sábado, 20 de dezembro de 2014


Remake do Natal

Fazendo da nossa imaginação um carro de viagem que nos leve a qualquer situação ou contexto, imaginemos que uma parte, uma fração, um milésimo de Nosso Senhor Jesus Cristo nascesse nos dias de hoje. 

Como essa parte agiria? 

Bem, divaguemos...

Acordaria cedo, bem verdade. 

Mas, acordaria feliz.

 Com um sorriso, agradeceria as bênçãos da vida, do trabalho, da natureza. 

Com um grande abraço, cumprimentaria calorosamente seu pai, sua mãe e seus irmãos.

 Um café frugal e simples e sairia para trabalhar.

 Caminhando pela rua, cumprimentaria a todos que conhecesse ou não. 

No seu ambiente de trabalho, respeitaria as leis vigentes e não permitiria jamais que a competitividade superasse seu desejo de cooperar, com bom ânimo e empolgação, para fazer o melhor.

Quando visse um colega de trabalho triste, não se omitiria de oferecer um ombro fraterno para o desabafo.

 Pouco falaria de si e aos que o ofenderam ou atacaram perdoaria no seu íntimo. 

Juntaria, em campanhas constantes, valores e objetos para ajudar os funcionários mais carentes.

Na hora do almoço, interromperia sempre a sua conversação edificante para reunir o pessoal em um coral improvisado, montado pelos funcionários, que alegrava sempre o asilo próximo à empresa.

Quando concluísse seus deveres diários e não houvesse nenhum companheiro em dificuldade, sairia mansamente de seu trabalho com a mente povoada de pensamentos edificantes e um sorriso promissor, ainda que a rua se demonstrasse suja e cheia de pichações.

 Sujeiras fora das latas, ele recolheria; idosos carregando pesadas bolsas, ele ajudaria; e animais feridos, ele socorreria. 

À noite, quando não se ocupasse do estudo edificante ou do convívio fraterno com os seus, iria voluntariamente até um local onde jovens compravam drogas, para através do diálogo convencê-los a deixar aquela vida.

 Com suas economias, compraria alimentos para distribuir semanalmente aos que moravam nas ruas, brindando-os também com seu apoio fraterno. 

Participaria das decisões da coletividade, não se omitindo de seus deveres de cidadão. 

Ao fim do dia, faria um exame de consciência, onde verificaria o bem que poderia ter feito e o que poderia ter melhorado em suas aspirações e atitudes.

Pois bem, com certeza, Nosso Senhor Jesus Cristo, após a sua vinda à Terra, onde comemoramos solenemente o seu Natal, nos deixou algumas sementes de sua mensagem que, com certeza, passam pelo mundo sem alarde, sem pompa, como parte do que Ele significa e do que insistimos em nos esquecer.

Marcus Vinicius de Azevedo Braga



domingo, 14 de dezembro de 2014



                         A palestra espírita e sua função 
                               no tratamento espiritual

