A
educação sexual na era moderna
Diante da problemática do sexo nos dias atuais, surge uma pergunta: como educar os filhos, preparando-os, neste aspecto, para enfrentar o mundo de hoje?
A
resposta, fomos buscar no livro A Vida em Família, de Rodolfo
Calligaris.
Diz ele, no capítulo intitulado “A Educação Sexual”, que a mesma,
como parte que é da educação integral, deve começar do berço, a partir do
momento em que a criança começa a investigar o próprio corpo e, descobrindo os
seus órgãos genitais, põe-se a tocá-los com as mãos.
Esta descoberta, diz Calligaris, deve
ser encarada pelos pais com a maior naturalidade.
Nada de dizer à criança:
“Isso é feio!” Nada de ameaças, nada de castigos.
Esta descoberta começa
quando, pelos três anos, o menino e a menina notam que existe uma diferença
entre ambos e passam a fazer indagações, diga-se de passagem, com inocência e
pureza.
O que devemos fazer, então?
Respondendo, simplesmente, que o
menino, como homem, tem o jeito do pai e a menina, como mulher, se parece com a
mãe.
Nesta idade, tanto os meninos como as
meninas já podem saber que os bebês nascem das barrigas das mães.
Já podem
também denominar os seus órgãos sexuais por palavras decentes, não
depreciativas.
Tais esclarecimentos, que geralmente são dados pelas mães, podem
ser também dados pelos pais, caso a ele a criança se dirija primeiro. Já na
adolescência, recomenda-se que o pai dê a orientação ao menino e a mãe, à
menina.
Tais esclarecimentos devem ser proporcionais ao grau de desenvolvimento
da criança.
Recomenda-se que se espere pelas perguntas, para depois esclarecer
os assuntos.
Nenhuma pergunta deve ser recebida com escândalo. Quanto mais
tranquilas e esclarecedoras as respostas, mais os pais terão a confiança dos
filhos, mais demonstram, a eles, que estão suficientemente maduros.
Ambiente
familiar –
O ambiente familiar é de suma
importância, pois quanto mais a criança sente-se amada pelos pais e esteja
acostumada a conversar com eles, mais perguntas fará, espontaneamente.
Consequentemente, quando chegar à fase da adolescência, o sexo deixará de ser
curiosidade, para transformar-se em motivos de discussões sérias.
Não será,
nunca, um assunto tabu.
Entenda-se que se os pais são daqueles que acham que
nada devem dizer aos filhos a respeito, “para não destruir-lhes a ingenuidade”,
os filhos buscarão as respostas através de outros meios, que lhes transmitirão,
geralmente, informações deturpadas.
A educação sexual não consiste em
combater e reprimir um instinto natural, erroneamente classificado como
vergonhoso e diabólico. Consiste, isto sim, em proporcionar aos
filhos a evolução, amparando-os e guiando-os nas diversas fases de seu
desenvolvimento, para que atinjam a maturidade de maneira sadia, sem o perigo
da libertinagem.
Infelizmente, certos pais, julgando-se “pra frente”, dão
informações sobre o sexo aos seus filhos não adequadas ao grau de maturidade
dos mesmos.
Lembre-se de que dissemos que as informações devem ser
proporcionais ao grau de desenvolvimento da criança, favorecendo-lhe,
inclusive, a leitura de toda a sorte de publicações a respeito. O mais
importante em educação sexual, no entanto, não é informar, mas FORMAR.
A informação é necessária porque
previne os riscos da ignorância. Assim, em matéria de sexo, é preferível que se
dê uma informação correta, porque previne os riscos da ignorância.
A formação,
porém, é de maior relevância, ante toda a problemática do sexo nos dias atuais.
Rodolfo Calligaris usa um termo bem apropriado para designar toda essa
problemática de hoje, no que diz respeito às questões sexuais: o barateamento do sexo, com que se
defrontam os jovens de hoje.
Escolas
de Jesus – Calligaris diz que o cinema, a
televisão, os jornais e as agências de publicidade estão, todos, mancomunados, num desrespeito
total à máquina perfeita, que é o corpo humano.
Assim, exploram sem cerimônia a
mulher, servindo-a como mercadoria barata, para satisfazer a uma clientela
ávida de erotismo.
Compreende-se, pois, porque a educação dada nos moldes a que
nos referimos contribuirá para que, chegados à idade adulta, os filhos entendam
que ser livre não é ser irresponsável.
Não é fazer bem o que se entende, mas
ter o dom de dominar os instintos, pela razão.
Emmanuel, no livro O
Consolador, psicografado por Francisco Cândido Xavier, diz:
“Os pais
são os mestres da educação sexual de seus filhos, indicados naturalmente para
essa tarefa, até que o orbe possua, por toda parte, as verdadeiras escolas de
Jesus, onde a mulher, em qualquer estado civil, se integre na divina missão da
maternidade espiritual de seus pequenos tutelados e onde o homem, convocado ao
labor educativo, se transforme num centro paternal de amor e amoroso respeito
para com os seus discípulos”.
Na época em que vivemos, quando a
sensualidade se faz presente em tudo o que nos rodeia, reconhece Rodolfo
Calligaris que é muito difícil conseguir dos filhos o comportamento referido
neste texto.
Mas ele acredita que seja possível obter resultados satisfatórios,
desde que se coloquem em prática algumas técnicas formativas, tais como:
1) Cultivar-lhes a força de
vontade;
2) Fortalecer-lhes a capacidade de esperar;
3) Treiná-los na
responsabilidade;
4) Mantê-los em intensa e variada atividade;
5) Incutir-lhes
noções de higiene mental:
6) Motivar-lhes o ideal de pureza;
7)
Desenvolver-lhes a capacidade de doação:
8) Ensinar-lhes o domínio do instinto
sexual:
9) Oferecer-lhes um clima acolhedor;
10) Dar-lhes o exemplo de uma vida
conjugal baseada no verdadeiro amor.
ALTAMIRANDO CARNEIRO - O consolador