segunda-feira, 30 de março de 2015


              ESPIRITISMO, ERROS DE INTERPRETAÇÃO E
                OBRAS MEDIÚNICAS DUVIDOSAS

ANDRES GUSTAVO ARRUDA

O Espiritismo é uma doutrina que demanda certa acuidade por parte de seus adeptos no respeitante à sua correta interpretação, bem como o hábito de reflexão acerca dos seus postulados, de modo que o espírita compreenda a doutrina tal como no-la entregaram os Benfeitores da Humanidade, há 157 anos. Daí resulta o impositivo da busca pela interpretação a mais acertada possível dos preceitos espíritas, sobretudo das obras que compõem a Codificação.  Tal mister por certo não é fácil, porque os princípios fundamentais da doutrina [Deus, imortalidade da alma, pluralidade dos mundos habitados, reencarnação, comunicabilidade dos Espíritos] podem até ser simples de assimilar, mas a doutrina como um todo é uma ciência que, no dizer de Kardec, não se aprende brincando, dada a complexidade e a grandiosidade dos assuntos que nela são tratados.
Assim, é preciso que o segundo ensinamento dado pelo Espírito de Verdade – o “instruí-vos” –, que encontramos em O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. VI, item V, seja colocado em prática, para que a pulcritude dos postulados espíritas esteja garantida. Com isso, não se sugere, aqui, que os espíritas sejam indivíduos portadores de títulos acadêmicos. Não é isto, mas que tenhamos o mínimo de coerência doutrinária que, por extensão, fará com que tenhamos igualmente o mínimo de coerência na vivência dos ensinamentos, que é o mais importante, mormente em tempos de transição planetária por que passamos na atualidade.
Com o advento das obras mediúnicas psicografadas por Chico Xavier, o Espiritismo ganhou mais adeptos. Assim, o movimento espírita brasileiro ganhou em quantidade, todavia perdeu em qualidade doutrinária, em face do desnível existente entre os prosélitos no que concerne ao que o Codificador denominou “maturidade do senso moral”, que independe da idade e do grau de instrução, mas está ligada unicamente à capacidade de o Espírito encarnado compreender a doutrina, principalmente as consequências morais. 
Numa Casa Espírita deve prevalecer a doutrina espírita
O desnível em causa, não raro, enseja interpretações errôneas dos preceitos doutrinários, resultando, também, na falta do que Kardec definiu como “unidade de princípios” – que não significa pensar da mesma forma, e sim, ter os mesmos objetivos em relação à doutrina –, a qual, juntamente com o CUEE [Controle Universal do Ensino dos Espíritos] garantiriam a união dos espíritas e uma intransponível barreira contra desvios doutrinários. Numa Casa Espírita deve prevalecer, acima de tudo, a doutrina espírita, não a opinião isolada do trabalhador A ou do trabalhador B, que nem sempre está de acordo com a Codificação e com as obras complementares psicografadas por médiuns seguros. Tal ocorre em razão dos erros de interpretação e também pela falta de estudo da Doutrina dos Espíritos. Conjugado a estes dois fatores, surge outro: o analfabetismo funcional, que infelizmente grassa em parte das nossas instituições.
O confrade Geraldo Campetti Sobrinho, em seu artigo Analfabetismo Funcional no Espiritismo, assim se exprime acerca do assunto em testilha:(1)
A expressão [analfabetismo funcional] toma o substantivo “analfabeto” como aquele indivíduo que não sabe ler e escrever. Associando-se o adjetivo “funcional”, constrói-se o entendimento de que o “analfabeto funcional” é a pessoa que consegue ler e escrever, porém não é capaz de compreender o que lê e escreve. Ela decifra letras, sílabas e palavras, mas não consegue interpretá-los ou entender seus significados. Os conceitos apresentados no texto não são alcançados pelo leitor. Ao importar a interessante expressão ao contexto espírita, cumpre-nos averiguar se também não estamos diante de outra triste realidade: uma crise de “analfabetismo funcional no Espiritismo”.

