sexta-feira, 12 de outubro de 2012




                                           O QUE É O CASAMENTO?


                                                           mãos, lágrima, quadro, casório, Anéis


Martins Peralva, sugere a seguinte classificação dos casamentos: Acidentais, Provacionais, Sacrificiais, Afins (Afinidade superior), Transcendentes.


 

ACIDENTAIS : Se dá por efeito de atração momentânea, de almas ainda inferiorizadas. São as pessoas que se encontram, se vêem, se conhecem, se aproximam, surgindo, daí, o enlace acidental, sem qualquer ascendente espiritual. Usando de seu livre arbítrio, uma vez que por ele construímos sempre o nosso destino. No nosso mundo, tais casamentos são comuns, ainda.

PROVACIONAIS: Reencontro de almas, para reajustamentos necessários à evolução delas. São os mais frequentes. É por essa razão que há tantos lares onde reina a desarmonia, onde impera a desconfiança, onde os conflitos morais se transformam, tantas vezes, em dolorosas tragédias. Deus permite a união deles, através das leis do Mundo, a fim de que, pelo convívio diário, a Lei Maior, da fraternidade, seja por eles exercida nas lutas comuns. A compreensão evangélica, a boa vontade, a tolerância e a humildade são virtudes que funcionam à maneira de suaves amortecedores.
O Espiritismo, pelos conhecimentos que espalha, é meio eficiente para que muitos lares em provação, se reajustem e se consolidem, dando, assim, os primeiros passos na direção do Infinito Bem. O Espírita esclarecido sabe que somente ele pagará as suas próprias faltas, porém sempre contando com o auxílio Divino.

SACRIFICIAIS: Deus permite aí, o reencontro de alma iluminada com alma inferiorizada, com o objetivo de redimir a que se perdeu pelo caminho. Reúnem almas possuidoras de virtude a outras de sentimentos opostos. Acontece quando uma alma esclarecida, ou iluminada se propõe ajudar a que se atrasou na jornada ascensional. Como a própria palavra indica, é casamento de sacrifício, para um deles. E o sacrificado tanto pode ser a mulher como o homem. Quem ama não pode ser feliz se deixou na retaguarda, torturado e sofredor, o objeto de sua afeição.Volta, então, e, na qualidade de esposo ou esposa, recebe o viajor retardatário, a fim de, com o seu carinho e com a sua luz, estimular-lhe a caminhada.  O Evangelho nos lares, como em toda a parte, funciona à maneira de estimulante da harmonia e construtor do entendimento.
AFINS : Pela lei da afinidade, reencontram-se corações amigos, para consolidação de afetos. São os que reúnem almas esclarecidas e que muito se amam. São Espíritos que, pelo casamento, no doce aconchego do lar, consolidam velhos laços de afeição.

TRANSCENDENTES: São Almas engrandecidas no Bem que se buscam para realizações imortais. São constituídos por almas que se reencontram, no plano físico, para as grandes realizações de interesse geral. A vida desses casais encerra uma finalidade superior. O ideal do Bem e do Belo enche-lhes as horas e os minutos repletando-lhes as almas de doce ventura, acima de quaisquer vulgaridades terrenas, acima das emoções inferiores, o amor puro e santo. Todos nós passamos, ou passaremos ainda, segundo o caso, por essa sequência de casamentos: acidentais, provacionais e sacrificiais, até alcançarmos no futuro, sob o sol de um novo dia, a condição de construirmos um lar terreno na base do idealismo transcendental ou da afinidade superior. E enquanto caminhamos, o Espiritismo, abençoada Doutrina, cumulará os nossos dias das mais santas esperanças…

É evidente que o matrimônio, sagrado em suas origens, tem reunido sob o mesmo teto os mais variados tipos evolutivos, o que vem demonstrar que a união, na Terra, funciona, às vezes como meio de consolidação de laços de pura afinidade espiritual, e, noutros casos, em sua maioria, como instrumento de reajuste.

Algumas vezes o lar é um santuário, um templo, onde almas engrandecidas pela legítima compreensão exaltam a glória suprema do amor sublimado. Porém, a maioria dos lares funcionam como oficina e hospital purificadores, onde, sob o calor de rudes provas e dolorosos testemunhos, Espíritos frágeis caminham, lentamente, na direção da Vida Superior.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

VINÍCIUS LOUSADA

 



A pobreza e o atendimento espiritual na Casa Espírita

Estes princípios, para mim, não existem apenas em teoria, pois que os ponho em prática; faço tanto bem quanto o permite a minha posição; presto serviços quando posso; os pobres nunca foram repelidos de minha porta, ou tratados com dureza; foram recebidos sempre, a qualquer hora, com a mesma benevolência; jamais me queixei dos passos que hei dado para fazer um benefício (...).” - Allan Kardec. (1)

