domingo, 22 de dezembro de 2013



                                   Álcool na infância


 Foi noticiado por diversos órgãos de comunicação: 

o jovem de 13 anos que se embriagou numa escola .

O caso ganhou notoriedade porque o garoto ficou inconsciente e teve que ser encaminhado ao hospital.

Todavia, não é nenhuma novidade crianças embriagarem-se. 

Eu, você, enfim, todos nós conhecemos infindáveis casos de pessoas que tomaram seu primeiro porre ainda nos verdes anos infantis.

A pergunta que fica é:

– Por que isto ocorre?Sem querer realizar uma caça às bruxas, uma das razões principais para as bebidas fazerem a cabeça dos jovens é justamente a benevolência para com o álcool. 

Exatamente, caro leitor, o álcool conta com a aprovação de uma parcela enorme da população brasileira que o deixa circular livremente em seu lar. 

É, para nossos padrões, normal o sujeito tomar um pileque de vez em quando e chegar a casa trançando as pernas.

No entanto, poucos sabem que os primeiros goles dos adolescentes ocorrem em suas próprias casas aos 10 ou 12 anos, em bebericos dados nos copos de pais, irmãos ou primos.Em nossa sociedade, infelizmente, o vício é propagado sem rodeios. 

Comerciais mostram pessoas famosas deliciando-se com a famosa “cervejinha” e aconselham com boa dose de generosidade e preocupação com o semelhante: 

“Se beber não dirija”.

 Entretanto, poucos sabem que em grande parte dos laudos cadavéricos em mortes violentas consta a presença do álcool. 

Pessoas agredidas, suicídios cometidos, faltas ao trabalho, prejuízo ao país e a decadência moral do indivíduo são alguns dos problemas enfrentados por quem abraça o álcool como fiel companheiro de sua existência. 

E pensar que tudo pode começar na infância com a conivência dos familiares...

Um dos fatos que mais me chamou a atenção no livro “Estrela Solitária”, biografia de Mané Garrincha, foi quando Ruy Castro – autor da obra – 

informou que era adicionada cachaça à mamadeira de Garrincha quando criança.

 Provavelmente o organismo do Mané gostou da tal cachaça e, quando em idade mais avançada, ele se reencontrou com ela, não mais se separou até o lamentável fim de seus dias na Terra. 

Quem lê a história desse herói do esporte nacional certamente fica impressionado com os prejuízos que o álcool pode causar. 

E pensar que tudo começou em sua infância...O Espiritismo, neste caso do álcool, poderia ser utilizado como proposta pedagógica para a resolução do desafio.

 Não que as famílias irão deixar suas religiões de lado para abraçar a doutrina codificada por Kardec. 

Não, não precisa ser assim. 

Quando digo utilizar o Espiritismo como proposta pedagógica, refiro-me aos pais educarem seus filhos com base na imortalidade da alma, uma das questões abordadas pelos Espíritos.

Estudando Kardec, pedagogo por excelência, os pais encontrarão ferramentas para bem direcionarem seus esforços no quesito educação dos filhos. 

Basta apenas quebrar o preconceito e, neste caso, encarar o Espiritismo como um aliado para uma vida saudável. 

Como já dissemos, não necessita o indivíduo abandonar sua igreja, mas apenas mergulhar fundo no assunto imortalidade da alma, tantas vezes abordado pela Doutrina Espírita.

Wellington Balbo - O consolador

sábado, 21 de dezembro de 2013


Homem - que pessoa é essa?

A violência na atualidade supera requintes de sofisticação. 
Pessoas são mortas diariamente e encontradas em situações mais indignas, como se o elemento humano fosse mero acidente de percurso nas vidas daqueles que não sabem o que é a ética e a moral.

 Comumente se atribui o fato ao conjunto de ações psicopáticas predominantes no tempo e nas camadas sociais, sejam elas quais forem. 

Afinal, o que é o ser humano? Como defini-lo na atualidade? 

Bendita lei da evolução que nos permite olhar com mais dignidade para a vida e seus processos.

