domingo, 15 de dezembro de 2013

                                            O SENTIDO D NATAL

Um homem deixou para fazer suas compras de Natal no último instante.

 Nas ruas o vai-e-vem da multidão apressada. Ele, entre esbarrões, comprando aqui e ali. 

De súbito, pula um moleque à sua frente pedindo, quase implorando para que ele comprasse duas canetas para ajudá-lo. 

Nervoso, ele manda o garoto sair da frente. Apressou o passo e só parou, quando percebeu que havia ganho certa distância do garoto.


Foi à loja de brinquedos e é mal atendido. A balconista, exausta e irritada, vende descortesias e ele prontamente deu o troco.

Ao voltar para casa, guiou o carro como se estivesse à frente de um exército inimigo, queixando-se sistematicamente de todos os que atravancavam o seu caminho.

Quando chegou enfim, mal-humorado, seu filho caçula recebeu-lhe com a ansiedade dos que aguardam uma notícia.

 A sala estava iluminada, em clima de festa. Sentindo a paz doméstica, recordou a sua vergonhosa performance naquela maratona de véspera de Natal. 

E observando a alegria de seu filho diante dos embrulhos coloridos, reviu arrependido a expressão tristonha da criança que tentou vender-lhe duas canetas . . .

Contou este fato a um amigo.

 Este, porém, disse-lhe:
- Meu amigo, você não entendeu o sentido do Natal.

 Esta comercialização é lamentável que, sob indução da propaganda, transforma o ato de presentear numa obrigação. 

Há quem se ofenda se não recebe algo dos familiares. É bom presentear, nos dá alegria. É sempre um gesto de carinho, uma manifestação de bem-querer. 

Mas, o ideal seria que não houvesse tempo certo para isso, tira muito a espontaneidade do gesto e a magia da dádiva.

 Porém, é sempre bom lembrar que nos reunimos para celebrar o nascimento de Jesus. 

E que Este, só renascerá, quando nos dispusermos a vivenciar integralmente sua mensagem.

 Portanto, amigo, vivencie o Natal amando ao próximo, fazendo aos outros o que gostaria que os outros lhe fizessem, porque tudo que fizermos ao menor de nossos irmãos, é ao "aniversariante" que estaremos fazendo.

 Este é o verdadeiro sentido do Natal. 

Mas lembre-se amigo, não espere o próximo Natal para consertar . . .

Envergonhado, o homem concordou com o amigo.
Muitos de nós nos comportamos como o homem da história. 

Por isso, na comemoração do nascimento de Jesus, que haja alegria, pois a lembrança do Cristo já é por si um estímulo espiritual a reflexões mais profundas; que se promovam festas na família, nas instituições ou nos ambientes de nossa convivência, mas que a alegria tenha um sentido mais elevado, não deixemos nos desvirtuar pelos desperdícios e pelos abusos que comprometem o corpo e o espírito. 

Procuremos “cristianizar” o Natal, ou seja, que as pessoas não se preocupem somente com a festa, com a comida, com os presentes, porque a festa não é do Papai Noel, é de Jesus.

 E quem deveria receber presentes é o aniversariante.

Então, perguntemos: “Que presente daremos à Jesus?”

Se ficarmos em dúvida, procuremos no Evangelho um pedido Dele para nós.

GRUPO DE ESTUDOS ALLAN KARDEC



sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

AMOR AOS ANIMAIS
COMO ESTAMOS AGINDO COM ELES

Em fevereiro de 2012, o jornal Daily Mail noticiou que uma australiana, chamada Nicole Graham, e sua filha passeavam em dois cavalos numa praia em Melbourne, na Austrália, quando caíram em um atoleiro semelhante à areia movediça.


Nicole conseguiu se arrastar na lama para ajudar a filha e um dos animais mas, o cavalo chamado Astro, que montava, acabou ficando preso.

Sua filha saiu em busca de socorro. Nicole estava segura e poderia se manter fora do atoleiro, mas não o fez.

Percebeu que quanto mais seu estimado animal se movimentava, na tentativa de levantar, mais seu corpo submergia.

Sentou-se, então, ao lado dele tentando acalmá-lo. Nesse momento quase todo o corpo do animal se encontrava soterrado.

Correndo risco de morte e com o corpo parcialmente coberto pela areia, Nicole permaneceu por três horas com os braços ao redor da cabeça do cavalo, tentando mantê-la erguida, de modo que ficasse para fora da lama até o socorro chegar.

À medida que o tempo passava, o animal corria também risco de afogamento, pois estava à beira-mar e o nível da água subia rapidamente, ao redor do ponto onde ele estava atolado.

