segunda-feira, 26 de maio de 2014

                                      EDUCAR PELO EXEMPLO
 
- Qual é, para o Espírito, a utilidade de passar pela infância?

“Encarnando-se com o fim de aperfeiçoar, o Espírito é mais acessível, durante esse tempo, às impressões que recebe e que podem ajudar o seu adiantamento, para o qual devem contribuir os que estão encarregados da sua educação.” (Questão 383 de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec.)

Ensinar teoricamente, fazendo uso de conceitos e palavras, tem, sim, grande valor e importância no campo educacional das crianças, mas exemplificar é fundamental.

Recebendo, essa geração infantil, a quantidade de conhecimentos diários que estão à disposição dela, concluímos, sem sombra de dúvida, que a mente e o raciocínio desses pequenos trabalham numa velocidade espantosa, ampliando, pelo exercício contínuo, a capacidade de armazenamento de informações.

Assim nos deparamos quotidianamente com um público infantil que nos surpreende a cada instante, desafiando os nossos mais sofisticados e atuais métodos de educação. 

Tal situação nos remete a profundas reflexões, buscando encontrar os caminhos mais adequados e seguros, visando direcionar a vida pelas veredas do que é correto e ideal.

Não temos qualquer dúvida de que os Espíritos retornam ao palco da Terra, em seguidas reencarnações, com a proposta de realizar progresso e aprimoramento. 

Dessa forma, aos pais ou responsáveis cabe uma quota enorme de responsabilidade ao receber, sob sua guarda, as crianças que Deus lhes confia.

Surgem em forma infantil para que, no período da infância, possam receber as correções de que necessitam, uma vez que na postura adulta dificilmente aceitariam quaisquer mudanças em suas vidas.

 Sendo Espíritos buscando por evolução, é claro que ainda carregam consigo uma imensa gama de defeitos e imperfeições, que esperam diminuir através da educação que os adultos têm o dever e a obrigação de lhes oferecer.

Plenamente consciente dessa insofismável realidade, incontestavelmente, o exemplo digno, sublime e moralizado é a maior ferramenta à disposição dos adultos que realmente amam e desejam corretamente educar as crianças que estão sob as suas responsabilidades.

Vale pouco falar da necessidade do respeito ao próximo se em nossas atitudes diárias mostramos o contrário. 

Fica sem valor a nossa palavra de reprimenda ao filho por ter agredido a um colega de classe se no trânsito mostramos irritabilidade e intolerância e em casa deixamos claro a nossa revolta e incompreensão ante qualquer situação que nos desagradou.

Nossas palavras ficam vazias e sem fundamento quando informamos aos nossos filhos os malefícios decorrentes do uso do álcool, fumo ou de outras substâncias tóxicas se eles nos veem fumando e bebendo, mesmo que sob o disfarce de o fazer socialmente.

As crianças aprenderão que as coisas materiais deverão ser adquiridas com os recursos financeiros obtidos pelo trabalho honesto e digno, quando identificam os adultos, principalmente os pais ou responsáveis diretos, laborando com perseverança quotidianamente.

Falar é importante, exemplificar é indispensável.

Quando a providência divina coloca uma criança sob os nossos cuidados e guarda, expressa imensa confiança em nosso potencial, esperando que tudo façamos para que esse Espírito reencarnante, cheio de esperança e novos ideais, realmente concretize seus sonhos e projetos de redenção e aprimoramento, pelos novos caminhos do mundo.

Falir nessa gigantesca e valiosa tarefa, por certo será plantar uma lavoura de decepções cuja colheita de sofrimentos será farta.

A infância, a adolescência e a juventude refletirão, inapelavelmente, aquilo que nós adultos a elas oferecermos.

Reflitamos...        


WALDENIR APARECIDO CUIN- O consolador


quarta-feira, 21 de maio de 2014



                                      O centésimo macaco

O propósito deste tema é levá-lo a uma reflexão de nossas atitudes face aos acontecimentos diários da caminhada humana, especialmente diante das tragédias humanas. 

Buscamos a reflexão em uma realidade muito curiosa que se passou com uma espécie de macaco japonês (Macaca Fuscata), espécie observada há mais de trinta anos em estado natural.

No ano de 1952 cientistas japoneses jogaram batatas-doces cruas nas praias da ilha de Kochima para os macacos. Eles apreciaram o sabor das batatas-doces, mas acharam desagradável o da areia.

 Uma fêmea de um ano e meio, chamada Imo, descobriu ao acaso (?) que lavar as batatas num rio próximo resolvia o problema. E ensinou o truque à sua mãe. Seus companheiros também aprenderam a novidade e a ensinaram às respectivas mães.

Aos olhos dos cientistas, essa inovação cultural foi gradualmente assimilada por vários macacos. Entre 1952 e 1958 todos os macacos jovens aprenderam a lavar a areia das batatas-doces para torná-las mais gostosas. 

Só os adultos que imitaram os filhos aprenderam este avanço social. Outros adultos continuaram comendo batata-doce com areia (mesmo no reino animal existe a indolência). 

