domingo, 22 de março de 2015


 
Romances mediúnicos. 

Como reconhecê-los se são espíritas ou não?

Com frequência recebo alguns livros encaminhados por  editora espírita a fim de que analise a obra e veja a possibilidade de sua publicação. 

As obras são, em geral, romances mediúnicos. 

Contudo, constata-se que muitos desses livros enviados para uma editora espírita apreciar não são livros espíritas, porquanto não trazem em seu bojo ensinamentos da Doutrina codificada por Allan Kardec. 

Muitos, aliás, nada falam sobre Kardec, centro espírita, O Evangelho segundo o Espiritismo, Jesus, O Livro dos Espíritos e tantos outros temas ligados à Codificação. 

São livros mediúnicos apenas, muitos até com uma história envolvente, emocionante, e bem escritos, contudo, definitivamente não se trata de livros espíritas.

Aqui vale destacar que há uma confusão envolvendo Espiritismo e Mediunidade. Muitos consideram Mediunidade e Espiritismo sinônimos, mas não o são.

 A Mediunidade é, obviamente, um dos aspectos importantes e, claro, estudada pela Doutrina dos Espíritos.

 A propósito, o Espiritismo nasceu dos Espíritos e dos contatos que os Imortais estabeleceram com o plano físico. 

Entretanto, o fato de ter relação com a mediunidade não transforma um livro, uma comunicação ou o que quer que seja em espírita, até porque médiuns e mediunidade existem desde as mais remotas eras e nas mais diferentes religiões, e não é, portanto, uma invenção da Doutrina Espírita.

Questionarão alguns:

 – Mas sou médium e, então, como posso verificar se  o romance que me foi ditado é espírita ou não, antes de enviá-lo para que uma editora analise?

Simples, basta observar se o livro está transmitindo lições da Doutrina Espírita. 

Se há conceitos doutrinários, se fala em reencarnação, mediunidade, amor, paz, centro espírita, Kardec, enfim, se divulga realmente o Espiritismo.

 –  Ah, mas tenho pouco conhecimento sobre o Espiritismo.
Então, é melhor que estude, pesquise e conheça mais a Doutrina Espírita para escrever um livro que seja, de fato, espírita.
 – Mas a questão de o livro que recebi não ser espírita o torna uma obra de má qualidade?
De forma alguma. O livro que você recebeu não perde o valor por não ser espírita. Contudo, não é de bom alvitre que seja divulgado e comercializado como sendo uma obra espírita, porque não o é.

 – E as editoras espíritas poderão publicar?

Aí é uma questão interna de cada editora. 

Até poderão publicar, só não poderão chamar a obra de sua lavra de espírita, porque seria propaganda enganosa, prometendo uma coisa que na essência não vai ser cumprida.

Observe, caro leitor,  que o intuito deste texto não é o de denegrir, criticar ou perseguir médiuns e romances mediúnicos. 

A intenção é a de alertar para o conteúdo que deve haver numa obra espírita, seja de origem mediúnica ou não.

Até porque os romances espíritas cumprem um papel muito importante no que concerne à divulgação doutrinária. 

São eles, os romances espíritas, na maioria das vezes, a porta de entrada que introduz o leitor ao universo do Espiritismo. 

Daí o cuidado para que o romance que se intitula espírita seja mesmo espírita.
Tudo aquilo que se afastar de Kardec e não divulgar o Espiritismo pode até ser uma coisa boa, porém, não deve receber a alcunha de espírita.
 

 
 Wellington Balbo