A todos nós, quando passamos por um tratamento espiritual, nos recomendam que devemos assistir às palestras espíritas, mas a maioria não entende por que assistir, se o que buscamos é o tratamento energético dos passes.
Aqui ficam, então, algumas perguntas e suas respostas para que possamos entender por que é importante participar dessas palestras e ainda dos cursos regulares numa casa espírita.
– Por que alguns de nós só enxergamos o tratamento nas salas de passe específicas?
Quando vamos a uma casa espírita buscamos a cura de nossos males e problemas e entendemos que nas sessões de passe é que encontraremos a solução. Podemos ver na sala de passe a movimentação de pessoas, o processo de passe tem suas técnicas, enquanto que na palestra ficamos sentados e imóveis e, aparentemente, nada acontece. Essa análise está um pouco fora da realidade, pois a energização oferecida pelo passe realmente nos ajuda e muito. Como no dizer de Jesus, “Vai e não peques mais” encerra uma observação de que é preciso deixar de errar. Se precisamos conhecer o certo, conhecer a nós mesmos, conhecer a realidade espiritual que circula em todo o orbe, precisamos estudar, conhecer, ouvir assuntos e observações muitas vezes novas para nós. Assim, as palestras permitirão, passo a passo, encontrar um equilíbrio interno, obtido pela reflexão e a vontade de mudar. Para a solução de nossos problemas são necessárias três coisas distintas e, ao mesmo tempo, ligadas: O passe, como carga energética; nosso esforço pessoal para a mudança; e o entendimento mediante o conhecimento e a reflexão. Assim, verificamos que vamos precisar do passe, dos estudos e do mais importante: a nossa real vontade de mudar.
– Qual a importância da palestra para o equilíbrio emocional e espiritual das pessoas em tratamento, ou não?
Durante os momentos que passamos numa palestra construtiva, forças energéticas e assistência dos nossos mentores e guias espirituais nos dão as energias necessárias, como um complemento ao obtido na sala de passe, e, assim, formarmos uma estrutura psicossomática aliada ao esforço pessoal. Desta mescla de silêncio, análise e recepção de conceitos, teremos como resultado um equilíbrio, tanto no aspecto físico, como emocional e espiritual, além do afastamento de Espíritos obsessores, que também se aproveitam desses ensinamentos.
– De que forma a espiritualidade atua enquanto estamos ouvindo uma palestra?
Da mesma forma que na sala de passes, só que agora está sendo feito pelos Espíritos lá presentes. Na sala de palestra recebemos energias diretamente dos Espíritos que têm a finalidade de mexer com o nosso íntimo mais profundo. É um trabalho de mudança, reflexão e entendimento. Na sala de passes, as energias vêm do plano espiritual também, mas agora com uma carga energética anímica. Ambas as situações são fundamentais no tratamento.
– Qual a relação entre os passes e as palestras?
É um trabalho em conjunto. Enquanto as palestras fazem o trabalho íntimo de nos “acordar”, ensinar, energizar de uma forma mais sutil, os passes nos oferecem energias diferentes, que atuam diretamente no nosso perispírito. Podemos ver que uma completa a outra. Se assistimos à palestra para depois tomar os passes, estaremos mais receptivos para a segunda fase. A palestra nos faz refletir, nos ensina e nos dá energias muito sutis para o nosso Espírito. O passe vem completar e fechar todo o processo.
Assim, devemos entender que há um conjunto de energias (fluidos) no tratamento “palestra e passe”. É a aplicação dos ensinos de Jesus de forma objetiva: “Conheça a verdade e ela vos libertará”, como também, “Eu não te curei, mas, sim, a tua fé te curou. Vai e não peques novamente para que não te aconteça coisa pior”.                        


Wagner Ideali

sábado, 6 de dezembro de 2014

                   

                       O significado do Natal para os espíritas

Natal é comemorado no dia 25 de dezembro porque a data foi retirada de uma festa pagã muito popular existente na Roma antiga, e que fora oficializada pelo imperador Aureliano em274 d. C.

A finalidade da festa era homenagear o deus sol Natalis Solis Invicti (Nascimento do Sol Invicto)   considerado a primeira divindade do império romano  e festejar o início do solstício de inverno.

Com o triunfo do Cristianismo, séculos depois, a data foi utilizada pela igreja de Roma para comemorar o nascimento do Cristo (que, efetivamente, não ocorreu em 25 de dezembro), considerado, desde então, como o verdadeiro “sol” de justiça.

Com o passar do tempo, hábitos e costumes de diferentes culturas foram incorporados ao Natal, impregnando o de simbolismo: 

a árvore natalina, por exemplo, é contribuição alemã, instituída no século XVI, com o intuito de reverenciar a vida, sobretudo no que diz respeito aos pinheiros, que conservam a folhagem verde no inverno; o presépio foi ideia de Francisco de Assis, no século XIII.

 As bolas e estrelas que enfeitam a árvore de Natal representam as primitivas pedras, maçãs ou outros elementos com que no passado se adornavam o carvalho, precursor da atual árvore de Natal. 

Antes de serem substituídas por lâmpadas elétricas coloridas, as velas eram enfeites comuns nas árvores, como um sinal de purificação, e as chamas acesas no dia 25 de dezembro são uma referência ao Cristo, entendido como a luz do mundo. 

