quinta-feira, 5 de junho de 2014

                                    TINHA QUE ACONTECER?
 Lucas, 13:1-9
E se Hitler houvesse vencido a guerra e estivéssemos sob tutela alemã?

Impensável, não é mesmo, amigo leitor?

Algo semelhante ocorria com os judeus, ante a presença dos dominadores romanos. Abominavam tal situação. Havia freqüentes rebeliões, reprimidas com braço de ferro pelos representantes de César.

Numa delas, alguns galileus foram sumariamente executados pelo procurador Pôncio Pilatos.

Na mesma ocasião deu-se funesto acontecimento em Jerusalém. Uma torre desabou nas proximidades do tanque de Siloé. Morreram dezoito pessoas.

Notícias assim espalham-se como folhas ao vento.

Em breve, Jesus era procurado para exprimir sua opinião.

Surpreendendo seus ouvintes, afirmou:

– Acreditais que esses galileus fossem mais pecadores do que todos os outros, por sofrerem assim?

 Digo-vos que não. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos da mesma forma. Ou esses dezoito, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, pensais que foram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? 
Não, eu vos digo; mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo.
Temos nessas afirmativas importante material para reflexão.

Compadecemo-nos daqueles que morrem executados, assassinados, acidentados...
Quanto mais extensa e grave a tragédia, maior a comiseração que desperta.

No meio espírita logo vem a afirmativa:

– Grandes devedores! Resgataram pesados débitos cármicos!

No entanto, Jesus explica que aqueles que vivem esses dramas não são mais culpados que qualquer outro ser humano.
Significa que todos podemos passar pelo mesmo.
Imaginemos sentenciados confinados num presídio.

Atos de violência são freqüentes ali, inerentes à condição dos “inquilinos”, habituados a resolver suas pendências “no braço”.
Há estupros, assassinatos, agressões, mutilações, torturas…

Nada disso faz parte de sua pena.

Pode acontecer, simplesmente porque estão ali.
Se houvessem optado por um comportamento virtuoso e digno, estariam em local mais saudável.

***
Nosso mundo não é morada de anjos.
Situa-se qual imenso reformatório-escola.
É de “segurança máxima”, como diria uma autoridade policial.

 Nenhum prisioneiro jamais conseguiu evadir-se do planeta. 

Mesmo quando tiramos o “uniforme”, o corpo físico, permanecemos aqui, transferidos para o “andar de cima”, a espiritualidade.

Não há um tempo certo para a libertação. Depende de nós, de nosso esforço em favor da própria regeneração.

Males variados que nos afligem nem sempre fazem parte de nossos compromissos cármicos. São inerentes à jornada terrestre.

Acontecem por um único motivo:

Estamos aqui.
***
Obviamente, há tragédias que atendem às opções das vítimas, por imposição da própria consciência.

André Luiz, no livro Ação e Reação, psicografia de Francisco Cândido Xavier, fala-nos de dois Espíritos que, em existência recuada, cultivavam péssimo hábito – atiravam seus desafetos do alto de penhascos.

Séculos depois, já esclarecidos e renovados, pesava em seu currículo espiritual o registro daqueles crimes tenebrosos.

Planejaram, então, participar dos primórdios da aviação, vindo a morrer num aparelho que se espatifou no solo, algo semelhante ao que faziam com suas vítimas.

Espíritos em provação, valorizaram o resgate de seus débitos como pioneiros da aeronáutica.

***
Há quem se envolva em acontecimentos trágicos não programados, embora cabíveis no contexto de seu aprendizado.

Acontecem em decorrência do livre-arbítrio mal orientado.

Certamente você, leitor amigo, estará matutando:
Como saber se determinadas mortes deviam acontecer?

Difícil responder.

É assunto para o Além, quando formos chamados à avaliação da jornada terrestre.
Inegável é o fato de que tragédias ocorrem, não como um carma a ser cumprido, mas em decorrência de nossos descuidos.

• Após lauto almoço, na festa campestre, regada a álcool, o rapaz atira-se na represa. 

Hábil nadador, afasta-se em rápidas braçadas. De repente, começa a gritar por socorro, debatendo-se em violenta congestão. 

Não há tempo para socorrê-lo. O infeliz afoga-se.
Fatalidade ou imprudência?

• A fila no caixa do supermercado é extensa. Alguém critica a empresa, por não colocar mais atendentes. O atendente irrita-se. Discutem. Agridem-se. Um deles, ferido gravemente, vai parar no hospital e morre.

