TUDO É VIDA
A vida nunca cessou, não cessa
e nem cessará em todos os departamentos
deste Universo infinito onde
ela se mostra soberana e bela.
Aquilo a que denominamos morte
poderíamos chamar de uma desagregação celular que, por sua vez,
continua vivendo incessantemente, e isto por um razão bem simples: cada célula
componente de um grupo que empresta forma a este é energia, e esta não
desaparece, mas prossegue com vida, e vida cada
vez mais abundante, justamente
pela certeza adquirida de que ela, morte, inexiste, é uma mentira. Os
enciclopedistas, mais cedo ou mais tarde, haverão de colocar em seus dicionários
o verdadeiro significado da morte:
uma desorganização celular que dava forma a um grupo de células que se constituía num todo orgânico ou inorgânico.
uma desorganização celular que dava forma a um grupo de células que se constituía num todo orgânico ou inorgânico.
Olhando a morte com a visão
espírita, que é justamente a visão do Espírito imortal, a morte já não se pode
constituir num temor, num horror.
É, sim, um fenômeno biológico natural que deve ser racionalizado pelo Espírito ergastulado à carne.
É, sim, um fenômeno biológico natural que deve ser racionalizado pelo Espírito ergastulado à carne.
As células componentes de um
corpo somático, ao se desestruturarem no ser humano, não encontram mais
condições de reter a energia que as comandava, que as mantinha unidas,
grupadas. Falta-lhes vitalidade, que é usada pelo Espírito para comandar o corpo,
apropriando-se dele.
Tudo se altera para que
aconteça o melhor, o aperfeiçoamento da forma, o seu progresso, a sua evolução.
Viver, como vamos percebendo, é
evoluir em todos os estágios sem cessar, até à angelitude, quando a
energia espiritual, o Espírito, não mais necessita da forma para se expressar. Daí
porque o ser real não é físico. Este é clausura temporária da energia eterna.
Todos nós voltaremos às origens
quando nos desprendermos do magnetismo e
do vitalismo orgânico que
engendra a forma física.
Reagir à libertação pela morte
do corpo carnal é apego insensato às licenças
do prazer e às imposições das
mais primárias das paixões.
Somente o hedonista teme ou
odeia a morte, porque para ele tudo se resume no agora, supondo que a vida
seja esse breve estágio no frágil e breve período dos sentidos físicos.
Fomos criados para a libertação
plena, a qual vamos alcançando,
paulatinamente, nas abençoadas
experiências reencarnatórias que
caracterizam a verdadeira Vida,
a do Espírito.
O homem terrenal ainda vive e
sente apenas o corpo carnal, não se
apercebendo das sensações
tipicamente espirituais, oriundas da vivência da caridade, do amor ao próximo,
da Natureza nas suas variadas manifestações.
Como em realidade nada está
morrendo, tudo vai experimentando incessante transformação, e o Espírito
prossegue vivo quando da desarticulação da maquinaria física sob sua
diretriz.
As comunicações mediúnicas que
nos chegam diariamente, ao serem
percebidas na sua essência, vão
deixando aos humanos a realidade da vida extra-física.
Jesus veio mostrar a Vida
estuante após se deixar crucificar sem um mínimo gesto de defesa ou
justificativa para o que havia feito. Se confiamos nele, mais ainda confiemos em Deus. Assim
sendo, segundo as palavras do Incomparável Messias, renunciemos a nós
mesmos, tomemos a nossa cruz e sigamo-lo.
Procuremos, assim, conduzir-nos
com equilíbrio em todos os momentos da
existência terrena para que, no
instante da morte, estejamos devidamente
preparados para a sobrevivência
plena que nos aguarda.
Acalmando-nos, aguardemos o
reencontro com os que nos antecederam na
viagem de retorno ao mundo
verdadeiro – o dos Espíritos. O ser amado vive e
nos espera, com certeza.
Caso façamos silêncio interior,
ouvi-lo-emos com palavras dúlcidas de
esperança e consolo para que
prossigamos em nossos afazeres até o instante
final da libertação.
Se porventura algum temor nos
acicata com ameaças a respeito da
desencarnação, nada melhor e
salutar do que recordarmos de que diariamente vivemos uma forma de morte
quando adormecemos.
“Ama os que
morreram, mas vivem, preparando-te, por tua vez, para
viveres depois que
morras”- diz
Joanna de Ângelis.
Vivamos, pois, felizes, amando
a vida, o que fazemos, e esperemos, sem
temor algum, o momento fatal da
nossa desencarnação, confortando-nos com os conhecimentos oferecidos pelo espiritismo.
Adésio Alves Machado