, Jesus pediu-nos simplesmente que nos amássemos uns aos outros.

 Somente assim seremos uma humanidade melhor.

 E desta forma haveremos de banir as drogas do mundo e, em consequência, todo sofrimento ocasionado por ela.

O consolador - Valci Silva

sábado, 30 de março de 2013


                                              CUIDE D0 SEU FALAR



Antes de Falar...  Escute...
Antes de Escrever... Pense...
Antes de Gastar...  Ganhe...
Antes de Julgar...  Espere...
Antes de Orar...  Peça Perdão...e também Perdoe...
Antes de Desistir... Tente...

Certa vez, um homem tanto falou que seu vizinho era ladrão, que o vizinho acabou sendo preso.
Algum tempo depois, descobriram que o rapaz era inocente, ele foi solto, e, após muita humilhação resolveu processar seu vizinho (o caluniador).

No tribunal, o caluniador disse ao juiz
- Comentários não causam tanto mal...
e o Juiz respondeu:

- Escreva os comentários que você fez sobre ele num papel, depois pique o papel e jogue os pedaços pelo caminho de casa e amanhã volte para ouvir a sentença...!
O homem obedeceu e voltou no dia seguinte, quando o juiz disse:
- Antes da sentença, terá que catar os pedaços de papel que espalhou ontem...!
- Não posso fazer isso, meritíssimo...! respondeu o homem
- O vento deve tê-los espalhados por tudo quanto é lugar e já não sei onde estão...!

Ao que o juiz respondeu:
- Da mesma maneira, um simples comentário que pode destruir a honra de um homem, espalha-se a ponto de não podermos consertar o mal causado...
e, continuou:

- Se não se pode falar bem de uma pessoa, é melhor que não se diga nada...

SEJAMOS SENHORES DE NOSSA LINGUA,  PARA NÃO SERMOS,
ESCRAVOS DE NOSSAS PALAVRAS !...
NO MUNDO SEMPRE EXISTIRÃO PESSOAS QUE VÃO TE AMAR PELO QUE VOCÊ É...
E, OUTRAS QUE VÃO TE ODIAR PELO MESMO MOTIVO. ACOSTUME-SE !...
QUEM AMA NÃO VÊ DEFEITOS... QUEM ODEIA NÃO VÊ QUALIDADES...
E, QUEM É AMIGO... VÊ AS DUAS COISAS !...

Preste Atenção em seus PENSAMENTOS,
pois eles se tornarão PALAVRAS.
Preste Atenção em suas PALAVRAS,
pois elas se tornarão ATOS.
Preste Atenção em seus ATOS,
pois eles se tornarão HÁBITOS.
Preste Atenção em seus HÁBITOS,
pois eles moldarão seu CARÁTER.
Preste Atenção em seu CARÁTER,
pois ele determinará seu DESTINO...!
Mesmo que haja contrariedades ou adversidades, lute...
Supere tudo, e ...Tenha um BOM DIA
com muita Saúde e Deus no Coração !!!

Abraços de Paz...


terça-feira, 26 de março de 2013

                      VISÃO ESPÍRITA DA PÁSCOA
                 
Encontramo-nos, mais uma vez, na época da Páscoa. Páscoa é uma palavra hebraica que significa "libertação". Com o êxodo, a Páscoa hebraica significa a lembrança perene da libertação do povo hebreu da escravidão do Egipto, por Moisés.

Como cristãos, somos levados ao longínquo passado ao recordar a passagem de Jesus pela terra, a sua mensagem de perdão aos inimigos e de amor à humanidade inteira. Esta época tem para os espíritas um significado muito especial, pois lembra-nos que Jesus, vencendo a morte, nos transmitiu um ensinamento fundamental: o de que a vida continua para além do corpo físico, pois ele fez questão de aparecer aos apóstolos e a Maria de Magdala, após o sepultamento.

Mas, aqui existe diferença substancial entre as religiões cristãs e o espiritismo – a crença na ressurreição de Jesus.

Para nós, espírita, Jesus ressurgiu no seu corpo perispirítico ou espiritual e não com o corpo físico, esse já em decomposição, com danos irreversíveis no cérebro ao fim de pouco tempo, de acordo com a ciência.

As Igrejas cristãs continuam defendendo a ideia de que o Cristo subiu aos Céus em corpo e alma, e de que o mesmo sucederá a todos os “eleitos” no chamado juízo final”.

