A importância da limpeza nos centros espíritas
Higiene vem do grego hygeinos,
que significa "o que é saudável" e está relacionada à figura da Deusa
Hígia.
Esta é a deusa ligada à área da saúde, limpeza e saneamento.
Hígia
é filha de Esculápio, o deus da medicina, estando assim higiene e saúde
intimamente interligadas e de difícil separação.
Deste modo, a higiene ganha papel primoroso nos
centros espíritas, pois estes não são apenas casas de encontros e de estudo,
mas verdadeiros pontos avançados de socorro e apoio, tanto para desencarnados,
quanto para encarnados.
Com isso, a higiene é elemento ímpar e fundamental
para que haja condições de intercâmbios valiosos e férteis entre os planos
superiores e o terrestre, pois o ambiente físico interfere na percepção do
ambiente e nas construções de sentimentos e emoções.
A consciência humana ainda
está viciada em “olhar para fora”.
E devido a seu valor, a limpeza e a higiene não podem
ficar relegadas a um segundo ou terceiro plano.
Sua atividade não é
desqualificada, nem há demérito em fazê-la.
Pelo contrário, a limpeza física é
condição sine qua nonpara a criação de um ambiente harmonioso e
aconchegante de estudo e trabalho, ou de descanso e recuperação da saúde,
influenciando na psicosfera dos indivíduos.
Nos próprios hospitais terrestres já se verifica o
papel da limpeza para a recuperação do paciente, a conservação da saúde e para
evitar a disseminação de doenças.
Nas tradições japonesas, a limpeza é atividade
coletiva e de responsabilidade de todos.
Seja nas casas, escolas ou empresas.
Acabando a atividade do dia, todos ajudam a limpar para deixar pronto para o
próximo turno ou turma.
Deixa-se limpo aquilo que recebeu limpo.
Além disso,
muitas vezes realizam-se mutirões periódicos com o intuito de tornar o ambiente
cada vez mais limpo para que se possam receber as boas energias e para que as
pessoas se sintam bem e mais integradas socialmente.
O mutirão como ferramenta
socializante.
Além disso, na imaginação coletiva, seja na oriental,
seja na ocidental, a figura de uma casa mal-assombrada está revestida por três
adjetivos: sujo, escuro e feio.
Deste modo, para que se evite tal construção de
cenário é importante que sempre tenhamos a atenção de manter a casa nos
adjetivos opostos.
Ao invés de suja, uma casa limpa. Ao invés de escura, clara,
luminosa. E ao invés de feia, uma casa bela.
Limpeza, luminosidade e beleza são elementos
importantes e que precisamos sempre cultivar em nossa casa, em nosso centro, em
nossa mente, em nosso corpo, em nossa vida.
Além disso, estas três qualidades
estão intimamente entrelaçadas, pois uma afeta a outra e, consequentemente, o
bem estar geral.
Se a casa está suja, dificilmente será reconhecida como bela.
Se está escura, não se percebe a beleza. Se está feia, não parece estar limpa.
Assim, procuremos cultivar essas qualidades, não
apenas abstratamente ou de maneira interior, mas também externamente em nosso
ambiente de trabalho e convívio.
Esforcemo-nos por dedicar tempo e esforço,
planejamento e ação para tornar os espaços físicos de nossa convivência, com
atenção especial ao centro espírita, lugares cada vez mais limpos, luminosos e
belos.
Se estiverem difíceis e apertados o tempo e as
ocupações, olhemos com carinho a limpeza, e façamos uma forcinha extra, pois,
assim como é importante a mão do médico que deita sobre as feridas, também o
são as mãos daqueles que, humildemente e na surdina, empunham vassouras e
materiais de limpeza para remover as sujeiras que poderão afetar os processos
de recuperação e cura.
Tais trabalhadores são verdadeiros heróis silenciosos,
sendo que dificilmente o homem poderá saber se foi o profissional médico
altamente qualificado o responsável, ou a humilde limpeza, que desencadeou o
processo de recuperação.
Além disso, não faz mal se nos lembrarmos de que, como
toda casa aberta ao amparo precisa de mãos fortes e dedicadas para continuar
aberta, como todo professor gosta de encontrar a sala de aula limpa e arrumada,
ou o médico que opera necessita de ambiente esterilizado, muitas vezes é graças
ao anonimato de mãos que se sujam para dar limpeza aos outros.
Para finalizar,
não podemos deixar de lembrar a famosa frase de Chico Xavier: “ambiente limpo
não é o que mais se limpa e sim o que menos se suja”.