terça-feira, 11 de março de 2014


                                                   A culpa é do “R”  


A notícia entrou-me pelo computador: não queria acreditar no que estava a ler! 

Esfreguei os olhos e voltei a ler! 

Afinal era verdade! Não, não pode ser, é estupidez a mais!

 Mas, não, estava lá tudo escarrapachado:

 “Menino dispara arma que recebeu no dia de aniversário e mata a própria irmã!!!

A notícia vinha na página  http://www.ptjornal.com/2013050215802, e, no essencial, o que aconteceu foi o seguinte:

 “O caso ocorreu no Kentucky (EUA): 

um menino de 5 anos matou, acidentalmente, a própria irmã, de 2 anos. 

A menina foi vítima de um disparo, enquanto as crianças brincavam em casa. A arma, uma versão para crianças de uma espingarda, tinha sido um presente de aniversário. A polícia está a investigar esta morte”.

Todos nós verberamos a violência, todos somos pacifistas, todos somos contra as guerras, mas, no nosso dia-a-dia somos os autores dessa mesma violência que ora vive latente no nosso imo à espera de um despoletador para sair, seja como uma agressão mental, verbal ou física, ora se desdobra em atitudes lamentáveis quando somos confrontados com a frustração ou com a oposição dos nossos ideais.

Desconhecendo que somos seres imortais, temporariamente num corpo carnal, em busca da perfeição intelectual e espiritual ao longo das múltiplas reencarnações, o homem jaz aprisionado aos seus conceitos imediatistas e materialistas, impregnado num egoísmo feroz, na vaidade, no orgulho, que são em essência a causa de todos os males na Terra.

Com a Doutrina Espírita (ou Espiritismo) comprovou-se a imortalidade do Espírito, a comunicabilidade dos Espíritos, a reencarnação, o que, aliado à existência de Deus e à pluralidade dos mundos habitados, nos dá um roteiro seguro para que possamos entender a Vida nos seus pormenores mais escondidos, explicando-nos quem somos, de onde viemos, para onde vamos e o por que das dessemelhanças de oportunidades nesta existência carnal. 

A dor far-nos-á abrir os olhos, se não optarmos pelo caminho 

do Amor: é um imperativo da evolução  

Aprendemos com o Espiritismo que existe uma Lei de Causa e Efeito, onde, como já ensinara Jesus de Nazaré, a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.

Nesse sentido, ficamos a meditar como os EUA repararão as milhões de mortes que provocam pelo mundo afora, em guerras interesseiras…

Ficamos a meditar na tristeza de um país onde ainda existe a pena de morte, desconhecendo que o Espírito, expulso violentamente pela sociedade através da pena de morte, continua a interagir com essa mesma sociedade, agora no mundo espiritual, voltando certamente a reencarnar no mesmo meio (agora ainda mais violento), até que essa sociedade o eduque.

Somos borboletas que pretendem evoluir, batendo compassadamente as asas da intelectualidade e da espiritualidade. 

Neste momento que vivemos, apenas batemos a asa da intelectualidade, e, esquecidos da espiritualidade, perdemos o Norte de Deus, e, em vez de voar de forma reta, andamos às voltas, como uns tontos, em busca de um rumo.

A dor far-nos-á abrir os olhos se não optarmos pelo caminho do Amor.

É um imperativo da evolução!

Há tempos, ouvindo uma conferência do ilustre espírita Divaldo Pereira Franco, este mencionava, em tom de brincadeira, que Jesus de Nazaré ensinou-nos o “Amai-vos uns aos outros”, mas, nós, seres primitivos, espiritualmente falando, alteramos a frase para “Armai-vos uns aos outros”.

Se a situação não fosse trágica, até seria engraçada e poderíamos dizer que, afinal…, a culpa é do “R”!



JOSÉ LUCAS – o CONSOLADOR