Chegou sua hora ou vitimou-o sua índole agressiva?

• O motorista está atrasado para um compromisso. Acelera ao máximo, não tomando conhecimento dos sinais de trânsito. Numa curva, perde o controle do automóvel, que capota espetacularmente. Sofre traumatismo craniano e morre no local.

Fim programado ou mera conseqüência da indisciplina?

• O rapaz envolve-se com drogas. Para alimentar o vício torna-se traficante. Resvala para o crime. Confronta-se freqüentemente com bandidos e policiais. Acaba fuzilado num tiroteio.

Cumpriu uma sina ou apenas caiu no abismo que procurou?

• A esposa descobre que o marido montou uma “filial”, ligando-se a jovem insinuante. Exaspera-se, fica tão revoltada que sofre síncope fulminante.

Era tempo de morrer ou morreu antes do tempo, vitimada pelo ódio?

O marido, por sua vez estava atendendo a inexorável convocação do destino ou simplesmente comprometeu-se numa aventura passional?

Nem sempre o funesto está programado.
Acontece por não cumprimos os programas da Vida.
Quando Jesus enfatiza a necessidade do arrependimento, deixa bem claro que é preciso superar idéias e sentimentos passíveis de nos induzirem a um comportamento desajustado.
Se assim fizermos estaremos à mercê da adversidade, como barco sem leme em mar revolto.

Significativa sua afirmação:
– …se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo.
Temos aqui uma profecia.

Com seu caráter belicoso, tantas foram as provocações e rebeliões dos judeus, diante do todo poderoso império romano, que no ano 70, o general Tito destruiu Jerusalém, não deixando pedra sobre pedra, inclusive o Templo.

Quanto à população, quem não fugiu, morreu.

A partir dali desaparecia o Estado judeu, que só voltaria a existir em 1948, quando a ONU fez um arranjo para a criação de Israel.

Em face de seu atraso moral, a Humanidade não raro, anda em corda bamba.

Se durante a guerra fria, envolvendo Rússia e Estados Unidos, seus dirigentes não houvessem criado juízo, poderíamos ter perecido todos numa hecatombe nuclear.

***
O Mestre ilustra suas afirmativas, dizendo:
Um homem tinha uma figueira em sua vinha e, indo colher-lhe os frutos, nenhum achou. Disse, então, ao viticultor:

– Há três anos que venho procurar frutos nesta figueira e não encontro nenhum. 

Corta-a! 

Por que ocupa ainda a terra inutilmente?

Respondeu-lhe o viticultor:

– Senhor, deixa mais este ano, até que eu cave em roda e lhe ponha adubo. Se der fruto no futuro, ficará. Caso contrário, mandarás cortá-la..

Não raro, guardamos esterilidade espiritual durante existências inteiras, preocupados com interesses imediatistas, prazeres e riquezas.

Os benfeitores espirituais oferecem-nos precioso auxílio. Amparam, ajudam, inspiram, orientam...
Representam o cuidado do Céu estimulando-nos a produzir os frutos desejados.

Mas, se insistimos na rebeldia, na indiferença pelos valores mais nobres, candidatamo-nos a experiências dolorosas que agitam nossas almas e despertam nossa consciência, estimulando-nos ao cultivo de sementes mais produtivas.

Felizes aqueles que corrigem seus rumos, submetendo-se às leis divinas.

Habilitam-se à plena proteção da Espiritualidade.
Enfrentam apenas o que está programado, sem experiências dolorosas, conseqüentes do livre arbítrio mal orientado.

***
O tempo passava…
Em breves meses Jesus encerraria sua jornada, completando a gloriosa trajetória.
Faria várias viagens, ainda, particularmente pelas regiões da Peréia.

Continuaria a ensinar como podemos tomar as rédeas do próprio destino, em meio às contingências deste planeta de provas e expiações em que vivemos, segundo a expressão espírita.

Basta cumprir a vontade de Deus, que se exprime na excelência de suas lições.

Se o fizermos, jamais pesará sobre nossos ombros uma grama sequer de dores e atribulações, que ultrapassem a medida de nossos compromissos cármicos.

Praza aos Céus, leitor amigo, sejamos alunos aplicados!

Richard Simonetti  -  Livro Não Peques Mais!

domingo, 1 de junho de 2014


Bandeiras, pautas e lutas 

O movimento espírita materializa as ações dos espíritas, à luz de seus ideais, onde isso implica, consequentemente, abraçar determinadas bandeiras, pautas e lutas, eleitas por circunstâncias próprias. Tudo muito natural...