A caridade como paradigma
 
Na epígrafe acima encontramos um trecho selecionado de pensamentos íntimos do mestre Allan Kardec a respeito da caridade, constante numa obra publicada após a sua desencarnação que, por sua vez, contém a compilação de uma série de manuscritos postumamente apresentados na Revista Espírita: jornal de estudos psicológicos.  
Nesse texto, em especial, vemos Kardec ressaltar que a caridade para ele não era mera máxima ou palavra bem posta nos lábios, era uma práxis, ou seja, uma atitude conectada ao exercício do raciocínio sobre a mesma. 
Destaca, ainda, que realizava algo em prol do próximo sempre que possível, denotando que seu diminuto tempo livre era disposto no serviço ao outro e, ainda, numa abertura de coração aos mais pobres cujo acolhimento não tinha hora para acontecer.   
No meu entendimento, aqui temos um legado moral do mestre lionês que deve servir de paradigma – modelo – para nossas ações no mundo e, igualmente, nas atividades da casa espírita, principalmente aquelas que se referem ao acolhimento de pessoas em condição de pobreza ou inclusão precária no sistema social vigente, tão marcado pelo egoísmo e pela lógica economicista. 
Para fazer entender o conceito de inclusão precária (2), recorro ao sociólogo José de Souza Martins que, ao encarar a questão das desigualdades sociais como um problema mais sociológico do que econômico, gerado pelas formas de desenvolvimento anômalo (que produz a pobreza e a afirma cinicamente como custo necessário à sua efetividade), defende a tese de que a desigual distribuição de bens sociais, culturais e políticos exclui uma extensa legião de pessoas dos processos de participação e provoca a integração em formas desumanas de sobrevivência e de ínfimo protagonismo social, como modos privilegiados daquela e não como a concretização de direitos. 
Assim, o referido autor tem o ensejo de problematizar a competência aliciadora e patológica desse modelo de desenvolvimento que inclui os pobres em processos concretamente precários de acesso aos bens sociais, culturais e econômicos.  
Lembra-nos ainda que, nas sociedades complexas, as pobrezas se multiplicaram, atingindo dimensões da existência humana que jamais identificaríamos como manifestações de carências fundamentais e, nesse sentido, o desafio está em perceber que temos outros modos de diferenciação social que impõem a certas pessoas lugares sociais subalternos. 
Desse modo, se a opção do Espiritismo é fazer a criatura humana feliz, cabe ao espiritista que lida com pessoas que vivem expostas à pobreza comprometer-se com a superação das situações-limites que as impedem de serem mais, sem pensar-se salvador do mundo, mas alguém que, pelos saberes que detém, e tendo Jesus por inspiração maior, tem o compromisso social de realizar algo de concreto nesse sentido.  
Tal compreensão nos leva a crer que o atendimento espiritual na casa espírita necessita estender a mão ao irmão pobre e, numa escuta sensível, identificar as misérias ocultas, fazendo o melhor ao seu alcance, sem qualquer forma de discriminação ou indiferença.  
Fazer o melhor significa cumprir o dever já assinalado por Kardec quando escreveu: “O verdadeiro espírita jamais deixará de fazer o bem. Lenir corações aflitos; consolar, acalmar desesperos, operar reformas morais, essa a sua missão. É nisso também que encontrará satisfação real”. (3) 
A sugestão do Espírito Cheverus 
Em O Evangelho segundo o Espiritismo, verdadeiro código de bem viver, Kardec publica a comunicação de um Espírito que assina Cheverus (4). Segundo ele, diante do sofredor a primeira ação é o alívio. Quando recebemos alguém na casa espírita cujo coração está tomado por dramas pessoais, são inúteis demorados discursos doutrinários ou exposições alongadas sobre as normas e dinâmica da instituição.  
É uma questão de bom senso: primeiro aliviemos o sofrimento de nosso irmão, abraçando-o fraternalmente e manifestando de tal modo o nosso sentimento de acolhida que, através do nosso olhar atento, da escuta e do diálogo esclarecedor, seja possível estabelecer o laço de confiança essencial para podermos ajudá-lo. 
Para a segunda etapa do atendimento, Cheverus nos propõe que nos informemos a respeito da situação transitória de sofrimento do companheiro que nos roga auxílio. Destaco a transitoriedade para que não caiamos em posturas estigmatizantes que nomeiam o pobre como “coitadinho”, não vendo nele as potencialidades de Espírito imortal e de indivíduo capaz de, com as devidas oportunidades, prover dignamente a própria existência. 
Daí a importância do diálogo do atendimento fraterno na casa espírita que deve ser orientado pelo primado da escuta. Não apreendemos as circunstâncias que cercam a vida do solicitante se não lhe escutarmos a narrativa e, para tanto, precisamos abrir mão de qualquer ansiedade de conversão do outro à nossa crença.  
Aliás, por dois motivos: o Espiritismo é uma doutrina de livre adesão pelo raciocínio e pela maturidade do senso moral e, também, o momento do atendimento fraternal não é senão para consolar mediante breves esclarecimentos ou pela via do socorro improvisado, conforme a carência daquele que procura o atendimento espiritual na casa espírita. 
Mas o conhecimento de forma mais aprofundada, sem invasão de privacidade ou humilhação, das condições em que vive nosso irmão de caminhada atrelado à pobreza material, pede o encaminhamento, após – insisto – a ajuda imediata, ao departamento da casa espírita especializado nas tarefas de ação social capazes de assistir as famílias pobres e, ao mesmo tempo, exercer uma pedagogia de geração de trabalho e renda a fim de contribuir com a emancipação das classes populares ao lado da espiritualização dos indivíduos. 
Assim, o benfeitor espiritual recomenda outro ponto a ser observado no roteiro de ajuda cristã: que nos informemos de tal forma a respeito do indivíduo e de suas lutas materiais e verifiquemos se a oferta de trabalho, de conselhos norteados pela Filosofia Espírita e se a nossa afeição não será mais eficaz do que a pura e simples esmola em seu favor, pela sua libertação. 
A esmola, manifestação de uma lógica assistencialista, é uma ação que atende a carência material sem intencionalidade educativa e que avilta a humanidade do sujeito, adestrando-o à condição da mendicância ou da dependência. Como tal, não atende ao projeto regenerador do Espiritismo para humanidade. 
Desse modo, creio ser interessante que a equipe de voluntários da casa espírita tome conhecimento de belas iniciativas dentro e fora do movimento espírita a respeito das redes de economia solidária (5), aquela que surge como uma reposta possível ao sistema social vigente que tanto desumaniza – jogando multidões ao abismo da sociedade de consumo – quanto produz uma crise ecológica sem precedentes em nossa História. 
Adiante, Cheverus propõe que difundamos, como devemos fazer com os socorros materiais, os princípios do amor de Deus, do amor ao trabalho, o amor ao próximo, colocando nossos recursos nas boas obras. E, como não poderia deixar de fazer, sugere que os recursos intelectuais que venhamos a possuir sejam dispostos à instrução do povo.  
Essa mensagem atualíssima registrada por Allan Kardec, numa das obras fundamentais da Doutrina dos Espíritos, apresenta efetivamente uma ação pedagógica de acolhimento das classes populares na casa espírita. Todavia, é preciso dizer que essa ação educativa, que começa no acolhimento, encontrará seu ápice no instante em que, nas demais atividades interdependentes da agremiação espírita, aqueles que estão excluídos socialmente encontrarem suporte para viver com dignidade, trabalhando, produzindo e convivendo em regime de fraternidade cristã. 
Convidar os pobres 
O Mestre da Cruz (6) certa feita orientou os discípulos para que, ao realizarem uma festa, convidassem os pobres, os estropiados, os coxos e os cegos. E, ainda, ressaltara que na adesão desses à festa é que os discípulos seriam felizes, pois os pobres não teriam como retribuir a gentileza de modo algum e que é na vida futura que encontrariam ressarcimento do bem levado a efeito na experiência terrestre. 
Segundo Allan Kardec (7), o festim, na atualidade, não são as ruidosas festas do mundo e, sim, a partilha na abundância de que desfrutamos junto aos saberes espíritas. Para tanto, necessitamos de partilhar “homeopaticamente” a espiritualidade subjacente ao Espiritismo com nossos irmãos estigmatizados pela exclusão que travam contato conosco, em particular, na casa espírita. 
Cabe-nos estender-lhes o atendimento espiritual – o acolhimento da recepção, o diálogo fraterno, a palestra e os passes – sem qualquer distinção por ser mesmo a casa espírita o educandário da mente popular, segundo a sua própria finalidade, entretanto, ao tomarmos consciência das dores morais e sofrimentos materiais do próximo, não podemos congelar-nos na indiferença porque, numa ética altruísta como a proposta pelo Espiritismo, somos corresponsáveis pela felicidade alheia.        
Estudando Kardec  
“Amigos, de mil maneiras se faz a caridade. Podeis fazê-la por pensamentos, por palavras e por ações. Por pensamentos, orando pelos pobres abandonados, que morreram sem se acharem sequer em condições de ver a luz. Uma prece feita de coração os alivia. Por palavras, dando aos vossos companheiros de todos os dias alguns bons conselhos, dizendo aos que o desespero, as privações azedaram o ânimo e levaram a blasfemar do nome do Altíssimo: ‘Eu era como sois; sofria, sentia-me desgraçado, mas acreditei no Espiritismo e, vede, agora, sou feliz’.” (8) 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

