quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

ATRÁS O TRIO ELÉTRICO TAMBÉM VAI QUEM JÁ MORREU




                           
 Atrás do trio elétrico só não vai que já morreu...”. – Caetano Veloso

Ao contrário do que reza o frevo de Caetano Veloso, não são somente os “vivos” que formam a multidão de foliões que se aglomera nas ruas das grandes cidades brasileiras ou de outras plagas onde se comemore o Carnaval. O Espiritismo nos esclarece que estamos o tempo todo em companhia de uma inumerável legião de seres invisíveis, recebendo deles boas e más influências a depender da faixa de sintonia em que nos encontremos. Essa massa de espíritos cresce sobremaneira nos dias de realização de festas pagãs, como é o Carnaval. Nessas ocasiões, como grande parte das pessoas se dá aos exageros de toda sorte, as influências nefastas se intensificam e muitos dos encarnados se deixam dominar por espíritos maléficos, ocasionando os tristes casos de violência criminosa, como os homicídios e suicídios, além dos desvarios sexuais que levam à paternidade e maternidade irresponsáveis. Se antes de compor sua famosa canção o filho de Dona Canô tivesse conhecido o livro “Nas Fronteiras da Loucura”, ditado ao médium Divaldo Pereira Franco pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda, talvez fizesse uma letra diferente e, sensível como o poeta que é, cuidaria de exortar os foliões “pipoca” e aqueles que engrossam os blocos a cada ano contra os excessos de toda ordem. Mas como o tempo é o senhor de todo entendimento, hoje Caetano é um dos muitos artistas que pregam a paz no Carnaval, denunciando, do alto do trio elétrico, as manifestações de violência que consegue flagrar na multidão.

No livro citado, Manoel Philomeno, que quando encarnado desempenhou atividades médicas e espiritistas em Salvador, relata episódios protagonizados pelo venerando Espírito Bezerra de Menezes, na condução de equipes socorristas junto a encarnados em desequilíbrios.

Philomeno registra, dentre outros pontos de relevante interesse, o encontro com um certo sambista desencarnado, o qual não é difícil identificar como Noel Rosa, o poeta do bairro boêmio de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, muito a propósito, integrava uma dessas equipes socorristas encarregadas de prestar atendimento espiritual durante os dias de Carnaval. Interessado em colher informações para a aprendizagem própria (e nossa também!), Philomeno inquiriu Noel sobre como este conciliava sua anterior condição de “sambista vinculado às ações do Carnaval com a atual, longe do bulício festivo, em trabalhos de socorro ao próximo”. Com tranqüilidade, o autor de “Camisa listrada” respondeu que em suas canções traduzia as dores e aspirações do povo, relatando os dramas, angústias e tragédias amorosas do submundo carioca, mas compreendeu seu fracasso ao desencarnar, despertando “sob maior soma de amarguras, com fortes vinculações aos ambientes sórdidos, pelos quais transitara em largas aflições”.

No entanto, a obra musical de Noel Rosa cativara tantos corações que os bons sentimentos despertados nas pessoas atuaram em seu favor no plano espiritual; “Embora eu não fosse um herói, nem mesmo um homem que se desincumbira corretamente do dever, minha memória gerou simpatias e a mensagem das musicas provocou amizades, graças a cujo recurso fui alcançado pela Misericórdia Divina, que me recambiou para outros sítios de tratamento e renovação, onde despertei para realidades novas”. Como acontece com todo espírito calceta que por fim se rende aos imperativos das sábias leis, Noel conseguiu, pois, descobrir “que é sempre tempo de recomeçar e de agir” e assim ele iniciou a composição de novos sambas, “ao compasso do bem, com as melodias da esperança e os ritmos da paz, numa Vila de amor infinito...”.

Entre os anos 60 e 70, Noel Rosa integrava a plêiade de espíritos que ditaram ao médium, jornalista e escritor espírita Jorge Rizzini a série de composições que resultou em dois discos e apresentações em festivais de músicas mediúnicas em São Paulo. O entendimento do Poeta da Vila quanto às ebulições momescas, é claro, também mudou: “O Carnaval para mim, é passado de dor e a caridade, hoje, é-me festa de todo, dia, qual primavera que surge após inverno demorado, sombrio”.

“A carne nada vale”. O Carnaval, conforme os conceitos de Bezerra de Menezes, é festa que ainda guarda vestígios da barbárie e do primitivismo que ainda reina entre os encarnados, marcado pelas paixões do prazer violento. Como nosso imperativo maior é a Lei de Evolução, um dia tudo isso, todas essas manifestações ruidosas que marcam nosso estágio de inferioridade desaparecerão da Terra. Em seu lugar, então, predominarão a alegria pura, a jovialidade, a satisfação, o júbilo real, com o homem despertando para a beleza e a arte, sem agressão nem promiscuidade. A folia em que pontifica o Rei Momo já foi um dia a comemoração dos povos guerreiros, festejando vitórias; foi reverência coletiva ao deus Dionísio, na Grécia clássica, quando a festa se chamava bacanalia; na velha Roma dos césares, fortemente marcada pelo aspecto pagão, chamou-se saturnalia e nessas ocasiões se imolava uma vítima humana.

Na Idade Média, entretanto, é que a festividade adquiriu o conceito que hoje apresenta, o de uma vez por ano é lícito enlouquecer, em homenagem aos falsos deuses do vinho, das orgias, dos desvarios e dos excessos, em suma.

Bezerra cita os estudiosos do comportamento e da psique da atualidade, “sinceramente convencidos da necessidade de descarregarem-se as tensões e recalques nesses dias em que a carne nada vale, cuja primeira silaba de cada palavra compõe o verbete carnaval”. Assim, em três ou mais dias de verdadeira loucura, as pessoas desavisadas, se entregam ao descompromisso, exagerando nas atitudes, ao compasso de sons febris e vapores alucinantes. Está no materialismo, que vê o corpo, a matéria, como inicio e fim em si mesmo, a causa de tal desregramento. Esse comportamento afeta inclusive aqueles que se dizem religiosos, mas não têm, em verdade, a necessária compreensão da vida espiritual, deixando-se também enlouquecer uma vez por ano.