Por motivos históricos diversos, por ações de grupos em momentos específicos, na soma de forças e esforços, abraçamos com afinco determinadas bandeiras, e relegamos outras, também de grande relevância. 

Essas breves linhas nos motivam a analisar algumas causas que o movimento espírita não abraçou, de forma ostensiva, ou o fez timidamente, para que possamos refletir sobre estas.
Dessas inúmeras e valorosas causas, podemos citar, por exemplo:

DESARMAMENTO:

 a oposição ao uso extensivo de armas de fogo, seja na guerra, seja nos crimes do cotidiano, é uma causa extremamente relevante, em uma sociedade que, a despeito de toda a tecnologia, padece o fantasma da violência e da criminalidade;

RACISMO: 

as décadas de escravidão deixaram em nosso país suas marcas, na discriminação da população negra inserida nas falas e artefatos culturais, com práticas de hostilidade, em uma falta de caridade com os nossos irmãos, Espíritos imortais, ainda que esta questão seja figura ausente ou pouco presente em nossas tribunas e linhas;

INCLUSÃO DE DEFICIENTES: 

a luta por tornar a nossa sociedade acessível e receptiva aos irmãos que apresentam deficiências de diversos matizes carece avanços no movimento espírita, pela falta de ações expressivas na tradução de obras e palestras, na carência de rampas nas casas espíritas e, ainda, na rasa produção de material pedagógico que discuta essas especificidades;

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: 

uma triste realidade, oculta nos discursos e atrelada a uma cultura machista e a dependência química, demandando discussão e esclarecimento nas pautas das discussões espíritas e no combate a essa prática hedionda;

COMBATE À CORRUPÇÃO: 

a malversação do dinheiro público, o desvio de recursos, a propina e o patrimonialismo são uma realidade tratada como um tabu, mas que se faz presente em pessoas bem vestidas e com instrução, na dilapidação de recursos destinados aos menos favorecidos. Uma discussão ética que com certeza traz em seu bojo interesses concomitantes às lutas do cordeiro.

MEIO AMBIENTE: 

a despeito do esforço pioneiro e hercúleo do nosso confrade e jornalista André Trigueiro, na inserção desse tema na nossa agenda, ele ainda se faz incipiente na lembrança da caridade com o nosso planeta.

Apesar de não serem estas listadas, entre outras, bandeiras clássicas do nosso movimento, nada nos impede de aderir a estas lutas como cidadão, Espírito encarnado consciente, o que pode trazer, pelo nosso interesse, a entrada dessa bandeira no movimento espírita no futuro.

Trazemos lutas do mundo e vice-versa, pois o movimento espírita está imerso no mundo.

 Elegemos diversas lutas em função de nossa história, de nossos valores, e isso se relaciona com os rumos adotados pelo movimento, mas não é condicionado totalmente por estes.

Fica aqui então a reflexão sobre as lutas nas quais nos alistamos coletivamente e individualmente, todas valorosas. 

Também são valiosas as bandeiras abraçadas atualmente pelo movimento espírita, como a defesa da vida, o estudo sistematizado e o esperanto.

O que traz esse artigo é a ideia de que a trincheira é maior do que enxergamos, na luta por um mundo melhor, onde cada um tem a sua parcela de responsabilidade, independente do credo.  

  M
arcos Vinicius de Azevedo Braga - O consolador

segunda-feira, 26 de maio de 2014

                                      EDUCAR PELO EXEMPLO
 
- Qual é, para o Espírito, a utilidade de passar pela infância?

“Encarnando-se com o fim de aperfeiçoar, o Espírito é mais acessível, durante esse tempo, às impressões que recebe e que podem ajudar o seu adiantamento, para o qual devem contribuir os que estão encarregados da sua educação.” (Questão 383 de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec.)

Ensinar teoricamente, fazendo uso de conceitos e palavras, tem, sim, grande valor e importância no campo educacional das crianças, mas exemplificar é fundamental.

Recebendo, essa geração infantil, a quantidade de conhecimentos diários que estão à disposição dela, concluímos, sem sombra de dúvida, que a mente e o raciocínio desses pequenos trabalham numa velocidade espantosa, ampliando, pelo exercício contínuo, a capacidade de armazenamento de informações.

Assim nos deparamos quotidianamente com um público infantil que nos surpreende a cada instante, desafiando os nossos mais sofisticados e atuais métodos de educação. 