 
O poder e sua força
corruptora
 
 
A frase “o poder corrompe”, atribuída ao historiador inglês John Emerich Edward Dalberg, também conhecido como lorde Acton, é sempre invocada quando se desnudam fatos de corrupção e abuso de poder como esses que as CPIs têm investigado em nosso país nos últimos anos.

A tese de que o poder tem a capacidade de corromper é interessante, mas, examinada à luz da doutrina da reencarnação, apresenta facetas que provavelmente escapem ao observador comum.

 Poder, riqueza, projeção social compõem a lista das chamadas provas a que o ser humano se submete em suas múltiplas existências corporais. 

A Terra é um mundo modesto e atrasado e, como tal, classificado pelo Espiritismo na categoria geral de planeta de provas e expiações.

Provas, como o próprio vocábulo indica, são testes, em tudo semelhantes aos testes que a criança e o jovem têm de enfrentar em sua passagem pelos bancos escolares, da pré-escola à faculdade. 

Como ninguém ignora, só ascende ao ensino médio quem enfrentou o fundamental e neste foi aprovado.

Constituindo uma das provas mais difíceis que se apresentam à criatura humana em sua romagem terrena, o poder pode efetivamente fascinar e levar à queda todos aqueles que não dispõem da qualificação necessária para vencê-lo. 

Dá-se o mesmo com relação a todas as provas.

 A riqueza, por exemplo, é, dentre elas, uma das mais difíceis, como o próprio Cristo advertiu ao afirmar que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha que um rico entrar no reino dos céus.

Numa interessante mensagem que o leitor pode conferir no cap. II, segunda parte, do livro O Céu e o Inferno, de Allan Kardec, aquela que se chamou na Terra condessa Paula, desencarnada aos 36 anos de idade em 1851, declarou o seguinte:

“Em várias existências passei por provas de trabalho e miséria que voluntariamente havia escolhido para fortalecer e depurar o meu Espírito; dessas provas tive a dita de triunfar, vindo a faltar no entanto uma, porventura de todas a mais perigosa:

a da fortuna e bem-estar materiais, um bem-estar sem sombras de desgosto.

 Nessa consistia o perigo. 

E antes de o tentar, eu quis sentir-me assaz forte para não sucumbir. 

Deus, tendo em vista as minhas boas intenções, concedeu-me a graça do seu auxílio.

Muitos Espíritos há que, seduzidos por aparências, pressurosos escolhem essa provas, mas, fracos para afrontar-lhes os perigos, deixam que as seduções do mundo triunfem da sua inexperiência.

Após a revelação contida na mensagem, a ex-condessa Paula acrescentou:

“Como eu, também vós tereis a vossa prova da riqueza, mas não vos apresseis em pedi-la muito cedo.

E vós outros, ricos, tende sempre em mente que a verdadeira fortuna, a fortuna imorredoura, não existe na Terra; procurai antes saber o preço pelo qual podeis alcançar os benefícios do Todo-Poderoso."

Do que acima expusemos, tornam-se claras duas coisas:

1a. O poder corrompe, sim, mas apenas corrompe as criaturas imaturas que se seduzem com as benesses do cargo e se esquecem de que a vida é curta e que ninguém se encontra na Terra a passeio.

2a. O conhecimento da doutrina da reencarnação e das leis divinas que regem a nossa vida faria um bem imenso aos nossos políticos e governantes, que então saberiam que a cada ação corresponde uma reação de igual intensidade e sentido contrário, ou seja, para valer-nos de conhecida frase de Jesus:

 “Quem matar com a espada morrerá sob a espada”. 

terça-feira, 2 de outubro de 2012





Na aula de história, a professora falava sobre a noite de São Bartolomeu, que ocorreu na França em 1572. Dizia ela:

-    Por intolerância religiosa, católicos e protestantes guerrearam em "nome de Deus". Foi um massacre de mais de 20 mil protestantes pelos católicos.
Um aluno mais curioso perguntou:
-          Professora, onde estava Deus que permitiu a morte de tantas pessoas?
A professora respondeu:
-          Deus estava ausente na “atitude das pessoas”...


É muito difícil acreditar na perfeição de Deus, para quem não conhece, ou para quem não quer conhecer, a Lei de Causa e Efeito. 