Numa cena emocionante de desespero e solidariedade, aquela mulher arriscou a própria vida para salvar a do animal. Demonstrou o quanto o ser humano é capaz de amar a Criação Divina.

Ela não abandonou seu cavalo enquanto ele não foi salvo.

Minutos antes da água tomar conta do local, as equipes de resgate conseguiram tirar Astro da lama.
* * *
É dever do ser humano respeitar e proteger todas as formas de vida.

Os diversos animais que rodeiam nossa existência, no planeta Terra, são também criaturas de Deus e devem ser considerados como irmãos menores.

Podemos nos servir deles sempre que necessário, mas nenhum direito é em si ilimitado.

Eles não estão no mundo com a única finalidade de serem úteis aos homens e devemos ter consciência de que o exercício abusivo de qualquer direito é sempre reprovável.

Deus colocou os animais sob nossa guarda. Temos, portanto, o dever de protegê-los.

As pessoas que amam e cultivam a convivência com os animais, se observarem com atenção, verificarão que várias espécies são portadoras de qualidades que consideramos humanas.

São capazes de ter paciência, prudência, vigilância, obediência e disciplina. 
Demonstram, muitas vezes, sensibilidade, carinho e fidelidade.

Têm sua linguagem própria, seus afetos e sua inteligência rudimentar. 
Dão-nos a ideia de que quanto mais perto se encontram das criaturas humanas, mais se lhes assemelham.

Na convivência com esses seres, devemos estabelecer o limite entre o que é realmente necessário e o que é supérfluo.

Quando estiverem sob nossos cuidados ofereçamos-lhes alimentação adequada, afeto, condições básicas de higiene e tratamento para a saúde sempre que necessário.

Reflitamos sobre como temos agido em relação a esses companheiros de jornada.

Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O Bullying é a antítese do 
que Jesus nos ensina 
em seu Evangelho


Apesar de recebermos uma avalanche de más notícias todos os dias através dos meios de comunicação, temos visto que ultimamente boa parte das pessoas vem tentando resgatar valores morais até então esquecidos, em busca da qualidade nos relacionamentos e de uma melhor convivência em todos os âmbitos, seja na família, no trabalho, em sociedade e, principalmente, esta revisão de conceitos vem ocorrendo na escola.


A letargia moral que vinha envolvendo a sociedade, que destaca mais o verbo “ter” no lugar do “ser”, parece finalmente ceder por ter chegado a um ponto insuportável, infelizmente, causando efeitos colaterais em nossas crianças e adolescentes. 

De forma mais impactante neste ano, a imprensa trouxe à tona a questão do Bullying, que é definido como atos agressivos feitos de forma verbal ou física, repetidamente contra crianças e adolescentes, por parte de uma ou mais pessoas.

As vítimas são quase sempre obesas, tímidas, não afeitas à prática de esportes, podendo portar deficiências visuais ou físicas, e na grande maioria dos casos não há motivo que justifique as agressões.

 O Bullying é a coação, a intimidação, a manipulação e domínio do mais forte sobre o mais fraco fisicamente ou aquele que não apresente resistência. 

Os agressores são crianças e adolescentes que não receberam limites, que desde muito cedo apresentam um perfil dominador e agressivo, que em muitos casos apenas espelham a convivência conturbada dentro de suas famílias, pois o aprendizado do ser humano é dado também pelos exemplos que eles recebem.

Os especialistas apontam o Bullying com suas bases fincadas na intolerância e no desrespeito às diferenças, e por isto podemos dizer que ele é a antítese do que Jesus nos ensina no Evangelho, e que está na contramão do “amai-vos uns aos outros”.

 Numa das muitas reportagens que tenho visto, ouvi uma jornalista fazer o comentário interessante de que “este problema tem mostrado que a criança não é tão inocente e imaculada como pensávamos”.

 O Espiritismo trata a questão elucidando-nos que a criança é um Espírito que viveu muitas experiências em outras vidas, e que, apesar de estar vestindo hoje um corpo infantil, essas experiências podem influenciar os atos do presente, ainda mais quando não recebe uma educação adequada.

Allan Kardec, com todo o seu cabedal de conhecimentos e, especialmente, pelo fato de ter sido um adepto dos métodos de educação de Pestalozzi, nos deu orientações importantíssimas quanto ao tratamento que devemos dar a elas.

 Em O Livro dos Espíritos, questão 383, ele pergunta qual a utilidade de se passar pela infância, e a resposta dos Espíritos é clara:

 “encarnamos para nos aperfeiçoar, pois neste período estamos mais acessíveis, no qual devem contribuir aqueles que são os encarregados da educação das crianças”. 

A importância da educação aplicada de forma mais ampla visa não somente esta vida, mas a evolução espiritual dos seres.