A doutrina espírita, defensora da lógica e do bom-senso refuta essa teoria, pela impossibilidade física de seres que já faleceram ao longo dos séculos terem os respectivos corpos reconstituídos nas suas estruturas orgânicas no dia do juízo final.


 Poder-se-ia argumentar que a Deus nada é impossível, mas porque iria Ele derrogar as suas próprias leis naturais, recorrendo a milagres?! 

Para mostrar o Seu poder aos homens? 

Mas Deus apenas é. Nada precisa de provar.

Simultaneamente, tal ideia é contra qualquer noção de justiça e de moral, pois mais justa será sempre a concessão ao homem duma nova oportunidade de renascimento, tantas vezes quantas as necessárias, de modo a que este tenha a possibilidade de corrigir os erros cometidos e de evoluir no aprendizado intelecto-moral, de modo a alcançar novos patamares de crescimento, rumo à perfeição.

É pela lei dos renascimentos,
que o homem se aproxima de Deus: ao nascer de novo, criam-se as condições de igualdade de oportunidades para todos os espíritos e cumprem-se as palavras de Jesus: em verdade vos digo que ninguém verá a luz dos céus, se não nascer de novo”.

Outro aspecto que desde sempre nos foi transmitido pela religião judaico-cristã tradicional é a noção da culpa. Jesus sofreu o processo da crucificação para nos “salvar” dos nossos pecados, cometidos desde Adão e Eva. 


comemora-se com procissão na Sexta-Feira Santa, simulacro que nos assusta desde tenra idade, do enterro de Jesus, realizada à noite, com todo o aparato e negrume necessários à manutenção da nossa culpa”.

Para os espíritas, que não possuem rituais, nem proibições de comidas ou de trabalho, a Páscoa é a época de lembrar mais uma vez a necessidade da libertação do homem velho”, no dizer de Celso Martins para que, refletindo no exemplo de Jesus, possa nascer oHomem Novo”.

Em vez de nos agarrarmos às exterioridades das celebrações pascais, aproveitemos esta época para tentarmos mudar alguns dos nossos hábitos, ser menos egoístas, mais caridosos e amigos com todos os que nos rodeiam. Essa a verdadeira mensagem que Jesus nos deixou e a certeza de que estará sempre ao nosso lado cuidando do nosso orbe e de cada um de nós, auxiliando-nos no reerguimento, após cada uma de nossas quedas.

Comemore, então, meu amigo, uma
outra Páscoa. Não a do chocolate ou a do sofrimento, mas a sua Páscoa, a da sua “libertação”, refletindo na sua transformação interior, a Páscoa da valorização da própria vida na certeza da imortalidade.


sábado, 23 de março de 2013





                                          OBSERVE SEU CAMINHAR

É muito provável que você nunca tenha observado seu caminhar. É algo tão comum na sua vida que nunca mereceu sua atenção.

Ah! Como as minhocas, as cobras e outros seres rastejantes invejam seu caminhar.

Você não precisa nem mesmo pensar em caminhar, você simplesmente caminha. Você nunca precisou pensar em como fazê-lo, “vou mexer esta perna, depois a outra”. Não, é algo mágico. Você simplesmente sente vontade de fazê-lo e o faz.

Quando estiver caminhando, medite um pouco sobre esta dádiva e talvez seja levado a pensar sobre outras coisas aparentemente tão pequenas, que quase nunca damos importância, mas que são fundamentais, imprescindíveis, ao nosso bem-estar.

Pergunte àquele que não pode andar o quanto ele pagaria para obter o que nós temos de graça e não sabemos ainda valorizar.

Encha-se de alegria ao pensar nisto, sinta-se grato por ter tanto a agradecer e verá que as dificuldades do dia-a-dia se tornarão bem mais leves. Tiraremos de “letra” as chateações de fatos e pessoas.

Ah! Que maravilha que é poder caminhar, ir e vir, para lá e para cá. Instrumentos de nossa liberdade, locomoção, são o que são nossas pernas. Instrumentos os quais nós devemos louvar.

Se olharmos a fundo a grandeza da coisa, entenderemos sem fanatismo que tudo isto é sagrado. Tudo isto é mágico, é só imaginar o contrário.

É só nos imaginarmos sem pernas, presos, sem poder caminhar.

