SOLIDARIEDADE
“Quando se pensa em todos os abusos de poder, em todas as
injustiças que se cometiam com desprezo dos mais sagrados direitos, quem pode
estar certo de não haver participado mais ou menos de tudo isso e admirar-se de
assistir a grandes e terríveis expiações coletivas?”
“... O Espiritismo lhes ensinará que, se as faltas coletivamente
cometidas são expiadas solidariamente, os progressos realizados em comum são
igualmente solidários, princípio em virtude do qual desaparecerão as dissensões
de raças, de famílias e de indivíduos, e a Humanidade, livre das faixas da
infância, avançará, célere e virilmente, para a conquista de seus verdadeiros
destinos.” (Obras Póstumas – As expiações coletivas.)
Há pouco tempo os meios jornalísticos diariamente falaram
sobre o terremoto seguido de maremoto que fez milhares de vítimas no Sul da Ásia.
A última informação divulgada computava 178 mil mortos! – um desastre coletivo,
um sofrimento mundial de grandes consequências, que fez as lágrimas aflorarem
nos olhos de muitos.
Diz o grande Léon Denis que a dor tem função de equilíbrio e
educação.
O sofrimento, diz ele, não é, muitas vezes, mais que a repercussão
das violações da ordem eterna cometidas. Diz ainda ele que é muito difícil
fazer entender aos homens que o sofrimento é bom.
“Suprimi a dor e suprimireis,
ao mesmo tempo, o que é mais digno de admiração neste mundo, isto é, a coragem
de suportá-la”, afirmou Léon Denis.
“A dor é como uma asa dada à alma
escravizada pela carne para ajudá-la a desprender-se e a se elevar mais alto.”
Nos momentos em que nossos corações choraram ao verem a
dores coletivas que assolaram a Terra, quadros que, aliás, sempre ocorreram,
mas que, pelas facilidades da mídia, estão hoje mais próximos, nossos olhos
marejaram muito mais ao ver com emoção a grande corrente de solidariedade que
isso provocou.
A dor tem essa função: despertar as almas para os
sofrimentos e incentivá-las pela comoção a sentirem piedade, compaixão, e se
moverem na ação do amor.
Várias revistas que se reportaram ao assunto dos tsunamis
falaram da Humanidade se unindo para socorrer, na guerra mundial pela vida,
como estampou em sua capa a revista Veja de 12 de janeiro: “Tsunami de
solidariedade”.
Isso é emocionante. É belo e grandioso o mundo unindo-se
numa grande causa comum: minorar o sofrimento de milhares.
É o que vemos no último parágrafo do texto por nós
transcrito de Obras Póstumas e colocado no preâmbulo deste artigo – a união de
todos.
Não cabe a nós ficar inquirindo qual foi a causa comum que
levou tantas pessoas a semelhante processo de desencarnação coletiva.
Estavam reunidos
ali os Espíritos que passariam esse momento, num resgate difícil, sem falar nas
expiações coletivas para os que ficaram na dor e nos tormentos da saudade e da
incerteza.
O que vemos de solidariedade nos dá alegria à alma. Apesar
das guerras, dos dissabores e da violência, o mundo está melhorando, sim.
Há
milhares de pessoas que deixam de si para socorrerem outros, heróis anônimos,
Espíritos já sensibilizados pelo amor e que agem no bem.
Há milhares assim; no entanto, milhares de desastres
particulares, ocultos, estão ao nosso redor, precisando de auxílio, amparo,
proteção.
As ondas enormes ajudaram a sensibilizar, e quem sabe
aqueles que acompanharam as notícias olharão com melhores olhos e com mais amor
os que estão sofrendo, seja onde for?
Ficamos felizes com o que a formosa modelo Gisele Bündchen
disse em entrevista à Globo: “A moda agora é a solidariedade. Seja solidário”.
O mundo está melhorando. A maturidade está chegando.
Haverá
uma horilelaa em que todos se entenderão como irmãos, e desaparecerão países, raças,
restando um todo harmônico, equilibrado e amoroso: a Humanidade!
Estaremos então maduros, o egoísmo se minimizará, e as dores
gradualmente desaparecerão. O mundo deixará de ter tantas provas e será mais
feliz.
Um sonho?
Por enquanto...
Mas chegaremos lá.
Para chegarmos,
façamos do sonho uma ação diária e amemo-nos uns aos outros.
Sejamos solidários sempre.
Em casa, na rua, na nossa cidade,
no nosso país e também fora dele.
Simplesmente, amemos!
Jane Martins Vilela - O Consolador