Processo de loucura e obsessão. As pessoas que se animam para a festa carnavalesca e fazem preparativos organizando fantasias e demais apetrechos para o que consideram um simples e sadio aproveitamento das alegrias e dos prazeres da vida, não imaginam que, muitas vezes, estão sendo inspiradas por entidades vinculadas às sombras. Tais espíritos, como informa Manoel Philomeno, buscam vitimas em potencial “para alijá-las do equilíbrio, dando inicio a processos nefandos de obsessões demoradas”. Isso acontece tanto com aqueles que se afinizam com os seres perturbadores, adotando comportamento vicioso, quanto com criaturas cujas atitudes as identificam como pessoas respeitáveis, embora sujeitas às tentações que os prazeres mundanos representam, por também acreditarem que seja lícito enlouquecer uma vez por ano.

Esse processo sutil de aliciamento esclarece o autor espiritual, dá-se durante o sono, quando os encarnados, desprendidos parcialmente do corpo físico, fazem incursões às regiões de baixo teor vibratório, próprias das entidades vinculadas às tramas de desespero e loucura. Os homens que assim procedem não o fazem simplesmente atendendo aos apelos magnéticos que atrai os espíritos desequilibrados e desses seres, mas porque a eles se ligam pelo pensamento, “em razão das preferências que acolhem e dos prazeres que se facultam no mundo íntimo”. Ou seja, as tendências de cada um, e a correspondente impotência ou apatia em vencê-las, são o imã que atrai os espíritos desequilibrados e fomentadores do desequilíbrio, o qual, em suma, não existiria se os homens se mantivessem no firme propósito de educar as paixões instintivas que os animalizam.

Há dois mil anos. Tal situação não difere muito dos episódios de possessão demoníaca aos quais o Mestre Jesus era chamado a atender, promovendo as curas “milagrosas” de que se ocupam os evangelhos. Atualmente, temos, graças ao Espiritismo, a explicação das causas e conseqüências desses fatos, desde que Allan Kardec fora convocado à tarefa de codificar a Doutrina dos Espíritos. Conforme configurado na primeira obra da Codificação – O Livro dos Espíritos -, estamos, na Terra, quase que sob a direção das entidades invisíveis: “Os espíritos influem sobre nossos pensamentos e ações?”, pergunta o Codificador, para ser informado de que “a esse respeito sua (dos espíritos) influência é maior do que credes porque, freqüentemente, são eles que vos dirigem”. Pode parecer assustador, ainda mais que se se tem os espíritos ainda inferiorizados à conta de demônios.

Mas, do mesmo modo como somos facilmente dominados pelos maus espíritos, quando, como já dito, sintonizamos na mesma freqüência de pensamento, também obtemos, pelo mesmo processo, o concurso dos bons, aqueles que agem a nosso favor em nome de Jesus. Basta, para tanto, estarmos predispostos a suas orientações, atentos ao aviso de “orar e vigiar” que o Cristo nos deu há dois mil anos, através do cultivo de atitudes salutares, como a prece e a praticada caridade desinteressada. Esta última é a característica de espíritos como Bezerra de Menezes, que em sua última encarnação fora alcunhado de “o médico dos pobres” e hoje é reverenciado no meio espírita como “o apostolo da caridade no Brasil”.


Fonte: VISÃO ESPÍRITA

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

CRIANÇAS

                                              

