Romances
mediúnicos.
Como reconhecê-los se são espíritas ou não?
Com frequência recebo alguns livros encaminhados por editora espírita a fim de que analise a obra e veja a possibilidade de sua publicação.
As obras
são, em geral, romances mediúnicos.
Contudo, constata-se que muitos desses
livros enviados para uma editora espírita apreciar não são livros espíritas,
porquanto não trazem em seu bojo ensinamentos da Doutrina codificada por Allan
Kardec.
Muitos, aliás, nada falam sobre Kardec, centro espírita, O Evangelho
segundo o Espiritismo, Jesus, O Livro dos Espíritos e tantos outros temas
ligados à Codificação.
São livros mediúnicos apenas, muitos até com uma
história envolvente, emocionante, e bem escritos, contudo, definitivamente não
se trata de livros espíritas.
Aqui vale destacar que há uma
confusão envolvendo Espiritismo e Mediunidade. Muitos consideram Mediunidade e
Espiritismo sinônimos, mas não o são.
A Mediunidade é, obviamente, um dos
aspectos importantes e, claro, estudada pela Doutrina dos Espíritos.
A
propósito, o Espiritismo nasceu dos Espíritos e dos contatos que os Imortais
estabeleceram com o plano físico.
Entretanto, o fato de ter relação com a
mediunidade não transforma um livro, uma comunicação ou o que quer que seja em
espírita, até porque médiuns e mediunidade existem desde as mais remotas eras e
nas mais diferentes religiões, e não é, portanto, uma invenção da Doutrina
Espírita.
Questionarão alguns:
– Mas sou médium e, então, como
posso verificar se o romance que me foi ditado é espírita ou não, antes
de enviá-lo para que uma editora analise?
Simples, basta observar se o livro
está transmitindo lições da Doutrina Espírita.
Se há conceitos doutrinários, se
fala em reencarnação, mediunidade, amor, paz, centro espírita, Kardec, enfim,
se divulga realmente o Espiritismo.
– Ah, mas tenho
pouco conhecimento sobre o Espiritismo.
Então, é melhor que estude, pesquise
e conheça mais a Doutrina Espírita para escrever um livro que seja, de fato,
espírita.
– Mas a questão de o livro que
recebi não ser espírita o torna uma obra de má qualidade?
De forma alguma. O livro que você
recebeu não perde o valor por não ser espírita. Contudo, não é de bom alvitre
que seja divulgado e comercializado como sendo uma obra espírita, porque não o
é.
– E as editoras espíritas
poderão publicar?
Aí é uma questão interna de cada
editora.
Até poderão publicar, só não poderão chamar a obra de sua lavra de
espírita, porque seria propaganda enganosa, prometendo uma coisa que na essência
não vai ser cumprida.
Observe, caro leitor, que o
intuito deste texto não é o de denegrir, criticar ou perseguir médiuns e
romances mediúnicos.
A intenção é a de alertar para o conteúdo que deve haver
numa obra espírita, seja de origem mediúnica ou não.
Até porque os romances espíritas
cumprem um papel muito importante no que concerne à divulgação doutrinária.
São
eles, os romances espíritas, na maioria das vezes, a porta de entrada que
introduz o leitor ao universo do Espiritismo.
Daí o cuidado para que o romance
que se intitula espírita seja mesmo espírita.
Tudo aquilo que se afastar de Kardec
e não divulgar o Espiritismo pode até ser uma coisa boa, porém, não deve
receber a alcunha de espírita.