Tal situação nos remete a profundas reflexões, buscando encontrar os caminhos mais adequados e seguros, visando direcionar a vida pelas veredas do que é correto e ideal.

Não temos qualquer dúvida de que os Espíritos retornam ao palco da Terra, em seguidas reencarnações, com a proposta de realizar progresso e aprimoramento. 

Dessa forma, aos pais ou responsáveis cabe uma quota enorme de responsabilidade ao receber, sob sua guarda, as crianças que Deus lhes confia.

Surgem em forma infantil para que, no período da infância, possam receber as correções de que necessitam, uma vez que na postura adulta dificilmente aceitariam quaisquer mudanças em suas vidas.

 Sendo Espíritos buscando por evolução, é claro que ainda carregam consigo uma imensa gama de defeitos e imperfeições, que esperam diminuir através da educação que os adultos têm o dever e a obrigação de lhes oferecer.

Plenamente consciente dessa insofismável realidade, incontestavelmente, o exemplo digno, sublime e moralizado é a maior ferramenta à disposição dos adultos que realmente amam e desejam corretamente educar as crianças que estão sob as suas responsabilidades.

Vale pouco falar da necessidade do respeito ao próximo se em nossas atitudes diárias mostramos o contrário. 

Fica sem valor a nossa palavra de reprimenda ao filho por ter agredido a um colega de classe se no trânsito mostramos irritabilidade e intolerância e em casa deixamos claro a nossa revolta e incompreensão ante qualquer situação que nos desagradou.

Nossas palavras ficam vazias e sem fundamento quando informamos aos nossos filhos os malefícios decorrentes do uso do álcool, fumo ou de outras substâncias tóxicas se eles nos veem fumando e bebendo, mesmo que sob o disfarce de o fazer socialmente.

As crianças aprenderão que as coisas materiais deverão ser adquiridas com os recursos financeiros obtidos pelo trabalho honesto e digno, quando identificam os adultos, principalmente os pais ou responsáveis diretos, laborando com perseverança quotidianamente.

Falar é importante, exemplificar é indispensável.

Quando a providência divina coloca uma criança sob os nossos cuidados e guarda, expressa imensa confiança em nosso potencial, esperando que tudo façamos para que esse Espírito reencarnante, cheio de esperança e novos ideais, realmente concretize seus sonhos e projetos de redenção e aprimoramento, pelos novos caminhos do mundo.

Falir nessa gigantesca e valiosa tarefa, por certo será plantar uma lavoura de decepções cuja colheita de sofrimentos será farta.

A infância, a adolescência e a juventude refletirão, inapelavelmente, aquilo que nós adultos a elas oferecermos.

Reflitamos...        


WALDENIR APARECIDO CUIN- O consolador


quarta-feira, 21 de maio de 2014



                                      O centésimo macaco

O propósito deste tema é levá-lo a uma reflexão de nossas atitudes face aos acontecimentos diários da caminhada humana, especialmente diante das tragédias humanas. 

Buscamos a reflexão em uma realidade muito curiosa que se passou com uma espécie de macaco japonês (Macaca Fuscata), espécie observada há mais de trinta anos em estado natural.

No ano de 1952 cientistas japoneses jogaram batatas-doces cruas nas praias da ilha de Kochima para os macacos. Eles apreciaram o sabor das batatas-doces, mas acharam desagradável o da areia.

 Uma fêmea de um ano e meio, chamada Imo, descobriu ao acaso (?) que lavar as batatas num rio próximo resolvia o problema. E ensinou o truque à sua mãe. Seus companheiros também aprenderam a novidade e a ensinaram às respectivas mães.

Aos olhos dos cientistas, essa inovação cultural foi gradualmente assimilada por vários macacos. Entre 1952 e 1958 todos os macacos jovens aprenderam a lavar a areia das batatas-doces para torná-las mais gostosas. 

Só os adultos que imitaram os filhos aprenderam este avanço social. Outros adultos continuaram comendo batata-doce com areia (mesmo no reino animal existe a indolência). 

Foi então que aconteceu uma coisa surpreendente. No outono de 1958, na ilha de Kochima, alguns macacos – não se sabe ao certo quantos – lavavam suas batatas-doces.

Vamos supor que, um dia, ao nascer do sol, noventa e nove macacos da ilha de Kochima já tivessem aprendido a lavar as batatas-doces. Vamos continuar supondo que, ainda nessa manhã, um centésimo macaco tivesse feito uso dessa prática.

Então aconteceu! O acréscimo de energia desse centésimo macaco rompeu de alguma forma uma barreira ideológica!