 São eles que fazem crescer a mônada divina colocada nalgum tempo, nalgum ponto do universo.

Sim, somos todos mônadas divinas. E o que vem a ser uma mônada? 

 Em algumas tradições significa “ser supremo” equivalente ao “Deus verdadeiro”.

 Noutras, é chamada de “presença do eu sou”; noutras, ainda “é uma energia vertida por Deus para habitar o universo criado por Ele”.

  O que vale ressaltar é que todas as conceituações acima nos colocam lado a lado com a Criação Divina.

 Isto nos abrange a todos independentes de quaisquer processos circunstanciais de separatividade, sejam raciais, étnicas, religiosas, culturais etc. 

O mundo é uma grande casa divida por territórios.

Cada território abriga uma nação que por sua vez abriga seres que comungam basicamente os mesmos princípios, dentro de uma determinada correlação social.

 Somos, pois, diferentes existenciais, temporariamente vivenciando uma faceta da vida para inundar-nos de Deus.

 A história confirma quando nos relata como as comunidades surgiram e se transformaram.

 Cada tempo - cada espaço, com oportunidades novas e diferentes.

 E lá estávamos protagonizando dramas, tragédias ou acordos definitivos com o bem.

Agora estamos no início de um milênio que promete ser de profundas modificações morais para os habitantes deste planeta.

 Resta saber quem está apto ou interessado em tais mudanças.

 Jesus nos colocou como base que devemos “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”. 

Esta máxima tem sido lida e desprezada pela imensa maioria dos homens ao longo desses vinte séculos. 

Dificilmente alguém ama a Deus sobre todas as suas propostas individuais, familiares ou coletivas.

 O homem tende a admitir que Deus “mesmo ausente” age como um empecilho à realização dos seus desejos humanos, profanados pelos seus desconhecimentos sobre o divino e pelos seus interesses imediatistas, sempre prontos a perpetuá-lo como ápice da Criação. 

A ideia permanente de Deus em si o interpelaria sobre a Sabedoria Máxima e o Amor Absoluto.

 Mas isto é profundo por excelência. 

Distante demais daquelas mentes que insistem na proposta da infantilidade espiritual.

Enquanto não conseguirmos encontrar caminhos retos e definitivos que nos conduzam a uma interatividade com a Essência Primeira de todas as coisas, iremos sempre nos guiar por propostas pessoais que, em muitos casos, norteiam propostas daqueles que nos rodeiam.

 E o próximo? “Ele será ótimo enquanto estiver de acordo com os nossos interesses e nos servir em tal e sempre de conformidade com nossas infâmias ou necessidades”.

 Assim pensa e caminha esmagadora massa humana, infelizmente.

Viajando pelo tempo, desde o mineral, chegamos um dia à condição de seres humanos.

 “Heróis da Inteligência”, no dizer de Emmanuel. Agora podemos pensar e discernir. 

Somos sim, neste pequeno planeta, o ápice da evolução. Nenhum ser nos supera.

 Então passamos a disputar o poder com os outros irmãos, pois somente eles podem ombrear conosco as insígnias do “Ser Supremo”. 

Daí as questões relacionadas à violência de todo tipo que se pratica. 

Toda a violência tem por base o desejo de se impor, quer seja em casa, na rua, no bairro, cidade, estado, nação ou nos comandos mundiais de alguma instituição internacional.

É neste ponto que vale a reflexão do que seja ser homem. 

Antropólogos vêm questionando este assunto desde há muito. 

Desejam conhecê-lo para defini-lo e assim colocá-lo com acerto na sinfonia da vida que se vê e se vive por aqui. 

Na faixa estreita da vida física, apenas uma entre as muitas faixas de vidas que existem no sistema Terra, a visão é muito tacanha e o homem se perde em si mesmo, cometendo erros por não conhecer o projeto no qual está inserido.

O plano físico é excelente e necessário para nossas aprendizagens e adaptações à grande casa universal.

 Mas é temporário, pois na verdade habitamos o universo. 
Somos partes integrantes dele onde quer que estejamos.