Principalmente quando assistimos diariamente a violência: na política, nos filmes, no esporte, nos programas infantis, no campo rural, na fome, na imortalidade infantil, no trânsito, na prostituição infantil e adulta, no meio policial, no vício, etc. A história nos mostra outras violências "em nome de Deus". Por exemplo: a "santa inquisição", “as guerras santa”, etc.  Por isso muitos perguntam: 

Onde estava Deus nestes momentos?

A maior dificuldade está em entender como o Criador pode ser justo e bom se há tanta injustiça e maldade no Mundo. 

Como pode permitir que crianças morram de fome? 
Que ditadores oprimam populações imensas? 
Que ricos mercadores explorem seus subordinados? 
Que bandidos aterrorizem as pessoas? 
Que torturadores façam tantas vítimas?
Mas a pergunta que devemos fazer é:

QUEM GERA A VIOLÊNCIA? 

Quem gera a violência somos nós quando nossas atitudes não são baseadas nos ensinamentos cristãos. 
 Observemos que, quase todo dia cometemos um ato violento, nem que seja através do pensamento ou da maledicência contra um irmão.

 Queremos paz, mas os filmes mais alugados ou assistidos são de sexo e violência; pais presenteiam filhos com jogos de video game violentos; damos ibope para jornalismo que só fala de violência, esportes violentos, programas onde “familiares” entram em conflito; reality show com nada a acrescentar em relação a moral e a ética; há quem torça pela vilã ou vilão de uma novela ou filme; há quem busque a falsa alegria através de drogas que alteram seu comportamento, etc. Além de buscarmos formas cada vez mais agressivas para acabar com a violência, como pena de morte, extermínio, tortura, cerceamento da liberdade em condições subumanas, etc. Ou seja, criamos um ciclo vicioso de agressões.
Como podemos ver, a violência está enraizada no ser humano, que a tem vivido e até mesmo cultivado através dos milênios. O que muitos ainda não entenderam é que Deus nos dá livre arbítrio para agir mas,  Sua lei explica que "o plantio é livre, mas a colheita obrigatória." Toda ação gera uma reação, ou seja, toda atitude boa ou má de nossa parte gerará uma reação, um retorno no mesmo sentido. Se não for nesta encarnação será na próxima. 

A violência revela a condição evolutiva do violento ou de quem gosta de violência.

É uma minoria que, tumultua, conturba, espalha sofrimento e confusão, como lobos em meio de ovelhas. Mas que fazem muito barulho.
O mais importante, é reverter o quadro de violência, através do bem, da escolha de nossos pensamentos, palavras, atitudes, gosto literário, televisivo e de lazer. Juntamente por meio de grupos de orações, evangelho no lar, usando as armas do amor, a fim de alterarmos nosso padrão vibratório e, consequentemente, o do planeta Terra, que é o nosso lar.

A luta é de todos aqueles que acreditam em um mundo melhor, no qual o bem se sobreponha ao mal e que seja um local de regeneração.

grupo de estudos allan kardec

sexta-feira, 28 de setembro de 2012


Os ombros largos do próximo

A revista VEJA, edição 2269 de 16/05/2012, páginas 112 a 114, traz uma interessante reportagem sobre a arte de culpar os outros ou, em termo mais vulgar, a arte de encontrar um bode expiatório. 
Vamos a um trecho:
 “Nada paralisou mais a inteligência do que a busca por bodes expiatórios”, escreveu o historiador britânico Theodore Zeldin no livro Uma História Íntima da Humanidade, de 1994.
 Paralisou, e continua a paralisar. 
A tentativa de jogar a culpa por uma situação indesejada – de desastres naturais e guerras, de crises econômicas e epidemias – nas costas de um único indivíduo ou grupo quase sempre inocente é uma prática tão disseminada que alguns estudiosos a consideram essencial para entender a vida em sociedade. 
 Se observarmos à nossa volta, encontraremos muitos exemplos. 
Quando um adulto interrompe a briga de duas crianças, uma aponta o dedo inquisidor para a outra: “Foi ela quem começou!”. 
De maneira semelhante, a campanha para as eleições presidenciais na França, encerradas na semana passada com a vitória do socialista François Hollande, foi pautada em parte pelas retóricas anti-imigração e antiunião europeia, como se um fator qualquer vindo de fora fosse o bastante para explicar o desemprego no país. Nos Estados Unidos, o culpado da vez é o 1% mais rico da população, que paga proporcionalmente menos impostos do que a classe média. 
Na América Latina, a tradição populista não existiria sem a invenção de inimigos imaginários internos (as oligarquias, os bancos, a imprensa) e externos (o FMI, os Estados Unidos). 
A ditadura cubana sustenta-se há mais de quatro décadas sobre a fantasia de que a miséria de sua população se deve ao embargo ameriacano à ilha, e não ao fracasso de seu sistema comunista.
Continua a reportagem: No livro intitulado em português, traduzido do inglês – (Bode Expiatório – Uma História da Prática de Culpar Outras Pessoas), publicado recentemente nos Estados Unidos e na Inglaterra, o autor, Charlie Campbell, defende a tese de que cada ser humano tende a se considerar melhor do que realmente é, e por isso tem dificuldade de admitir os próprios erros. “Adão culpou Eva, Eva culpou a serpente, e assim continuamos assiduamente desde então”, escreveu Campbell.
Infelizmente, como isso é frequente nos dias atuais, não é verdade? Muitas pessoas tidas como possíveis responsáveis em falcatruas as mais diversas procuram um bode expiatório para eximirem-se de culpa. 
Se forem vários os “bodes”, tanto melhor. No terreno particular isso também acontece.
 Ou será que não? Por exemplo, quando a paz no lar é comprometida devido a uma discussão perfeitamente evitável entre os seus componentes, sempre foi o outro lado quem deu início à confusão. 
Quando um filho é envolvido pelas drogas ilícitas, a culpa é só do traficante. Quando um velho vai parar no asilo, a culpa é dele. 
Quando uma criança é abandonada, procura-se o responsável cujo autor da “proeza” é sempre o outro, o tal de bode expiatório. 
Quando um casal se separa, os motivos foram sempre fornecidos pela outra parte. 
O homem está absolutamente correto e a mulher também. Aliás, nas brigas de casais, é uma das raras ocasiões em que podemos encontrar um ser humano perfeito porque nunca nenhum dos dois está errado. 
Isso quando não sobra culpa para os filhos, as maiores vítimas de uma separação. 
Quando no serviço alguma coisa dá errado, a culpa é do patrão que paga mal. Ou será do funcionário que não cumpre com suas obrigações? 
E no trânsito, você já viu como só tem gente certa? 
A culpa é sempre do outro, do tal do bode expiatório, que pode ser até um sinaleiro que funciona mal ou de uma placa de sinalização ausente ou mal colocada, nunca do real culpado.
Agora, meu amigo e minha amiga, embora os Espíritos não tenham ombros como entendemos no sentido material do termo, haja ombro neles para aguentar a culpa que a eles imputamos!
Falta paz no lar? 
Debite na conta dos Espíritos. Aconteceu um acidente? 
Jogue nos ombros perispirituais dos Espíritos. É. Para jogar no ombro do coitado do Espírito, até ombro perispiritual serve, como não?  
Os filhos estão indo mal na vida? 
Não vacile, debita na conta (ou nos ombros?) dos Espíritos. Brigou com a sogra? 
Espíritos que se cuidem. Desentendeu-se com a esposa ou com o marido? 
Ah! Não existem dúvidas.
 Coloca nos ombros deles! É. Dos Espíritos! 
É correto que O Livro Dos Espíritos nos ensina que eles participam intensamente de nossas vidas até o ponto de, se permitirmos, sermos dirigidos por eles, mas gente, em nossos ombros não vai culpa nenhuma?
 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