Os cientistas observaram uma coisa deveras surpreendente: o hábito de lavar as batatas-doces havia atravessado o mar. Bandos de macacos de outras ilhas, além dos grupos do continente, em Takasakiyama, também começaram a lavar suas batatas-doces. 

Comprovaram que quando certo número crítico atinge a consciência, essa nova consciência pode ser comunicada de uma mente a outra.

O número exato pode variar, mas o Fenômeno do Centésimo Macaco significa que quando só um número limitado de pessoas conhece um caminho novo, ele permanece como patrimônio da consciência dessas pessoas. 

Mas há um ponto em que, se mais uma pessoa se sintoniza com a nova percepção, o campo se alarga de modo que essa percepção é captada por quase todos! Você pode ser o centésimo macaco! 

Pode fazer a diferença no seu meio.

Essa experiência nos proporciona uma reflexão sobre a direção de nossos pensamentos. De certo modo, já sabemos que para onde vai o nosso pensamento segue a nossa energia.

 Não foi sem razão e lógica que Jesus de Nazaré ensinou: “onde estiver o teu tesouro, aí estará o seu coração”.

Se tivermos grupos pensando e agindo numa mesma frequência em várias partes do Planeta, terão as mesmas sensações e acabarão fazendo as mesmas coisas sem nunca terem se comunicado. 

Isso vale tanto para aqueles que praticam o bem como para aqueles que usam de suas faculdades para o mal. O acréscimo de energia, neste caso, pode ser aquela que você está enviando com o seu pensamento sintonizado na frequência do crime noticiado que gera comoção geral.

Parece coincidência, mas sempre que um crime choca e comove multidões, de imediato outros fatos semelhantes pipocam em diversos lugares. 

Será isso o efeito do centésimo macaco às avessas? 

Houve a tragédia em Realengo-RJ e, dias depois, em um shopping na Holanda, um jovem adentra o recinto e dispara contra pessoas, matando cinco delas.

Ao invés de indignar-se diante do crime noticiado, direcionando inconscientemente seu pensamento e sua energia para essas pessoas ou grupos que se aproveitam dessa energia toda para materializar mais crimes, neutralize com pensamentos conscientes de amor e perdão. 

Mude de canal na TV, vire a página do jornal, saia da frequência e não alimente ainda mais a insanidade daqueles que tendem para o crime, e, também, daqueles que lucram com as desgraças alheias.

São todos igualmente insanos, tanto aquele que pratica o crime quanto aquele que esbraveja palavrões de indignação por horas diante da câmeras, criando comoção e levantando a energia que se materializará nas mãos daquele que está com a arma já engatilhada.

Gerar material para construir um mundo melhor não requer tanto de grandes ações, quanto essencialmente grandes blocos de consciência.

 É preciso que mais gente se sintonize na frequência e coloque aquele acréscimo de energia que pode gerar uma nova consciência em outros grupos em outras partes do Planeta.

Se cada um de nós dedicar alguns minutos todos os dias para meditar, entrando em sintonia com a frequência do amor, pois esta proporciona o equilíbrio, basta para mudar muitas coisas desagradáveis acontecendo em nosso Planeta e criar uma nova consciência.

Ensina o professor Moacir da Costa, da PUC Rio Grande do Sul: 

"Somente a conscientização do homem em relação à sua grandeza poderá pôr fim à violência, pois soluções violentas são parciais e de resultados muito pequenos e discutíveis, pois podemos matar o violento, com isso teremos um violento a menos, mas não teremos matado a violência, porque continuamos a não reconhecer a consciência e o valor da nossa vida interna".

"Portanto, sem reconhecer o valor da transformação nunca mudaremos a violência na sociedade. 

Estamos todos perdidos no fundo do quintal da Via Láctea, e necessitamos criar um mundo superior onde prevaleça a paz e a harmonia entre todos.”

 Seja você também um “centésimo macaco”, claro, para o bem.

Valdaci Siilva
        


quinta-feira, 15 de maio de 2014

                             Os serial killers, as doenças                                  compulsivas e as obsessões espíritas


Diferentemente dos EUA onde tais fatos se repetem com frequência, no Brasil apenas vez por outra surgem os casos denominados de serial killer ou assassinos seriais. 

Mesmo assim, até meados de 2004 já eram dois casos que chegavam ao conhecimento público.