A estrela que se coloca no topo daárvore é para recordar a que surgiu em Belém por ocasião do nascimento de Jesus.

Os cartões de Natal apareceram pela primeira vez na Inglaterra, em meados do século XIX.

Os espíritas veem o Natal sob outra ótica, que vai além da troca de presentes e a realização do banquete natalino, atividades típicas do dia.

Já compreendem a importância de renunciar às comemorações natalinas que traduzam excessos de qualquer ordem, preferindo a alegria da ajuda fraterna aos irmãos menos felizes, como louvor ideal ao Sublime Natalício.

Os verdadeiros amigos do Cristo reverenciam-no em espírito.
 A despeito do relevante significado que envolve o nascimento e a vida do Cristo e sua mensagem evangélica, sabemos que muitos representantes da cristandade agem como cristãos sem o Cristo, porque vivenciam um Cristianismo de aparência.

Neste sentido, afirmava o Espírito Olavo Bilac que “ser cristão é ser luz ao mundo amargo e aflito, pelo dom de servir à Humanidade inteira”.

Chegará a época, contudo,em que Jesus, o guia e modelo da Humanidade terrestre, será reverenciado em espírito e verdade; Ele deixará de ser visto como uma personalidade mítica, distante do homem comum; ou mero símbolo religioso que mais se assemelha a uma peça de museu, esquecida em um canto qualquer, empoeirada pelo tempo.

Não podemos, contudo, perder a esperança. Tudo tem seu tempo para acontecer.

No momento preciso, quando se operar a devida renovação espiritual da Humanidade, indivíduos e coletividades compreenderão que [...] Jesus representa o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra.

 Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão de sua lei [...].

Distanciado dos simbolismos e dos rituais religiosos, o espírita consciente procura festejar o Natal todos os dias, expressando-se com fraternidade e amor ao próximo.
Admite, igualmente, que [...] a Doutrina Espírita nos reconduz ao Evangelho em sua primitiva simplicidade, porquanto somente assim compreenderemos, ante a imensa evolução científica do homem terrestre, que o Cristo é o sol moral do mundo, a brilhar hoje, como brilhava ontem, para brilhar mais intensamente amanhã.  
Perante as alegrias das comemorações do Natal, destacamos três lições ensinadas pelos orientadores espirituais, entre tantas outras. Primeira, o significado da Manjedoura, como assinala Emmanuel: 

As comemorações do Natal conduzem-nos o entendimento à eterna lição de humildade de Jesus, no momento preciso em que a sua mensagem de amor felicitou o coração das criaturas, fazendo-nos sentir, ainda, o sabor de atualidade dos seus divinos ensinamentos.

A Manjedoura foi o Caminho. A exemplificação era a Verdade. O Calvário constituía a Vida.

Sem o Caminho, o homem terrestre não atingirá os tesouros da Verdade e da Vida.

Segunda, a inadiável (e urgente) necessidade de nos aproximarmos mais do Cristo, de forma que o seu Evangelho se reflita, efetivamente, em nossos pensamentos, palavras e atos. 

Para a nossa paz de espírito não é mais conveniente sermos cristãos ou espíritas “faz de conta”.[...]

Comentando o Natal, assevera Lucas que o Cristo é a Luz para alumiar as nações. 

Não chegou impondo normas ou pensamento religioso. 
Não interpelou governantes e governados sobre processos políticos.

Não disputou com os filósofos quanto às origens dos homens. 

Não concorreu com os cientistas na demonstração de aspectos parciais e transitórios da vida. Fez luz no Espírito eterno.

Embora tivesse o ministério endereçado aos povos do mundo, não marcou a sua presença com expressões coletivas de poder, quais exército e sacerdócio, armamentos e tribunais.
Trouxe claridade para todos, projetando-a de si mesmo.

evelou a grandeza do serviço à coletividade, por intermédio da consagração pessoal ao Bem Infinito.

Nas reminiscências do Natal do Senhor, meu amigo, medita no próprio roteiro.

Tens suficiente luz para a marcha? 

Que espécie de claridade acendes no caminho?

Foge ao brilho fatal dos curtos-circuitos da cólera, não te contentes com a lanterninha da vaidade que imita o pirilampo em voo baixo, dentro da noite, apaga a labareda do ciúme e da discórdia que atira corações aos precipícios do crime e do sofrimento.