Pais, avós e professores formam este grupo de encarregados.

 Principalmente os pais, que não podem deixar estes Espíritos que vêm em forma de filhos entregues simplesmente às mãos de funcionários, ou sob a estranha tutela da televisão e de jogos eletrônicos.

 Com a vida moderna muitas vezes o tempo é material escasso, mas temos de dar qualidade ao tempo que se passa junto. 

Em tantos casos a família vive sob o mesmo teto, divide a mesma mesa e o sobrenome, mas os seus membros não se conhecem, porque falta o fundamental que é o diálogo, e somente ele pode aproximar as pessoas e fazê-las compartilhar sentimentos e ideias.

Os encarregados da educação desses Espíritos devem estar atentos às tendências que eles apresentam desde cedo. 

Incentivando os pontos positivos e fazendo-os refletir sobre os pontos negativos de sua personalidade, a fim de estarem convencidos da necessidade de melhoramento.

 E o momento adequado para essa reflexão é o Evangelho no Lar, em que a família se reúne para estudar as palavras do Cristo – que é o médico das almas. 

A criança precisa participar do Evangelho e habituar-se à evangelização na Casa Espírita, pois assim terá acesso a valores morais e espirituais que serão semeados em seus corações para sempre.

Eurípedes Barsanulfo nos deu a receita de educarmos nossas crianças dando a elas a visão de que são Espíritos eternos, e que devem viver focando em primeiro lugar as coisas espirituais.

 Espíritos que se utilizam de um corpo material temporariamente, mas que não se resumem a esse corpo. Se aprenderem isso, elas saberão lidar com as diferenças e não receberão o triste rótulo de autores de Bullying. 

Se apresentarmos a elas Jesus como o nosso melhor exemplo, não terão heróis da violência a seguir. Se apresentarmos Jesus de maneira viva e atual, elas irão entender a lei da semeadura e compreenderão a responsabilidade que têm diante de seus atos, descobrindo seus direitos e também seus deveres, fazendo aos outros o que gostariam que fizessem a eles.

Esta é uma visão que leva a criança a conhecer e exercitar os pontos positivos de sua personalidade, e, da mesma forma, joga luz sobre as suas más tendências, não as sufocando simplesmente, porém, trabalhando-as na chamada reforma íntima, que quanto antes iniciar será melhor para o Espírito e para todos que convivem com ele.

 Se ficarmos protelando e não tratarmos essas más tendências, na adolescência, que é uma fase de eclosão dos sentidos, nossas crianças serão como carros desgovernados em plena ladeira. 

Quando os pais ignoram as más tendências dos filhos, eles poderão manter uma falsa aparência em casa, mas quando estiverem longe poderão dar vazão a elas com atitudes reprováveis como o Bullying.

Espíritos que se encontram na fase da infância estão totalmente receptivos, abertos ao aprendizado, e é nesse período que o Evangelho deve ser apresentado de forma lúdica, por meio de brincadeiras e exemplos do dia-a-dia. 

As crianças precisam ser estimuladas a sentir empatia, ou seja, a saírem do seu mundo particular e vislumbrarem as experiências das outras pessoas, porque, quando se identificarem com os seus semelhantes, aprenderão mais facilmente lições de respeito, fraternidade e amor.

O problema do Bullying ganhou contornos altamente nocivos e tem incomodado a pessoas no mundo todo.

 O Bullying de forma alguma é brincadeira de criança. Os seus resultados podem ser em curto prazo a somatização dos medos através de mal-estar físico como dor de cabeça, de estômago e diarreia. A médio e longo prazo as vítimas podem apresentar desinteresse pela escola, depressão, pânico e fobia social. 

Em casos mais graves podem ocorrer suicídios e homicídios.

Parte das vítimas cresce e supera o Bullying com o chamado “efeito elástico”, que é a capacidade de ser testado ao limite e não ter a sua constituição emocional alterada, mas grande parte delas levará traumas e inseguranças para o resto de suas vidas.

 Assim como pensamos nas vítimas, devemos pensar nos agressores que chegarão à fase adulta dotados dessa carga de violência e desrespeito, desprovidos de limites e valores morais que são essenciais à evolução como cidadãos e Espíritos que também o são.

Nos Estados Unidos, o presidente Barack Obama chegou a fazer um pronunciamento em favor da campanha contra o Bullying, que vem suscitando a criação de leis nos mais diversos países.

No Brasil, o Estado de Santa Catarina é atualmente o único com lei específica para isso, fazendo com que quem pratica essa forma de violência seja punido.