Os ensinos espíritas vêm sendo mal interpretados
Dessa forma, temos observado que, não obstante a existência de grupos de estudo – os quais podem ser a profilaxia contra essas interpretações equivocadas, dado que os chamados “facilitadores” tenham sólida formação doutrinária –, os ensinos espíritas vêm sendo mal interpretados por alguns espíritas. Além disso, há para o iniciante outro escolho dentro do processo de aprendizagem da doutrina espírita. Esse escolho consiste nas obras mediúnicas que vêm sendo psicografadas por alguns médiuns, as quais são apresentadas ao público leitor em linguagem vulgar, leviana, absolutamente em desacordo com o bom senso que toda obra espírita – mediúnica ou não – deve ter, além de trazerem ataques a médiuns e dirigentes espíritas e teses ridículas [como, por exemplo, a possibilidade de ocorrer reencarnação no mundo dos Espíritos...]. Sucede que os autores desencarnados dessas obras são Espíritos pseudossábios – conforme definição de Kardec – que pretendem confundir e criar embaraços no movimento espírita, gerando a discórdia, a desunião, os ataques indébitos entre confrades etc., e o fazem de forma sui generis, porque de ordinário iniciam os capítulos dessas obras citando livros da Codificação e outros de inequívoco valor, do ponto de vista doutrinário. É a tática inteligente das Trevas que, a pouco e pouco, vão ganhando terreno dentro das hostes espíritas, e com a aquiescência da silente comunidade espírita.
Por via de consequência, a compreensão e a própria imagem da doutrina espírita acabam sendo conspurcadas pela proliferação dessas obras mediúnicas antiespíritas, que muitos incautos reputam como legítimas. Afinal, se o livro foi adquirido numa livraria espírita, presume-se que ela seja espírita, sobretudo quando se trata de obra mediúnica – que, ao que parece, possui um certo status de superioridade se comparada a obra de autor encarnado, o que não se justifica, porquanto há excelentes obras de autores encarnados.
Temos examinado o que se publica em nome do Espiritismo?
Destarte, é necessária a conscientização dos dirigentes de Casas Espíritas e dos responsáveis pelas livrarias e clubes do livro, no sentido de analisarem as obras que chegam, antes de entregá-las ao público leitor, que, na maioria das vezes, não sabe distinguir o que é ou não Espiritismo, dado o seu parco aprofundamento no estudo das obras básicas.
Neste mesmo diapasão, questiona o esperantista José Passini:(2)
O que responderemos àqueles que, ao ingressarem nos estudos da Doutrina, nos perguntarem sobre isso? Onde está a nossa fé raciocinada? Onde está o nosso zelo para com a Doutrina a que tanto devemos, face [sic] aos novos horizontes que delineia para nós? Vamos seguir o sábio conselho de Paulo (I Tes, 5: 21): "Examinai tudo. Retende o bem"? Temos examinado o que se publica em nome do Espiritismo? Ou temos deixado correr? Quem é o responsável pela fidelidade doutrinária?
Como dito, os autores desencarnados dessas obras são Espíritos pseudossábios. Sobre essas entidades espirituais, adverte o Espírito Vianna de Carvalho(3):
Esses Espíritos burlões e pseudossábios devem ser esclarecidos e orientados à mudança de comportamento, depois de demonstrado que não lhes obedecemos, nem lhes aceitamos as sugestões doentias, mentirosas e apavorantes com as histórias infantis sobre as catástrofes que sempre existiram, com as informações sobre o fim do mundo, com as tramas intérminas a que se entregam para seduzir e conduzir os ingênuos que se lhes submetem facilmente...
O conhecimento real do Espiritismo é o antídoto para essa onda de revelações atemorizantes, que se espalha como um bafio pestilencial, tentando mesclar-se aos paradigmas espíritas que demonstraram desde o seu surgimento a legitimidade de que são portadores, confirmando o Consolador  que Jesus prometeu aos Seus discípulos e se materializou na incomparável Doutrina.
Onde o movimento espírita é mais dinâmico, e por quê?
Atentemos para a seguinte expressão do Benfeitor acima mencionado: “conhecimento real do Espiritismo”. Isto implica necessariamente a busca por uma formação doutrinária consistente. Para tal, há uma oportuna recomendação de Kardec:(4)
Dissemos que o melhor meio para as pessoas se esclarecerem sobre o Espiritismo é, inicialmente, estudarem a sua teoria; os fatos virão a seguir, naturalmente, e serão compreendidos, qualquer que seja a ordem em que as circunstâncias os conduzam. Nossas publicações são feitas com a finalidade de facilitar esse estudo; eis aqui, para obter esse resultado, a ordem que aconselhamos:
A primeira leitura que deve ser feita é a deste resumo [O Que é o Espiritismo], que apresenta o conjunto e os pontos mais dignos de nota da Doutrina; com isso já se pode fazer uma ideia [sic] do assunto e obter-se a certeza de que no fundo há qualquer coisa de sério. Nesta rápida exposição procuramos indicar os pontos que devem, particularmente, prender a atenção do observador. A ignorância dos princípios fundamentais é a causa das falsas apreciações da maioria daqueles que julgam o que não compreendem, ou de acordo com as suas ideias [sic] preconcebidas.
Se esta primeira exposição provocar o desejo de saber mais, deve-se ler O Livro dos Espíritos, onde os princípios da Doutrina são completamente desenvolvidos; depois O Livro dos Médiuns, para a parte experimental, destinado a servir de guia àqueles que querem operar eles mesmos, como àqueles que querem encontrar a solução dos fenômenos. Vêm, em seguida, as diversas obras onde são desenvolvidas as aplicações e as consequências da Doutrina, tais como: O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno segundo o Espiritismo etc. [grifo nosso].
Percebendo, pois, a relevância dessas recomendações, o Conselho Metropolitano Espírita [hoje, USE Regional São Paulo] lançou, em 1972, a campanha Comece pelo Começo, objetivando popularizar as obras de Allan Kardec. Temos observado que a Federação Espírita Brasileira vem levando adiante esta campanha, o que nos alenta muito, visto que kardecizando os adeptos iniciantes, ficará muito mais fácil promover a consciência doutrinária, verdadeira panaceia a ser utilizada quando da instalação desse maligno vírus chamado desvio doutrinário.
Interessante notar que nos lugares onde os adeptos são mais esclarecidos – doutrinariamente falando – parece que o movimento espírita é, por assim dizer, mais dinâmico, justamente porque os espíritas, nesses locais, compreendem a grandiosidade do trabalho espírita, ao contrário daqueles onde prevalecem a irresponsabilidade doutrinária e a falta de estudo, onde os que se dizem espíritas estão sempre em busca de novidades, numa verdadeira azáfama pela introdução de novos conceitos no corpo doutrinário do Espiritismo, os quais afrontam sobremaneira os princípios e postulados deste último. Cabe aos espíritas sinceros lutar pela preservação da pureza da doutrina – sem forçar nenhuma consciência nem atacar quem quer que seja –, levar o Espiritismo a todos os que se interessam por conhecê-lo, enaltecendo a importância do estudo da Codificação, tendo como norte as sábias palavras do grande e respeitado Léon Denis: “O Espiritismo será o que dele fizerem os homens”.(5) Pensemos nisso!