Se procuras o Mestre divino e a experiência cristã, lembra-te de que na Terra há clarões que ameaçam, perturbam, confundem e anunciam arrasamento...

Estarás realmente cooperando com o Cristo, na extinção das trevas, acendendo em ti mesmo aquela sublime luz para alumiar?

Por último é muito importante aprendermos a ser gratos a Jesus pelas inúmeras bênçãos que Ele nos concede cotidianamente, em nome do Pai, como a família, os amigos, a profissão honesta, a vivência espírita etc., sabendo compartilhá-las com o próximo, como aconselha Meimei:

Recolhes as melodias do Natal, guardando o pensamento engrinaldado pela ternura de harmoniosa canção... 

Percebes que o Céu te chama a partilhar os júbilos da exaltação do Senhor nas sombras do mundo. [...] Louva as doações divinas que te felicitam a existência, mas não te esqueças de que o Natal é o Céu que se reparte com a Terra, pelo eterno amor que se derramou das estrelas.

Agradece o dom inefável da paz que volta, de novo, enriquecendo-te a vida, mas divide a própria felicidade, realizando, em nome do Senhor, a alegria de alguém!... 

Marta Antunes Moura  
Postagem Doutrinário  Fergs




Referências:
1DUTRA, Haroldo D. O novo testamento. (Tradutor). Brasília: EDICEI, 2010. p. 258.
2VIEIRA, Waldo. Conduta espírita. Pelo Espírito André Luiz. 31. ed. 3. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 47, p. 154.
3XAVIER, Francisco C. Antologia mediúnica do natal. Espíritos diversos. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 76, p. 201.
4KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Q. 625.
5______. ______. Comentário de Kardec àq. 625.
6XAVIER, Francisco C. Religião dos espíritos. Pelo Espírito Emmanuel. 21. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. Jesus e atualidade, p. 296.
7______. Antologia mediúnica do natal. Espíritos diversos. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 21, p. 57.
8LUCAS, 2:32.
9XAVIER, Francisco C. Antologia mediúnica do natal. Espíritos diversos. 6. ed.Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 4.

10______. ______. Cap. 29, p. 73-74.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

                                    ERRATICIDADE

São errantes, isto é, estão na erraticidade, todos os Espíritos que têm caminho a percorrer nas lutas da evolução

Erraticidade é o nome que adotamos para indicar o tempo que o Espírito, terminada uma experiência encarnatória, aguarda para reencarnar-se de novo. 

 Significa período de tempo entre uma existência que terminou e outra que  se estará  iniciando. 

Não se refere a lugar, mas a tempo. 

Alguns metapsiquistas importantes, estudiosos da reencarnação, utilizam o termo intermissão, em vez de erraticidade. 

O Espírito, durante esse tempo, não está à toa. Ele está vivendo sua vida normal de espírito.

Está estudando, preparando-se, aprendendo, convivendo com outros Espíritos enquanto a hora do novo mergulho na  carne não chega. 

Dizemos, portanto que todos os Espíritos sujeitos a novas encarnações –  reencarnações, portanto,  aguardam-nas na chamada erraticidade. 

Erraticidade é, portanto, tempo de espera. Seria a “fila da reencarnação”.

E é uma senhora fila. Sobretudo hoje, quando os casais se recusam, insistentemente, a dar acolhida aos filhos que querem nascer. 
Na França, por exemplo, havia o risco de os franceses desaparecerem do mapa. 

Mulher francesa ter filhos?! 

Nem pensar! 

De repente, o governo de lá viu que devia fazer alguma coisa. E ofereceu incentivo às mães que resolvessem abrir a porta da fecundação.

 Era necessário que nascessem novos bebês, senão, do povo francês, não restaria nem  semente.

Na China, há muito tempo, sofre conseqüências sérias  o casal  que tenha mais de um filho. 

 Filhas, lá, tempos atrás, nem por decreto. Hoje estão os chineses com  um problema sério: não há mulheres suficientes para atender ao anseio de casamento dos rapazes. Falta mulher. 