O Conselho Nacional de Justiça lançou no final de outubro uma Cartilha de Combate ao Bullying, que já vem sendo distribuída em todas as escolas da rede pública e particular, além dos órgãos de proteção ao menor.        
Apesar de todos os esclarecimentos, ainda há muita gente que considera um exagero o posicionamento da justiça e até mesmo as campanhas, insistindo que o Bullying é inofensivo, mas antes de qualquer coisa é preciso perguntar como se sentem as crianças e adolescentes que são alvo disso. 

Devemos lembrar que, por causa do rigor, algumas leis, como a de combate ao racismo, a de proteção à mulher, e, especialmente, a que regulamenta o pagamento de pensão alimentícia no Brasil, ainda recebem críticas por apresentarem uma determinada rigidez, o que é devido à negligência cometida durante anos por muitas pessoas.

Todas estas características são inerentes a um planeta de provas e expiações, e o cenário dos relacionamentos somente mudará na proporção em que o homem mudar o seu cenário interno, no dia em que descobrir e trabalhar os seus sentimentos, passando a ter como objetivo principal a prática do bem.

Juliane Demarchi - O Consolador

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013



Alcoolismo juvenil: uma omissão familiar

“Não se educa sendo deseducado. Não se disciplina sem estar disciplinado.” (Amélia Rodrigues, no Livro “Sementeira da Fraternidade”, de Divaldo P. Franco.)


Cresce no meio jovem o consumo de bebidas alcoólicas.

Bares, restaurantes, lanchonetes, clubes sociais, avenidas estão repletas de jovens que, displicentemente, fazem uso, em larga escala e abertamente, das bebidas deletérias e nocivas que não só desfiguram e arrasam o corpo como agridem e violentam o caráter.

Contra outros tipos de tóxicos levanta a sociedade, mesmo que palidamente, no combate, nem sempre eficaz, mas o álcool, esse “veneno livre”, campeia à solta, e quase sempre apoiado por grandes e bem produzidas campanhas de mídia e aceito com naturalidade por nós.

Tomar um “gole” ainda hoje, em pleno século XXI, quando o homem já foi à lua, passeou com um robô de controle remoto em marte e avança esplendidamente em todos os setores da ciência, inclusive em conhecimentos de medicina, é um ato de afirmação do jovem, como sinônimo de que ele já começa a adentrar o sonhado mundo dos adultos. Puro engano.

Pena que a sua visão de vida e os seus objetivos na existência, muito acanhados, não lhe permitam identificar, também por falta de conscientização que o adulto não lhe deu, o abismo em que está mergulhando.

Uma organização infanto-juvenil, em formação, sem dúvida, com ingestão de álcool não poderá possuir a saúde que teria se evitasse o consumo de tão corrosiva substância. Isso, evidentemente, sem citar os estragos morais da personalidade.

Mas o problema é muito sério e de uma gravidade sem contas.

Temos sim, necessidade de maior participação de nossas autoridades constituídas, que muitas vezes laboram com grandes deficiências de material humano e de equipamentos, ante a situação caótica em que vive a sociedade.

Precisamos também que o comércio de bebidas alcoólicas não venda essa “tragédia engarrafada ou enlatada” aos menores.

No entanto, a solução só virá com a devida conscientização da família. Não haverá outro meio e nem outros mecanismos que evitem a derrocada da grande maioria dos nossos jovens.

Já foi dito que a criança ou o jovem imitam o adulto, isso significa dizer que se o jovem está utilizando o álcool foi porque viu o adulto fazê-lo.

E o que é mais grave, esses jovens, em grande escala, consomem bebidas junto com seus pais, em clima de festa, de euforia mesmo. Lamentável.

Indiscutivelmente, pais que consomem álcool não têm moral para impedir que os filhos o façam. Não terão autoridade para dizer que faz mal à saúde física e ao caráter, pois que são escravos do vício.

É triste, muito triste mesmo, identificar que muitos alcoólatras que afirmam não sê-lo, escondem-se atrás das bebidas sociais, sim, aquelas que se consomem nas rodas da sociedade. O alcoólatra não é somente aquele que se estende numa sarjeta, mas é todo consumidor de álcool.

Dolorosa realidade a do alcoolismo juvenil; mais dolorosa ainda é constatar, sem qualquer equívoco, a omissão da família. Esses pais, indiferentes e descuidados, estimulam ou se omitem hoje, para, provavelmente, chorarem amanhã, quando dificilmente haverá tempo para reparos.

Os nossos jovens precisam muito mais do que roupas da moda, carros do ano, motos envenenadas, escolas de alto nível, médicos especializados. Eles precisam de educação, que só virá através dos exemplos dos adultos, especialmente dos adultos com quem convivem.

O jovem que se dá ao consumo de bebidas alcoólicas é vítima, muito frequentemente, vítima da omissão familiar.