 Quais crianças, ainda não entendemos bem o que vem a ser isto e a quais implicações estamos sujeitos para um comportamento digno para tal. 

Por isso a vinda pessoal da Autoridade Máxima da Terra ao plano físico, num momento em que o homem já podia suportar Sua presença iluminada e Seus ensinos graduados trazidos dos planos superiores da Vida.

 Emmanuel nos diz no livro “A Caminho da Luz” que quando a Terra estava pronta para receber a vida, Jesus foi a departamentos específicos do Universo trazendo de lá o protoplasma, embrião das vidas que se desenvolveriam por aqui. 

Da mesma forma, quando os homens já estavam aptos para serem inoculados pela mensagem divina e decisiva, Jesus, de novo, nos trouxe o embrião da vida universal.

Por que tamanho cuidado para conosco? 

Por que tamanho amor para com a identidade humana? 

A Doutrina Espírita programada e projetada para surgir entre nós, em meados do século XIX, o das grandes descobertas, nos dá a resposta eficiente. 

Somos centelhas divinas no caminho de volta para a eternidade com Deus.

 Assim, o homem é a transição entre a razão e a santidade. 

Estamos nos pródromos de um novo tempo. A santidade significa inundar de sagrado o lado profano que insiste por fazer-se representar em cada um de nós. 

Ser profano é o mesmo que estar do lado de fora das sagradas realizações da vida. Muitos pensam que sacrilizar-se é tornar-se adepto e praticante cego desta ou daquela religião. 

Enganam-se, sacrilizar-se é estabelecer em si o definitivo templo de Deus que nos criou para vivermos com ele na sabedoria e no amor por toda a eternidade. 

O homem é, pois, uma rápida passagem entre o profano, do lado de fora, e do sagrado, do lado de dentro de Deus. 

Daqui a pouco estaremos livres dos processos experimentais que nos conduzem a dores pelos erros repetidos em nossas aprendizagens e percursos.

 É tempo de pensarmos assim, de agirmos assim.

 O Evangelho de Jesus é o único roteiro que nos pode direcionar neste momento da nossa evolução, enquanto homens.

 Que esta passagem seja rápida e pródiga, que todos possamos galgar um passo além para vivermos totalmente identificados com o novo tempo que se aproxima.

Guaraci Lima Silveira - O consolador


 


quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

                                                          Um Natal diferente

No orfanato “Canteiro de estrelas” inicia-se mais uma festa de Natal, com a presença de vários “Tios” vindo das associações de moradores do Bairro que se acotovelavam entre abraçar as crianças, cantar e distribuir gracejos.

 No palco improvisado, entra um grupo de Tios munidos de violão, puxando diversas músicas infantis e músicas de Natal. As meninas do orfanato, todas com a mesma roupinha, emana um brilho dos seus  olhos  ao ver aquele espetáculo. 

Após as musiquinhas, uma pequena peça teatral e a distribuição de lanches e brinquedos. Bia, uma pequena mocinha de olhos negros, ajeita-se entre as meninas para ver o show. Após a despedida final, todos acodem aos tios e Bia sobe no palco, perdida em divagações infantis.

“- Ai, como eu sou feliz! Adoro quando os tios vêm aqui. Eles cantam, brincam e fazem a maior alegria aqui. Mas, hoje, eles falaram do Natal. O que será isso? Sinto que é uma coisa boa.”

Entra um Tio na busca dos atrasados e diz:

“- Bia, minha querida. Está na hora de você ir para a cama, pois seu dia foi muito cansativo.”
“- Tio, o que é o Natal?” Pergunta incisiva.
“- Menina, deixe de papo e vamos dormir.”
“Só saio daqui quando o senhor me explicar o que é o Natal.”  Insiste a pequena.
“ -Tudo bem, sente aí. O Natal é....”
“- Rui, a Amanda caiu. Me ajuda aqui.” Ao ouvir o apelo, o Tio sai correndo se desculpando com a Bia. 