Há mais homens que mulheres. 

Na Itália, na Alemanha, nos Estados Unidos, também, não é fácil nascer. 

Coisa de gente rica. Ou de economista. 

Ou até de ministro da saúde, ás vezes. Nasce muito é onde a pobreza é farta. 

Rico não quer trabalho, nem problema, nem muita gente por perto!  

Quer é gozar a vida!

Pois bem: sobre esse tempo de espera já aprendemos algumas coisas. 

É sobre essas coisas que vamos conversar um pouco hoje. Por exemplo:

1 – Reencarna o Espírito, logo depois de se haver separado do corpo, isto é,   uma encarnação pode ocorrer imediatamente após o término de outra que a antecedeu?

 (Há pouco tempo uma novela da Rede Globo de Televisão - Alma Gêmea - apresentou uma cena em que sugeria ter acontecido exatamente isso.)

– Imediatamente, não. 
Há uma impossibilidade natural. 

No período de nove meses em que o bebê está se formando no seio da mãe, o Espírito que fornece a matriz do corpo que se forma, tem que estar presente, já em condições de participar do processo; livre, portanto, dos resíduos que ainda estaria carregando da experiência anterior. 

A literatura especializada registra casos que sugerem a ocorrência de períodos muito curtos de intermissão.

 Não são comuns, mas existem.

2 – De quanto tempo podem ser esses intervalos entre uma encarnação e outra?

 Muito variados. 

Desde poucos meses até milhares de anos. 

Não há limite extremo estabelecido para esse estado de espera, que pode prolongar-se muitíssimo, mas que nunca é perpétuo. 

Cedo ou tarde, o Espírito terá que volver a uma existência apropriada  a purificá-lo das máculas de existências precedentes. 

A duração é uma conseqüência do livre arbítrio. Não há pressa. É preciso que haja o convencimento do Espírito para que ele próprio se decida a  aceitar reencarnar-se. 

Excetuam-se os casos de reencarnação compulsória, também não muito comuns.

Hernani Guimarães Andrade, examinando diversos casos de reencarnação colhidos por pesquisadores de renome internacional, e baseando-se em informações de Emmanuel, registradas no livro Roteiro, psicografado por Francisco Cândido Xavier, deduz, matematicamente, que o tempo médio de intermissão para os casos pesquisados foi de 250 anos, indicando uma média de quatro encarnações  por milênio!. Mas sugere que, com o crescimento da população encarnada, esse tempo médio, evidentemente, se tornará menor.

3 – Há alguma conotação entre “estado de erraticidade” e “inferioridade espiritual”?

 Não. Nenhuma. Dizemos que são errantes, isto é, estão na erraticidade, todos os  Espíritos que têm caminho a percorrer nas lutas da evolução. 

Somente os Espíritos puros, porque já chegaram lá, estão fora do grupo de Espíritos errantes. 

Até os Espíritos Superiores que, segundo Kardec, já atingiram a penúltima classe da escala analisada nas questões 100 e seguintes de O Livro dos Espíritos, até eles, estão na fila da reencarnação; são, pois, Espíritos errantes, também.

4 – Como se instruem os Espíritos que aguardam nova experiência            encarnatória?

– Estudando em universidades ou escolas preparatórias que, à disposição deles, existem em profusão nas cidades espirituais a que estão vinculados pela residência ou pela ocupação.

 Também aprendem observando os lugares e as pessoas aonde vão; ouvem os discursos dos homens doutos e os conselhos dos Espíritos mais elevados, o que lhes permite adquirir conhecimentos que antes não tinham.

5 – Conservam os Espíritos algumas de suas paixões?

– A morte não produz milagres. 

Os Espíritos são tais como eram quando na pele de pessoas encarnadas. 

Sujeitos a emoções, portadores de vícios e de virtudes. Os mais evoluídos se livram com facilidade dos pequenos que na matéria conduziam. 

Os inferiores, não: conservam esses vícios que muitas vezes os transformam em verdadeiras pedras de tropeço nos caminhos da invigilância.

6 – O Espírito progride na erraticidade?

– Sim. Para isso é que estudam, trabalham e praticam. Mas a comprovação desse progresso só se faz na experiência física.