Foi então que aconteceu uma coisa surpreendente. No outono de 1958, na ilha de Kochima, alguns macacos – não se sabe ao certo quantos – lavavam suas batatas-doces.

Vamos supor que, um dia, ao nascer do sol, noventa e nove macacos da ilha de Kochima já tivessem aprendido a lavar as batatas-doces. Vamos continuar supondo que, ainda nessa manhã, um centésimo macaco tivesse feito uso dessa prática.

Então aconteceu! O acréscimo de energia desse centésimo macaco rompeu de alguma forma uma barreira ideológica!

Os cientistas observaram uma coisa deveras surpreendente: o hábito de lavar as batatas-doces havia atravessado o mar. Bandos de macacos de outras ilhas, além dos grupos do continente, em Takasakiyama, também começaram a lavar suas batatas-doces. 

Comprovaram que quando certo número crítico atinge a consciência, essa nova consciência pode ser comunicada de uma mente a outra.

O número exato pode variar, mas o Fenômeno do Centésimo Macaco significa que quando só um número limitado de pessoas conhece um caminho novo, ele permanece como patrimônio da consciência dessas pessoas. 

Mas há um ponto em que, se mais uma pessoa se sintoniza com a nova percepção, o campo se alarga de modo que essa percepção é captada por quase todos! Você pode ser o centésimo macaco! 

Pode fazer a diferença no seu meio.

Essa experiência nos proporciona uma reflexão sobre a direção de nossos pensamentos. De certo modo, já sabemos que para onde vai o nosso pensamento segue a nossa energia.

 Não foi sem razão e lógica que Jesus de Nazaré ensinou: “onde estiver o teu tesouro, aí estará o seu coração”.

Se tivermos grupos pensando e agindo numa mesma frequência em várias partes do Planeta, terão as mesmas sensações e acabarão fazendo as mesmas coisas sem nunca terem se comunicado. 

Isso vale tanto para aqueles que praticam o bem como para aqueles que usam de suas faculdades para o mal. O acréscimo de energia, neste caso, pode ser aquela que você está enviando com o seu pensamento sintonizado na frequência do crime noticiado que gera comoção geral.

Parece coincidência, mas sempre que um crime choca e comove multidões, de imediato outros fatos semelhantes pipocam em diversos lugares. 

Será isso o efeito do centésimo macaco às avessas? 

Houve a tragédia em Realengo-RJ e, dias depois, em um shopping na Holanda, um jovem adentra o recinto e dispara contra pessoas, matando cinco delas.

Ao invés de indignar-se diante do crime noticiado, direcionando inconscientemente seu pensamento e sua energia para essas pessoas ou grupos que se aproveitam dessa energia toda para materializar mais crimes, neutralize com pensamentos conscientes de amor e perdão. 

Mude de canal na TV, vire a página do jornal, saia da frequência e não alimente ainda mais a insanidade daqueles que tendem para o crime, e, também, daqueles que lucram com as desgraças alheias.

São todos igualmente insanos, tanto aquele que pratica o crime quanto aquele que esbraveja palavrões de indignação por horas diante da câmeras, criando comoção e levantando a energia que se materializará nas mãos daquele que está com a arma já engatilhada.

Gerar material para construir um mundo melhor não requer tanto de grandes ações, quanto essencialmente grandes blocos de consciência.

 É preciso que mais gente se sintonize na frequência e coloque aquele acréscimo de energia que pode gerar uma nova consciência em outros grupos em outras partes do Planeta.

Se cada um de nós dedicar alguns minutos todos os dias para meditar, entrando em sintonia com a frequência do amor, pois esta proporciona o equilíbrio, basta para mudar muitas coisas desagradáveis acontecendo em nosso Planeta e criar uma nova consciência.

Ensina o professor Moacir da Costa, da PUC Rio Grande do Sul: 

"Somente a conscientização do homem em relação à sua grandeza poderá pôr fim à violência, pois soluções violentas são parciais e de resultados muito pequenos e discutíveis, pois podemos matar o violento, com isso teremos um violento a menos, mas não teremos matado a violência, porque continuamos a não reconhecer a consciência e o valor da nossa vida interna".

"Portanto, sem reconhecer o valor da transformação nunca mudaremos a violência na sociedade. 

Estamos todos perdidos no fundo do quintal da Via Láctea, e necessitamos criar um mundo superior onde prevaleça a paz e a harmonia entre todos.”

 Seja você também um “centésimo macaco”, claro, para o bem.

Valdaci Siilva
        


quinta-feira, 15 de maio de 2014

                             Os serial killers, as doenças                                  compulsivas e as obsessões espíritas


Diferentemente dos EUA onde tais fatos se repetem com frequência, no Brasil apenas vez por outra surgem os casos denominados de serial killer ou assassinos seriais. 

Mesmo assim, até meados de 2004 já eram dois casos que chegavam ao conhecimento público.

 O primeiro, no início do ano, um presidiário foragido e recapturado no Rio Grande do Sul e que confessou a morte de 12 meninos entre oito e doze anos, a partir de agosto de 2002. O mais recente, em julho, o do mecânico maranhense acusado da morte de 41 meninos a partir de 1991.