Inconformada, sai resmungando     
   
“- Aaaaaaaaai, droga! Ninguém sabe me dizer o que é esse Natal.”
Uma voz ao fundo manda Bia correndo ir para a cama e escovar os dentes. A tia Margareth, senhora austera, porém bondosa, lhe pergunta:
“- Bia, já fez sua higiene pessoal?”
“- Sim, senhora.”
“- E a sua oração?”
“- Farei agora, tia.”
“- Então, boa noite.”

Insatisfeita, bem verdade, Bia se vira para dormir cantarolando na sua mente as cantigas dos tios.  
Bia se levanta, em um salto da cama, e quando vê está sobre o palco do orfanato. Estranhando aquilo tudo, se vê surpreendida por um menino de branco:
“- Bom dia, Bia.”
“- Quem é você?”  Pergunta Bia, ressabiada.
“-Sou seu amigo”. Replica o menino mansamente.       
“- Mas eu não sou sua amiga!”  Reage Bia violentamente. “Minha tia Margareth me disse para não conversar com pessoas estranhas.”
“- Mas, se eu não sou seu amigo, eu quero ser agora.

Meu nome é Natalino.”

“- E o que você está fazendo aqui no orfanato?”
“- Você me chamou.”
“- Eu não chamei ninguém aqui. Acho que o senhor é lelé, maluquinho.”
“-Você não queria saber o que era o Natal?”
“- Como você sabe? Sim, eu quero saber, mas duvido que você saiba!” Desafia Bia impetuosamente.
“- Bem, vou ter que me identificar.” Saca uma carteira do bolso: “- O meu nome é Natalino Natalício do Natal de Belém e fui contratado para explicar às crianças o significado do Natal”.

“- Então você pode mesmo me dizer o que é o Natal.” Confirma Bia esticando o olho para verificar a carteira.

“- Bia, o Natal é uma festa...”  Inicia a explicação Natalino.

“- Oba! festa. Sabia que era uma coisa boa. Deve ter bolo, pudim, manjar.” Interrompe Bia, que  fica olhando para o alto contando os dedos.
“- Mas, o Natal é muito mais do que isso, Bia.” 
Bia corta Natalino novamente:
“- Vamos, Tio, vamos para essa festa.”
“- Que seja feita a sua vontade, Bia. Vamos ver como as pessoas fazem a festa de Natal.”. Natalino põe a mão sobre a testa de Bia e tudo à sua volta se transforma.

De repente, Bia se vê em uma loja de roupas, onde uma turba de pessoas se digladiam   pela disputa de shorts, camisas e bermudas em uma promoção relâmpago. Bia, meio que decepcionada, pergunta:

“- Essa é que é a festa?”
“- Não, esses são só os preparativos.”  Responde Natalino.
Uma blusa voa da confusão e cai no rosto de uma moça, que passa a discutir com a outra, disputando a peça de roupa.

“- Agora vamos ver como as pessoas vivem a festa de Natal.” Arremata Natalino. Mais uma vez, com a mão sobre a fronte, o ambiente se altera, e Natalino leva Bia para uma casa grande, luxuosa, com altos muros e dentro em uma extensa mesa se exibe uma farta ceia Natalina. Bia já ameaça pegar uma rabanada, quando Natalino faz uma advertência:

“- Tenha paciência, minha amiga. Aguarde os convidados.”
Entra um menino pela sala cantarolando:

“-Jingle Bell, Jingle Bell, Pudim, manjar e mel. Não faz mal, não faz mal, bolinho de bacalhau. Oba, eu adoro o Natal. A gente espera, espera até meia-noite para dar bastante fome e depois se empanturra de comida e só acordapara lá do meio dia. Humm, falando nisso, vou beliscar uma rabanada.”

De repente, entre gritos e discussões, entra um casal de namorados brigando:
“- Não, não e não. Por que você tem que passar o Natal com a sua mãe? Eu não quero ficar nessa casa chata sozinha !”  Esbraveja a moça.
E, concomitantemente, entra o chefe da casa ostentando uma garrafa de “Doze anos”, visivelmente embriagado. Um barulhão acomete o ambiente e todos correm para a janela para ver o acidente que ocorreu na esquina.
Bia começa a bater em Natalino, em prantos:

“- Seu mentiroso. Você falou que ia me levar a uma festa. Essa é a festa de Natal? É assim que as pessoas passam o Natal?”