Portanto, pouco vai adiantar instituição de leis, normas, fiscalizações se entre as paredes do lar a indiferença continuar.

Alcoolismo juvenil: a família precisa acordar.



sábado, 7 de dezembro de 2013

O centésimo macaco

O propósito deste tema é levá-lo a uma reflexão de nossas atitudes face aos acontecimentos diários da caminhada humana, especialmente diante das tragédias humanas. Buscamos a reflexão em uma realidade muito curiosa que se passou com uma espécie de macaco japonês (Macaca Fuscata), espécie observada há mais de trinta anos em estado natural.


No ano de 1952 cientistas japoneses jogaram batatas-doces cruas nas praias da ilha de Kochima para os macacos. 
Eles apreciaram o sabor das batatas-doces, mas acharam desagradável o da areia.

 Uma fêmea de um ano e meio, chamada Imo, descobriu ao acaso (?) que lavar as batatas num rio próximo resolvia o problema. E ensinou o truque à sua mãe. Seus companheiros também aprenderam a novidade e a ensinaram às respectivas mães.

Aos olhos dos cientistas, essa inovação cultural foi gradualmente assimilada por vários macacos. Entre 1952 e 1958 todos os macacos jovens aprenderam a lavar a areia das batatas-doces para torná-las mais gostosas. Só os adultos que imitaram os filhos aprenderam este avanço social. 

Outros adultos continuaram comendo batata-doce com areia (mesmo no reino animal existe a indolência). 

Foi então que aconteceu uma coisa surpreendente. No outono de 1958, na ilha de Kochima, alguns macacos – não se sabe ao certo quantos – lavavam suas batatas-doces.

Vamos supor que, um dia, ao nascer do sol, noventa e nove macacos da ilha de Kochima já tivessem aprendido a lavar as batatas-doces. Vamos continuar supondo que, ainda nessa manhã, um centésimo macaco tivesse feito uso dessa prática.

Então aconteceu! O acréscimo de energia desse centésimo macaco rompeu de alguma forma uma barreira ideológica!

Os cientistas observaram uma coisa deveras surpreendente: o hábito de lavar as batatas-doces havia atravessado o mar. Bandos de macacos de outras ilhas, além dos grupos do continente, em Takasakiyama, também começaram a lavar suas batatas-doces. 

Comprovaram que quando certo número crítico atinge a consciência, essa nova consciência pode ser comunicada de uma mente a outra.

O número exato pode variar, mas o Fenômeno do Centésimo Macaco significa que quando só um número limitado de pessoas conhece um caminho novo, ele permanece como patrimônio da consciência dessas pessoas. 

Mas há um ponto em que, se mais uma pessoa se sintoniza com a nova percepção, o campo se alarga de modo que essa percepção é captada por quase todos! Você pode ser o centésimo macaco! Pode fazer a diferença no seu meio.

Essa experiência nos proporciona uma reflexão sobre a direção de nossos pensamentos. De certo modo, já sabemos que para onde vai o nosso pensamento segue a nossa energia. Não foi sem razão e lógica que Jesus de Nazaré ensinou: “onde estiver o teu tesouro, aí estará o seu coração”.

Se tivermos grupos pensando e agindo numa mesma frequência em várias partes do Planeta, terão as mesmas sensações e acabarão fazendo as mesmas coisas sem nunca terem se comunicado. 

Isso vale tanto para aqueles que praticam o bem como para aqueles que usam de suas faculdades para o mal. O acréscimo de energia, neste caso, pode ser aquela que você está enviando com o seu pensamento sintonizado na frequência do crime noticiado que gera comoção geral.

Parece coincidência, mas sempre que um crime choca e comove multidões, de imediato outros fatos semelhantes pipocam em diversos lugares. Será isso o efeito do centésimo macaco às avessas? Houve a tragédia em Realengo-RJ e, dias depois, em um shopping na Holanda, um jovem adentra o recinto e dispara contra pessoas, matando cinco delas.

Ao invés de indignar-se diante do crime noticiado, direcionando inconscientemente seu pensamento e sua energia para essas pessoas ou grupos que se aproveitam dessa energia toda para materializar mais crimes, neutralize com pensamentos conscientes de amor e perdão. 

Mude de canal na TV, vire a página do jornal, saia da frequência e não alimente ainda mais a insanidade daqueles que tendem para o crime, e, também, daqueles que lucram com as desgraças alheias.

São todos igualmente insanos, tanto aquele que pratica o crime quanto aquele que esbraveja palavrões de indignação por horas diante das câmeras, criando comoção e levantando a energia que se materializará nas mãos daquele que está com a arma já engatilhada.