Sociólogos, juristas, psicólogos e principalmente psiquiatras buscam respostas satisfatórias para explicar as motivações de criminosos como eles. 

Em depoimento, o primeiro disse que “sentia vontade interna, um vício”; já o segundo afirmou que ouvia vozes ordenando para matar e depois era tomado por uma “força exterior” e que “na hora não sentia nada, ficava neutro”.

 Seu relato é muito parecido com os da maioria desse tipo de assassino. 

Segundo a psiquiatra americana Helen Morrison, apesar de geralmente as aparências indicarem um forte componente sexual, “não dá para relacionar o surgimento de assassinos seriais ao sexo”. 

O que não parece ser compartilhado pela literatura e pelo cinema, repletos de enredos onde traumas sexuais, principalmente vivenciados durante a infância, acabam por gerar distúrbios psíquicos graves, mentes psicóticas autoras de barbáries de tal natureza.

 Desde Freud também não faltam teses acadêmicas conduzindo para idênticas soluções.

O que nos chama a atenção aqui, e sem desmerecer os diagnósticos dos especialistas no assunto, são as declarações dos acusados sobre vozes, impulsos ora exteriores, ora interiores, etc., o que pode ser indício daquilo que na terminologia espírita denomina-se de obsessões.

 Observemos dois detalhes. 

Não são apenas os serial killers que fazem menção a fatores coercitivos exógenos, independentes de sua vontade, que os arrastam irresistivelmente à prática dos crimes. Muitos homicidas atribuem seus atos a agentes misteriosos, nomeando-os de Satanás ou Diabo, simbologia utilizada para expressar seres maléficos.

 Mesmo descontando espertezas próprias ou de advogados, uma análise mais profunda pode levar à conclusão de que muitos deles estejam sendo sinceros.

Não podemos também deixar de estabelecer um paralelo com os Transtornos obsessivo-compulsivos, mal que só no Brasil afeta sete milhões de pessoas. 

As vítimas são assediadas por “pensamentos intrusos” ou ideias recorrentes que causam medo e angústia e para evitá-los, como mecanismo de fuga, desenvolvem comportamentos repetitivos. A obsessão estaria caracterizada nos pensamentos e a compulsão nas atitudes e ações.

 Frequentemente a doença leva à depressão, ao alcoolismo e às fobias, causando enormes prejuízos à vida das pessoas. 

Áreas cerebrais foram apontadas como sua sede e finalmente a medicina admite sua incapacidade para eliminar o problema ao reconhecer a impossibilidade de cura. 

Antidepressivos e psicoterapia podem atenuar os sintomas em até 80%.

Ora, tudo isto tem a ver com o estudo das obsessões espirituais, em seus três graus, iniciado por Allan Kardec em meados do século XIX. 

Nosso mundo mental está em permanente intercâmbio com aqueles que já se despiram do corpo carnal pelo fenômeno da morte biológica. 

A interação social com os desencarnados é tão ou mais intensa do que entre os encarnados, embora quase sempre despercebida.

 Regida pela lei de afinidades e sintonia, atraímos ao nosso convívio mental almas que vibram em idêntica frequência em face do cultivo de ideias e sentimentos similares.

Como nosso planeta está ainda muito atrasado moralmente, é natural que prevaleçam os “encontros casuais” com entidades inferiores, num momento de raiva passageira, por exemplo. 

Mas os maus hábitos prolongados, as paixões desequilibradas, os vícios tornam estes Espíritos hóspedes permanentes da nossa psicosfera que se comprazem em nos causar desconfortos físicos e espirituais dos mais variados. 

Às vezes são seres vingadores, inimigos do passado, que perseguem suas vítimas na atual encarnação. Talvez seja o caso do mecânico maranhense, tido como pessoa afável, risonha e aparentemente inofensiva.

No dia em que – e caminhamos para isso, ainda que a passos lentos – no trato das problemáticas humanas íntimas, for levado em conta o caráter espiritual ali existente, a medicina se habilitará a fazer pelo seu bem-estar muito mais do que tem conseguido até agora. 

Milhares de indivíduos já foram auxiliados pela fluidoterapia e pelas atividades desobsessivas via atendimento mediúnico. 

Muitos pacientes psiquiátricos recebem o tratamento espiritual paralelo ao tradicional e por, não raro, superá-lo em eficácia, evita muitas internações e antecipa a alta em outros tantos. 

Também efetua a profilaxia preventiva de um número incalculável de outros comportamentos antissociais, ameniza sofrimentos, equilibra mentes, contribui na manutenção da estrutura familiar, enfim presta uma série superlativa de benefícios. 

A violência pode ser diminuída, o homem pode ser mais feliz, podemos ter mais paz. 

Para tanto, basta à ciência oficial ousar e romper com certos paradigmas. 

O principal deles é tratar o homem como um espírito imortal temporariamente encarnado num corpo físico e não um corpo carnal governado por uma mente abstrata e quase desconhecida, produto de secreções cerebrais.  


Vilson Czerski      =  O consolador




domingo, 11 de maio de 2014

                              Jamais estamos sozinhos


“O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.” (Paulo – Felipenses, 4:19.)