REFERÊNCIAS:
(1) SOBRINHO, Geraldo Campetti. Analfabetismo Funcional no Espiritismo. Disponível em: http://www.febnet.org.br

(2) PASSINI, José. Responsabilidade Nossa. Disponível em: http://passiniehessen.blogspot.com.br
(3) Mensagem psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco no dia 7 de dezembro de 2009, durante o período de realização do XVII Congresso Espírita Nacional, em Calpe, Espanha. Disponível em: http://www.oconsolador.com.br/ano4/171/correiomediunico.html

(4) O Que é o Espiritismo, cap. I, pp. 78-79.

(5) No Invisível, introdução, p. 12.

BIBLIOGRAFIA:
KARDEC, Allan. O Que é o Espiritismo: introdução ao conhecimento do mundo invisível pelas manifestações dos Espíritos, contendo o resumo dos princípios da Doutrina Espírita e a resposta às principais objeções; tradução de Albertina Escudeiro Sêco. 1.ed. – Rio de Janeiro: CELD, 2008.
DENIS, Léon. No Invisível: Espiritismo e mediunidade: tratado de espiritualismo experimental. – 2. ed. – Rio de Janeiro: CELD, 2011.


quinta-feira, 26 de março de 2015

                                              O SÁBIO E O PÁSSARO

Conta-se que certa feita um jovem maldoso e inconseqüente resolveu pregar uma peça em idoso e experiente mestre, famoso por sua sabedoria.
– Quero ver se esse velho é realmente sábio, como dizem. Vou esconder um passarinho em minhas mãos. 
Depois, em presença de seus discípulos, vou perguntar-lhe se está vivo ou morto. Se responder que está vivo, eu o esmagarei e o apresentarei morto. Se afirmar que está morto, abrirei a mão e o pássaro voará.
Realmente, uma armadilha infalível.
Aos olhos de quem presenciasse o encontro, qualquer que fosse sua resposta, o sábio ficaria desmoralizado.

E lá se foi o jovem mal intencionado, com sua artimanha perfeita.
Diante do ancião acompanhado dos aprendizes, fez a pergunta fatal:
– Mestre, este passarinho que tenho preso em minhas mãos, está vivo ou morto?
O sábio olhou bem fundo em seus olhos, como se perscrutasse os recônditos de sua alma, e respondeu:
– Meu filho, o destino desse pássaro está em suas mãos.

***
Esta história pode ser sugestivo exemplo da perversidade que não vacila em esmagar inocentes para conseguir seus objetivos.

Será, também, uma demonstração das excelências da sabedoria, a sobrepor-se aos ardis da desonestidade.

É, sobretudo, uma ilustração perfeita sobre os mistérios do destino.
Consideram muitos que tudo acontece pela vontade de Deus, mesmo a doença, a miséria, a ignorância, o infortúnio…

Trata-se da mais flagrante injustiça que cometemos contra o Criador, o pai de infinito amor e bondade revelado por Jesus.