 O primeiro, no início do ano, um presidiário foragido e recapturado no Rio Grande do Sul e que confessou a morte de 12 meninos entre oito e doze anos, a partir de agosto de 2002. O mais recente, em julho, o do mecânico maranhense acusado da morte de 41 meninos a partir de 1991.

Sociólogos, juristas, psicólogos e principalmente psiquiatras buscam respostas satisfatórias para explicar as motivações de criminosos como eles. 

Em depoimento, o primeiro disse que “sentia vontade interna, um vício”; já o segundo afirmou que ouvia vozes ordenando para matar e depois era tomado por uma “força exterior” e que “na hora não sentia nada, ficava neutro”.

 Seu relato é muito parecido com os da maioria desse tipo de assassino. 

Segundo a psiquiatra americana Helen Morrison, apesar de geralmente as aparências indicarem um forte componente sexual, “não dá para relacionar o surgimento de assassinos seriais ao sexo”. 

O que não parece ser compartilhado pela literatura e pelo cinema, repletos de enredos onde traumas sexuais, principalmente vivenciados durante a infância, acabam por gerar distúrbios psíquicos graves, mentes psicóticas autoras de barbáries de tal natureza.

 Desde Freud também não faltam teses acadêmicas conduzindo para idênticas soluções.

O que nos chama a atenção aqui, e sem desmerecer os diagnósticos dos especialistas no assunto, são as declarações dos acusados sobre vozes, impulsos ora exteriores, ora interiores, etc., o que pode ser indício daquilo que na terminologia espírita denomina-se de obsessões.

 Observemos dois detalhes. 

Não são apenas os serial killers que fazem menção a fatores coercitivos exógenos, independentes de sua vontade, que os arrastam irresistivelmente à prática dos crimes. Muitos homicidas atribuem seus atos a agentes misteriosos, nomeando-os de Satanás ou Diabo, simbologia utilizada para expressar seres maléficos.

 Mesmo descontando espertezas próprias ou de advogados, uma análise mais profunda pode levar à conclusão de que muitos deles estejam sendo sinceros.

Não podemos também deixar de estabelecer um paralelo com os Transtornos obsessivo-compulsivos, mal que só no Brasil afeta sete milhões de pessoas. 

As vítimas são assediadas por “pensamentos intrusos” ou ideias recorrentes que causam medo e angústia e para evitá-los, como mecanismo de fuga, desenvolvem comportamentos repetitivos. A obsessão estaria caracterizada nos pensamentos e a compulsão nas atitudes e ações.

 Frequentemente a doença leva à depressão, ao alcoolismo e às fobias, causando enormes prejuízos à vida das pessoas. 

Áreas cerebrais foram apontadas como sua sede e finalmente a medicina admite sua incapacidade para eliminar o problema ao reconhecer a impossibilidade de cura. 

Antidepressivos e psicoterapia podem atenuar os sintomas em até 80%.

Ora, tudo isto tem a ver com o estudo das obsessões espirituais, em seus três graus, iniciado por Allan Kardec em meados do século XIX. 

Nosso mundo mental está em permanente intercâmbio com aqueles que já se despiram do corpo carnal pelo fenômeno da morte biológica. 

A interação social com os desencarnados é tão ou mais intensa do que entre os encarnados, embora quase sempre despercebida.

 Regida pela lei de afinidades e sintonia, atraímos ao nosso convívio mental almas que vibram em idêntica frequência em face do cultivo de ideias e sentimentos similares.

Como nosso planeta está ainda muito atrasado moralmente, é natural que prevaleçam os “encontros casuais” com entidades inferiores, num momento de raiva passageira, por exemplo. 

Mas os maus hábitos prolongados, as paixões desequilibradas, os vícios tornam estes Espíritos hóspedes permanentes da nossa psicosfera que se comprazem em nos causar desconfortos físicos e espirituais dos mais variados. 

Às vezes são seres vingadores, inimigos do passado, que perseguem suas vítimas na atual encarnação. Talvez seja o caso do mecânico maranhense, tido como pessoa afável, risonha e aparentemente inofensiva.

No dia em que – e caminhamos para isso, ainda que a passos lentos – no trato das problemáticas humanas íntimas, for levado em conta o caráter espiritual ali existente, a medicina se habilitará a fazer pelo seu bem-estar muito mais do que tem conseguido até agora. 

Milhares de indivíduos já foram auxiliados pela fluidoterapia e pelas atividades desobsessivas via atendimento mediúnico. 

Muitos pacientes psiquiátricos recebem o tratamento espiritual paralelo ao tradicional e por, não raro, superá-lo em eficácia, evita muitas internações e antecipa a alta em outros tantos. 