Um dia, no mundo espiritual, tomando consciência do nosso passado de equívocos e ilusões e cientes de que a evolução que devemos realizar, aquela que nos conduzirá à perfeição espiritual, é tarefa exclusivamente nossa, recorrendo ao apoio de Espíritos benfeitores, solicitamos a oportunidade de nova reencarnação aqui na Terra.

Com plenas convicções da nossa imortalidade, planejamos com o valioso auxílio desses experientes Amigos do Além, viver novamente nesse palco de intensas lutas, buscando a reparação dos erros até então cometidos e procurando por outras oportunidades de amadurecimento íntimo.

Sendo atendidos pela misericórdia divina, aqui estamos nós ante essa imensidão de possibilidades de crescimento espiritual, que sendo bem aproveitadas teremos logrado o êxito esperado.

No entanto, jamais podemos olvidar que vivemos num mundo de expiações e provas, onde o mal ainda é maior que o bem. Portanto, viver por aqui não é nada fácil, mas sabíamos disso antes da encarnação, assim, não se justifica qualquer reclamação, inconformismo ou acomodação, mas sim insistir no empenho para a realização da proposta estabelecida.

Assim, vez por outra, será interessante refletirmos, observando se realmente estamos aproveitando as chances recebidas na presente existência física.

É claro que, para sairmos da animalidade que ainda nos domina para alcançarmos a angelitude que desejamos, serão necessárias imensas lutas e enormes doses de esforços pessoais, mas em todos os momentos temos a assistência e a proteção de Deus, pois que jamais estamos sozinhos.

Sendo a Terra uma grande escola, é natural que traga consigo sempre as lições de cada dia, ensejando ampliar o leque dos nossos conhecimentos e maturidade, pois foi isso que pedimos aos Amigos espirituais, quando decidimos viver nesse torrão outra vez.

Naturalmente, cada um de nós está usufruindo de experiências individuais, de acordo com as necessidades e carências que apresentamos, de forma a neutralizar os defeitos que ainda carregamos e desenvolver virtudes que ainda não temos. E esse indispensável trabalho não é nada fácil, pois, se fosse, já o teríamos realizado há muito tempo.

Portanto, entre a nossa condição de Espíritos ainda inferiores e a verdadeira posição de superioridade moral, existe uma distância razoável, que deverá ser vencida a golpes de intensos esforços, perseverança e dedicação, pois que para isso não nos faltarão os recursos decorrentes da Providência Divina.

Se um dia na espiritualidade, aos Benfeitores amigos solicitamos ajuda para o retorno à vida física, e tendo eles concordado com a nossa rogativa, por certo jamais nos legariam ao abandono ou à própria sorte; seguem diuturnamente ao nosso lado.

Assim, por maiores que sejam as nossas lutas, por mais intensas sejam as dificuldades que estejamos vivendo, pensemos sempre na meta a ser atingida, na proposta que fizemos antes de chegarmos por aqui e não desanimemos nunca, para que não percamos a valiosa oportunidade que nos foi concedida pelo amor de Deus.

O aluno consciente e responsável, diariamente, sabe que ao chegar à escola o professor lhe apresentará novos desafios, falará de assuntos e questões que ele não conhece, isso visando ao seu indispensável aprendizado. Escola alguma receberá alunos para brincadeiras e entretenimentos, mas sim para estudo sério e esclarecedor.

A vida na Terra não é diferente de uma escola...

Pensemos nisso.

WALDENIR APARECIDO CUIN - o consoldor

quarta-feira, 7 de maio de 2014


                                           SIM, SIM, NÃO NÃO

O prezado leitor, certamente, conhece a história daquele homem que se gabava de viver “às mil maravilhas” com mulher e filhos.

Um amigo, que sabia de coisas por ele ignoradas, recomendou-lhe que testasse os familiares anunciando a cada um, enfaticamente:

– Eu sei de tudo!

Assim fez.

Ante a afirmativa peremptória, todos mostraram a face oculta.
A esposa estava enrolada no Banco.

O filho consumia drogas.

A filha praticara um aborto.

A sogra o difamava.

A doméstica o roubava.

Quase “fundiu a cuca” ao perceber que estava mergulhado num oceano de falsidades.

***
É a imaturidade que leva o indivíduo a mentir.
Falta à verdade para tirar vantagem, furtar-se às suas responsabilidades, livrar-se de seus problemas…

É típico de nosso povo.
 Não obstante a índole fraterna e boa, está sempre disposto a burlar os regulamentos e infringir a lei, em iniciativas que a sabedoria popular define como o “jeitinho brasileiro”.

Mas, antes de constituir característica de uma nação ou de uma raça, a mentira exprime tendência inerente à Humanidade, no estágio de evolução em que nos encontramos.

Por isso, o profeta Isaías enfatizava que todo homem é mentiroso.

Reporta-se, obviamente, ao ser humano, porquanto também as nobres representantes do sexo feminino fazem das suas.

Dizem as más línguas que as mulheres aprendem a chorar para que as pessoas acreditem em suas lorotas.

