O ser humano
“O ser humano é o mais alto e nobre investimento da vida, momento grandioso do processo evolutivo que, para atingir a sua culminância, atravessa diferentes fases que lhe permitem a estruturação psicológica, seu amadurecimento, sua individuação, conforme Jung.” – Joanna de Ângelis.
Compare a afirmativa acima de Joanna, destacando o início do
parágrafo –
o ser humano é o mais alto e nobre investimento da vida – com a
reportagem contida na revista VEJA, edição de nº 2378,
de 18 de junho de 2014, páginas 72 e 73.
Informa a reportagem: “Na rodoviária
do centro de Tucson, no Estado americano do Arizona, cortinas negras cobrem um
antigo armazém, separando esse espaço do local onde passageiros aguardam o
ônibus.
Atrás dos panos, mulheres e crianças, todos imigrantes ilegais, recebem
doações de roupas, brinquedos e alimentos das mãos de voluntários.
A uma hora
de carro dali, na cidade de Nogales, na fronteira do México, um abrigo do
governo aloja 1100 crianças que entraram nos Estados Unidos desacompanhadas.
A
média de idade é de 16 anos e a menor delas tem apenas 3.
Aqueles que estiveram
lá dentro (a imprensa não tem acesso ao lugar) contam que os banheiros são
improvisados e que os pequenos não têm roupa limpa.
O cheiro, dizem, é
insuportável. As celas, onde estão acomodados, são frias e não há casacos nem
mantas.
A comida trazida pelos guardas não é suficiente para todos.
Nos últimos
meses, o país recebeu um volume inédito de imigrantes com menos de 18 anos de
idade e de mães com bebês, os quais colapsaram o sistema imigratório.
A
patrulha de fronteira apreende entre 200 e 250 crianças e adolescentes por dia
ao longo da cerca que separa os Estados Unidos do México”.
Na questão de número 383 de O Livro Dos
Espíritos, nos é esclarecido que é exatamente no período da infância que o
Espírito reencarnado está mais aberto às impressões necessárias ao seu
adiantamento.
Se perdido esse período, tudo fica mais complicado.
Daí a
lamentável situação dessas crianças e adolescentes descrita na reportagem da
referida revista.
Dona Benedita Fernandes, cognominada com justiça como a Dama
da caridade, dedicava-se na sua última reencarnação na região noroeste do
Estado de São Paulo, aos doentes mentais às crianças desamparadas.
Na edição
de no 2.223 da revista Reformador do
corrente ano, página 325, encontra-se estampada uma foto desse Espírito
abençoado junto a um grupo de crianças.
Caso vá apreciar a foto que vale a pena
ser vista, repare em um detalhe:
até um animal, uma cachorra, encontra lugar
para receber carinho das mãos da querida Benfeitora.
É uma característica dos
Espíritos evoluídos existir neles espaço para o amor pelos animais, porque quem
ama verdadeiramente ao Criador não pode deixar de amar a todas as suas
criaturas.
Confronte essa foto com a estampada na reportagem da revista VEJA e
verá registrada a própria foto da presença do amor e da ausência dele.
No livro Sementes de vida eterna, editora LEAL, 1978,
capítulos 20 e 21, páginas 85 a 92, encontramos as seguintes colocações:
“Os
altos índices de atual delinquência infantojuvenil, cada dia mais afligentes,
atestam o malogro da cultura, diante do problema-desafio, que se converte em
látego, vigorosamente aplicado na criatura humana.
O menor carente, que assume
um comportamento antissocial, é a pungente vítima dos desequilíbrios que
sacodem as estruturas da comunidade terrestre.
Todos têm direito, na comunidade
humana, ao mínimo que seja, para viver com decência e liberdade.
Negar tal
concessão é conspirar contra a felicidade do próximo e a própria paz, agora ou
depois.
Façamos a nossa parte, por menor que pareça, iniciando esta cruzada de
amor, que vem sendo postergada e que, não realizada, levar-nos-á aos roteiros
do sofrimento e da soledade, por incúria e insensatez.
Hoje brilha a luz da
famosa oportunidade que se transformará em abençoado sol do amanhã, a fim de
que as trevas do mal se afastem, em definitivo, da Terra, havendo claridade de
paz, nas mentes e nos corações”.
Dona Benedita Fernandes, que viveu sua última reencarnação de 1883
a 1947, já sabia disso.
Quantos anos ou séculos mais necessitaremos para chegar ao
entendimento de que o ser humano é o mais alto e nobre investimento da
vida?
Ricardo Orestes Foorni – O Consolador