segunda-feira, 19 de agosto de 2013



                             Gestações conscienciais

O despertar da consciência é algo realmente mágico e instigante! 
Aquele que ainda não despertou pode achar completamente sem coerência o sentimento de espiritualidade, mas basta romper um “pequeno lacre” dentro de seu eu e tudo se transforma, como um passe de mágica.[1] (grifo nosso,

Quem sou

É a frequente pergunta que fazemos a nós mesmos ou que nos fazem, ainda que no silêncio dos olhares reflexivos, Espíritos, encarnados ou desencarnados, que acompanham a nossa caminhada.A resposta pode ter vários sentidos. 

O que sou pode ser confundido com o que faço, que, por sua vez, pode refletir os papéis sociais desempenhados no cotidiano e no contexto vivencial.

 Entretanto, somos convidados a refletir o que somos sem a roupagem atribuída por títulos e rótulos, a encobrir as possibilidades de descoberta do nosso potencial divino, cujo florescimento depende do interesse e da força de vontade de nos movimentarmos.

Somos seres misteriosos. 

Em nós paira sempre um movimento desconhecido. A energia pulsante, sutil e leve, gerada em nosso íntimo diante das vivências, ganha proporções grandiosas ou não, a depender da disposição e da abertura à compreensão de tal fenômeno interior.Gerar tamanha energia não é uma tarefa fácil. 

Os sintomas (angústia, medo, insegurança) caminham junto com uma vontade enorme de entender os acontecimentos.Conhecer tais mecanismos presentes no fenômeno da reciclagem íntima é uma das tarefas necessárias para se conhecer a matéria que compõe a organização psíquica e os comportamentos que utilizamos em nosso cotidiano – análise a partir da qual podemos colher, em partes, como peças de um quebra-cabeça, as respostas para o questionamento sobre quem somos.  

  A cada passo evolutivo alcançado, um sentimento de libertação acresce à nossa caminhada.

Mais fortalecidos, contemplamos a matéria-prima em nós (nossa essência divina) se desenvolver.

As experiências, somadas à vontade de aprender e de se melhorar, possibilitam a percepção das primeiras manifestações e respostas à nossa tarefa de gestação consciencial, ao mudarmos a maneira não apenas como lidamos com nossos mistérios d’alma, mas também como enxergamos o universo íntimo dos demais, nossos irmãos e irmãs de jornada evolutiva.

 É o eterno trabalho do despertamento a que alude Joanna de Ângelis: Despertar significa identificar novos recursos ao alcance, descobrir valores expressivos que estão desperdiçados, propor significados novos para a vida e antes não percebidos. O despertamento retira o véu da ilusão e faculta a percepção da realidade não fugidia, aquela que precede à forma e permanece depois da sua disjunção.

 Estar desperto é encontrar-se partícipe da vida, tudo realizando com integral lucidez.[2] (grifo nosso.)

Em termos práticos, a observação de si mesmo e dos demais, das nossas escolhas cotidianas e da percepção dos nossos pensamentos, sentimentos e emoções oferece contribuição significativa para compreendermos a realidade íntima e exterior (conscientização) e semearmos novos olhares sobre as paisagens do mundo que reside em nós e nos circunda (despertamento).pesar da correria da vida humana, aprendamos, pois, a reservar um tempo para a análise do nosso dia. 

Comecemos observando as nossas respostas às demandas dos que nos acompanham (amigos, familiares, companheiros de ideal, colegas de trabalho) os comportamentos diante dos desafios (problemas e dores do caminho) e a temperatura das energias (grau de amor, raiva, mágoa, alegria) sinalizadores de nosso estado de espírito.

E nós existe sempre um aparelhinho (coração) que apresenta, de forma autêntica, o quanto estamos sintonizados com o Criador, as leis que regem o universo e o nosso projeto reencarnatório.  Toda tarefa exige de nós um mínimo de esforço e coragem. Conhecer o que somos é a necessária aquisição para a nossa evolução

Mãos à obra!   

[1] PARANHOS, Roger Bottini. Universalismo crístico: o futuro das religiões: obra orientada pelo Espírito Hermes. Limeira: Editora do Conhecimento, 2007, p. 132.[2] FRANCO, Divaldo Pereira. O ser consciente: ditado pelo Espírito de Joanna de Ângelis. 14. ed.Salvador: LEAL, 2002, p.