C R I A N Ç A S
Há pouco mais de 300 anos que a civilização descobriu a infância.
 O que significa isso? 
A criança não valia nada durante toda a história – não era sujeito de direitos, não era lamentada, se morta; não havia literatura a ela direcionada, as escolas não tinham métodos adequados para desenvolver-lhe os talentos, a criança não tinha voz alguma e… não era considerada criança.
 Isso significa que não era vista como um ser em desenvolvimento, com necessidades especiais, merecedora de respeito em sua fase de amadurecimento. Não se condenava socialmente a pedofilia, o espancamento de crianças na escola e em casa era coisa corriqueira, o trabalho infantil era legal.
Depois de grandes educadores, como Comenius, Rousseau, Pestalozzi, Montessori, Janusz Korzcak, que trabalharam incansavelmente pela infância, demonstrando nos últimos séculos, que a criança é criança, e não um adulto em miniatura, tem que ser tratada e respeitada enquanto tal – uma nova cultura e até uma nova legislação passaram a vigorar em muitos países. A Declaração Universal dos Direitos das Crianças inspira legislações locais, como o nosso Estatuto da Criança e do Adolescente.
Entretanto, apesar desses avanços, ainda a criança está longe de ter a voz que merece, de ser respeitada em sua especificidade infantil, de ser tratada com o amor que faria com que ela desabrochasse plenamente suas potencialidades.
Apesar de condenada socialmente, a pedofilia é um fato por demais frequente em todo o mundo e, o que é pior, dentro das famílias de todas as classes sociais; a violência contra a criança, em casa ou na sociedade é algo por demais comum; a exploração do trabalho infantil toma proporções indecentes na China e acontece diante de nosso nariz, aqui mesmo no Brasil! Então, a militância para que as crianças tenham seus direitos, tenham voz, é uma necessidade constante, uma urgência humanitária. Acontece que todos os setores sociais têm sua representatividade, sua militância, sua voz: as mulheres, há 200 anos têm lutado por sua igualdade e suas conquistas são patentes; as minorias étnicas, sexuais – todos vão às ruas, reivindicam… mas e a criança? Ela é tutelada! Não pode denunciar o pai que a estrupa, a mãe que a massacra, a escola que a tortura psiquicamente e não cumpre seu papel… Não pode ir às ruas, ao Congresso Nacional, não têm sites, não aparece entrevistada na televisão, opinando sobre as condições em que vive. A criança não tem canais de manifestação e de reivindicação – quando ela pode falar, como adulta, o estrago já foi feito, o sofrimento já foi desmedido, a marca já se tornou irreversível. Então, cumpre-nos falar por ela, lutar pela criança e emprestar-lhe a nossa voz.
Mas se pensamos que a criança só é desrespeitada nesses casos extremos de abuso sexual, espancamento e trabalho infantil, estamos muito enganados. Digo sempre que a infância é o último reduto da tirania. Em nosso cotidiano, entre pessoas “normais” e “civilizadas”, que não admitiriam a pedofilia, a violência e a exploração, ainda aí a criança é desrespeitada em todas as situações. Vamos enumerar algumas:
• Na propaganda diária da TV, a que está exposta e de que os pais não reclamam, ou se reclamam, nada fazem ou acham que nada podem fazer. Aí as crianças são manipuladas para um consumismo desenfreado, para uma alimentação de lixo, para uma arte degenerada, para uma estimulação sexual precoce e para uma violência desmedida… e ninguém toma uma atitude.
• A escola, com lousa, nota, provas, aulas de desinteressantes de 50 minutos, dadas por professores arcaicos, despreparados, mal pagos, desestimulados … é uma prisão da criatividade infantil, um processo de morte lenta de seus talentos, de sua curiosidade, de seu impulso de desenvolvimento. Essa escola tradicional nunca atendeu às necessidades, curiosidades e capacidades da infância e, muito menos, da infância do século XXI!
• A negligência a que a criança hoje está exposta. Muitos pais (de todas as classes sociais) não colocam os filhos em primeiro lugar e a criança deveria ser sempre a prioridade na família, na escola e na sociedade. Pois a criança é a melhor parte da humanidade, ainda não corrompida, com promessas maravilhosas, que se não cumpridas, se tornam essa frustração dos adultos amargados. A criança é o futuro e quem não prioriza o futuro está se condenando ao retrocesso! As crianças estão com fome de atenção, de carinho, de diálogo, de olhos nos olhos!
• As relações com as crianças ainda padecem de muitos vícios imperdoáveis: gritamos o tempo todo com esses seres sensíveis; achamos normal mentir para essas pessoinhas tão sinceras e crédulas… Temos o hábito de desprezar suas opiniões e de não conversarmos com elas, de maneira respeitosa, serena e amorosa!
 Como se vê, ainda temos muito o que conquistar para que as crianças tenham uma vida feliz nesse planeta, recebam o amor que merecem e possam desabrochar como seres inteiros, para uma vida plena!
 Há muitos anos, num congresso em Curitiba, elaborei o que chamei de Decálogo do Educador Espírita (mas, se tirarmos o item da reencarnação, pode ser simplesmente o Decálogo do Educador):
1)    Prometo ajudar a extrair da criança seus germes divinos, reverenciando nela a presença do Criador.
2)    Prometo olhar a criança como um ser integral, individualidade livre, dotada de direitos.
3)    Prometo me dedicar à criança com amor e respeito.
4)    Prometo permitir a criança aprender por si mesma.
5)    Prometo aprender da criança a sua ternura, sinceridade e senso de justiça.
6)    Prometo ser exemplo à criança de integridade e de bom senso.
7)    Prometo ser para a criança o amigo que ouve, o pai que oferece segurança, a mãe que dá aconchego.
8)    Prometo enxergar na criança um ser reencarnado com uma herança a ser trabalhada.
9)    Prometo favorecer a criança para que descubra e cumpra sua tarefa existencial.
10) Prometo abrir à criança o caminho para um mundo mais fraterno e feliz.

Às crianças do mundo inteiro, o voto de que num breve futuro, todos os dias sejam das crianças!

Dora Incontri

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

COOPERADORES DE DEUS





Cooperação

Para que alguém dirija com êxito e eficiência uma empresa importante, não lhe basta a nomeação para o encargo.
Exige-se-lhe um conjunto de qualidades superiores para que a obra se consolide e prospere. Não apenas autoridade, mas direção com discernimento. Não só teoria e cultura, mas virtude e juízo claro de proporções.
Dilatados recursos nas mãos, a serviço de uma cabeça sem rumo, constituem tesouros nos braços da insensatez, assim como a riqueza sem orientação é navio à matroca.
Quem governa emitirá forças de justiça e bondade, trabalho e disciplina, para atingir os objetivos da tarefa em que foi situado.
Quando o poder é intemperante, sofre o povo a intranquilidade e a mazorca, e, quando a inteligência não possui o timão do caráter sadio, espalha, em torno, a miséria e a crueldade.
Daí conhecermos tantos tiranos nimbados de grandeza mental e tantos gênios de requintada sensibilidade, mas atolados no vício.
No mundo íntimo, a vontade é o capitão que não pode relaxar no mister que lhe é devido.
E assim como o administrador de um serviço reclama a ajuda de assessores corretos, a vontade não prescindirá da ponderação e da lógica, conselheiros respeitáveis na chefia das decisões.
No entanto, urge que o senso de cooperação seja chamado a sustentar-lhe os impulsos.
Nas linhas da atividade terrestre, quem orienta com segurança não ignora a hierarquia natural que vige na coexistência de todos os valores indispensáveis à vida.
Na confecção do agasalho comum, o fio contará com o apoio da máquina, a máquina esperará pela competência do operário, o operário edificar-se-á no técnico que lhe supervisiona o trabalho, o técnico arrimar-se-á na diretoria da fábrica e a diretoria da fábrica equilibrar-se-á no movimento da indústria, dele extraindo o combustível econômico necessário à alimentação do núcleo de serviço que lhe obedece aos ditames.
Observamos, assim, que no Estado Individual a vontade, para satisfazer à governança que lhe compete, sem colapsos de equilíbrio, precisa socorrer-se da colaboração a fim de que se lhe clareie a atividade.
A cooperação espontânea é o supremo ingrediente da ordem.
Da Glória Divina às balizas subatômicas, o Universo pode ser definido como sendo uma cadeia de vidas que se entrosam na Grande Vida.
Cooperação significa obediência construtiva aos impositivos da frente e socorro implícito às privações da retaguarda.
Quem ajuda é ajudado, encontrando, em silêncio, a mais segura fórmula de ajuste aos processos da evolução.