***
A mentira está na raiz de todos os males, estendendo-se como erva daninha no relacionamento social.

Filhos dela, instrumentos de auto-afirmação social e profissional, temos a bajulação, a calúnia, a demagogia, a hipocrisia, a maledicência…

E não é novidade que alguns dos melhores propagandistas e vendedores dos produtos de consumo são incríveis mentirosos, hábeis na arte de iludir os incautos com sua falácia.

A rainha desse engodo é a televisão.
Montada sobre objetivos mercantilistas, condiciona nossos hábitos, nossas iniciativas, nossa maneira de viver…

Ante a sutileza da técnica de envolver e das imagens condicionantes, operam-se prodígios.

Produtos de duvidoso valor nutritivo, aparecem como fontes de vitalidade.
Substâncias inócuas, transformam-se em panacéias, capazes de resolver variados problemas de saúde.

Lojas que exploram a bolsa do povo, são exaltadas como o paraíso da economia.

O pior está nos comerciais do cigarro, apresentados com tais requintes que convencem os incautos de que fumar dá status, torna o indivíduo atraente viril, campeão do sucesso, capaz de desfrutar plenamente as delícias da vida.

“Entre para o mundo de …” – diz a propaganda famosa, que nos apresenta belos cavalos, fazendas magníficas, prados verdejantes, homens viris, belos e felizes, a fumar tranqüilamente, passando a falsa idéia de que fumar é tudo isso.

Deveriam incluir alguns asnos, a representar os incautos que embarcam nessa criminosa impostura.

***
Observe algo significativo, amigo leitor: todo o mal no Mundo está associado à mentira!

Pudéssemos eliminá-la e estaríamos às portas do Reino Divino. Sem ela, não haveria adultério, estelionato, roubo, corrupção, políticos venais, comerciantes desonestos, atletas drogados…

Para que nos disponhamos a esse esforço é preciso admitir que, longe de resolver os nossos problemas, a mentira apenas os transfere, em regime de débito agravado.

Podemos mandar dizer ao credor que não estamos em casa, mas ele voltará, com juros acrescidos.

O mentiroso torna-se escravo da mentira. Para sustentar a falsidade inicial é obrigado a mentir sempre, comprometendo-se moral e espiritualmente.

No tesouro de minhas recordações mais ternas da infância, há a figura de Pinóquio, boneco feito gente, cujo nariz crescia desmesuradamente, sempre que mentia.

Evidente que o apêndice nasal não se altera quando faltarmos à verdade. Se acontecesse, raros evitariam narigadas.

Não obstante, desajusta-se o nosso psiquismo, situando-nos à mercê de influências inferiores.

Em nosso próprio benefício, portanto, é recomendável cultivar a verdade, sustentando um comportamento compatível com a recomendação de Jesus:

Seja o vosso falar, sim, sim, não, não! (Mateus, 5:37).

Ainda que em princípio nos julguemos em desvantagem, num mundo onde raros não mentem, conquistaremos algo de valor inestimável, sem o qual é complicado conviver:

A confiança das pessoas.

Livro Para Rir e Refletir - Richard Simonetti

 


sexta-feira, 2 de maio de 2014

A PROCURA DE EMPREGO

Um jovem foi se candidatar a um alto cargo em uma grande empresa .

Passou na entrevista inicial e estava indo ao encontro do diretor para a entrevista final. 

O diretor viu seu CV, era excelente.

 E perguntou-lhe:
- Você recebeu alguma bolsa na escola? -

 o jovem respondeu - Não.

- Foi o seu pai que pagou pela sua educação?

- Sim - respondeu ele.

- Onde é que seu pai trabalha?

- Meu pai faz trabalhos de serralheria.

O diretor pediu ao jovem para mostrar suas mãos.

O jovem mostrou um par de mãos suaves e perfeitas.

- Você já ajudou seu pai no seu trabalho?

- Nunca, meus pais sempre quiseram que eu estudasse e lesse mais livros. 

Além disso, ele pode fazer essas tarefas melhor do que eu.

O Diretor lhe disse:

- Eu tenho um pedido: quando você for para casa hoje, vá e lave as mãos de seu pai.

 E venha me ver amanhã de manhã.

O jovem sentiu que a sua chance de conseguir o trabalho era alta!

Quando voltou para casa, ele pediu a seu pai para deixá-lo lavar suas mãos.

Seu pai se sentiu estranho, feliz, mas com uma mistura de sentimentos e mostrou as mãos para o filho.

 O rapaz lavou as mãos de seu pai lentamente.

 Foi a primeira vez que ele percebeu que as mãos de seu pai estavam enrugadas e tinham muitas cicatrizes. 

Algumas contusões eram tão dolorosas que sua pele se arrepiou quando ele a tocou.

Esta foi a primeira vez que o rapaz se deu conta do significado deste par de mãos trabalhando todos os dias para pagar seus estudos. As contusões nas mãos eram o preço que seu pai teve que pagar por sua educação, suas atividades escolares e seu futuro.

Depois de limpar as mãos de seu pai, o jovem ficou em silêncio organizando e limpando a oficina do pai. 