 

Considerações sobre o suicídio 

Parte 1 
 


 Embora tema complexo, trago-o à baila sensibilizada pela notícia da qual tomei conhecimento de modo tardio há algum tempo, acontecida em primeiro de agosto do ano de 1993 com um ator inglês que me encantou por sua interpretação magnífica do personagem Pierre Gringoire, o Poeta Maior em Notre Dame de Paris, na sua versão televisiva do ano de 1982 - Gerry Sundquist. Por razões que desconheço, nesse dia nefasto e já longínquo ele se suicidou, aos trinta e sete anos, em Norbiton Train Station, Londres, Inglaterra.
No entanto, a intenção ao discorrer sobre tal assunto se prende, antes, à devida exaltação da vida. Esse ator, ao que me parecia de escola sheakespeareana, era um excelente e talentoso artista, como se evidenciava nesse e em outros trabalhos seus no mundo da arte dramática. A pergunta que fica é a razão de tal ato extremo – ou razões, provavelmente muitas, uma autêntica amálgama intrincada.
O que leva alguém assim, supostamente bem-sucedido, famoso, com o seu trabalho reconhecido a nível internacional, belíssimo, a ver-se encurralado num beco sem saída tão absoluto a ponto de não achar nenhum respiradouro; a ponto de lhe ser mesmo indiferentes as suas grandes realizações como ser humano e como profissional, a admiração de muitos; o respeito e o reconhecimento pelo seu trabalho; e o amor de tantos que ficaram, certamente em estado lamentável de sofrimento decorrente da perda de um ser que lhes é caro, e que voluntariamente deixou os cenários do mundo desta forma brusca, intempestiva, e extremamente infeliz?
Desejo abordar um pouco esta questão do ponto de vista espírita – o único, a meu ver, que oferece sobre este complexo drama humano, diariamente presenciado em todo canto do planeta, alguma luz, algum esclarecimento lógico e plausível. 
André Luiz fala sobre a situação dos que creem
firmemente no nada após a vida física
 