A Vida é dádiva divina, mas a qualidade de vida será sempre fruto das ações humanas.
Segundo os textos bíblicos, fomos criados à imagem e semelhança de Deus.
Filhos do Senhor Supremo, o que caracteriza nossa condição é o poder criador, que exercitamos usando prodigioso instrumento – a vontade, a moldar nosso destino e interferir no destino alheio.
***
Há os que não vacilam em esmagar a Vida para alcançar seus objetivos, envolvendo-se com a ambição e a usura, a agressividade e a violência, a mentira e a desonestidade, o vício e o crime…

E há os que libertam a Vida, estimulando-a a ganhar as alturas, mãos abertas para a solidariedade.

Entre essas duas minorias, que se situam nos extremos, temos a maioria que não é má, mas não assume compromisso com o Bem.

Por isso, o mal no Mundo está muito mais relacionado com a omissão silenciosa dos que se acreditam bons, mas não desenvolvem nenhum esforço para evitar que os maus façam barulho.
Isso está bem claro na questão na questão 931, de O Livro dos Espíritos:

Por que, no Mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?
Observe, leitor amigo, o alcance da resposta, uma das mais contundentes da Codificação:
Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quanto estes o quiserem, preponderarão.
Poderíamos acrescentar que a omissão dos bons favorece ainda que as pessoas se envolvam com o mal, por que ninguém as ajuda, nem ampara, nem orienta, nem as atende em suas carências e necessidades.

***
Algum progresso tem sido alcançado.

Fala-se muito, na atualidade, sobre cidadania.

Ser cidadão é estarmos conscientes de nossos direitos.

É lutarmos por eles, a partir dos elementares direitos à saúde, à educação, à habitação e, sobretudo, o inalienável direito à vida.

É um passo importante.

Podemos melhorar as condições de vida de uma sociedade, trabalhando pelos direitos humanos.

Mas há outro passo, bem mais importante:

Assumir deveres.
Destaque-se o dever básico:
Exercitar a solidariedade.
Jesus deixa isso bem claro ao recomendar que nos amemos uns aos outros e ao proclamar que devemos fazer pelo próximo o bem que desejaríamos receber dele, se sofrêssemos suas carências.

***
A mão que liberta o homem da doença, da miséria, da ignorância, do infortúnio, para que a Vida ganhe as alturas, deve ser a filosofia de trabalho de todas as pessoas que desejam contribuir em favor de um mundo melhor.

A Doutrina Espírita deixa bem claro que não podemos nos omitir diante das misérias humanas.

É preciso fazer algo pelo semelhante.

O destino de nossa sociedade é o somatório de nossas ações.
Não se faz uma sociedade boa se, a par do exercício de cidadania, não houver o cultivo da solidariedade.

E aqueles que participam, que se dedicam a esse mister, logo fazem descobertas maravilhosas.

No empenho de ajudar o próximo, libertam-se das angústias que afligem o homem comum, preso ao egoísmo.

Ajudando alguém a erguer-se de suas misérias, pairam acima das inquietações humanas.

Contribuindo para clarear sendas alheias, iluminam o próprio caminho.
Estimulando ao bem seus irmãos, com a força do exemplo, percebem, deslumbrados, que encontraram sua gloriosa destinação.

Livro "O Destino em Suas Mãos" Richard Simonetti
Editora CEAC - Bauru



domingo, 22 de março de 2015


 
Romances mediúnicos. 

Como reconhecê-los se são espíritas ou não?

Com frequência recebo alguns livros encaminhados por  editora espírita a fim de que analise a obra e veja a possibilidade de sua publicação. 

As obras são, em geral, romances mediúnicos. 

Contudo, constata-se que muitos desses livros enviados para uma editora espírita apreciar não são livros espíritas, porquanto não trazem em seu bojo ensinamentos da Doutrina codificada por Allan Kardec. 

Muitos, aliás, nada falam sobre Kardec, centro espírita, O Evangelho segundo o Espiritismo, Jesus, O Livro dos Espíritos e tantos outros temas ligados à Codificação. 

São livros mediúnicos apenas, muitos até com uma história envolvente, emocionante, e bem escritos, contudo, definitivamente não se trata de livros espíritas.

Aqui vale destacar que há uma confusão envolvendo Espiritismo e Mediunidade. Muitos consideram Mediunidade e Espiritismo sinônimos, mas não o são.

 A Mediunidade é, obviamente, um dos aspectos importantes e, claro, estudada pela Doutrina dos Espíritos.

 A propósito, o Espiritismo nasceu dos Espíritos e dos contatos que os Imortais estabeleceram com o plano físico. 

Entretanto, o fato de ter relação com a mediunidade não transforma um livro, uma comunicação ou o que quer que seja em espírita, até porque médiuns e mediunidade existem desde as mais remotas eras e nas mais diferentes religiões, e não é, portanto, uma invenção da Doutrina Espírita.

Questionarão alguns:

 – Mas sou médium e, então, como posso verificar se  o romance que me foi ditado é espírita ou não, antes de enviá-lo para que uma editora analise?