Gerar material para construir um mundo melhor não requer tanto de grandes ações, quanto essencialmente grandes blocos de consciência.

 É preciso que mais gente se sintonize na frequência e coloque aquele acréscimo de energia que pode gerar uma nova consciência em outros grupos em outras partes do Planeta.


Se cada um de nós dedicar alguns minutos todos os dias para meditar, entrando em sintonia com a frequência do amor, pois esta proporciona o equilíbrio, basta para mudar muitas coisas desagradáveis acontecendo em nosso Planeta e criar uma nova consciência.

Ensina o professor Moacir da Costa, da PUC Rio Grande do Sul: "Somente a conscientização do homem em relação à sua grandeza poderá pôr fim à violência, pois soluções violentas são parciais e de resultados muito pequenos e discutíveis, pois podemos matar o violento, com isso teremos um violento a menos, mas não teremos matado a violência, porque continuamos a não reconhecer a consciência e o valor da nossa vida interna".


"Portanto, sem reconhecer o valor da transformação nunca mudaremos a violência na sociedade. Estamos todos perdidos no fundo do quintal da Via Láctea, e necessitamos criar um mundo superior onde prevaleça a paz e a harmonia entre todos.

” Seja você também um “centésimo macaco”, claro, para o bem.

Valci Silva -  O Consolador
        

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

                                   “Eu quero morrer!"


“Francisco Teodoro, fabricante de casimiras notáveis, tivera vida próspera.

 Em 1914 surgiu a retração dos negócios. Devia o montante de oitocentos contos de réis. 
Defrontado por crise financeira esmagadora, não resistira às pressões. Escreveu pequena carta anunciado-se insolvável e disparou um tiro no crânio. 
Descobriu que a vida continuava... Agora, após 30 anos, depois de muito sofrimento, retornava à fábrica. 

Progresso enorme... À face da alteração na balança comercial do país, ante a grande guerra de 1914, o estoque de casimiras que acumulara, zelosamente, fora vendido, cinco dias após seus funerais, por quatro mil contos de réis, ou seja, quatro vezes mais o valor da dívida contraída que o levara a tirar a sua vida física. 

Ele apenas não soubera esperar...” (Adaptado do texto de Hilário Silva – A Vida Escreve – FEB.)

Hoje é possível obter um atendimento compreensivo, fraterno e solidário, através da internet.

 Voluntários do CVV - Centro de Valorização da Vida, desde março de 1962, atuam no Brasil salvando vidas.

 Assim como milhares de voluntários do mundo inteiro que, anonimamente, dedicadamente, corajosamente, salvam criaturas das garras da depressão, do medo e da solidão. Pelo telefone (14-3222-4111) ou pelo chat (www.cvv.org.br).

“... quão definitiva tem sido na vida de tantos a presença amiga e clara de voluntários, dedicados a uma causa: o amor e a preocupação com o próximo!” (Ator Tony Ramos, depoimento para o CVV.)

Por que tanta gente preocupada com o assunto suicídio? Campanhas financeiras, treinamento de voluntários, aperfeiçoamento de instrumentos, viabilização de novos meios de comunicação, tudo para evitar essa verdadeira desgraça ou ruína procurada às vezes de livre vontade.
 Sem falar em fé ou outros argumentos de ordem religiosa, um lúcido amigo meu costuma dizer que “matar-se é pular da frigideira para o fogo”. Será que ele tem razão?

Diz Emmanuel, mentor de Chico Xavier, que a primeira decepção que o suicida tem é a realidade da vida que não se extingue. 

Em seguida, a possibilidade de experimentar os mesmos padecimentos físicos da última hora terrestre.

 Isto é, se o indivíduo queria livrar-se das suas dores em vida, surpreende-se com o interminável momento da sua morte, que teima em repetir-se por tempo indefinido. 

O tóxico, a perfuração, o peso das rodas ou a passagem das águas silenciosas não cessam com a morte. Relembra ainda que a justiça de Deus nunca se manifesta em nossas vidas sem a sua misericórdia. Em outras palavras, mesmo quando todas as portas parecem estar fechadas, existe saída.

 Alguma saída!

 Para qualquer pessoa!

O CVV, as religiões, os livros e cursos de autoajuda são pródigos em recomendar ao aflito a procura dessa saída. 

E geralmente, além da oração e do bom senso, “o amor e a preocupação com o próximo”, como afirma o ator Tony Ramos, representam o fator fundamental para a recuperação do equilíbrio.

Em quase todas as mortes podemos afirmar que se cumpriram os desígnios divinos. 

No suicídio, não.