Naquela noite, pai e filho conversaram por um longo tempo.

Na manhã seguinte, o jovem foi encontra-se com o Diretor.

O diretor percebeu as lágrimas nos olhos do moço quando ele perguntou:

- Você pode me dizer o que você fez e aprendeu ontem em sua casa?

O rapaz respondeu: 

- Lavei as mãos de meu pai e também terminei de limpar e organizar sua oficina. Agora eu sei o que é valorizar, reconhecer. Sem meus pais, eu não seria quem eu sou hoje... 

Por ajudar o meu pai agora eu percebo o quão difícil e duro é para conseguir fazer algo sozinho. 

Aprendi a apreciar a importância e o valor de ajudar a família.

O diretor disse: 

- Isso é o que eu procuro no meu pessoal. 

Quero contratar uma pessoa que possa apreciar a ajuda dos outros, uma pessoa que conhece os sofrimentos dos outros para fazer as coisas, e que não coloca o dinheiro como seu único objetivo na vida. 

Você está contratado.

Uma criança que tenha sido protegida e habitualmente dado a ela o que quer, desenvolve uma mentalidade de "Tenho direito" e sempre se coloca em primeiro lugar. Ignora os esforços de seus pais.

Se somos esse tipo de pais protetores, estamos realmente demonstrando amor ou estamos destruindo nossos filhos?

Você pode dar ao seu filho uma casa grande, boa comida, educação de ponta, uma televisão de tela grande... 

Mas quando você está lavando o chão ou pintando uma parede, por favor, o faça experimentar isso também . 

Depois de comer, que lave os pratos com seus irmãos e irmãs. 

Não é porque você não tem dinheiro para contratar alguém que faça isso; é porque você quer amar do jeito certo.

 Não importa o quão rico você é, você quer entender. 

Um dia, você vai ter cabelos brancos como a mãe ou o pai deste jovem.

O mais importante é que a criança aprenda a apreciar o esforço e ter a experiência da dificuldade, aprendendo a capacidade de trabalhar com os outros para fazer as coisas.


(Tradução da postagem de Adri Gehlen Korb) — com Pedro Guilhem.

quarta-feira, 30 de abril de 2014


                                     Filhos adotivos e nossas atitudes

1 – À luz do Espiritismo, quais as diferenças entre um filho adotivo e o filho consangüíneo? 

Como no ensina o Livro dos Espíritos, Item 205, a doutrina da reencarnação amplia a função dos laços de família enquanto proposta de vivência da fraternidade entre espíritos afins, e mesmo não afins mas que têm ajustes a realizarem nas suas convivências, tanto entre os chamados filhos legítimos como os filhos adotivos.

 Como nos ensina Emmanuel, essa doutrina nos mostra que “no vizinho ou no servo, pode achar-se um Espírito a quem tenhamos estado presos pelos laços da consangüinidade”.

Podemos pois, inferir com segurança que, em se tratando de espíritos encarnados numa ou noutra condição não há nenhuma diferença. Os chamados filhos do coração podem ser entendidos assim em toda a extensão que esta expressão possa conter quanto a co-responsabilidades paternais e filiais.

2 – Um filho natural pode ter o mesmo nível de carência afetiva do que um filho adotivo?

A carência afetiva não me parece estar atrelada ao fato de ser filho natural ou adotivo. O ser humano é, intrinsecamente, um ser carente. No entanto, vale evidenciar que o filho adotivo tem uma carência agravada pelo fato de ser um indivíduo rejeitado. Difícil haver um amor sobre a Terra que possa lhe tirar esta sensação. Ele vai ser feliz por ter sido aceito e amado, porém vai conviver com a rejeição.

3 – Toda adoção tem vínculos com as vidas passadas dos pais?

Não diria tal coisa. Podemos ser levados a pensar desta forma por causa da lei de ação e reação. No entanto isso pode não estar acontecendo num processo de adoção. Não posso pensar que trabalho durante anos num asilo de velhos por que tenho vínculo com todas aquelas pessoas idosas que ali estão. O afeto que dedico a eles é, antes de tudo, um afeto que não precisa estar sendo manifesto apenas por acerto de contas ou resgate por dívidas contraídas. Os gestos amorosos não precisam estar condicionados a dívidas pregressas.

4 – Qual a melhor forma para se contar para a criança que ela é adotiva?

Diria que se conta a uma criança que ela é adotiva assim como se ensina uma criança a perder o medo de escuro ou a ficar sozinha em casa. Aos poucos. Doses homeopáticas são o alimento afetuoso que vai fortalecer os sentimentos de confiança do ser que traz em si dúvidas por ter sido rejeitado.

5 – Até que ponto a revelação da adoção pode gerar conflitos emocionais e situações traumáticas?

Se essa revelação for sendo feita com cuidado e com afeto, não deverá causar traumas. No entanto os conflitos emocionais, em alguns casos poderão ser inevitáveis, não devido a maneira errada da revelação mas sim pelas características do espírito que está ali encarnado na condição de filho adotivo. Um espírito inseguro ou irascível ou que já traz em si uma baixa estima, provavelmente viverá conflitos causados por essa revelação. O que restará aos pais será uma missão ainda mais complexa no sentido de doar afeto, ter paciência e ser perseverante na tarefa que assumiram.