Simples, basta observar se o livro está transmitindo lições da Doutrina Espírita. 

Se há conceitos doutrinários, se fala em reencarnação, mediunidade, amor, paz, centro espírita, Kardec, enfim, se divulga realmente o Espiritismo.

 –  Ah, mas tenho pouco conhecimento sobre o Espiritismo.
Então, é melhor que estude, pesquise e conheça mais a Doutrina Espírita para escrever um livro que seja, de fato, espírita.
 – Mas a questão de o livro que recebi não ser espírita o torna uma obra de má qualidade?
De forma alguma. O livro que você recebeu não perde o valor por não ser espírita. Contudo, não é de bom alvitre que seja divulgado e comercializado como sendo uma obra espírita, porque não o é.

 – E as editoras espíritas poderão publicar?

Aí é uma questão interna de cada editora. 

Até poderão publicar, só não poderão chamar a obra de sua lavra de espírita, porque seria propaganda enganosa, prometendo uma coisa que na essência não vai ser cumprida.

Observe, caro leitor,  que o intuito deste texto não é o de denegrir, criticar ou perseguir médiuns e romances mediúnicos. 

A intenção é a de alertar para o conteúdo que deve haver numa obra espírita, seja de origem mediúnica ou não.

Até porque os romances espíritas cumprem um papel muito importante no que concerne à divulgação doutrinária. 

São eles, os romances espíritas, na maioria das vezes, a porta de entrada que introduz o leitor ao universo do Espiritismo. 

Daí o cuidado para que o romance que se intitula espírita seja mesmo espírita.
Tudo aquilo que se afastar de Kardec e não divulgar o Espiritismo pode até ser uma coisa boa, porém, não deve receber a alcunha de espírita.
 

 
 Wellington Balbo

segunda-feira, 16 de março de 2015


                                              O FUTURO DA SOGRA

Um leitor revela suas dúvidas sobre a vida além-túmulo:

Tenho lido que a pessoa tende a ver-se em situações relacionadas à sua maneira de ser.

Fico pensando onde ficará, e o que verá, a mãe de minha mulher que, para minha desdita, mora comigo.

Induz-me a imaginar que feliz foi Adão – não tinha sogra.
Varre a casa varias vezes ao longo do dia. 

Fica louca com pó nas estantes. Faca no lugar dos garfos, na gaveta, estraga o seu dia e, também, o nosso.

Não se pode comprar mais de dez pães – é exagero. Pão francês, dos pequenos. Se for grande, briga, não come, e vai reclamar dois dias.

Bate portas, dá indiretas e vive me cutucando. Briga por qualquer motivo e até sem motivo nenhum. Critica, bufa, suspira, faz ai-ai, embora viva a evocar Deus, pedindo calma, paciência e resignação!

Não pára por aí.

São numerosas as regras e freqüentes as brigas, por insignificâncias

Um dia, para agradá-la, quis fazer surpresa.

Varri a casa, passei pano molhado no chão, depois pano seco para tirar o pó que restou (obrigatório). 

Limpei os móveis, arrumei a cama, passei, cuidadosamente, o pano no vidro da mesa – Deus nos acuda, se ficarem marcas de dedos!

Depois fiz o jantar, um espetáculo, por sinal, pois adoro cozinhar. 

Lavei a louça e deixei tudo em ordem.

A primeira coisa que ela notou, quando chegou, foi o pano de prato embolado na pia.

Foi a conta para estragar o jantar e os próximos dias.

Reclama que vou muito ao Centro Espírita. Considera-me uma porcaria de religioso, que não dá atenção à família, o que não é verdade.

Consola-me saber que é assim com outras pessoas. Não se dá com ninguém, nem com a filha e netos.

Às vezes consigo que vá ao Centro. Toma passes, recebe ajuda, melhora um pouco, por alguns dias…

Logo voltam as impertinências.

Então, eu queria saber o que vai ser dela do outro lado….

O que vai ver, se aqui enxerga tudo torto, neurótica incorrigível?

***

Li certa feita a história de um rabi que teve treze filhos.

Houve um acidente e, tragédia inominável, todos morreram!
Ante a esposa em desespero, comentou, fervoroso:

– Tenha paciência, minha querida. 

Vamos corresponder à confiança do Senhor. 

Certamente nos ofereceu essa experiência como consolo para pessoas que enfrentam o drama da morte de um filho.

 Mirando-se em nosso exemplo, dirão: 

– Há quem passe por transe muito pior e, ainda assim, não perde a fé.

Algo semelhante ocorre com o prezado missivista.

Observando sua experiência, genros atribulados hão de se animar:

– Aleluia! Não está tão mal! Há sogras piores que a minha!
Estou brincando.

A avó de seus filhos há de ter virtudes, tanto quanto defeitos, como todos os seres humanos.