Natalino acalma Bia alisando a sua fronte:

“- Eu não sou mentiroso. É assim que as pessoas passam o Natal nos dias de hoje.”
“- Então me leva para o orfanato. Esse Natal é ruim. Não quero mais ver Natal nenhum!” Tenta Bia puxar o braço de Natalino, mas esse, fazendo uma singela oposição, diz;

“- Já que esse Natal é ruim, vamos tentar construir um Natal diferente.”
“- Um Natal diferente?“
“- Sim, um Natal bom, um Natal com Nosso Senhor Jesus Cristo.”
“- E como é que nós vamos mudar o Natal?”
“- Eu tenho uma idéia. Vamos até uma pessoa que pode nos ajudar a mudar o Natal.”
“- E quem é essa pessoa?”
“- É o criador do Natal.”

Mais uma vez a realidade de Bia se altera e surge à sua frente uma multidão no cume de uma elevação onde um homem falava a todos:

“- Amai-vos uns aos outros. Meus discípulos serão reconhecidos por muito se amarem.”

A multidão permanecia extasiada pelo magnetismo das palavras daquele homem. Bia pergunta espantada a Natalino:
“- Quem é esse barbudo aí?”
“- Respeito, Bia. Esse é Nosso Senhor Jesus Cristo. No Natal, nós comemoramos o seu aniversário. Se ele não existisse, o Natal não existiria.”
“- E ele pode mudar o Natal?”
“- Claro, venha, vamos falar com ele.”
Natalino se aproxima de Nosso Senhor, que o brinda com um abraço. Natalino não se faz de rogado:
“- Muita paz, Senhor. Esta é Bia e ela está muito decepcionada com o Natal.”
Bia, apressadamente, completa:

“- Pois é, Senhor. O senhor inventou este tal de Natal e agora ele está muito ruim.”
Nosso Senhor, com um sorriso de mansuetude, volta-se para Bia em tom carinhoso:

“- Minha amiguinha, o Natal é a coroação da vitória da paz e do amor no planeta Terra.”
“- Não é não! Eu vi bebida, acidentes, comilança e muita briga neste tal Natal. Ou o senhor faz um Natal diferente ou acaba logo com esse Natal.” Responde de pronto Bia, já invocada.
“- Amiguinha, volto a dizer que o Natal é amor nos corações. Venha Natalino, venha Bia. Vou mostrar-lhes o Natal diferente que vocês tanto buscam.”

  E colocando a mão sobre a fronte dos dois, um turbilhão de energia envolve os três, que aparecem em uma casa com uma ceia simples sobre a mesa de uma sala. Entra uma senhora calmamente folheando um livro. Quando ela se senta, dois jovens entram para lhe dar um grande abraço.

“- Mãezona, que bom que você veio. Tá mais corada, né. Como está a Tia Marta?” Perguntam os dois em meio de abraços calorosos.
Os netinhos também abraçam a vó, que lhes entrega pequenas lembranças e lhes diz:
“- Meus netinhos, só deu para comprar esses presentes, pois como vocês sabem, a vovó ajuda na Campanha da roupinha de Natal.”
Nosso Senhor toca o ombro de Bia e diz:
“-Veja, Bia, para eles o Natal é bom.”
“- É, mas é meio paradão.” 

 Retruca a menina.
Natalino arremata sem perda de tempo.

“- Mas veja, Bia, a alegria real estampada nos seus rostos.”
Os jovens, enquanto arrumam a mesa, ouvem a porta bater e era uma franzina mulher com uma criança no colo. Ao ver que a mesma pedia alimento, eles não titubearam em oferecer-lhe pousada e abrigo, convidando-a para a ceia de Natal. De mãos dadas, a mãe lê a passagem do evangelho que retrata o nascimento de Jesus, em meio de uma manjedoura simples, cercado pelos animais. Inicia uma cantiga de Natal, cantada por todos e logo Bia acompanha, lembrando-se dos tios que haviam lhe ensinado aquela música no orfanato.