O que tudo indica é que os que assim envidam tal atentado crucial contra a sua expressão de vida, vencendo em si mesmos a maior das resistências, qual seja o instinto de sobrevivência que, em circunstâncias normais, nos leva a perseverar e lutar pela vida até o nosso último fôlego – estas pessoas se veem vitimadas por um estágio de sofrimento crucial no seu universo íntimo: alguma situação desesperadora, seja de ordem material ou emocional; uma falência financeira crítica, uma perda amorosa aparentemente insuportável, ou mesmo um estado de tédio agudo: uma falta de objetivos avassaladora, para que estes indivíduos admitam a continuidade de uma existência que gradativamente perdeu as suas cores; que foi aos poucos se esvaziando, e paralisando numa letargia pétrea, aterrorizadora – e, com isso, perdendo todo o seu sentido.
Sim; o que testemunhamos nestes casos nos aparenta, na essência, um sem-número de situações provocadas por um extremo qualquer de frustração intransponível, crônica – ao menos da ótica daqueles que não enxergam mais atalhos nem alternativas, a um tal grau alucinatório, que lhes sobra apenas uma via de mão única: eliminar a si próprios; a ilusão de que, acabando com a existência que lhes parece miserável e desgraçada a um tal ponto irreversível, extermina-se também este estado terminal de sofrimento, para o qual não encontram mais forças nem razões que justifiquem ter que suportá-lo por mais tempo.
Lembro-me de um dos livros do Espírito André Luiz, psicografado pelo saudoso mestre Chico Xavier, onde ele se demora ouvindo a explicação minuciosa de um de seus orientadores da cidade espiritual Nosso Lar, a respeito do estado petrificado dos Espíritos que aportam na vida invisível debaixo dos lastimáveis efeitos da sua crença arraigada, enquanto reencarnados, de que, uma vez transpostos os limiares da transição corpórea, tudo haveria de acabar-se. A situação dos que creem firmemente no "nada" após a vida física, e que, obedecendo, na sua constituição de seres eternos, às iniludíveis leis que regem a Vida na sua expressão maior no Universo, atraem para si exatamente o estado no qual creem intransigentemente, segundo os parâmetros da causa e do efeito. O orientador explica a André Luiz que aquelas almas que ali se encontram naquele aspecto inerte, enrijecido, como se estivessem "mortas para a eternidade", não se acham mortas de fato – apenas expressam em si mesmas aquilo em que creem, e que defenderam durante todo o tempo, dominados pela visão míope do funcionamento maior da existência, de que se dispõe durante o período de condicionamento sensorial rígido e limitante da reencarnação.  
André Luiz nos relata ter sido classificado para
sua surpresa
como suicida 
Com o tempo, o lampejo de consciência, imbatível e inexorável, e que de si próprio se impõe, desde o minério adormecido nos primórdios da evolução, até os cumes de expressão vital dos anjos nas dimensões mais evoluídas do Cosmos – este lampejo também ali, naquelas almas enrijecidas, sobrepõe seu brado de convocação à realidade maior das coisas, que afinal os impulsionará ao despertamento natural, e à natural transmutação de seus conceitos noutros mais gratos, mais fidedignos à nossa gloriosa condição de filhos da eterna divindade.
Pois assim também se dá no funcionamento da Lei para com o suicida, este querido irmão de jornada merecedor da nossa melhor disposição amorosa, para lhe estender a luz da compreensão, da prece e do auxílio. Porque, se em situação ainda agravada ao se envidar tal atentado contra si mesmo em fase prematura da vida, se achará este indivíduo preso, durante extenso intervalo de tempo, à vivência inexorável daquele ápice de loucura e de sofrimento a que se abandonara na hora do gesto extremo. Como nada mais vislumbrara para além daquele instante; como nenhuma alternativa, nenhum atalho, nenhuma escolha a mais ou luz no fim do túnel admitia para si, de modo tão definitivo, o suicida fica, assim, preso dessa hipnose autoimposta: enrodilhado na insistência voluntária do seu estado mórbido de alma, e na visão repetitiva implacável do seu gesto extremo de violência contra si, em busca de uma libertação que, para seu sumo desvario desde então, não encontra, agravando os sofrimentos tidos como insuperáveis, mas que, da forma mais lastimável, descobre serem passíveis ainda de agravamento num tal estado indescritível de tormento espiritual.
Em Nosso Lar, André Luiz nos relata ter sido classificado – para sua surpresa – como suicida pelos técnicos da espiritualidade amáveis que o acolheram na cidade etérea memorável, descrita nas obras de Chico Xavier; e por razões talvez que mais amenas: pela sua incúria para com a sua saúde enquanto nas paisagens materiais, o que o levou a contrair as moléstias que o vitimaram ao ponto da transição, considerada prematura pelos devotados mentores. André Luiz nos descreve, textualmente: "Suicida! Suicida! Criminoso infame!" – gritos assim cercavam-me de todos os lados (...). Tais objurgatórias (...) perturbavam-me o coração. Infeliz, sim; mas, suicida?! (...) Sim (...) esclareceu o médico, demonstrando a mesma serenidade superior (...) – Talvez o amigo não tenha ponderado bastante. O organismo espiritual apresenta em si mesmo a história completa das ações praticadas no mundo (...). Vejamos a área intestinal. A oclusão derivava de elementos cancerosos, e estes, por sua vez, de algumas leviandades do meu estimado irmão, no campo da sífilis". 
O suicida é, antes de tudo, um doente da alma,
merecedor, pois, de nosso melhor carinho
 
Vemos no excerto o ensinamento da realidade maior no que se refere ao chamado suicida inconsciente, que conduz sua vida material à conclusão precoce em decorrência de um padrão de conduta leviano para com os cuidados devidos à saúde orgânica, diferente daquele que, via gesto brutal e extremo, dá fim intempestivo e dramático aos dias de modo até certo ponto lúcido, embora claramente dominado pelo que podemos facilmente admitir como um doentio estado alucinatório hipnótico que o subjuga à morbidez derrotista imbatível, à qual afinal sucumbe. Entretanto, se diferem as determinantes, os resultados se fazem equânimes. Se o estado orgânico do corpo sutil espiritual acusa e realça claramente os efeitos derivados das causas situadas na negligência com que o indivíduo se descuida de seu veículo físico, seu precioso instrumento de expressão nos palcos materiais para que bem cumpra seu fugaz compromisso no planeta, durante um mero momento na eternidade, também em quem atenta contra o seu corpo na lastimável ilusão de fim perpétuo, de si próprio, quanto dos problemas tidos como cruciais e invencíveis que o flagelam, se opera o triste resultado do ato impensado e sumamente enganoso.
Fica, pois, o suicida preso ao local do seu gesto ensandecido durante todo o resto do tempo que lhe faltaria à conclusão de sua vida física, e submetido ao incessante tormento das sensações dolorosas do corpo nos seus últimos momentos, saturado que se acha o seu perispírito (o corpo espiritual, ou sutil, réplica do físico, e veículo fiel das sensações do corpo mais grosseiro, e das impressões sensoriais experimentadas, à alma) do fluido vital necessário ao período de vida física, programado antecipadamente pelos técnicos que a cada um de nós auxiliam em cada retorno aos estágios de reencarnação; principalmente se se manteve este indivíduo destituído de qualquer noção de fundo espiritual, que, instintivamente, o induziria, flagelado pela dor, a solicitar o socorro do Mais Alto, de Deus, e dos amigos assistentes da invisibilidade que, se nestes momentos prescindem de chamado para ajudar – o que fazem de pronto em função de amor – não podem efetivar auxílio sem que o auxiliado se conscientize, por ele mesmo, do próprio estado precário, e da sua necessidade de ajuda.
O suicida, portanto, é antes de tudo doente da alma, em virtude do que merecedor de nosso melhor carinho, pensamentos e orações. É indivíduo vitimado por um estado desvirtuado de ser e de sentir a Vida na sua maior extensão. Iludido, sobretudo, pelo maior dos enganos: o de que aqui, neste microscópico mundo perdido no Cosmos, se encerra a nossa expressão última de existir, e toda a sua finalidade, com os seus enredos acanhados e incertos como as nuvens nos céus. Ignora, assim, o sem-fim do nosso percurso, e as alternativas inimagináveis que nos aguardam se, simplesmente, nos entregarmos ao saudável exercício de expandir nossa visão interior para além dos objetivos, valores, e conceitos puramente materiais, aprendendo que o corpo físico é, antes de tudo, veículo, instrumento – a nossa transitória expressão densa num orbe que nos recebe como hóspedes durante o nosso percurso evolutivo dentro da trajetória maior da eternidade que a todos aguarda, em cenários e contextos de vida inimaginavelmente melhores. 
A reencarnação é uma realidade que não se
prende a crença ou a descrença
 