Do cap. 3 do livro Pensamento e Vida, de Emmanuel, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
 

sábado, 26 de janeiro de 2013

PARA O BRASIL SER UM PAÍS SÉRIO

            PARA O BRASIL SER UM PAÍS SÉRIO       
               MUITA COISA TERA QUE MUDAR                      



A propósito da crise que redundou, no ano passado, no impeachment de mais um prefeito de importante cidade brasileira, veio-nos à lembrança uma oportuna mensagem que nos foi enviada, algum tempo atrás, por um leitor.
Diz o missivista: “A classe política brasileira é reconhecidamente corrupta e incompetente. Apenas alguns nomes do cenário político estão livres de processos judiciais. De qualquer maneira, tais senhores foram eleitos de modo democrático, através do voto popular. Sistematicamente escolhemos péssimos representantes e, durante o mandato, somos bombardeados por ações abjetas, incompatíveis com homens de bem. Pergunto: Nossos políticos não são apenas o reflexo lamentável de nossa população estúpida e despreparada? Serão necessários vários anos, para que nos tornemos um país sério, conforme afirmou o ex-presidente da França, o general de Gaulle?”
Em resposta às considerações acima reproduzidas, cabe-nos lembrar, em homenagem à verdade, que o atraso moral não constitui privilégio apenas dos que habitam o nosso país, mas é, infelizmente, o padrão do planeta em que vivemos, onde o mal e seus derivados reinam soberanos na forma de conflitos de toda ordem, corrupção, iniquidade, violência, desigualdades sociais e injustiças, que se verificam em todos os quadrantes do mundo e não só em alguns poucos lugares.
No ano em que escreveu o livro “Voltei”, psicografado por Chico Xavier, 64 anos atrás, Irmão Jacob transmitiu-nos uma informação muito importante relativa à composição do nosso planeta.
Segundo ele, mais da metade dos habitantes da Terra era, então, constituída por Espíritos semicivilizados ou bárbaros e apenas 30% da população global formaria o contingente de pessoas aptas à espiritualidade superior. Em poucas palavras: os habitantes da Terra são efetivamente muito atrasados e se encontram muito distantes da chamada angelitude, que é o que caracteriza os seres que chegaram à meta para a qual fomos criados.
O que se verifica no Brasil é, portanto, parecido com o que vem ocorrendo nos principais países do planeta. A diferença é que, por uma série de fatores, a impunidade constitui aqui a regra, enquanto que em outros lugares – mas não em todos – o político ou o administrador corruptos são levados a prestar contas à Justiça.
Isto posto, podemos concluir, em resposta às observações feitas pelo leitor:
  • Os políticos que elegemos são, sim, o reflexo lamentável da população que os elegeu. A cada eleição, ainda que mudem os eleitos, o problema continua, porque a fonte de onde eles emanam é a mesma.
  • Para que o Brasil se torne um país sério, muitas coisas terão de mudar e isso requer tempo, aliás muito tempo, uma vez que a natureza não dá saltos. Nesse processo, a questão educacional terá de ser preponderante e jamais negligenciada.
A transformação do mundo – tão propalada nos últimos tempos – virá realmente, mas  somente depois de muitos séculos de esforço, de sofrimento e de trabalho no bem, a fim de que a paz, a concórdia e o entendimento possam tornar-se prática comum no mundo em que vivemos.

REVISTA 295 - O CONSOLADOR – EDITORIAL 

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

HOMXESSUALIDADE: DETERMINISMO BIOLÓGICO



HOMOSSEXUALIDADE: DETERMINISMO BIOLÓOGICO OU FRUTO DE EDUCAÇÃO?

Cartas de confrades espíritas enviadas à revista eletrônica O Consolador evidenciaram certa desinformação quanto à questão da homoafetividade.
O tema não pode ser abordado de forma apaixonada, pois dessa forma interpomos entre nós e o tema óculos construídos por tradições pouco saudáveis e pelo espírito de uma época.
Os últimos estudos verificados por neurocientistas e sociólogos sérios e competentes têm mostrado, ao contrário do que acreditávamos, que a condição de homossexualidade NÃO DEPENDE EM NADA DA EDUCAÇÃO.
A Educação tem importância notável na forma como o homossexual vai conduzir sua libido (e isso se presta também para o heterossexual), mas não interfere na condição em si mesma, pois a homossexualidade é um DETERMINISMO BIOLÓGICO, portanto, inata. Homossexuais nascem assim e nada os fará mudar de polaridade sexual, tal qual os canhotos nascem canhotos e os destros nascem destros.
Não se trata de “sem-vergonhice”, ou “desvio moral”, nem tão pouco “opção de vida”, que pode, ou não, ser induzida por quem quer que seja, como querem crer teólogos e psicólogos vinculados a religiões tradicionais, principalmente evangélicas. 5 a 10% das pessoas, sejam do gênero masculino ou feminino, possuem no hipotálamo anterior (possivelmente no núcleo intersticial do hipotálamo anterior 3) neurônios numa configuração diversa das outras 90%, que as colocam numa condição biológica de atração sexual por pessoas do mesmo sexo.
Vejamos os dados que comprovam isso.
No campo da Zoologia: a homossexualidade não é exclusiva dos humanos.