A cantoria envolve a todos com vibrações de Fraternidade e, quando Bia abre os olhos, está no seu quarto no orfanato. Ela se levanta rapidamente e sai pelos corredores do orfanato cantando a canção de Natal aprendida e entrando em cada quarto, abraçando a todos.

Bia havia descoberto o Natal. 



Marcus Vinicius de Azevedo Braga

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013



Reencarnar dá trabalho.

 Requer intenso estudo de nossas necessidades espirituais. Quando nosso merecimento permite essa oportunidade, tem que contar também com a participação de engenheiros da espiritualidade que irão preparar o corpo, os pais, o local, a profissão, os futuros filhos e as condições de trabalho e resgate que nos serão oferecidos.

Trata-se, portanto, de um verdadeiro investimento da espiritualidade. Naturalmente, há muitas expectativas de mentores e amigos que, de certa forma, “apostam” em nós. “Patrocinam” a nova chance que nos é proporcionada.

Se em algum momento nos desviamos do caminho traçado, se nos distanciamos da rota, sonoros alarmes são disparados na espiritualidade. 

Claras e decisivas providências são adotadas para que ocorra o “redirecionamento” das nossas vidas. Para que não se percam os esforços e os objetivos a que nos propomos, os Espíritos se utilizam de meios para nos chamar a atenção.

Em “Uma Segunda Chance” – filme estrelado por Harrison Ford, do cineasta Mike Nichols, conhecemos a história de Henri. 
Um advogado inescrupuloso, desonesto, insensível, arrogante e oportunista. Maquiavélico, não hesita em usar todos os meios para alcançar seus fins. Até que ocorre um incidente. Ao entrar numa loja de conveniência que está sendo assaltada, leva dois tiros. Um na testa, numa parte dura da cabeça. O segundo atinge uma artéria do seu coração. Interrompe o fluxo sanguíneo de seu cérebro. A partir daí Henri não mais se movimenta, não mais fala, nem mais se lembra de qualquer coisa.
Passa por intensa fisioterapia que lhe restitui parte dos movimentos. Mas, a maior transformação de Henri está em seu espírito. O choque faz com que ele repense sua vida. E ele realmente se modifica para melhor, tornando-se um bom homem. O sofrimento muda a sua vida! 

De uma certa forma encontramos na história desse filme o que Richard Simonetti narrou em seu romance “Mudança de Rumo”. Conta a história de um espírita que havia-se distanciado da observância moral, motivado pelas exigências e tentações humanas. Estava literalmente “botando os pés pelas mãos” e desperdiçando as oportunidades da jornada terrestre.

Eis que uma EQM – Experiência de Quase Morte – 

lhe dá plena visão da paisagem resultante de seus desvios. A partir daí passa a motivar-se plenamente para o seu esforço de renovação. Sinceramente pede ajuda a Deus e seus Espíritos protetores e “cria juízo”. “Desperta” para suas obrigações espirituais e aproveita a maravilhosa oportunidade que Deus havia-lhe concedido na abençoada escola da reencarnação.

Relembramos ainda, nessa linha de pensamento, a experiência de “Scrooge”, do inesquecível conto de Charles Dickens “Os Três Espíritos do Natal”.

O velho sovina recebe as visitas dos Espíritos dos Natais Passados, do Presente e do Futuro. 

Conscientiza-se da sua mesquinhez e das consequências que o aguardam na vida após a morte. As visitas dos espíritos “mexem”  com Scrooge, que passa a considerá-los verdadeiros benfeitores de uma “segunda chance” que Deus está-lhe proporcionando. Scrooge aproveita-se dessa oportunidade para mudar sua vida para melhor, tornando-se efetivamente um bom e generoso homem.

Nas três situações que apresentamos – a de Henri, em “Uma Segunda Chance”, a do livro “Mudança de Rumo”, de Richard Simonetti e na experiência de Scrooge, do conto de Charles Dickens, vemos claramente as mãos dos mentores espirituais, tentando “salvar” criaturas que estão se desviando do caminho certo da vida.

