sexta-feira, 13 de junho de 2014

                           Amor à causa e à Casa

Não posso esquecer-me da primeira vez em que adentrei uma Casa espírita, em busca de respostas que me martelavam a mente havia anos. 

E mais do que isto, não deixo de agradecer a Jesus e aos bons Espíritos que me guiaram até lá, porque não somente encontrei todas as respostas que queria, mas encontrei também o consolo, a esperança e a alegria que esta abençoada doutrina nos oferece.

Ao longo dos anos, desde a sua criação, o Espiritismo passou por várias fases, e nos últimos anos vem ganhando cada vez mais aceitação do público em geral. As perseguições e preconceitos de outrora cedem lugar a uma compreensão e respeitabilidade visível e crescente.

 Com isto, acentua-se a nossa responsabilidade e o compromisso com a causa e, em especial, com a Casa espírita.

Amamos a causa por ser ela a fonte de nossa felicidade, pois nas Conclusões deO Livro dos Espíritos Allan Kardec afirma que “somos felizes pela certeza que temos na vida futura”.

O Espiritismo como o Consolador prometido por Jesus se constituiu na base sólida de nossa fé, fornecendo-nos as respostas que o homem tanto busca no decorrer da vida, como de onde viemos e para onde vamos.

 Extinguiu através da fé raciocinada o monstro da morte, nos dando a consciência de que somos imortais, e matou a imagem do fantasma aterrorizante do fogo eterno. 

Portanto, no atual contexto do mundo em que o avanço da Ciência não só desvenda mistérios, desfaz mitos e antigas crendices, a causa espírita se encaixa perfeitamente porque é Ciência, Filosofia e Religião. 

Quando dizemos Ciência vemos a sua face flexível, experimental e, segundo o próprio Kardec em sua obra A Gênese, o Espiritismo se mantém aberto às mudanças impostas pelo tempo.

Como Filosofia vemos o rompimento com o mito, haja vista ser uma doutrina desprovida de simbolismos, ritualísticas e dogmas, assim como sua ênfase constante no uso da razão. 

E, enfim, como religião não temos outro modelo e guia senão o Cristo, como nos ensina O Livro dos Espíritos.

 Não há como abraçar a causa espírita sem a conjunção e aplicação destes três quesitos, porque desencadearíamos um profundo desequilíbrio, especialmente no que diz respeito à figura central do Cristo. 

Sem Ele estaríamos estéreis em nossa essência, como sepulcros caiados, mortos-vivos vítimas da nocividade da letra desprovida do espírito que vivifica, ou uma nação de fariseus perdida no tempo.

Impossível amar a causa sem amar a Casa. 

Imagine um lugar multifuncional, onde há as atividades de uma escola, de um hospital, um abrigo, enfim, uma base para o desenvolvimento de diferentes formas de trabalho no bem, em auxílio aos mais necessitados, e isto, não somente com referência aos encarnados, mas um atendimento que transponha as barreiras da matéria alcançando igualmente os desencarnados.

O que nossos olhos físicos podem vislumbrar no cotidiano de uma Casa espírita é apenas uma pequena parcela das atividades realizadas a nível espiritual.

Em cada uma das reuniões há o envolvimento de Espíritos trabalhadores, num compromisso muito maior do que o nosso, pois muitas vezes não sabemos valorizar o suficiente. 

São irmãos abnegados atuando anonimamente para o bom andamento das atividades, acolhendo a um número bastante grande de Espíritos necessitados de socorro e aprendizado. 

Nisto vemos o quanto precisamos amar a Casa espírita, já que fomos um dia conquistados pelo valor da causa.

O preço da boa convivência pagamos com amor, pagamos abrindo mão de nosso personalismo, deixando de lado os melindres, egoísmo e orgulho, porque na verdade estamos todos apenas a caminho da evolução, e não chegaremos lá caminhando sozinhos.

JULIANA DEMARCHI  o Consolador