Vivemos em tempos em que não se admitem mais meias palavras na elucidação de coisas importantes. Assim, no que aqui nos interessa mais de perto, e para atingir o ponto pretendido, preciso é que se diga: uma das maiores desgraças ocorridas para a saudável evolução mental e espiritual no ocidente foi a retirada arbitrária, pelo Concílio de Constantinopla em 553 d. C, das menções à realidade da reencarnação nos evangelhos.
Vejam bem que enuncio aqui, e de caso muito bem pensado, realidade! Porque já é ultrapassado o prazo para o entendimento de que a verdade da reencarnação não se prende a crença ou a descrença. Existe, tanto quanto o sol sobre as nossas cabeças; e se fará presente na trajetória de cada um de nós tantas quantas forem as vezes necessárias ao nosso entendimento de que o aprendizado e o crescimento são as metas da trajetória – não nenhuma suposta chegada estacionária nalgum paraíso entediante e mergulhado num eterno e inútil tocar de harpas; e nem tampouco nalgum inferno sádico e incoerente para com os propósitos grandiosos do Criador que a tudo gerou com equilíbrio e com finalidade sábia, que não é, jamais, a condenação de qualquer parte de Si mesmo a um castigo absurdo, perene, e despojado de qualquer objetivo maior para a contabilidade cósmica num Universo que a tudo aproveita e exalta na sua função, para glória maior da Vida!
O suicídio enreda seres que já nascem cerceados nesta armadilha: num mundo que, no decorrer dos últimos séculos, por imposição do poder religioso, se habituou a conceber o funcionamento da existência humana como uma viagem que começa no berço e acaba inapelavelmente no túmulo – tendo como único e diáfano reconforto a esperança de que, talvez, se for muito – mas muito! – bonzinho, livre de pecados, irá após a morte para o tal do céu!


terça-feira, 18 de setembro de 2012

A IMPORTÂNCIA DO OUVIDO


Nas vésperas da reencarnação, sou estimulado a falar de minha falência espiritual.
Instrutores e guardiães recomendam-me destacar A IMPORTÂNCIA DO OUVIDO.


Pedreiro modesto, órfão de mãe desde a meninice, casei por amor, embora contra os planos de meus irmãos, que escolheram noiva diferente para mim. Meu pai ficou ao meu lado apoiando na escolha. Durante seis anos a hostilidade familiar contra minha mulher não diminuiu. Alice, a companheira inexperiente, proporcionou-me 2 filhos queridos, quando se engravidou pela terceira vez. Nessa época, o veneno já me corroia a confiança. Diziam que um amigo nosso de infância seria o responsável pelos supostos deslizes da minha esposa. Os interessados em nossa desunião provocavam falsos testemunhos, bilhetes anônimos e difamações acabaram por arruinar-me.
Discutimos.
Acusei-a, defendeu-se.

Chorou, zombei . . .
E, para fiscalizar-lhe a conduta, transferi-me para a casa de meu pai, ameaçando tomar-lhe as crianças, através do desquite. Para isso, porém, queria provas, tinha fome de confirmações do inexistente.
Meu pai surgia conciliador dizendo:
- Meu filho, paternidade é compromisso perante Deus. Você não tem direito de proceder assim. Onde está a caridade para com a esposa ingênua? Mesmo que ela errasse, constituiria isso motivo para uma sentença de abandono implacável? Há comportamentos ditados por desequilíbrios espirituais que não conhecemos na origem. Pense nas tragédias da obsessão que campeiam no mundo. E os pequeninos? Terão eles a culpa de nossas perturbações? Recorramos a prece, meu filho! A prece nos clareará o caminho.
Eu ficava em silencio, ao ouvir suas advertências, mas, no íntimo, articulava minhas respostas íntimas: "orarei pela boca do revolver", "pobre pai", "bobo de velho com 66 anos", "cabeça tonta", "caduco", "fanático".
E, noite a noite, vigiava, de longe, os movimentos de Alice.
Duas semanas decorreram normais, quando vi o vulto de um homem que saía de nossa casa. Achei que fosse o rival. Guardei segredo e prossegui na tocaia. Mais 4 dias e o mesmo homem chegou de carro, despediu-se do motorista e entrou. Puxei o relógio. 11h:15m, noite quente.
Prevenido, acerquei-me da moradia, que se localizava em subúrbio. Os dois pareciam íntimos à distância, notei que se acomodavam num banco de pedra do pátio lateral. Conversavam sugerindo carinho mútuo. Desvairado, consultei o portão de entrada, verificando-o semi-aberto. Acesso fácil. Com a sagacidade de um felino, avancei, descarregando a arma nos dois. Ouvi gritos, mas ocultei-me na vizinhança, para fugir em seguida, senti-me vingado. Tentando refrigerar a cabeça, procurei descansar algumas horas em praias deserta. Joguei o revólver no esgoto e voltei a casa para saber, amedrontado, que eu não apenas assassinei minha esposa, mas também meu abnegado pai que a socorria. Não acreditei. Corri ao necrotério e, ao reconhecê-los, tornei ao lar, atormentado pelo remorso, e enforquei-me. Exilado por minha própria crueldade, em vales tenebrosos, nunca mais vi os que amo.
Vocês entendem o que sofro? Quantos anos passaram sobre os meus crimes? Não sei. Os que choram sem o controle do tempo não sabem contar as horas. Misericórdia, meu Deus! Dai-me a reencarnação, os obstáculos da Terra, a luta, a provação e o esquecimento, mas ainda que eu padeça humilhação e surdez, durante séculos, permiti Senhor, que eu aprenda a escutar! . . .



Pelo Espírito: João; do livro Luz no Lar; psicografia de Chico Xavier.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012


A FAMÍLIA É PROGRAMADA NO ALÉM? - J. Raul Teixeira 



Embora encontremos no Movimento Espírita o pensamento do senso comum estabelecendo que cada fulano vem à Terra para encontrar uma certa “beltrana”, ambos devidamente definidos um para o outro, desde o além, as coisas não se passam exatamente assim.