Também efetua a profilaxia preventiva de um número incalculável de outros comportamentos antissociais, ameniza sofrimentos, equilibra mentes, contribui na manutenção da estrutura familiar, enfim presta uma série superlativa de benefícios. 

A violência pode ser diminuída, o homem pode ser mais feliz, podemos ter mais paz. 

Para tanto, basta à ciência oficial ousar e romper com certos paradigmas. 

O principal deles é tratar o homem como um espírito imortal temporariamente encarnado num corpo físico e não um corpo carnal governado por uma mente abstrata e quase desconhecida, produto de secreções cerebrais.  


Vilson Czerski      =  O consolador




domingo, 11 de maio de 2014

                              Jamais estamos sozinhos


“O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.” (Paulo – Felipenses, 4:19.)

Um dia, no mundo espiritual, tomando consciência do nosso passado de equívocos e ilusões e cientes de que a evolução que devemos realizar, aquela que nos conduzirá à perfeição espiritual, é tarefa exclusivamente nossa, recorrendo ao apoio de Espíritos benfeitores, solicitamos a oportunidade de nova reencarnação aqui na Terra.

Com plenas convicções da nossa imortalidade, planejamos com o valioso auxílio desses experientes Amigos do Além, viver novamente nesse palco de intensas lutas, buscando a reparação dos erros até então cometidos e procurando por outras oportunidades de amadurecimento íntimo.

Sendo atendidos pela misericórdia divina, aqui estamos nós ante essa imensidão de possibilidades de crescimento espiritual, que sendo bem aproveitadas teremos logrado o êxito esperado.

No entanto, jamais podemos olvidar que vivemos num mundo de expiações e provas, onde o mal ainda é maior que o bem. Portanto, viver por aqui não é nada fácil, mas sabíamos disso antes da encarnação, assim, não se justifica qualquer reclamação, inconformismo ou acomodação, mas sim insistir no empenho para a realização da proposta estabelecida.

Assim, vez por outra, será interessante refletirmos, observando se realmente estamos aproveitando as chances recebidas na presente existência física.

É claro que, para sairmos da animalidade que ainda nos domina para alcançarmos a angelitude que desejamos, serão necessárias imensas lutas e enormes doses de esforços pessoais, mas em todos os momentos temos a assistência e a proteção de Deus, pois que jamais estamos sozinhos.

Sendo a Terra uma grande escola, é natural que traga consigo sempre as lições de cada dia, ensejando ampliar o leque dos nossos conhecimentos e maturidade, pois foi isso que pedimos aos Amigos espirituais, quando decidimos viver nesse torrão outra vez.

Naturalmente, cada um de nós está usufruindo de experiências individuais, de acordo com as necessidades e carências que apresentamos, de forma a neutralizar os defeitos que ainda carregamos e desenvolver virtudes que ainda não temos. E esse indispensável trabalho não é nada fácil, pois, se fosse, já o teríamos realizado há muito tempo.

Portanto, entre a nossa condição de Espíritos ainda inferiores e a verdadeira posição de superioridade moral, existe uma distância razoável, que deverá ser vencida a golpes de intensos esforços, perseverança e dedicação, pois que para isso não nos faltarão os recursos decorrentes da Providência Divina.

Se um dia na espiritualidade, aos Benfeitores amigos solicitamos ajuda para o retorno à vida física, e tendo eles concordado com a nossa rogativa, por certo jamais nos legariam ao abandono ou à própria sorte; seguem diuturnamente ao nosso lado.

Assim, por maiores que sejam as nossas lutas, por mais intensas sejam as dificuldades que estejamos vivendo, pensemos sempre na meta a ser atingida, na proposta que fizemos antes de chegarmos por aqui e não desanimemos nunca, para que não percamos a valiosa oportunidade que nos foi concedida pelo amor de Deus.

O aluno consciente e responsável, diariamente, sabe que ao chegar à escola o professor lhe apresentará novos desafios, falará de assuntos e questões que ele não conhece, isso visando ao seu indispensável aprendizado. Escola alguma receberá alunos para brincadeiras e entretenimentos, mas sim para estudo sério e esclarecedor.

A vida na Terra não é diferente de uma escola...

Pensemos nisso.

WALDENIR APARECIDO CUIN - o consoldor

quarta-feira, 7 de maio de 2014


                                           SIM, SIM, NÃO NÃO

O prezado leitor, certamente, conhece a história daquele homem que se gabava de viver “às mil maravilhas” com mulher e filhos.