O biólogo americano Bruce Bagemihl lançou na década passada nos EUA o livro Exuberância Biológica - homossexualidade Animal e Diversidade Natural. Ele analisou 450 espécies de animais, na maioria mamíferos e aves, todos apresentando em menor ou maior grau a orientação homossexual. Este trabalho originou uma ideia nova na Zoologia, de que, apesar de não gerar descendentes, a homossexualidade faz parte do dia-a-dia de uma quantidade enorme de espécies. Entre os carneiros machos, 10% deles são atraídos sexualmente para carneiros machos.

No campo da Neurociência: a homossexualidade possui uma origem biológica e uma expressão anatômica no cérebro.

A Neurociência estuda o cérebro. A pesquisa científica recente (1991) de maior repercussão sobre homossexualidade e neurociência foi de Simon Le Vay, do Instituto Salk da Califórnia - EUA. O Dr. Le Vay é um neuroanatomista de grande reputação científica em sistemas visuais. Dois dos seus mestres - Torsten Wiesel e David Hibel - ganharam o Prêmio Nobel e foram pioneiros nesta área. Le Vay dedicava-se a uma questão específica: como o cérebro processa informação visual. Depois de muito estudar esta questão, ele começou o seu trabalho com a hipótese lógica de que "um provável substrato biológico da orientação sexual está na região do cérebro envolvida na regulagem do comportamento sexual". Le Vay supôs que uma parte do cérebro, que regula o impulso sexual, pode ser anatomicamente diferente de acordo com as orientações homo e heterossexuais. Ele comprovou a hipótese de que o NIHA-3 é grande em homens hetero e mulheres homo (indivíduos com a orientação sexual para ter relações com mulheres) e pequeno em mulheres hetero e homens homo (indivíduos com a orientação sexual para ter relações com homens). NIHA-3 significa Núcleo Intersticial do Hipotálamo Anterior e é denominado 3 porque existem também NIHA 1,2 e 4. São estruturas do hipotálamo que regulam fome, sede, funções sexuais, temperatura e certos hormônios. Ele pesquisou tecido cerebral de 41 indivíduos. Entre eles havia 19 homens comprovadamente gays (morreram de AIDS); 16 homens e 6 mulheres heterossexuais. A conclusão do Dr. Le Vay foi que “O NIHA-3 exibiu dimorfismo... O volume desse núcleo era mais do que o dobro nos homens heterossexuais comparados aos dos homens homossexuais... Há uma diferença similar entre homens heterossexuais e as mulheres heterossexuais...” A descoberta de que um núcleo difere em tamanho entre homens heterossexuais e homossexuais ilustra que a orientação sexual nos humanos é receptível ao estudo em nível biológico.

No campo da Sociologia: a homossexualidade possui características culturalmente invariáveis que permanecem estáveis através da geografia, da classe social e do tempo.

O sociólogo Frederick L. Whitam, da Universidade do Arizona – EUA, comparou experiências infantis de 375 homens homossexuais na Guatemala, Brasil, Filipinas, Tailândia, Peru e Estados Unidos. Esta pesquisa originou o trabalho "Características Culturalmente Invariáveis da homossexualidade Masculina". Whitam indica seis aspectos da homossexualidade presentes em culturas diversas:

1. A homossexualidade como modalidade de orientação sexual é universal, surgindo em todas as sociedades;

2. A porcentagem de homossexuais em todas as sociedades parece ser a mesma e permanece estável, independentemente do tempo. Em todo mundo, a população homossexual parece compreender não mais que 5% do total da população;

3. As normas sociais nem impedem nem facilitam o surgimento da orientação sexual. Os homossexuais estão presentes com a mesma frequência nas sociedades que os reprimem quanto nas que são permissivas. A repressão apenas reduz o manifestar-se de uma orientação sexual, não a sua existência;

4. Subculturas homossexuais surgem em todas as sociedades, desde que haja suficientes conjuntos de pessoas.

5. Mesmo em diferentes sociedades, os homossexuais  se parecem em relação a certos interesses comportamentais e escolhas ocupacionais;

6. Todas as sociedades produzem conjuntos similares de homossexuais assumidos, masculinos e femininos.

Whitam concluiu que a indicação desses seis aspectos está acima do poder de controle de qualquer sociedade, levando-nos a considerar fortemente a etiologia (origem) biológica da orientação sexual.

Sabe-se, ainda, que gêmeos idênticos apresentam uma possibilidade acima da média de compartilharem a mesma orientação sexual (superior a 50%, enquanto nos pares aleatórios de indivíduos a média está abaixo de 8%); a orientação sexual dos recém-nascidos adotados tem pouca relação com a dos seus pais adotivos; mais de 90% dos recém-nascidos adotadas por casais gays são heterossexuais.

Concluímos com o pensamento de Emmanuel, extraído do livro VIDA E SEXO, capitulo 21: “Observadas as tendências homossexuais dos companheiros reencarnados nessa faixa de prova ou experiência, é forçoso se lhes dê o amparo educativo adequado, tanto quanto se administra instrução à maioria heterossexual..., porquanto, à frente da vida eterna, os erros e acertos dos irmãos de qualquer procedência, nos domínios do sexo e do amor, são analisados pelo mesmo elevado gabarito de Justiça e Misericórdia”. (os grifos são nossos.)

Crônicas e Artigos - Ricardo Baesso de Oliveira
Revista O Consolador nº222

domingo, 20 de janeiro de 2013

O GRANDE CABEÇA, O CABEÇA GRANDE




O GRANDE CABEÇA, O CABEÇA GRANDE
ADVOGADO AMBICIOSO, REENCARNA COM HIDROCEFALIA - IRMÃO X

O Dr. Abelardo Tourinho era, indiscutivelmente, verdadeira águia de inteligência.
 Advogado de renome, não conhecia derrotas. Sua palavra sugestiva, nos grandes processos, tocava-se de maravilhosa expressão de magnetismo pessoal. Seus pareceres denunciavam apurada cultura. 
Abelardo se mantinha, horas e horas, no gabinete particular, surpreendendo as colisões das leis humanas entre si. Mas, seu talento privilegiado caracterizava-se por um traço lamentável.
Não vacilava na defesa do mal, diante do dinheiro. Se o cliente prometia pagamento farto, o advogado torturava decretos, ladeava artigos, forçava interpretações e acabava em triunfo espetacular.