 SUICÍDIO NÃO É SOLUÇÃO! É FUGA! FUGA PARA O PIOR!
*
“- Minha namorada me deixou... perdi meu emprego... estou com um monte de contas atrasadas... e nem meus amigos aguentam mais minhas queixas! Para completar bati meu carro e rasguei minha calça! O que mais me falta acontecer?”

 O tempo fecha, começa a chover e um cachorro faz xixi em sua perna. “- Buaaa! Eu quero morrer! Aparece alguém: “– Oh! Você veio me buscar. Obrigado!”
“– Peraí! Sabe quem eu sou?”

“ – Claro!Você só pode ser a infalível, a invencível... MORTE!”

“ Isso mesmo! Nunca fui tão bem recebida!”“ –
 Vai, pode me levar! 
Estou em suas mãos.” “– Sinto muito... Mas você não está na minha lista.”

 “– O QUE?!”
“... E pelo que consta aqui você viverá ainda muuuitos anos!” “– Mas não me restou nada, nada! 

Por favor, leve-me!”
“- Ora! Será que tá tudo tão ruim assim, que não vale a pena tentar de novo? 

Vamos, vá em frente. Arrisque!” Para de chover. “– Oh! O sol voltou a brilhar!Mas... e daí?” 

Ao lado de um mural de empregos: 

“– Hum... vou tentar.” Bela moça ao seu lado.       

 “– Olá! Procurando emprego?” “– Que coincidência... Eu também.”

 “– Sabe... Meu nome é Dulce!”
 “– O... o meu é Aprígio...” Enamora-se.

 “– E QUERO MUITO VIVER!”

“– Puxa, Dona Morte! Nunca vi a senhora recusar um cliente!” 

“– Mas não estava na hora dele... E, às vezes, sabe, ESPERAR UM POUCO FAZ TODA A DIFERENÇA.” (Adaptado da Revista Mônica Nº 78, Editora Globo, de Maurício de Sousa.)

Nota:
Em Bauru-SP o telefone do CVV – Centro de Valorização da Vida é 14-3222-4111.


sexta-feira, 29 de novembro de 2013


  A importância da limpeza nos centros espíritas
 
Higiene vem do grego hygeinos, que significa "o que é saudável" e está relacionada à figura da Deusa Hígia. 

Esta é a deusa ligada à área da saúde, limpeza e saneamento.

  Hígia é filha de Esculápio, o deus da medicina, estando assim higiene e saúde intimamente interligadas e de difícil separação.  
Deste modo, a higiene ganha papel primoroso nos centros espíritas, pois estes não são apenas casas de encontros e de estudo, mas verdadeiros pontos avançados de socorro e apoio, tanto para desencarnados, quanto para encarnados.
  
Com isso, a higiene é elemento ímpar e fundamental para que haja condições de intercâmbios valiosos e férteis entre os planos superiores e o terrestre, pois o ambiente físico interfere na percepção do ambiente e nas construções de sentimentos e emoções. 

A consciência humana ainda está viciada em “olhar para fora”.  
E devido a seu valor, a limpeza e a higiene não podem ficar relegadas a um segundo ou terceiro plano.

 Sua atividade não é desqualificada, nem há demérito em fazê-la. 
Pelo contrário, a limpeza física é condição sine qua nonpara a criação de um ambiente harmonioso e aconchegante de estudo e trabalho, ou de descanso e recuperação da saúde, influenciando na psicosfera dos indivíduos. 

Nos próprios hospitais terrestres já se verifica o papel da limpeza para a recuperação do paciente, a conservação da saúde e para evitar a disseminação de doenças. 

Nas tradições japonesas, a limpeza é atividade coletiva e de responsabilidade de todos. 

Seja nas casas, escolas ou empresas. Acabando a atividade do dia, todos ajudam a limpar para deixar pronto para o próximo turno ou turma. 

Deixa-se limpo aquilo que recebeu limpo. 

Além disso, muitas vezes realizam-se mutirões periódicos com o intuito de tornar o ambiente cada vez mais limpo para que se possam receber as boas energias e para que as pessoas se sintam bem e mais integradas socialmente. 

O mutirão como ferramenta socializante.  

Além disso, na imaginação coletiva, seja na oriental, seja na ocidental, a figura de uma casa mal-assombrada está revestida por três adjetivos: sujo, escuro e feio. 

Deste modo, para que se evite tal construção de cenário é importante que sempre tenhamos a atenção de manter a casa nos adjetivos opostos. 

Ao invés de suja, uma casa limpa. Ao invés de escura, clara, luminosa. E ao invés de feia, uma casa bela. 

Limpeza, luminosidade e beleza são elementos importantes e que precisamos sempre cultivar em nossa casa, em nosso centro, em nossa mente, em nosso corpo, em nossa vida. 