Mesmo que o carro que queremos e devemos trabalhar para obter ainda esteja distante, mesmo que as dificuldades ao nosso redor sejam grandes, lembremos destas Dádivas, e vamos, no mínimo, calar nossas lamúrias.

Mas se já conseguirmos enxergar, entender a magia da vida, como ela é bela e rica em nos acariciar com sua grandeza, muito mais fácil e prazerosa nossa jornada se tornará.

    Rodnei Moura - O Consolador

segunda-feira, 18 de março de 2013


Francisco de Assis, 
o amor em ação

Algumas fontes mediúnicas fazem menção de ter sido Francisco, em pretérita reencarnação, o apóstolo João Evangelista, que realmente, já naquela época, possuía o poder de amar 
Nasceu em Assis, Itália, em 26 de setembro de 1181, e desencarnou em 1226. 
Foi canonizado em 1228, dois anos após a sua morte, quando passou a ser considerado santo. 
Foi proclamado, em 1979, Santo Patrono dos Ecologistas, devido o fato de ter sido um grande admirador da natureza e pelo intenso e devotado amor aos animais. Poeta, cantava o Sol, a Lua e as estrelas.  Era alegre, terno, simples, amoroso, criatura de paz e de bem, auferindo estima, consideração e simpatia. Amava intensamente a Jesus e sua mãe Maria. Em 4 de outubro é comemorado o seu dia.  

Ainda jovem, penetrando em um templo católico, em ruínas, olhando para a imagem de Jesus, no altar, ouviu o mesmo dizer-lhe: -"Francisco, restaura minha casa decadente”. 
Tomando no sentido literal as palavras, iniciou um trabalho de reforma da pequena igreja, não assimilando, no momento, a transcendental mensagem profética do Cristo, a qual se referia ao estado lamentável em que se encontrava o cristianismo (”minha casa”), completamente distanciado do evangelho redentor, base primícia do vero cristianismo de Jesus. 
Em verdade, a decadência religiosa é observada sempre que o amor por excelência é desprezado em troca dos valores materiais. 
Francisco, denominado de “Il Poverello” (“O Pobrezinho”), foi homem simples e humilde, assim como o Cristo, a quem amava ardentemente.
 Foi um verdadeiro cristão, preocupado com o seu semelhante, totalmente dissociado do poder da vaidade e do orgulho. Recusava posses e, mesmo obrando no catolicismo, exonerou as ordens eclesiásticas e promoções sacras, nunca se tornando sacerdote. 
A restauração que o Mestre deseja é realizada em nosso interior, vivenciando a prática religiosa, sob a égide dos ensinamentos evangélicos,   sabendo  que  a   paz
espiritual (”salvação”) é conquistada, através do exercício diuturno do amor e da fraternidade, sem a preocupação de auferir vantagens pessoais. No cristianismo do Cristo, personificado por Francisco, não pode haver interesses de ordem financeira, “dando de graça o que de graça recebeste”
No cristianismo dos homens predomina o poder temporal, a exuberância dos templos religiosos e dos rituais, o mercantilismo, recriminado por Jesus, clamando que não fizessem da Casa do Pai um covil de ladrões (Mateus 21: 12-13), o dogmatismo, malbaratando a verdade que liberta e restringindo a essência espiritual a conceitos humanos superados. 
Francisco, dentre as três virtudes: a fé, a esperança e a caridade, ressaltou a caridade como a mais excelente 
“Il Poverello” praticou em todos os momentos o Evangelho do Mestre, dando de comer aos famintos, saciando os que tinham sede, hospedando os forasteiros, vestindo os nus, visitando os doentes e os presos (Mateus 25: 36). Vivenciou o amor em plenitude, obedecendo ao maior mandamento: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, sabendo que toda a lei e os profetas estão contidos nesse mandamento (Mateus 22: 36-40).
  