Transformados em sanguessugas do povo, por negociantes inescrupulosos ou por criminosos da vida econômica, detentores de importante ficha bancária. Abelardo nunca foi visto lutando em causa humilde, defendendo os fracos contra os poderosos, amparando infortunados contra os favorecidos da sorte. Afirmava não se interessar por questões pequenas.


Ouço os aplausos de teus colegas e conheço a estima que desfrutas, no seio das classes abastadas, mas ainda não vi, em teu circulo, os amigos apagados de que Jesus se cercava sempre. 

Nunca pensaste, Abelardo, que o Mestre Divino foi advogado da mulher infeliz e que, na própria cruz, foi ardoroso defensor dum ladrão arrependido? 

Creio que o teu apostolado é também santo... O eminente advogado balançava a cabeça, em sinal de desacordo, e respondia:
- Mãezinha, os tempos são outros. Devo preservar as conquistas efetuadas. Não posso, por isso, satisfazer-lhe as sugestões. Compreende a senhora que o advogado de renome necessita cliente à altura. 

Alias, não desprezo os mais fracos. Tenho meu gabinete vasto, onde dou serviço a companheiros iniciantes, junto aos quais os menos favorecidos do campo social encontram os recursos que necessitam...
- Oh! Meu filho! Estimaria tanto ver-te a sementeira evangélica!...
O advogado interrompia-lhe as observações, sentenciando:
- A senhora, porém, necessita compreender que não sou ministro religioso. Não devo ligar-me a preceituação estranha ao Direito. 

E é tão escasso o tempo para a leitura e analise dos códigos que me não sobra ensejo para estudos do Evangelho. 
 Além do mais – e fazia um gesto irônico -, que seria de meus filhos e de mim mesmo se apenas me rodeasse de pobretões? Seria o fim da carreira e a bancarrota geral.


A genitora discutia amorosa, fazendo-lhe sentir a beleza dos ensinamentos cristãos, mas Abelardo, que se habituara aos conceitos religiosos de toda gente, não se curvava às advertências maternas, conservando mordaz sorriso ao canto da boca.

A experiência terrestre foi passando devagar, como quem não sentia pressa em revelar a eternidade da vida infinita.

A Senhora Tourinho regressou à espiritualidade, muito antes do filho.

Abelardo, todavia, jamais cedeu aos seus pedidos.
E foi assim que a morte o recolheu, envolvido em extensa rede de compromissos (com a lei divina). Compreendeu, tarde demais, as tortuosidades perigosas que traçara para si mesmo. 
 Muito sofreu (no umbral) e chorou nos caminhos novos. Não conseguia levantar-se, achava-se caído, na expressão literal. 
Crescera-lhe a cabeça enormemente, retirando-lhe a posição de equilíbrio normal. Colara-se à terra, entontecido e freqüentemente atormentado pelas vitimas ignorantes e sofredoras (pessoas que ele prejudicou quando os fez perder a causa tornaram-se obsessores). 
A devotada mãezinha visitou-o por anos, sem alcançar resultados animadores.
Ele prosseguia na mesma situação de imobilidade, deformação e sofrimento. 

A mãe, reparando na ineficácia de seus carinhos, trouxe um elevado orientador de almas à paisagem escura (umbral).

Pretendia um parecer, a fim de traçar diretrizes de ação.
O prestimoso amigo examinou o paciente, registrou-lhe as pesadas vibrações mentais, pensou, pensou e dirigiu-se à abnegada mãe, compadecido:

- Minha irmã, o nosso amigo padece de inchação da inteligência pelos crimes cometidos com as armas intelectuais. Seus órgãos da ideia foram atacados pela hipertrofia de amor-próprio. Ao que vejo, a única medida capaz de lhe apressar a cura é a hidrocefalia no corpo terrestre.

A nobre genitora chorou amargurada, mas não havia remédio se não conformar-se.
E, daí a algum tempo, pela inesgotável bondade do Cristo, Abelardo Tourinho reencarnou e podia ser identificado por amigos espirituais numa desventurada criança do mundo, colada a triste carrinho de rodas, apresentando um crânio terrivelmente disforme, para curar os desvarios da “grande cabeça”.


Escrito pelo espírito: Irmão X (Humberto de Campos)
Psicografia de: Chico Xavier
Livro: Pontos e Contos
Tema: Grande Cabeça 



Observação de Rudymara: Se todos acreditassem na reencarnação, pensariam duas vezes antes de transgredir as leis de Deus. Saberiam que a lei é a de causa e efeito (o que causarmos de bom e de ruim a tudo que conviva conosco neste planeta, seja uma pessoa, um animal, a Natureza e a nós mesmos sofreremos as consequencias); colheremos aquilo que plantarmos; seja nessa ou em outra encarnação, ninguém sofre a toa e, consequentemente, Deus é justo.

Grupo de Estudos Allan Kardec -





terça-feira, 15 de janeiro de 2013

CÉLULAS TRONCOS EMBRIONÁRIAS


      Células-tronco embrionárias:
      Há Espíritos nesses
      embriões congelados?