Não há perfeição na Terra.

No livro Boa Nova, do Espírito Humberto de Campos, psicografia de Chico Xavier, Jesus diz algo que nos faz pensar:

O ser humano é mais frágil que mau.

É a nossa fragilidade que nos leva a um comportamento desajustado. Não percebemos que magoamos as pessoas e azedamos qualquer relacionamento.

Em última instância, criamos embaraços para nós mesmos, porquanto, agindo de forma desajustada, abrimos as portas às influências espirituais inferiores, que nos impõem perturbações e enfermidades.

Somos os primeiros a sofrer as conseqüências das mazelas que extravasamos.

Por isso, o Espiritismo ensina que devemos ser indulgentes com os outros, severos conosco.

Que perdoemos as impertinências alheias, a fim de não sintonizarmos com o mal, conservando a própria integridade.

Mas jamais perdoemos as nossas, aprendendo a superá-las.

***
Nosso futuro espiritual, o que enxergaremos e como viveremos, não se subordina ao que vamos encontrar do outro lado da vida.

Depende de como iremos!

Há Espíritos que fazem estágios de trabalho no Umbral, o purgatório espírita, aproveitando a oportunidade para servir, ajudando os infelizes que lá estagiam. Acumulam créditos espirituais, habilitando-se à paz, mesmo em tão desolada região.

E há os que, não obstante acolhidos por piedosas organizações socorristas. sentem-se infelizes e perturbados, em face das idéias negativas que asilaram em sua mente e do comportamento desajustado.

Como ensinava Jesus 

– o Reino de Deus está dentro de nós.

O inferno também. 

Depende do que pensamos e fazemos.

Insistir na bondade, respondendo sempre ao mal com o bem, à agressividade com a mansidão, ao egoísmo com o altruísmo, é a melhor forma de conservarmos a estabilidade física e psíquica, ajudando aqueles que nos aborrecem a superar seus próprios desajustes, com a força do exemplo.

Assim, quando a morte nos conduzir de retorno à pátria espiritual, estaremos habilitados ao céu da consciência tranqüila, ainda que voltemos a conviver com impertinente sogra.

Livro Para Rir e Refletir  Richardt Simonetti

quinta-feira, 12 de março de 2015

                                                                  GENTE NA PRAÇA


Conta Jesus que o Reino dos Céus é semelhante a um pai de família que saiu ao amanhecer, por volta de seis horas, a fim de contratar servidores para a sua vinha.
Postavam-se na praça os candidatos, chamados jornaleiros.
É prática usual, ainda hoje, envolvendo trabalhadores braçais contratados para serviços avulsos no campo. Levam a marmita com singela refeição, que comem sem aquecer. Por isso são conhecidos como bóias-frias.
Explica Jesus que foi contratada uma turma, pessoal madrugador.
Por volta das nove, o dono da vinha retornou e ainda encontrou desocupados.

– Ide, também vós para a vinha, e vos darei o que for justo.

Por volta de meio-dia, chamou mais gente.
Às quinze horas, nova contratação.
Finalmente, às dezessete horas, falou a um grupo remanescente:

– Por que estais aqui, o dia inteiro desocupados?
– Porque ninguém nos contratou.
– Ide também vós para a vinha.

Ao anoitecer, recomendou ao seu administrador:

– Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos até os primeiros.

Seguindo a orientação do patrão, o acerto de contas foi feito a partir da turma das dezessete horas. Um denário a cada um, correspondente a um dia de trabalho.
Quando chegou a vez dos trabalhadores contratados às seis da manhã, estes ficaram indignados.
Não era para menos! Mourejar de sol a sol, durante doze horas, e ganhar o mesmo salário de alguém que serviu apenas uma hora, configura flagrante injustiça!
Prato cheio para um sindicato rural. Daria boa briga na justiça trabalhista.
Como nos tempos de Jesus não havia nada disso, tudo o que o pessoal injustiçado pôde fazer foi reclamar com o patrão:

– Estes que vieram por último só trabalharam uma hora e tu os igualaste a nós, que suportamos o peso do dia e o calor do sol.

Dirigindo-se ao porta-voz dos reclamantes, esclareceu o vinhateiro:

– Amigo, não faço injustiça. Não combinaste comigo um denário? Toma o que é teu e vai; pois quero dar a este último o mesmo que a ti. Porventura não me é lícito fazer o que eu quero com o que é meu? Ou o teu olho é mau, porque eu sou bom? Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos. Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.

Apreciada sob o ponto de vista humano, esta parábola seria a consagração da injustiça nas relações trabalhistas, embora devamos considerar que o patrão, o dono do dinheiro, tem o direito de remunerar como lhe aprouver, desde que ocorra acordo prévio.
Não competia aos trabalhadores nenhum questionamento.
Significativa a sua indagação:

– …Teu olho é mau porque eu sou bom?

