A bênção de uma família estruturada
Sejamos sinceros... Isso é fato.
Quando somos adolescentes, a tendência é querermos dar um “chega pra lá” na
nossa família.
É o pai que achamos antiquado, a mãe que pensamos chata, o irmão
mais velho que pega no nosso pé.
Isso se acentua no contexto atual, onde o
jovem sabe manusear melhor as parafernálias tecnológicas que permitem ao ser
humano transitar pelo mundo, se sentindo mais “dono do mundo”.
Essa visão de autossuficiência,
típica dessa fase da nossa vida como encarnados, faz-nos esquecer de valorizar
a família que temos. Pois é, muitas vezes não percebemos a bênção que é a
família estruturada na qual convivemos.
Lembramos apenas dos problemas!
Problemas... Ah, a família, como qualquer agremiação humana, os tem à vontade.
Mas existem problemas maiores e menores, e existem alguns cruciais,
desestruturantes, que convertem a família em um verdadeiro inferno sob a terra.
Quem convive com problemas de drogas
na família, com os males financeiros e comportamentais da dependência química,
sabe do que eu estou falando.
Essas pessoas que vivem nessas famílias sonham
diariamente com uma família estruturada, com um lar tranquilo.
Aqueles que passam pela provação do
alcoolismo na família, com a rotina de violência familiar, escândalos e
conflitos advindos desse quadro também anseiam por uma família que tenha o seu
pai em uma mesa de jantar e não plantado em uma mesa de bar toda a noite.
Os que têm o pai ausente, violento,
e com mulheres na rua, o que não dariam por uma família estruturada, abençoada
pela rotina diária?
Por rebeldia juvenil, não
valorizamos os pais dedicados e amorosos, ciosos de nossa formação e do nosso
amadurecimento.
É fato também que esse orgulho, esse "caminhar por si
só" faz parte da formação de nossa personalidade, do processo de autoafirmação
típico da juventude.
Mas não será possível se autoafirmar, sermos o que
queremos ser, sem o bom exemplo de nossos familiares.
Eis o nosso grande desafio!
Mediar
liberdade e presença!
Crescer, tomar nosso caminho, construir a nossa jornada e
não abandonar a nossa família e seus valores.
Esse desafio, certamente, é bem
menos áspero do que enfrentar a juventude em famílias desestruturadas, açodadas
pelo vício, com problemas viscerais, que somente Espíritos amadurecidos
conseguem sublimar e converter essa luta em espaço de crescimento.
Se fomos nesta encarnação agraciados
com a bênção de uma família estruturada, com pais amorosos, saibamos pesar na
balança da vida a grande dádiva que isso representa.
Permitamo-nos esse
amadurecimento, e veremos que nossos problemas são ínfimos e que não se
equiparam aos quadros infelizes daqueles que anseiam, mais do que tudo, viver
em um lar como o nosso.
Marcos Vinícius de Azevedo Braga - O consolador
Marcos Vinícius de Azevedo Braga - O consolador