       
      Há uma acalorada discussão entre religião e ciência nas experiências realizadas com células-tronco embrionárias. Sabe-se por intermédio do Espírito de Verdade que a vida começa na concepção, o Espírito se liga ao corpo desde o ato em si e o aborto causado em qualquer fase de gestação é considerado uma transgressão as leis divinas.
      A visão que tem a religião sobre este fato é diferente da ciência, não podemos querer que esta mesma ciência tenha a visão igual à da religião. Deus vê a intenção e não o fato em si; se a ciência, no intuito de salvar vidas, faz experimentos que aos olhos da religião são condenáveis, devemos analisar como observadores atentos qual é a verdadeira intenção, para não cairmos nas malhas do preconceito implacável.
      O grande mestre, Allan Kardec, sempre preocupado com a veracidade dos fatos, não hesitou em estudar, questionar e pesquisar, pondo em prática a razão sobre os acontecimentos ocorridos, dizendo: "Que a ciência e o Espiritismo se completam e necessitam um do outro", "A ciência e a religião são duas alavancas da inteligência humana". O Espírito Emmanuel diz que "Os laboratórios são templos em que a inteligência é concedida ao serviço de Deus", já André Luiz comenta que "o laborioso esforço da ciência é tão sagrado quanto o heroísmo da fé".
      A grande pergunta que todos nos fazemos é se existe Espírito nestes embriões fecundados em laboratório. E se tem, quais os danos causados por estas experiências com células-tronco embrionárias? O que dizem os médiuns, oradores e alguns escritores de renome sobre este caso?
      Para o escritor e orador José Raul Teixeira "estes embriões que se encontram em tal situação são ligados a Espíritos comprometidos com a lei de Causa e Efeito. Evitam renascer para longos períodos de sofrimento, aceitando a punição de total mutismo". Embora saibamos que eles estejam ligados a estas condições, nada impede que eles mantenham um certo grau de lucidez, incluindo a mobilidade e a comunicação; a inconsciência só se dará com o avanço da gestação pelo encurtamento dos laços perispirituais. Outros Espíritos disseram que tanto neste caso como nos demais de fertilização em laboratório, os Espíritos são ligados aos embriões somente quando do implante ou fixação dos mesmos no útero, embora o momento exato seja variável. Isto evitaria perturbações e frustrações inúteis em muitos candidatos à reencarnação, pelo grande número de descartes, e a perda de tempo dos operadores espirituais. Em apoio a esta tese conta-se com as opiniões do escritor Richard Simonetti e do cientista e pesquisador Henrique Rodrigues. O médium Divaldo diz que "a ciência vai descobrir que essa vida embrionária não é de espontaneidade da matéria, mas sim da presença do Espírito. Ao destruí-los se interrompe uma futura existência, com menos consequências negativas, porque os Espíritos que ali se encontram imantados estão também cumprindo um período de provas e essa própria prova é uma maneira de resgatar débitos do passado".
      Todas estas questões conduzem-nos à possibilidade de que Deus, ao permitir a descoberta de tais técnicas, das quais pode sobrevir algum bem, também poderia estar aplicando a Lei de Causa e Efeito para muitos Espíritos devedores. Estes Espíritos em fase da reencarnação inicial poderiam ser convidados a participar das experiências para contribuir com o progresso humano e ao mesmo tempo tendo a vida material bloqueada, quitando com isso suas dívidas conscienciais contraídas em outras existências, obtendo vantagens espirituais dos dois lados; com o possível resgate e com o mérito dos futuros benefícios alcançados por pacientes curados através do processo. Podemos comparar com as cobaias humanas que se sujeitam por livre espontaneidade a testes para novas terapias genéticas e novos medicamentos criados.
      Um grupo de pesquisadores nos EUA conseguiu obter células-tronco a partir de embriões mais jovens do que o usual, num avanço que pode no futuro levar à eliminação do dilema ético envolvido na obtenção dessas células, e conseguiu obter linhagens viáveis a partir de mórulas-estágio anteriores ao desenvolvimento embrionário, com três a quatro dias de vida. Nos esforços empregados na identificação de possíveis doenças genéticas em embriões, são extraídas para testes uma a duas células da mórula. Esse procedimento não prejudica o futuro desenvolvimento do indivíduo.
      "Como podemos biopsiar de uma a duas células da mórula sem ‘matar’ aquele embrião, surge a perspectiva de podermos vir a estabelecer as linhagens de células-tronco embrionárias a partir das células biopsiadas", diz Lygia da Veiga Pereira, pesquisadora do Centro de Estudos do Genoma Humano do Instituto de Biociências da USP (Universidade de São Paulo). "Isso acabaria em definitivo com a polêmica das células-tronco embrionárias".
      Muitos homens estudiosos aliaram a fé com a ciência, sendo que esta ferramenta, que comprova e descobre, oferece ao ser humano o conhecimento das leis da natureza concreta. Ao contrário, a fé transporta o homem à transcendência do mundo invisível.
      A ciência gera a investigação metodológica do mundo visível, a fé se desenvolve na confiança e na esperança do nosso Criador chamado "Deus".
      A ciência precisa de provas e pesquisas, a fé requer compreensão e benevolência; a ciência exige estudo e prática, a fé exige contemplação, entendimento e movimento.
      Há um ponto sutil entre a ciência e a fé; aonde termina o limite estreito da ciência, começa o espaço infindável da fé. O homem da ciência estuda para entender, o homem da fé pratica a caridade para desabrochar este sentimento. Ambas se completam e se auxiliam mutuamente.

      Eduardo Augusto Lourenço
      O Consolador - 202 



sábado, 12 de janeiro de 2013

VOCÊ JÁ SERVIU DE PONTE?






                      VOCÊ JÁ SERVIU DE PONTE?


Bem ensina Emmanuel: A natureza é sempre o celeiro abençoado de lições maternais. Em seus círculos de serviço, coisa alguma permanece sem propósito, sem finalidade justa.
Nela vemos o ensino de tudo: qualquer elemento, qualquer coisa, uma paisagem, a árvore, o rio, a fonte, tudo nos dá lições, quando vestidos com a virtude da humildade, sem visões estreitas, lemos o livro de Deus.
Chico Xavier, sempre inspirado, certa feita, passando por sobre uma ponte, lembrou Casimiro Cunha e um de seus poemas que havia psicografado:
Ponte silenciosa,
no esforço fiel e ativo,
é um apelo à lei de amor,
sempre novo, sempre vivo.