Somente aos espíritos dotados de expressivos valores morais, é permitido a escolha, a seleção, o condicionamento do núcleo familiar com quem irá casar-se ou viver afetivamente na Terra. A livre escolha é quando o indivíduo deseja realizar certos ministérios que lhe exigem entrega total.

 Geralmente são afetos do passado. Neste caso chamamos de prova.

Faltando esses valores nos espíritos de pouca evolução (a maioria), a escolha é estabelecida pelos Espíritos Mentores que sabem o que será melhor para o progresso e a libertação gradual dos seus tutelados. Trata-se de expiação. Muitas vezes, quando encarnados, desviam-se da pessoa ou do tipo de pessoa que lhe foram planejadas. 

Exemplo: casam-se com outras pessoas, abortam, diminuem o número de filhos que se comprometeram ter, etc.
Quando os desencarnados, na erraticidade, estão pensando no próximo retorno aos campos terrenos (reencarnação), os Mentores Espirituais costumam se reunir para tratar da questão. Essas reuniões, diálogos e entendimentos só acontecem quando se trata de Espíritos com maturidade suficiente para compreender o que seja melhor para si, na caminhada evolutiva.

Os mentores colocam os prós e contras, ou seja, as conquistas, débitos, ações complicadoras, e virtudes trazidos das encarnações anteriores. Avaliam os modos de vida que lhes propiciarão liberação rápida ou lenta, verificam suas condições para suportar uma ou outra vereda provacional-expiatória, e estabelecem, desde então, com que “tipo” de indivíduo e não com que indivíduo deverão se encontrar. 

 É desses entendimentos e ajustes que cada ser, que se prepara para o grande retorno ao cenário da matéria densa e que características deverão ter suas relações conjugais, filiais, pater-maternais, ou seja, que caráter deverá ter a esposa ou o esposo, o pai ou a mãe, os filhos, propiciando-lhe oportunidade de expiar o que deve alcançar as virtudes das quais carece, ajustando-se ao contexto das leis do Criador.

Por exemplo: Há espíritos que renascerão em corpos masculinos e necessitarão de esposas exigentes, disciplinadoras, sem grandes demonstrações emotivas, em razão da equipagem que trazem do pretérito. 

Outros deverão encontrar esposas afetuosas, emotivas, românticas e liberais. 

Outros mais precisarão de companheiras nas quais se misturem essas várias nuances do caráter; há os que reencarnarão com corpos femininos e que, por sua vez, carecerão de esposos, de companheiros portadores de tipos de caráter como os apontados acima. 

Uns serão esposos rígidos, policiadores, dominadores, afetivamente frios, outros serão sensíveis, amigos, parceiros, atenciosos ou que experimentem no modo de ser combinações dessas características.
Dadas as necessidades, os espíritos são preparados para renascer em novo corpo físico em determinada família cujas características melhor atendam ao reencarnante, seja em termos biológicos, sociais, econômicos ou morais.
A família terrena tem, então, grande importância no processo da reencarnação de cada espírito. Nela este encontrará o que lhe seja necessário para podar os males do caráter, quanto para conquistar as virtudes que lhe faltam.
Caso não consiga perceber essa função divina do grupo familiar, o reencarnado poderá complicar-se ou complicar-se mais, fazendo-se devedor desse benefício que lhe foi concedida pela vontade amorosa de Deus, da qual não fez bom uso.

Postado por GRUPO DE ESTUDO ALLAN KARDEC 

terça-feira, 11 de setembro de 2012


Uma receita para afastar
os maus Espíritos

Toda vez que alguém envolvido em um processo obsessivo busca auxílio numa Casa Espírita, as pessoas, sobretudo seus familiares, imaginam que o resultado positivo se dará rapidamente, o que nem sempre ocorre.

Será que os bons Espíritos, os protetores espirituais chamados para o socorro, são mais fracos do que o Espírito causador da obsessão?

Não!

Não é isso que ocorre. 

Não é o bom Espírito que é mais fraco: é a pessoa que não é bastante forte para sacudir o manto lançado sobre ela, para se livrar do constrangimento dos braços que a enlaçam e nos quais, é preciso que se diga, algumas vezes se compraz. 

Ora, se a pessoa prefere comprazer-se no envolvimento que a constrange, nada ou pouco poderá fazer o amigo espiritual.

Imaginemos, porém, que a pessoa tenha realmente o desejo de se desembaraçar desse jugo e mesmo assim nada consegue. 

Qual a explicação?

Examinando esse assunto, Kardec explica que nem sempre o desejo, em casos assim, basta, porque a tarefa da desobsessão é uma espécie de luta contra um adversário.

 Se duas pessoas lutam corpo a corpo, aquela que tem músculos mais fortes derruba a outra.

Nos processos obsessivos, é necessário lutar não corpo a corpo, mas Espírito a Espírito, e é ainda aqui o mais forte que domina, sendo que nesse caso a força está na autoridade moral que se pode tomar sobre o Espírito.

Esforçar-se para ser bom, tornar-se melhor se já é bom, purificar-se de suas imperfeições, em uma palavra: elevar-se moralmente o mais possível, esse é o meio para se adquirir o poder de dominar os Espíritos inferiores e, desse modo, afastá-los.

Mas alguns ainda perguntam – não podem os Espíritos protetores ordenar ao mau Espírito que se afaste?

Sem dúvida, podem e o fazem algumas vezes; contudo, permitindo a luta, deixam também à vítima do processo o mérito da vitória. 

Se deixam se debaterem pessoas merecedoras sob certos aspectos, é para provar a sua perseverança e fazê-las adquirir mais força no bem, o que será, para elas, uma espécie de ginástica moral.

Muitos, sem dúvida, prefeririam uma receita prática para a expulsão dos maus Espíritos. 
Quem sabe? algumas frases de efeito, alguns sinais cabalísticos, o que seria mais cômodo do que corrigir seus defeitos. 

Não se conhece, porém, nenhum meio eficaz para vencer um inimigo senão sendo moralmente mais forte do que ele.