Francisco, dentre as três virtudes: a fé, a esperança e a caridade, ressaltou a caridade como a mais excelente, ratificando o ensino de Paulo (1ª Carta aos Coríntios, 13: 13). Ninguém como ele, realmente testificou que “fora da caridade não há salvação” (“OESE”, nº15: 8).
Mesmo sem ser religioso, foi outorgado por Jesus como salvo, merecendo a denominação de verdadeiro cristão, porque pela ação da vontade fez o bem.  
O “Santo de Assis”, de acordo com o Sermão do Monte (Mateus 5: 1-12), como pobre em espírito, tornou-se possuidor do Reino dos Céus; consolou os aflitos de todos os matizes; manso por excelência, com capacidade ampla de herdar a Terra; satisfeito por ter fome e sede de justiça; feliz por ser misericordioso, puro de coração e promovedor da paz. 
Todos os insultos recebidos, as calúnias arremessadas e as perseguições sofridas, por causa do trabalho com o Mestre, faziam dele um autêntico cristão, merecendo a devida recompensa na dimensão espiritual.  
Algumas fontes mediúnicas fazem menção de ter sido Francisco, em pretérita reencarnação, o apóstolo João Evangelista.
 Realmente, naquela época, já possuía o poder de amar em exuberância, daí ter sido denominado “discípulo amado”, já que o Cristo amava a todos sem distinção. O que fazia a diferença era o fato de João ter sido o mais evoluído dos discípulos.
O evangelista esteve presente em todos os acontecimentos importantes relacionados ao Mestre, inclusive no momento crucial da crucificação. Na última ceia, ficou assentado ao lado do Cristo, em posição privilegiada (em seus últimos momentos na carne, Francisco pediu para lerem os textos evangélicos correspondentes à Última Ceia).  
Francisco de Assis, como João Evangelista, foi um dos excelsos benfeitores espirituais da codificação  
Foi responsável pela vida de Maria, após a desencarnação de Jesus (esse pormenor talvez elucide a adoração extrema de Francisco de Assis à mãe do Mestre, com quem viveu momentos muito difíceis, vivendo a personalidade do evangelista junto à crucificação).  
Quando era necessário o concurso mediúnico, o Cristo o convocava junto com Pedro e Tiago (o santo de Assis era portador de diversos dons mediúnicos). 

Participou ativamente do colégio apostólico, sendo o último a morrer. Cinco dos livros do Novo Testamento foram de sua lavra: o Quarto Evangelho, três epístolas e o Apocalipse. 
Segundo o próprio João, Jesus afirmara que o evangelista estaria vivo, isto é, atuante, na época da volta ostensiva do Cristo à humanidade, o que não aconteceria com os outros discípulos (João 21:21-23).  

Realmente, o Consolador Prometido (Codificação Espírita), surgindo na França, recebeu a bênção de ter como um dos seus maiores instrutores, exatamente, João Evangelista. 
O nome de batismo de Francisco era Giovanni di Pietro Bernardone (João Bernardone). Portanto, recebeu de sua mãe, agindo por intuição, o nome de João, o qual, posteriormente, foi substituído pelo pai por Francisco, em homenagem à França. Em Assis, o menino ficou conhecido como Francisco, ou seja, o "pequeno francês". 
Francisco de Assis, tendo sido João Evangelista, foi um dos excelsos benfeitores espirituais da codificação, sistematizada por Allan Kardec, e deixou-nos algumas mensagens bem profundas, como a publicada na Revista Espírita de dezembro de 1864 (Sessão Comemorativa na Sociedade de Paris): (...) “O amor é a lei do Espiritismo; ele dilata o coração e faz amar ativamente aqueles que desaparecem na vaga penumbra do túmulo. O Espiritismo não é um som vão, caído dos lábios mortais e que um sopro leva; é a lei forte e severa que proclamou Moisés no Monte Sinai, a lei que afirmaram os mártires ébrios de esperança, a lei que discutiram os filósofos inquietos, e que, enfim, os Espíritos vêm proclamar. 