Vendo-a nobre e generosa,
servindo sem altivez,
convém saber se já fomos
como a ponte alguma vez.
* * *
Chico Xavier lembrou também de haver Emmanuel, seu guia espiritual, lhe perguntado, certo dia:
Você já serviu de ponte alguma vez, Chico? Ao que ele silenciara.
Mas, dias depois, viajando com um sacerdote, de Pedro Leopoldo para Belo Horizonte, num ônibus, recordara da pergunta de seu querido guia e vira-se servindo de ponte.
Com uma hora de boa conversa, repartiu com o irmão e companheiro de viagem o que já havia aprendido.
Sentiu que fora ponte para que aquele servo do Cristo, em tarefa testemunhal, ganhasse a outra margem do conhecimento sobre o amigo celeste e se sentisse maravilhado.
* * *
E nós? Já servimos de ponte em algum momento?
Já servimos de conciliador em alguma discussão ou querela entre duas pessoas?
Já ajudamos alguém a atravessar os rios da ignorância e o conduzimos às margens seguras do conhecimento?
Já servimos de ponte entre o desespero e o consolo?
Já estendemos nossas mãos amparando alguém na travessia de momentos de tormento?
Já fomos ponte entre as coisas da Terra e o Criador, ensinando alguém a orar com fé, com o coração?
Já fomos ponte entre os olhos baixos e um sorriso sincero?
Quantas vezes podemos ser pontes e deixamos passar a oportunidade...
Ser esse elo de ligação entre duas situações opostas, entre duas realidades, entre dois lugares ou estados d´alma, é missão importantíssima.
Inspiremo-nos na ideia dessa construção fascinante e sua função nobre, servindo sem esperar aplauso ou temer reproche - a ponte silenciosa.
Sejamos ponte e estendamo-nos com alegria para todos os que estejam ao nosso redor.
Que bela ponte foi o querido Chico Xavier, unindo dois mundos através de sua mediunidade bendita.
Quantos corações consolados... Quantas mentes esclarecidas com a realidade do mundo espiritual, que coexiste com o nosso, desde sempre.
Serviu sorrindo e amando cada ser que atravessava por ela.
* * *
Ponte silenciosa,
no esforço fiel e ativo,
é um apelo à lei de amor,
sempre novo, sempre vivo.

Vendo-a nobre e generosa,
servindo sem altivez,
convém saber se já fomos
como a ponte alguma vez.

Redação do Momento Espírita com base no cap. 36, do
livro Lindos casos de Chico Xavier, de Ramiro Gama, ed. Lake.



quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A FORÇA DO ABRAÇO






A FORÇA DO ABRAÇO

Ele acordou indisposto e irritadiço. Seus pensamentos logo se voltaram para o escritório, lembrando de problemas ainda pendentes de solução, bem como do trânsito que teria que enfrentar. Ficou mais irritado ainda.
Tomou rapidamente um pouco de café, despediu-se da esposa e caminhava para a porta, quando ouviu aquela voz com jeitinho de sono ainda, que, carinhosa e meigamente, lhe falou: Papai, espere por mim!
Ele parou, voltou-se. Ali estava sua filhinha, de 5 anos, de pijama, braços estendidos para lhe dar um abraço.
Abaixou-se, depositou a mala de trabalho no chão, e acolheu-a, demonstrando uma certa pressa.
Ela aconchegou-o num forte e demorado abraço, beijou-o e disse-lhe: Todas as noites eu agradeço ao Papai do Céu assim: Obrigada, Papai do Céu, por tudo. Mas, muito mais por você me ter dado um papai e uma mamãe que me amam.
Deu-lhe mais um beijinho e mais um abraço, dizendo-lhe: Eu amo muito você. Tchau, até depois mais. Estarei aqui esperando por você.
Aquele momento, aquele abraço e aquele beijo tiveram o efeito de algo como uma forte descarga elétrica lhe passando da cabeça aos pés.
Saiu, irradiando alegria por todos os poros. Meio que caminhando nas nuvens. Mudara totalmente seu estado mental. Já não era o mesmo.
No trânsito, dirigiu com a maior cortesia e paciência, distribuindo sua satisfação.
Quando chegou ao prédio do escritório, cumprimentou o garagista do estacionamento com sinceridade.
Adentrou o elevador, tendo dado a vez aos outros que também ali estavam e, sorridente, desejou um autêntico bom dia a todos.
Como há muito ele não fazia, entrou no escritório com um largo sorriso no rosto e cumprimentou cada um dos funcionários com um aperto de mão.
Passou pela sala do seu chefe, pediu licença e entrou. Dirigiu-se até ele, deu-lhe as mãos e o abraçou.
Depois, olhando-o, disse-lhe: Há tempos estou para lhe falar duas coisas. A primeira, é que lhe sou muito grato pela oportunidade que me deu na sua empresa, ao contratar-me.
A outra, é a de que aprendi a devotar-lhe, além do respeito de um funcionário para com seu patrão, grande amizade e reconhecimento, pela sua forma leal de ser para comigo e para com os demais.
Antes que seu chefe se recuperasse da boa surpresa, concluiu: Neste momento estou repassando-lhe um pouco da alegria que minha filhinha me deu hoje, antes que eu saísse de casa.
Ambos sorriram. Nada mais falaram. Foram para seus quefazeres do dia. Os dois já não eram mais os mesmos.
*   *   *
A força de um abraço com carinho e fraternidade pode transformar o mundo, começando por transformar o seu dia ou o dia de alguém, para muito melhor.
Faz tempo que você não abraça seu filho? Há quanto tempo não abraça sua esposa ou seu esposo, como quem abraça um devotado amigo ou uma devotada amiga?
Lembra-se de quando foi o seu último abraço sentido e verdadeiro em seu pai e em sua mãe? Um abraço como se fosse sua oração de gratidão a Deus pela presença deles em sua vida?
Pense nisso! Pense na força de um abraço.
Redação do Momento Espírita.