6 – Os adultos adotam crianças por amor ou por necessidade psicológica?

As duas coisas. Seria ideal que só o fizessem por amor. É bom dizer porém, que necessidades psicológicas desse calibre precisariam ser muito bem diagnosticadas e esclarecidas. Principalmente para que não estejam por trás dessa atitude, mecanismos psíquicos de compensação, de auto afirmação, de sublimação, de substituição, enfim mais relacionados a orgulho ou “status” do que a um legítimo ato de amor ou afeto. Não fosse assim teríamos menos rejeitados nos abrigos e “lares” como negros, feios, doentes, limitados intelectualmente e outros.

7 – A origem fiso-psíquica dos adotados, mesmo vivendo em uma boa estrutura familiar pode influenciar seus atos e atitudes no futuro?

Com certeza. O que é constituição de caráter vai estar presente pela vida toda. Um espírito problemático, rebelde será assim pela sua história e não pelo lar que o adotou. Pode aprender e assimilar o afeto que for a ele dedicado? Certamente, e isso pode mudar o seu rumo proporcionando um salto no seu progresso intelectual, moral e espiritual. “O Espírito dos pais tem a missão de desenvolver o dos filhos pela educação”. Esse mandato que está no Livro dos Espíritos parece-nos muito apropriado tanto a filhos naturais quanto a filhos adotados. A educação é a maneira correta de influenciar, lembrando porém que não se trata de “mudar” alguém mas sim de criar condições para que ali se dê o processo educativo juntando as oportunidades que o indivíduo tenha de perceber os ensinamentos e que toquem o seu espírito para que ele próprio, pelo seu livre arbítrio, mude o seu interior. Como nos ensina Paulo Freire, “o homem se educa a si mesmo”, porém facilitado pela condição educacional que o ambiente familiar oferecer.

8 – Os sentimentos (amor e mágoa) que a criança nutre pela mãe natural, podem ser transferidas para a mãe adotiva?

Com certeza. Hoje sabemos que os fetos tem uma intensa vida intra-uterina na relação com a mãe natural. Certamente ele já vive no útero que o gerou a dor de que vai ser rejeitado. Quando vier à luz se a mãe natural, por alguma razão, não o quiser ou não estiver livre para desejá-lo para ela, amor ou mágoa existirão e irão sim em forma de amarguras e dúvidas para a mãe adotiva. As dúvidas são inerentes aos espíritos amados e bem equilibrados, quanto mais para os espíritos que foram realmente enjeitados. O filho adotivo, muito provavelmente, terá nas suas raivas e rebeldias naturais (por exemplo na adolescência) o agravante de ter sido adotado. E a mãe natural será alvo desses sentimentos e emoções agravantes.

9 - Um filho adotivo problemático é sempre um “carma” que os pais precisam resgatar?

Não podemos pensar assim pois se não os filhos adotivos que dão certo e são felizes, produtivos e gratos, também teriam que ser considerados prêmios. Não podemos pensar numa providência divina que se utilize de seres encarnados para serem “carmas” ou troféus entregues a pais dedicados. Aliás falando de carma, vamos abandonar a idéia limitada e limitante de que os carmas são dívidas a serem pagas. Os carmas podem ser entendidos como heranças a serem transmutadas ou transformadas. É melhor pensar em carma como estímulo para o nosso desenvolvimento ou mesmo proposta de superação para o nosso progresso. Os carmas podem mesmo ser entendidos por talentos. O homem que enterrou o único talento recebido transformou-o em carma. O outro que multiplicou o talento recebido transformou-o e o multiplicou.

10 - Há mais facilidade em lidar com uma criança adotada recém nascida ou com aquela de maior idade?

Diria que a recém nascida é mais amoldável ao ambiente e aos costumes do casal que a adotou. A própria voz dos pais adotivos se farão ouvir desde muito mais cedo. A criança adotada de maior idade já terá passado outras experiências e também já sofrido mais as agruras da sua rejeição, quer pelos pais naturais ou pela experiência de viver num “lar” provisório ou mesmo na rua ou, sob a guarda de um juizado, ou então nas mãos dos pais naturais que a maltrataram. Não há dúvida que o processo de adaptação da criança de maior idade, será muito mais doloroso para todos, e muito mais difícil enquanto tarefa a ser assumida.


Referências Bibliográficas:
Maldonado, Maria Tereza – “Os caminhos do coração: pais e filhos adotivos”, Edit. Saraiva.
Miranda, Ermínio – “Nossos filhos são espíritos”, Edit. Arte e Cultura.
Oliveira, Amarilis de; Espírito Dori – “Pai Adotivo”, Edit. DPL
Sulloway, Frank J. – “Vocação: Rebelde”, Edit. Record
Xavier, Francisco Cândido; Vieira, Waldo – “Sexo e Destino”, F.E.B.
Xavier, Francisco Cândido; Espírito Emmanuel – “Vida e Sexo”, F.E.B.

