Brasil da Paz
Lutar sim, ferir nunca
Como todos os ensinamentos trazidos ao orbe terrestre por Jesus estavam deturpados e esquecidos, fazia-se necessário procurar outras terras, onde Espíritos jovens e simples aguardavam a semente de um novo pensamento cristão, baseado na fraternidade e na liberdade.
E neste abençoado continente
americano, foi escolhido o novo coração do mundo.
De acordo com o roteiro
traçado por Jesus, em abril de 1500 o Brasil era finalmente revelado ao mundo,
para se tornar a nova pátria do pensamento cristão.
Além de ser designado pelo Mestre
como o zelador dos patrimônios imortais que constituem a Terra do Cruzeiro,
teve a missão de reunir as “três raças tristes”: os sedentos de justiça divina
(os degredados), os simples de coração (índios) e os aflitos (escravos), para a
formação da alma coletiva de um povo bem-aventurado por sua mansidão e
fraternidade.
Nossa independência foi encaminhada
pela Espiritualidade – avessa à violência, e ocorre sem conflitos, guerras ou
derramamento de sangue, malgrado o trágico fim de Tiradentes (única vida
perdida, e cujo martírio na forca ocorreu há 220 anos, em 21 de abril de 1792).
O ano de 1840 marca o início de
vários serviços de beneficência da medicina homeopática no Brasil,
através de dois médicos portugueses recém-chegados, que iniciaram a aplicação
de passes magnéticos como auxílio imediato das curas.
A eclosão dos fenômenos espíritas não
passou despercebida no Brasil, em especial o das mesas girantes, que era a
grande sensação dos salões da Europa e da América (1850).
Portanto, em 18 de
abril de 1857, quando Allan Kardec lança em Paris, França, a primeira edição de O
Livro dos Espíritos, com 501 questões (a segunda e definitiva edição
ocorreria em 16 de março de 1860, com 1.019 questões), o Brasil já apresentava
condições favoráveis ao entendimento, estudo e divulgação das suas relações com
o mundo espiritual, além de desenvolver, completar e explicar os ensinamentos
de Jesus.
A marcha evolutiva prossegue com o
movimento de libertação dos escravos. De forma pacífica (bem diferente do
movimento ocorrido nos Estados Unidos, com 600 mortos), a Princesa Isabel
decreta a Lei do Ventre Livre em 1871 e a Lei Áurea, proibindo qualquer tipo de
escravidão. Neste dia 13 de maio de 1888, uma multidão de Espíritos deixou o
Plano Espiritual para participar das grandiosas solenidades da Abolição.
O lema Ordem e Progresso, inspirado
pelo Plano Superior para constar na nossa bandeira, sinaliza claramente uma
diretriz a todos nós brasileiros.
A ordem é necessária, porque ordem é a
disciplina em torno de situações, pessoas e coisas.
É
também comprometimento, devotamento, eficiência, humildade. Afinal de contas, a
disciplina não é a melhor maneira de educar-nos e dignificar os nossos
sentimentos?
O progresso é lei natural.
E
“consiste, principalmente, no melhoramento moral, na depuração do Espírito, na
extirpação dos maus germens existentes em nós.
Este é o verdadeiro progresso, o
único que assegura a felicidade da Humanidade, porque é a negação do mal”.
(Allan Kardec, Obras Póstumas – Credo Espírita).
Vivenciar o Espiritismo é agir com
devotamento e abnegação na busca do bem comum, incentivando novos hábitos e
novos comportamentos, contribuindo para o progresso permanente do indivíduo, da
coletividade, da sociedade e de toda a Humanidade.
O Brasil, trazendo em seus contornos
a forma geográfica de um coração, é a Terra Prometida, a Pátria do Evangelho
Restaurada, é o seio do povo nobre e trabalhador do Ocidente, em cujo solo
todos aprenderão a lei da fraternidade universal, que unirá todos os Espíritos.
Estará sempre amparado pela bandeira
de Ismael: “Deus, Cristo e Caridade”, onde os homens se irmanarão em todas as
atividades, sem apego aos bens perecíveis e exclusivos, onde o trabalho será de
todos para todos, com tempo destinado ao labor, ao estudo, ao culto, ao
repouso, ao lazer, e onde todos os Espíritos se filiarão às hostes do Cordeiro,
preparando-se para os momentos de ascensão à condição de Espírito livre,
evangelizado, SERVIDOR do
Cristo, exemplificando o amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a
si mesmo.
Como Espíritos renovados, viveremos
uma vida maior, e pelo progresso espiritual buscaremos a perfeição, subindo
para Deus.
ALTAMIRANDO CARNEIRO - o CONSOLADOR