No entanto, estaremos redondamente enganados se concluirmos que a tolerância da espiritualidade não tem limites. 

As novas oportunidades geralmente não são muito suaves. E quando não as aproveitamos, ah! É melhor, como diriam os antigos, “colocar as barbas de molho”, pois daí para a frente vem “chumbo grosso”...

Se desperdiçamos as derradeiras tentativas de recuperação dos amigos espirituais, é melhor nos prepararmos para longos período nas moradas escuraras da erraticidade e futuras encarnações dolorosas e solitárias


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

OS DOIS MENINOS
 
João e Pedro entraram em um supermercado.

João furtou duas barras de chocolate e Pedro também. 

Vamos fazer uma viagem no tempo, para ver o que aconteceu com eles.

João - João continuou achando que não fazia mal roubar apenas uma ou duas barras de chocolate.

 Mas logo ele passou a roubar outras coisas, coisas maiores e mais caras.

 João nunca foi preso, por isso ele achava que não tinha importância cometer alguns roubos, contanto que ninguém descobrisse. Ele cresceu e arrumou um emprego. Logo estava roubando do patrão. 

Teve que trocar de emprego e de cidade para não descobrirem sua desonestidade.

João tinha muitos bens materiais, mas não tinha a consciência tranquila. Ele vivia nervoso e com medo de que alguém fosse descobrir que ele roubava. 

Ele era muito infeliz, e muitas vezes percebeu que seus filhos tinham vergonha do pai, pois sabiam que João não era um bom exemplo.

Muito jovem ainda, João teve um ataque do coração e desencarnou. 

Chegou ao Mundo Espiritual perturbado e muito apegado à casa, ao carro e a todas as coisas materiais que ficaram no mundo terreno. 

Lá sofreu muito, teve solidão e medo. Tempos depois, se arrependeu da vida desonesta que levara.

A família de João orava por ele e Deus, em sua infinita bondade, deu outra oportunidade a João: 

ele reencarnou.

 Em sua nova vida, João, que agora tem outro corpo físico e outro nome, será muitas vezes tentado a ser desonesto

. E assim será até que ele aprenda a respeitar os outros e seus bens, adquirindo a virtude eterna que é a honestidade.

Pedro - Quando chegou a casa o pai de Pedro percebeu que o garoto estava nervoso e foi conversar com ele.
 Logo o pai descobriu o que havia ocorrido. Conversou muito com Pedro, falou sobre a importância de ser honesto, sempre, em todas as situações. 

Falou também que mesmo que ninguém esteja olhando, roubar é uma atitude errada e nossa consciência sabe disso. 

O pai de Pedro fez o menino ir até o supermercado pedir desculpas ao gerente e prometer que nunca mais roubaria.

 Também teve que devolver a barra de chocolate que restava e pagar com a mesada a barra que já havia comido.

 O garoto nunca mais se esqueceu das palavras do pai, de como seu pai teve vergonha da atitude dele e também de como ele se sentiu mal por ter feito algo desonesto.

O tempo passou e Pedro nunca mais roubou. Ele também aprendeu que mentir é uma forma de desonestidade consigo e com os outros e passou a cultivar somente a verdade.

Pedro terminou seus estudos, arrumou um emprego legal, casou, teve filhos. Pedro, durante sua vida, teve outras oportunidades de ser desonesto, mas nunca mais teve essa atitude.

 Quando ele pensava em ser desonesto lembrava-se da situação que passou, das palavras do pai

. E lembrava-se de seus filhos, pois queria ser um bom exemplo para eles.

Quando Pedro desencarnou, ele pôde observar que seu esforço em ser honesto valeu a pena.

 Analisando sua vida, ele percebeu que tomou a decisão correta levando uma vida baseada na honestidade. 

Pedro adquiriu a virtude da honestidade, que é uma virtude eterna, que ele vai levar para as próximas reencarnações.