Espíritas! O grande nome de Jesus deve flutuar, como uma bandeira, acima de vossos ensinamentos. Antes que fôsseis, o Salvador trazia a revelação em seu seio, e a sua palavra, prudentemente medida, indicou cada uma das etapas que percorrereis hoje. 
Os mistérios desabaram ao sopro profético que abala as vossas inteligências, como outrora as muralhas de Jericó”.  
A Oração da Paz, conhecida internacionalmente e atribuída a Francisco de Assis, é de origem desconhecida 
Na Revista Espírita de 1863, o apóstolo João enfatiza que “chegou a hora em que o Espiritismo deve rejuvenescer e vivificar a própria essência do Cristianismo”. Assim ele procedeu, quando vivenciou a personalidade firme e resoluta de Francisco de Assis. 
A Oração da Paz, conhecida internacionalmente, foi atribuída a Francisco de Assis. 
Contudo, sua origem é desconhecida, tendo sido escrita, primeiramente, em 1912, em um boletim espiritual publicado em Paris. Depois, em 1916, em Roma, surgiu uma folha, trazendo estampadas a oração e uma imagem do santo.
 Embora a obra capte o espírito do santo e o seu texto pareça ser dele, não foi encontrada nos seus pertences e não é de sua autoria. 
Sendo, portanto, anônima, acreditamos que sua fonte é espiritual, tendo sido composta, por via mediúnica, por ele próprio ou por um de seus seguidores
.
Francisco de Assis, através da mediunidade de Chico Xavier, deixou a seguinte mensagem, em 17 de agosto de 1951, em Pedro Leopoldo, MG.: (...) “O calvário do Mestre não se constituía tão-somente de se­cura e aspereza... Do monte pedregoso e triste jorravam fontes de água viva que dessedentaram a alma dos séculos. 
E as flores que desabrocharam no entendimento do ladrão e na angústia das mulheres de Jerusalém atravessaram o tempo, transformando-se em frutos abençoados de alegria no celeiro das nações. 
Colhe as rosas do caminho no espinheiro dos testemunhos...
 Entesoura as moedas invisíveis do amor no templo do coração!... Retempera o ânimo varonil, em contato com o rocio divino da gratidão e da bondade!... Entretanto, não te detenhas. Caminha!... É necessário ascender. 
Indispensável o roteiro da elevação, com o sacrifício pessoal por norma de todos os instantes. 
Lembra-te, Ele era sozinho! Sozinho anunciou e sozinho sofreu. Mas erguido, em plena solidão, no madeiro doloroso por devotamento à humanidade, converteu-se em Eterna Ressurreição. 
Não tomes outra diretriz senão a de sempre. Descer, auxiliando, para subir com a exaltação do Senhor. Dar tudo para receber com abundância. 
Nada pedir para nosso EU exclusivista, a fim de que possamos encontrar o glorioso NÓS da vida imortal. Ser a concórdia para a separação. Ser luz para as sombras, fraternidade para a destruição, ternura para o ódio, humildade para o orgulho, bênção para a maldição... 
Ama sempre. É pela graça do amor que o Mestre persiste conosco, mendigos dos milênios, derramando a claridade sublime do perdão celeste onde criamos o inferno do mal e do sofrimento.” 
O Evangelho é o nosso Código Eterno e Jesus é
o nosso Mestre imperecível 
“Quando o silêncio se fizer mais pesado ao redor de teus passos, aguça os ouvidos e escuta. A voz Dele ressoará de novo na acústica de tua alma e as grandes palavras, que os séculos não apagaram, voltarão mais nítidas ao círculo de tua esperança, para que as tuas feridas se convertam em rosas e para que o teu cansaço se transubstancie em triunfo. 
O rebanho aflito e atormentado clama por refúgio e segurança. Que será da antiga Jerusalém humana sem o bordão providencial do pastor que espreita os movimentos do céu para a defesa do aprisco?  
É necessário que o lume da cruz se reacenda, que o clarão da verdade fulgure novamente, que os rumos da libertação decisiva sejam traçados. A inteligência sem amor é o gênio infernal que arrasta os povos de agora às correntes escuras e terrificantes do abismo. 

O cérebro sublimado não encontra socorro no coração embrutecido. 
A cultura transviada da época em que jornadeamos, relegada à aflição, ameaça todos os serviços da Boa Nova, em seus mais íntimos fundamentos. Pavorosas ruínas fumegarão, por certo, sobre os palácios faustosos da humana grandeza, carente de humildade, e o vento frio da desilusão soprará, de rijo, sobre os castelos mortos da dominação que, desvairada, se exibe, sem cogitar dos interesses imperecíveis e supremos do espírito. 
É imprescindível a ascensão. A luz verdadeira procede do mais alto e só aquele que se instala no plano superior, ainda mesmo coberto de chagas e roído de vermes, pode, com razão, aclarar a senda redentora que as gerações enganadas esqueceram. 
Refaze as energias exauridas e volta ao lar de nossa comunhão e de nossos pensamentos.
 O trabalhador fiel persevera na luta santificante até o fim.
 O farol do oceano irado é sempre uma estrela em solidão. Ilumina a estrada, buscando a lâmpada do Mestre que jamais nos faltou.  

Avança... Avancemos... 

