Amor à causa e à Casa
Não posso esquecer-me da primeira vez em que adentrei uma Casa espírita, em
busca de respostas que me martelavam a mente havia anos.
E mais do que
isto, não deixo de agradecer a Jesus e aos bons Espíritos que me guiaram
até lá, porque não somente encontrei todas as respostas que queria, mas
encontrei também o consolo, a esperança e a alegria que esta abençoada
doutrina nos oferece.
Ao longo dos anos, desde a sua criação, o Espiritismo
passou por várias fases, e nos últimos anos vem ganhando cada vez mais
aceitação do público em geral. As perseguições e preconceitos de outrora
cedem lugar a uma compreensão e respeitabilidade visível e crescente.
Com
isto, acentua-se a nossa responsabilidade e o compromisso com a causa e, em
especial, com a Casa espírita.
Amamos a causa por ser ela a fonte de nossa felicidade,
pois nas Conclusões deO Livro dos Espíritos Allan Kardec afirma
que “somos felizes pela certeza que temos na vida futura”.
O Espiritismo como o Consolador prometido por Jesus se
constituiu na base sólida de nossa fé, fornecendo-nos as respostas que o
homem tanto busca no decorrer da vida, como de onde viemos e para onde
vamos.
Extinguiu através da fé raciocinada o monstro da morte, nos dando a
consciência de que somos imortais, e matou a imagem do fantasma
aterrorizante do fogo eterno.
Portanto, no atual contexto do mundo em que o
avanço da Ciência não só desvenda mistérios, desfaz mitos e antigas
crendices, a causa espírita se encaixa perfeitamente porque é Ciência,
Filosofia e Religião.
Quando dizemos Ciência vemos a sua face flexível,
experimental e, segundo o próprio Kardec em sua obra A Gênese,
o Espiritismo se mantém aberto às mudanças impostas pelo tempo.
Como Filosofia vemos o rompimento com o mito, haja vista
ser uma doutrina desprovida de simbolismos, ritualísticas e dogmas, assim
como sua ênfase constante no uso da razão.
E, enfim, como religião não
temos outro modelo e guia senão o Cristo, como nos ensina O Livro
dos Espíritos.
Não há como abraçar a causa espírita sem a conjunção e
aplicação destes três quesitos, porque desencadearíamos um profundo
desequilíbrio, especialmente no que diz respeito à figura central do
Cristo.
Sem Ele estaríamos estéreis em nossa essência, como sepulcros
caiados, mortos-vivos vítimas da nocividade da letra desprovida do espírito
que vivifica, ou uma nação de fariseus perdida no tempo.
Impossível amar a causa sem amar a Casa.
Imagine um
lugar multifuncional, onde há as atividades de uma escola, de um hospital,
um abrigo, enfim, uma base para o desenvolvimento de diferentes formas de
trabalho no bem, em auxílio aos mais necessitados, e isto, não somente com
referência aos encarnados, mas um atendimento que transponha as barreiras
da matéria alcançando igualmente os desencarnados.
O que nossos olhos
físicos podem vislumbrar no cotidiano de uma Casa espírita é apenas uma
pequena parcela das atividades realizadas a nível espiritual.
Em cada uma das reuniões há o envolvimento de Espíritos
trabalhadores, num compromisso muito maior do que o nosso, pois muitas
vezes não sabemos valorizar o suficiente.
São irmãos abnegados atuando
anonimamente para o bom andamento das atividades, acolhendo a um número
bastante grande de Espíritos necessitados de socorro e aprendizado.
Nisto
vemos o quanto precisamos amar a Casa espírita, já que fomos um dia
conquistados pelo valor da causa.
O preço da boa convivência pagamos com amor, pagamos
abrindo mão de nosso personalismo, deixando de lado os melindres, egoísmo e
orgulho, porque na verdade estamos todos apenas a caminho da evolução, e
não chegaremos lá caminhando sozinhos.
JULIANA DEMARCHI o Consolador
|
|
|