*
Querido amiguinho,

Ser honesto, não mentir, respeitar o que é dos outros são escolhas que fazemos todos os dias.

 Não é Deus quem escolhe por nós e Ele não é culpado pelas escolhas que fizemos.


Por isso, devemos ser honestos sempre, mesmo que ninguém esteja olhando.

 E quando estamos com dúvida sobre que atitude tomar, é importante orar e pedir a ajuda do Espírito protetor para seguir no caminho do bem. 

CLAUDIA SCHMIDT - Sto. Angelo -  O consolador

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

               OLHA QUE BOA NOTICIA NOS DEIXOU CHICO XAVIER:

Os cães como todos os seres viventes, possuem alma e segundo nosso irmão Chico Xavier, se tratados com respeito, amor e carinho, podem após seu desencarne, ainda permanecer até 4 anos ao lado de quem tanto lhe deu amor. 


É uma forma de não sofrerem com a separação. Mas eles voltam ter a mesma vitalidade de quando eram filhotes. 

Quem já perdeu um amigo, fique sabendo que ele continuou ou continua ao seu lado, com a mesma felicidade de sempre!!!

Vamos lá...
Os animais, diferentemente, do homens, não possuem o tempo da erraticidade (intervalo mais ou menos longo entre uma encarnação e outra). 


Quando morrem, quase que instantaneamente, sua alma ou energia vital é atraída, magneticamente e por afinidade para mais um processo de encarnação. 

Dessa forma, de pouquinho em pouquinho, vai progredindo. Devemos lembrar que a lei do progressa é um dos princípios fundamentais da doutrina espírita.

A alma de alguns animais podem, a exemplo dos cachorros, retornar rapidamente para seu dono, através de outro que nasça. 


Mas isso ocorre, somente, por merecimento e mérito nosso.

Veja um relato bem interessante sobre Chico Xavier e sua cadelinha boneca:


Chico e Boneca
Por Adelino da Silveira

Chico Xavier tinha uma cachorra de nome Boneca, que sempre esperava por ele, fazendo grande festa ao avistá-lo. Pulava em seu colo, lambia-lhe o rosto como se o beijasse.


O Chico então dizia:


- Ah Boneca, estou com muitas pulgas !!!!


Imediatamente ela começava a coçar o peito dele com o focinho.
Boneca morreu velha e doente.


 Chico sentiu muito a sua partida.

Envolveu-a no mais belo xale que ganhara e enterrou-a no fundo do quintal, não sem antes derramar muitas lágrimas.


Um casal de amigos, que a tudo assistiu, na primeira visita de Chico a São Paulo, ofertou-lhe uma cachorrinha idêntica à sua saudosa Boneca.


A filhotinha, muito nova ainda, estava envolta num cobertor, e os presentes a pegavam no colo, sem contudo desalinhá-la de sua manta.


A cachorrinha recebia afagos de cada um.
A conversa corria quando Chico entrou na sala e alguém colocou em seus braços a pequena cachorra.


 Ela, sentindo-se no colo de Chico, começou a se agitar e a lambê-lo.
- Ah Boneca, estou cheio de pulgas!!!


 Disse Chico.

A filhotinha começou então a caçar-lhe as pulgas, e parte dos presentes, que conheceram a Boneca, exclamaram:


- Chico, a Boneca está aqui, é a Boneca, Chico!!
Emocionados perguntamos como isso poderia acontecer.


Chico respondeu:


- Quando nós amamos o nosso animal e dedicamos a ele sentimentos sinceros, ao partir, os espíritos amigos o trazem de volta para que não sintamos sua falta. 


É, Boneca está aqui, sim, e ela está ensinando a esta filhota os hábitos que me eram agradáveis.

Nós seres humanos, estamos na natureza para auxiliar o progresso dos animais, na mesma proporção que os anjos estão para nos auxiliar.


Por isso, quem maltrata um animal vai contra as leis de Deus, porque Suas leis são as leis da preservação da natureza.


E, com certeza, quem chuta ou maltrata um animal é alguém que ainda não aprendeu a amar.