Cristo em nós, conosco, por nós e em nosso favor, e o Cristianismo que precisamos reviver à frente das tempestades, de cujas trevas nascerá o esplendor do Terceiro Milênio.  
Certamente, o apostolado é tudo. A tarefa transcende o quadro de nossa compreensão. 
Não exijamos esclarecimentos. Procuremos servir. Cabe-nos apenas obedecer até que a glória Dele se entronize para sempre na alma flagelada do mundo. 
Segue, pois, o amargurado caminho da paixão pelo bem divino, confiando-te ao suor incessante pela vitória final.  
O Evangelho é o nosso Código Eterno. Jesus é o nosso Mestre Imperecível. Subamos, em companhia Dele, no trilho duro e áspero. 
Agora é ainda a noite que se rasga em trovões e sombras, amedrontando, vergastando, torturando, destruindo...  
Todavia, Cristo reina e amanhã contemplaremos o celeste despertar.” 


 o cnsolador 128 - Américo Domingos Nunes Filho

quinta-feira, 14 de março de 2013


As novas formações
familiares

Há cerca de 20 anos, ocorreu numa casa espírita fluminense o seguinte episódio: um expositor fazia uma palestra sobre família. 

Em dado momento, ele disse que se há só a mãe e o filho, não é uma família. 

Faltava um elemento: o pai. Por isso, mãe e filho não bastavam para formar uma família. 

No momento em que ele dizia isso, uma moça, mãe solteira que ia a um centro espírita pela primeira vez, entrava para assistir à palestra e ficou em pé, olhando para ele, extremamente incomodada com o que ouvira.

E com toda razão. Afinal, ela e o filho, se não eram uma família, seriam o que, então? 

Semanas depois, num treinamento interno, esse e todos os outros expositores foram devidamente orientados a não fazer esse tipo de comentário. 
Afinal, a ausência da figura paterna não desqualifica uma família. O tempo passou, e pesquisas recentes traduzem em dados o que todos já sabem: o perfil da família mudou. 

O educador e expositor espírita Álvaro Chrispino, em um seminário intitulado “O Espírita do século 21”, chama atenção, entre outros tópicos, para a necessidade de o espírita estar cada vez mais preparado para receber famílias comandadas por mães solteiras e pais solteiros, crianças criadas por avós, casais homossexuais que levam uma vida digna e resolveram adotar uma criança... 

Durante muito tempo, nos acostumamos a crer que família são pai, mãe, filhos e demais parentes. 

Quando muitos casais começaram a se separar e outras tantas pessoas (mulheres e homens) optaram por ter filhos sozinhas, pensou-se: – Meu Deus, a família acabou! 

Ledo engano. O conceito de família é que está se ampliando. 

A “Revista O Globo”, de 12 de outubro de 2008, traz, em reportagem de capa, a história do médico Sérgio D’Agostini, um bem-sucedido homem solteiro de 43 anos, morador da Zona Sul carioca. Sérgio adotou um menino recém-nascido, filho de uma moradora de rua, portador de várias doenças herdadas dos pais. 

Em três tempos, pôs a vida do garoto em dia, mas pôs a sua de cabeça para baixo e descobriu a saudável rotina de ser pai solteiro. 

A reportagem cita, ainda, que já havia 80 homens solteiros na fila da adoção. Homens que têm todo o direito de serem chamados de família quando estiverem cuidando de seus filhos adotivos. 

A pergunta 775, de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, diz: “Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família?”. 
Resposta: “Um agravamento do egoísmo.” Veja bem, laços de família. 

Há mais de uma forma de dar esse laço firme. 

E achar que só existe um tipo de família (pai, mãe e filhos) e torcer o nariz para quem não se enquadra nesse padrão é contribuir para o agravamento do egoísmo.   

Casamentos entre homem e mulher com nascimento de filhos sempre haverá. E fazemos votos que sejam casamentos felizes. Mas o andar da carruagem humana está mostrando que há outros modelos de família. 

E se há, é porque pessoas que não se enquadram naquilo que se convencionou como padrão querem ser solidárias, dar amor, conduzir uma criança pela vida..

Como fazemos parte da grande família humana, ajudemos para que essas novas formações familiares sejam bem acolhidas na casa espírita. 

Marcelo Teixeira é expositor espírita, dirigente do departamento de divulgação da União Municipal Espírita de Petrópolis (Umep), jornalista e publicitário.

Revista O consolador - 131