(Revista Literária Espírita DELFOS Março/Abril de 2001)

sexta-feira, 25 de abril de 2014


                                               LEIS DE AMOR

Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, estabelece novos princípios que vão nortear a humanidade, como vem acontecendo, quando ensina que:

 “Com o Espiritismo, a humanidade deve entrar numa fase nova, a do progresso moral, que lhe é consequência inevitável”, estabelecendo bases seguras e muito lógicas, além de muito objetivas quando ensina que a moral dos Espíritos superiores se resume como a do Cristo, nesta máxima evangélica:

 “fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem”, ou seja, fazer o bem e não fazer o mal.

O homem encontra nesse princípio a regra universal de conduta, mesmo para as menores ações. 

Tal ensinamento nos remete ao conhecimento de nós mesmos. 

Bastar buscarmos na pergunta 919 de OLE, quando é indagado aos Espíritos “qual o meio mais prático e eficaz para se melhorar nesta vida e resistir ao arrebatamento do mal?.

 “Conhece-te a ti mesmo”, respondem os Espíritos de modo peremptório e objetivamente, levando-nos à reflexão de que devemos sondar a nossa própria alma na busca da compreensão de nossos anseios e expectativas nesta vida, além de nos aprofundarmos em nosso ser com o propósito de melhor nos conhecermos.

 Mas faltava uma grande questão a ser resolvida. 

Como conhecer-se? Que métodos ou estratégias poderíamos usar para tal mister?

Vamos encontrar o caminho em o Evangelho segundo o Espiritismo, no capítulo Os Bons Espíritas, novamente de modo objetivo e cristalino:

 “reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelo esforço que empreende no domínio das más inclinações”. 

Para tanto o homem precisa compreender e aceitar que é portador de limitações e dificuldades, as quais sozinho não consegue superar.

 É quando, então, podemos seguir uma outra regra do Evangelho que nos ensina a nos conhecermos através do convívio com o próximo, procurando através da bondade e da solidariedade, amando ao próximo como a si mesmo, ou seja, fazendo aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem, daí decorrendo a mais completa expressão da caridade, pois é sabido que aí se resumem todos os deveres para com o próximo: 

a verdadeira caridade.

Os relacionamentos entre os seres humanos através da convivência social e as experiências vividas ensinam constantes lições novas, como, por exemplo, o conhecer-se pela dor.

 É novamente o Evangelho que vem em nosso socorro e amparo quando ensina que:

 “todos quantos sejam feridos no coração por reveses e decepções da vida consultem serenamente a sua consciência, remontem pouco a pouco à causa dos males que os afligem, e verão se, as mais das vezes, não poderão confessar:

 se eu tivesse feito, ou se não tivesse feito tal coisa, não estaria nesta situação”.

Posto isto, podemos concluir o quanto esta vida é uma grande lição e quão importante se faz a vida em sociedade, já que é através dela que somos burilados em nossas virtudes e imperfeições, levando-se em consideração que toda semeadura é livre, porém, obrigatória é a colheita. 

Nada mais oportuno e educativo do que a vida na grande sociedade chamada humanidade. 

A dor pode nestas circunstâncias retificar as nossas mazelas do ontem ou o futuro próximo, já que os processos de sofrimento, nas suas mais variadas formas, podem provocar na nossa alma o despertar da consciência e a ampliação do nosso grau de sensibilidade, para percebermos os aspectos edificantes que o coração, nas suas manifestações mais nobres, pode realizar.

Diante do quadro atual da humanidade, vemos com clareza que necessitamos urgentemente transformar intimamente três grandes vertentes da alma humana, com vistas ao porvir de nossa evolução, quais sejam: 

os vícios, os defeitos e as virtudes.

 Os vícios da atual humanidade, como o uso e o abuso de todas as drogas (álcool, tabaco e outras), os malefícios do jogo (incluindo aqui a anuência dos governos), os malefícios da gula e, entre tantos outros, temos os malefícios do abuso sexual.

No tocante aos defeitos, naturalmente, como maior e pai de todos os demais, encontramos o orgulho, que nos remete para a vaidade, a inveja, o ciúme, a avareza, o ódio, a vingança e a agressividade entre dezenas deles. 

É sabido que ninguém é portador somente de vícios ou defeitos, estando presentes na alma humana as virtudes, mas que de modo geral se encontram latentes (dormentes na alma), e necessitam ser despertadas e aperfeiçoadas, tais como a humildade, a modéstia, a resignação, a piedade, a afabilidade, a compreensão.

 No entanto, em uma lista imensa de virtudes humanas, é preciso destacar a do perdão, como o grande recurso e instrumento de que dispomos para superar as adversidades e contrariedades desta nossa jornada terrena, onde frequentemente somos atacados, magoados e feridos em nossa busca incessante de crescimento, mas que nem sempre somos compreendidos ou nos compreendemos uns aos outros.

Precisamos compreender e aprender que outros prados, outras pradarias nos esperam. Mundos espirituais, onde a Justiça não fenece, onde o Amor continuamente floresce, e onde a Bondade perdura como recursos à disposição de todo aquele que busca o Reino de Deus.

VALCI SILVA