Olho mau é sinônimo de inveja.
Usa-se outra expressão: olho gordo. Cobiçar o alheio, ou sentir-se diminuído por não ter o mesmo.
Não seria a reclamação do trabalhador apenas um exercício de inveja? Afinal, ele recebeu o que fora acertado.
Bom lembrar que a inveja é mal tão antigo quanto o Homem.
Foi a motivação do primeiro fratricídio, na história bíblica. Caim matou Abel por imaginar que seu pai dava mais atenção ao irmão.
Nas empresas, há sempre gente reclamando de colegas supostamente privilegiados. São criticados os que se destacam, os que são promovidos, tachados de bajuladores e hipócritas.
As pessoas têm facilidade para se considerarem injustiçadas, sempre que os seus interesses são contrariados.
Não obstante, forçoso reconhecer que algo anda errado numa empreitada em que alguém ganha doze vezes mais do que um colega que executa o mesmo serviço.
Com o aperfeiçoamento das regras do trabalho, cuja orientação principal determina uma isonomia, igualdade de salário para identidade de funções, seria de justiça o pagamento por horas trabalhadas.
  
Esta parábola, pela aparente injustiça que encerra, é um desafio aos intérpretes do Novo Testamento.
A solução está no objetivo de Jesus, ao enunciá-la:
Simbolizar o ingresso no Reino de Deus.
Lembremos, em princípio, como o Mestre sempre frisou, que o Reino não tem localização geográfica, na Terra ou no Além.
Atentemos à sua proclamação (Lucas,17:21):

… o Reino está dentro de vós.

Então, amigo leitor, trata-se de um estado de consciência.

– Ah! Sinto-me tão bem! Leve, tranqüilo, em paz!
Elevou-se ao Céu.

– Ah! Vida cruel! Estou atormentado, idéias infelizes, vontade de morrer!
Escorregou para o inferno.

Bem, sendo assim, como é que vamos entrar no Reino, ou, mais exatamente, como é que o Reino vai se instalar em nós?
Começamos a decifrar esse mistério lembrando uma expressão significativa de Jesus (João, 5:17):

– Meu Pai trabalha desde sempre, e eu também.

Tudo é movimento no Universo, na dinâmica da evolução, desde o verme que nas profundezas do solo o fertiliza, aos mundos que se equilibram no espaço.
Deus, o trabalhador incansável, que tudo projetou e construiu, é o motor divino que sustenta a celeste movimentação.
Jesus, Espírito puro e perfeito, chamado a nos governar, entrega-se a esse mister desde a formação da Terra.
Filhos de Deus, criados à sua imagem e semelhança, temos potencialidades criadoras que, caracterizam nossa filiação divina e nos realizam como Seus filhos, quando as mobilizamos.
Isso implica em ação. Ocuparmos o tempo e a mente em atividade disciplinada.
Esse empenho chama-se trabalho.
Quando nos dedicamos a algo produtivo, pomos ordem na casa mental, sintonizamos com os ritmos do Universo e guardamos a paz, o regalo do Céu.
Detalhe importante:
O salário do Reino não é o resultado do trabalho.
É o próprio trabalho!
Aqueles que mais cedo despertam para esse imperativo, desde logo sintonizam com as Fontes da Vida e se habilitam a uma existência feliz.
Os retardatários sujeitam-se a problemas e dores, perturbações e dissabores, como ferrugem em motor desativado.
  
Entrar nesse estado sublime de sintonia com os ritmos do Universo depende de nós.
Situemos nossa posição na Terra como a de pessoas numa praça.
As motivações são variadas:

• Espairecer.

• Matar o tempo.

• Namorar.

• Bater papo, trocando abobrinhas.

• Exercitar a maledicência.

• Satisfazer um vício.

• Ouvir música.

• Apreciar a pregação religiosa.

• Cultivar a leitura.

Diariamente, Deus nos convida à Seara Divina.
Há quem imagine que seria dedicar uma hora semanal ao esforço da fraternidade, atendendo pessoas carentes em hospitais, favelas, organizações filantrópicas…
O que Deus espera de nós é algo bem maior.
Não o esforço de algumas horas, mas a consagração da existência.
Não significa que devamos passar o tempo todo em instituições de beneficência, mas que em todo o tempo encaremos nossas atividades e relacionamentos como parte de um contexto – o de trabalhadores da Vinha.
Isto é, que nos comportemos, onde estivermos, guardando a consciência de que somos servidores do Senhor, com compromissos e responsabilidades inerentes a essa condição.

Na praça de nossas cogitações, ocorre perene convocação, com adesões em tempo variado, envolvendo a jornada humana.

• Seis horas.
Infância.

• Nove horas.
Adolescência.

• Meio-dia.
Maioridade.

• Quinze horas.
Maturidade.

