Gestações conscienciais
O despertar da consciência é
algo realmente mágico e instigante!
Aquele que ainda não
despertou pode achar completamente sem coerência o sentimento de
espiritualidade, mas basta romper um “pequeno lacre” dentro de seu eu e
tudo se transforma, como um passe de mágica.[1] (grifo
nosso,
Quem sou?
É a frequente pergunta
que fazemos a nós mesmos ou que nos fazem, ainda que no silêncio dos olhares
reflexivos, Espíritos, encarnados ou desencarnados, que acompanham a nossa
caminhada.A resposta pode ter vários sentidos.
O que sou pode ser
confundido com o que faço, que, por sua
vez, pode refletir os papéis sociais desempenhados no cotidiano e no contexto
vivencial.
Entretanto,
somos convidados a refletir o que somos sem a roupagem atribuída por títulos e
rótulos, a encobrir as possibilidades de descoberta do nosso potencial
divino, cujo florescimento depende do interesse e da força de vontade de
nos movimentarmos.
Somos seres
misteriosos.
Em nós paira sempre um
movimento desconhecido. A energia pulsante, sutil e leve, gerada em
nosso íntimo diante das vivências, ganha proporções grandiosas ou não, a
depender da disposição e da abertura à compreensão de tal fenômeno
interior.Gerar tamanha energia não é uma tarefa fácil.
Os sintomas (angústia,
medo, insegurança) caminham junto com uma vontade enorme de entender os
acontecimentos.Conhecer tais mecanismos presentes no fenômeno da reciclagem
íntima é uma das tarefas necessárias para se conhecer a matéria que
compõe a organização psíquica e os comportamentos que utilizamos em nosso
cotidiano – análise a partir da qual podemos colher, em partes, como peças de
um quebra-cabeça, as respostas para o questionamento sobre quem somos.
A
cada passo evolutivo alcançado, um sentimento de libertação
acresce à nossa caminhada.
Mais fortalecidos,
contemplamos a matéria-prima em nós (nossa essência divina) se
desenvolver.
As experiências,
somadas à vontade de aprender e de se melhorar, possibilitam a
percepção das primeiras manifestações e respostas à nossa tarefa de gestação
consciencial, ao mudarmos a maneira não apenas como lidamos com nossos
mistérios d’alma, mas também como enxergamos o universo íntimo dos demais,
nossos irmãos e irmãs de jornada evolutiva.
É o eterno
trabalho do despertamento a que alude Joanna de Ângelis: Despertar
significa identificar novos recursos ao alcance, descobrir valores expressivos
que estão desperdiçados, propor significados novos para a vida e antes não
percebidos. O despertamento retira o véu da ilusão e faculta a percepção da
realidade não fugidia, aquela que precede à forma e permanece depois da
sua disjunção.
Estar desperto
é encontrar-se partícipe da vida, tudo realizando com integral lucidez.[2] (grifo
nosso.)
Em termos práticos, a
observação de si mesmo e dos demais, das nossas escolhas cotidianas e da
percepção dos nossos pensamentos, sentimentos e emoções oferece contribuição
significativa para compreendermos a realidade íntima e exterior (conscientização)
e semearmos novos olhares sobre as paisagens do mundo que
reside em nós e nos circunda (despertamento).pesar da correria da vida
humana, aprendamos, pois, a reservar um tempo para a análise do nosso
dia.
Comecemos observando
as nossas respostas às demandas dos que nos acompanham (amigos, familiares,
companheiros de ideal, colegas de trabalho) os comportamentos diante dos
desafios (problemas e dores do caminho) e a temperatura das energias (grau de
amor, raiva, mágoa, alegria) sinalizadores de nosso estado de espírito.
E nós existe sempre um aparelhinho
(coração) que apresenta, de forma autêntica, o quanto estamos sintonizados com
o Criador, as leis que regem o universo e o nosso
projeto reencarnatório. Toda tarefa exige de nós um mínimo
de esforço e coragem. Conhecer o que somos é a necessária aquisição para a
nossa evolução
Mãos à obra!
[1] PARANHOS,
Roger Bottini. Universalismo crístico: o futuro das religiões: obra
orientada pelo Espírito Hermes. Limeira: Editora do Conhecimento, 2007, p.
132.[2] FRANCO,
Divaldo Pereira. O ser consciente: ditado pelo Espírito de Joanna
de Ângelis. 14. ed.Salvador: LEAL, 2002, p.