Um amigo, que sabia de coisas por ele ignoradas, recomendou-lhe que testasse os familiares anunciando a cada um, enfaticamente:

– Eu sei de tudo!

Assim fez.

Ante a afirmativa peremptória, todos mostraram a face oculta.
A esposa estava enrolada no Banco.

O filho consumia drogas.

A filha praticara um aborto.

A sogra o difamava.

A doméstica o roubava.

Quase “fundiu a cuca” ao perceber que estava mergulhado num oceano de falsidades.

***
É a imaturidade que leva o indivíduo a mentir.
Falta à verdade para tirar vantagem, furtar-se às suas responsabilidades, livrar-se de seus problemas…

É típico de nosso povo.
 Não obstante a índole fraterna e boa, está sempre disposto a burlar os regulamentos e infringir a lei, em iniciativas que a sabedoria popular define como o “jeitinho brasileiro”.

Mas, antes de constituir característica de uma nação ou de uma raça, a mentira exprime tendência inerente à Humanidade, no estágio de evolução em que nos encontramos.

Por isso, o profeta Isaías enfatizava que todo homem é mentiroso.

Reporta-se, obviamente, ao ser humano, porquanto também as nobres representantes do sexo feminino fazem das suas.

Dizem as más línguas que as mulheres aprendem a chorar para que as pessoas acreditem em suas lorotas.

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A mentira está na raiz de todos os males, estendendo-se como erva daninha no relacionamento social.

Filhos dela, instrumentos de auto-afirmação social e profissional, temos a bajulação, a calúnia, a demagogia, a hipocrisia, a maledicência…

E não é novidade que alguns dos melhores propagandistas e vendedores dos produtos de consumo são incríveis mentirosos, hábeis na arte de iludir os incautos com sua falácia.

A rainha desse engodo é a televisão.
Montada sobre objetivos mercantilistas, condiciona nossos hábitos, nossas iniciativas, nossa maneira de viver…

Ante a sutileza da técnica de envolver e das imagens condicionantes, operam-se prodígios.

Produtos de duvidoso valor nutritivo, aparecem como fontes de vitalidade.
Substâncias inócuas, transformam-se em panacéias, capazes de resolver variados problemas de saúde.

Lojas que exploram a bolsa do povo, são exaltadas como o paraíso da economia.

O pior está nos comerciais do cigarro, apresentados com tais requintes que convencem os incautos de que fumar dá status, torna o indivíduo atraente viril, campeão do sucesso, capaz de desfrutar plenamente as delícias da vida.

“Entre para o mundo de …” – diz a propaganda famosa, que nos apresenta belos cavalos, fazendas magníficas, prados verdejantes, homens viris, belos e felizes, a fumar tranqüilamente, passando a falsa idéia de que fumar é tudo isso.

Deveriam incluir alguns asnos, a representar os incautos que embarcam nessa criminosa impostura.

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Observe algo significativo, amigo leitor: todo o mal no Mundo está associado à mentira!

Pudéssemos eliminá-la e estaríamos às portas do Reino Divino. Sem ela, não haveria adultério, estelionato, roubo, corrupção, políticos venais, comerciantes desonestos, atletas drogados…

Para que nos disponhamos a esse esforço é preciso admitir que, longe de resolver os nossos problemas, a mentira apenas os transfere, em regime de débito agravado.

Podemos mandar dizer ao credor que não estamos em casa, mas ele voltará, com juros acrescidos.

O mentiroso torna-se escravo da mentira. Para sustentar a falsidade inicial é obrigado a mentir sempre, comprometendo-se moral e espiritualmente.

No tesouro de minhas recordações mais ternas da infância, há a figura de Pinóquio, boneco feito gente, cujo nariz crescia desmesuradamente, sempre que mentia.

Evidente que o apêndice nasal não se altera quando faltarmos à verdade. Se acontecesse, raros evitariam narigadas.

Não obstante, desajusta-se o nosso psiquismo, situando-nos à mercê de influências inferiores.

Em nosso próprio benefício, portanto, é recomendável cultivar a verdade, sustentando um comportamento compatível com a recomendação de Jesus:

Seja o vosso falar, sim, sim, não, não! (Mateus, 5:37).

Ainda que em princípio nos julguemos em desvantagem, num mundo onde raros não mentem, conquistaremos algo de valor inestimável, sem o qual é complicado conviver:

A confiança das pessoas.

Livro Para Rir e Refletir - Richard Simonetti