• Dezessete horas.
Velhice.

Multidões não atendem em tempo nenhum.
Regressam ao Plano Espiritual com lamentáveis comprometimentos morais, sujeitando-se a amargos períodos de sofrimento e desajuste.
Por isso Jesus diz que muitos são os chamados e poucos os escolhidos.
Na verdade, todos são chamados.
Se poucos os escolhidos, é porque raros atendem à convocação.

A parábola tem uma dificuldade final de interpretação.
Como situar a condição dos trabalhadores que começaram por último e foram os primeiros a receber o salário?
Como interpretar a afirmativa: os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos?
Bem, caro leitor, essa expressão está contida num texto imediatamente anterior, quando Mateus reporta-se ao jovem que não se sentiu em condições de acompanhar Jesus, porque era muito rico.
O Mestre teria encerrado o episódio com aquele mesmo comentário, enfatizando que posições privilegiadas na Terra podem inibir o homem para os serviços da Seara.
Segundo alguns exegetas, a expressão foi repetida na parábola por erro dos copistas encarregados de reproduzir os textos, o que acontecia, não raro.

Poderíamos concluir, em síntese, que é fundamental não perdermos tempo na praça existencial, dispostos aos serviços da Seara, onde estivermos, na atividade profissional, na vida social, no convívio familiar…

Somente assim faremos jus ao salário de bênçãos que o Senhor oferece aos que atendem à Sua convocação.

Richard Sionetti

terça-feira, 3 de março de 2015

QUANTO VALE UM FILHO

O governo americano calculou recentemente o custo para criar um filho, do seu nascimento aos 18 anos, e chegou a R$ 80.000 a 90.000 para uma família de classe média. O valor é chocante! E esse valor não cobre a formação escolar.

Mas R$ 80.000 a 90.000 não é tão ruim assim, se você parcelá-lo.
Ele se traduz em: R$ 4.981,08 por ano, R$ 415,09 por mês, R$ 103,72 por semana. E meros de R$ 13,39 por dia. Cerca de um R$ 0,55 por hora.

O que você ganha com R$ 80.000 a 90.000 ?
Direito de dar nomes. O primeiro, o do meio e o último. Olhares de Deus todos os dias.

Risadinhas debaixo das cobertas todas as noites. Mais amor do que seu coração pode suportar.

Beijos jogados no ar e abraços com velcro. Infinitas admirações por pedras, formigas, nuvens e biscoitos.

Uma mão para segurar, normalmente suja de geleia ou chocolates. Um parceiro para fazer bolhas de sabão, soltar pipas. Alguém para fazer você rir como bobo, não importa o que seu chefe tenha dito ou como as bolsas se comportaram nesse dia.
Por R$ 80.000 ou 90.000 , você não precisará crescer nunca. Você deve:

Ter os dedos sujos de tinta, modelar abóboras, brincar de esconde-esconde, pegar vaga-lumes, e
nunca parar de acreditar em Papai Noel.

Você terá uma desculpa para...

Continuar a ler as Aventuras do Ursinho Puff, assistir desenhos animados ao sábado pela manhã.

assistir filmes da Disney, e fazer pedidos a estrelas.

Você recebe molduras de arco-íris, de corações ou flores sob imãs de geladeira ; conjunto de mãos impressas em argila para o Dia das Mães, e cartões com letras viradas para o Dia dos Pais.

Por R$ 80.000 ou 90.000 , não há outro jeito mais fácil de ficar famoso.

 Você é um herói apenas por...

recuperar um gatinho do telhado da garagem, retirar as rodinhas da bicicleta, remover uma farpa, encher uma piscina de plástico, fazer bola de chiclete sem estourar e treinar um time de futebol que nunca vence mas sempre recebe sorvete de prêmio.

Você tem lugar na primeira fila da "história" como testemunha ...
dos primeiros passos, das primeiras palavras, do primeiro sutiã, do primeiro namoro, e da primeira vez atrás do volante de um carro.

Você fica imortal.

Você tem um novo braço na sua árvore genealógica e, se tiver sorte, uma longa lista de membros no seu obituário, chamados netos e bisnetos.

Você recebe formação em psicologia, enfermagem, justiça criminal, comunicação e sexualidade humana que nenhuma faculdade pode lhe dar. 

Aos olhos de uma criança, você localiza-se logo abaixo de Deus.

Você tem poder para curar um choro, espantar os monstros que estão debaixo da cama, remendar um coração partido, policiar uma festa sonolenta, cultivá-los sempre e amá-los sem limites. 

E assim algum dia, eles como você, amarão sem medir os custos. 

É um excelente negócio por esse preço!!!!

Ame e curta seus filhos e netos e bisnetos!!!!!!!

É o melhor INVESTIMENTOhttp://cdncache1-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png que você fará.

(Desconhecido autor)