Além disso, estas três qualidades estão intimamente entrelaçadas, pois uma afeta a outra e, consequentemente, o bem estar geral. 

Se a casa está suja, dificilmente será reconhecida como bela. Se está escura, não se percebe a beleza. Se está feia, não parece estar limpa. 

Assim, procuremos cultivar essas qualidades, não apenas abstratamente ou de maneira interior, mas também externamente em nosso ambiente de trabalho e convívio. 

Esforcemo-nos por dedicar tempo e esforço, planejamento e ação para tornar os espaços físicos de nossa convivência, com atenção especial ao centro espírita, lugares cada vez mais limpos, luminosos e belos. 

Se estiverem difíceis e apertados o tempo e as ocupações, olhemos com carinho a limpeza, e façamos uma forcinha extra, pois, assim como é importante a mão do médico que deita sobre as feridas, também o são as mãos daqueles que, humildemente e na surdina, empunham vassouras e materiais de limpeza para remover as sujeiras que poderão afetar os processos de recuperação e cura. 

Tais trabalhadores são verdadeiros heróis silenciosos, sendo que dificilmente o homem poderá saber se foi o profissional médico altamente qualificado o responsável, ou a humilde limpeza, que desencadeou o processo de recuperação.  

Além disso, não faz mal se nos lembrarmos de que, como toda casa aberta ao amparo precisa de mãos fortes e dedicadas para continuar aberta, como todo professor gosta de encontrar a sala de aula limpa e arrumada, ou o médico que opera necessita de ambiente esterilizado, muitas vezes é graças ao anonimato de mãos que se sujam para dar limpeza aos outros. 

Para finalizar, não podemos deixar de lembrar a famosa frase de Chico Xavier: “ambiente limpo não é o que mais se limpa e sim o que menos se suja”.

 


terça-feira, 26 de novembro de 2013


                        A bênção de uma família estruturada

 Sejamos sinceros... Isso é fato.
 Quando somos adolescentes, a tendência é querermos dar um “chega pra lá” na nossa família. 

É o pai que achamos antiquado, a mãe que pensamos chata, o irmão mais velho que pega no nosso pé.

 Isso se acentua no contexto atual, onde o jovem sabe manusear melhor as parafernálias tecnológicas que permitem ao ser humano transitar pelo mundo, se sentindo mais “dono do mundo”.

Essa visão de autossuficiência, típica dessa fase da nossa vida como encarnados, faz-nos esquecer de valorizar a família que temos. Pois é, muitas vezes não percebemos a bênção que é a família estruturada na qual convivemos.

 Lembramos apenas dos problemas! 

Problemas... Ah, a família, como qualquer agremiação humana, os tem à vontade.

 Mas existem problemas maiores e menores, e existem alguns cruciais, desestruturantes, que convertem a família em um verdadeiro inferno sob a terra.

Quem convive com problemas de drogas na família, com os males financeiros e comportamentais da dependência química, sabe do que eu estou falando. 

Essas pessoas que vivem nessas famílias sonham diariamente com uma família estruturada, com um lar tranquilo.

Aqueles que passam pela provação do alcoolismo na família, com a rotina de violência familiar, escândalos e conflitos advindos desse quadro também anseiam por uma família que tenha o seu pai em uma mesa de jantar e não plantado em uma mesa de bar toda a noite.

Os que têm o pai ausente, violento, e com mulheres na rua, o que não dariam por uma família estruturada, abençoada pela rotina diária?

Por rebeldia juvenil, não valorizamos os pais dedicados e amorosos, ciosos de nossa formação e do nosso amadurecimento.

 É fato também que esse orgulho, esse "caminhar por si só" faz parte da formação de nossa personalidade, do processo de autoafirmação típico da juventude.

 Mas não será possível se autoafirmar, sermos o que queremos ser, sem o bom exemplo de nossos familiares.

Eis o nosso grande desafio! 

Mediar liberdade e presença! 

Crescer, tomar nosso caminho, construir a nossa jornada e não abandonar a nossa família e seus valores. 

Esse desafio, certamente, é bem menos áspero do que enfrentar a juventude em famílias desestruturadas, açodadas pelo vício, com problemas viscerais, que somente Espíritos amadurecidos conseguem sublimar e converter essa luta em espaço de crescimento.

Se fomos nesta encarnação agraciados com a bênção de uma família estruturada, com pais amorosos, saibamos pesar na balança da vida a grande dádiva que isso representa.

 Permitamo-nos esse amadurecimento, e veremos que nossos problemas são ínfimos e que não se equiparam aos quadros infelizes daqueles que anseiam, mais do que tudo, viver em um lar como o nosso. 

Marcos Vinícius de Azevedo Braga - O consolador