7 – São felizes ou infelizes os Espíritos errantes?

– Depende da consciência de cada um. Há os felizes e há os em dificuldade. Como aqui.

8 – Afinal, como vivem?


– Em colônias espirituais construídas por eles próprios. Tais como a colônia  Nosso Lar que serviu de tema para o primeiro livro de André Luiz e através do qual aprendemos tantas coisas da vida e da organização das comunidades que acolhem Espíritos errantes já equilibrados ou a caminho  de  sua  recuperação.  (Sobre  a colonia Nosso Lar, leia o livro Cidade no Além, de Heigorina Cunha, prefaciado por André Luiz)

Mas André Luiz não é o único repórter do mundo espiritual. Inúmeros outros Espíritos, aqui e no exterior, já nos deram seguros e universais esclarecimentos sobre a vida espiritual; seus sistemas de administração, educação, saúde, segurança, disciplina, remuneração. 

Lúcia Loureiro fez trabalho sério de pesquisa em diversas obras do gênero, publicadas no Brasil ou no exterior e nos oferece seus resultados no seu importante livro Colônias Espirituais, editado por Editora Mnêmio Túlio, de São Paulo.  


ARTHUR BERNARDES DE OLIVEIRA

domingo, 16 de novembro de 2014




Doença mental ou 
doença cerebral?
Uma visão espírita

O entendimento dos transtornos “mentais” passa pela compreensão do mecanismo de reparação dos desatinos pretéritos e atuais, através da lei de causa e efeito.(1)


Ao retornar à dimensão física, a Individualidade reencarnante traz, em seu perispírito, marcas cármicas constituídas por vibrações desarmônicas, relacionadas a débitos e culpas, adquiridos em vivências anteriores. 

Essas marcas energéticas, em virtude de sua natureza cármica, irão plasmar, em seu corpo físico, regiões de fragilidade. Essas regiões encontram-se mais suscetíveis ao desenvolvimento de enfermidades que, em última análise, estarão relacionadas ao carma a que está vinculada a Individualidade. Obviamente, o surgimento dessas enfermidades depende também da conduta atual do Espírito domiciliado no plano físico.
Vejamos um exemplo: determinado Espírito comprometeu-se, em existências passadas, com o abuso de bebidas alcoólicas e cometeu falhas morais em virtude desse vício.

 Ele poderá reencarnar então com marcas nas áreas do perispírito que são responsáveis pela vitalização do aparelho digestivo.


 Essas marcas estarão criando uma predisposição ao aparecimento de enfermidades, como a gastrite crônica ou disfunções hepáticas. 


Assim, o Espírito reencarna com “pontos fracos” em seu perispírito, que determinam os órgãos que estarão mais predispostos a adoecer. Se o Espírito vai enfermar, ou não, isso dependerá, naturalmente, do estilo de vida e da conduta moral que adotar enquanto encarnado.


Conceito equivalente pode ser aplicado à gênese dos transtornos “mentais”, pois o cérebro é um órgão como outro qualquer. 

Assim, se no passado, o Espírito adquiriu débitos em virtude do mau uso de seus atributos intelecto-morais, pode criar marcas cármicas em seu perispírito na região correspondente ao cérebro. 


Ao reencarnar, trará consigo tendências a desequilíbrios químicos em seus neurotransmissores cerebrais. Se esse desequilíbrio neuroquímico se verificar, a Individualidade reencarnada poderá vir a padecer de enfermidades ditas “mentais”, como a depressão, o transtorno obsessivo-compulsivo, as fobias, a esquizofrenia etc. 


Tais doenças nada mais são do que doenças do cérebro. 


Não se tratam de doenças da mente ou do Espírito, embora sua causa seja espiritual. Se o transtorno dito “mental” estivesse radicado no Espírito, não se verificariam respostas favoráveis aos psicofármacos (medicamentos que agem reorganizando a química do cérebro).


Essa é a prova de que tais doenças estão, de fato, no cérebro, apesar da ciência atual ainda não ter recursos para perscrutar as sutis alterações que ocorrem na intimidade das células nervosas e em seus trilhões de conexões.


Ao examinar as origens da loucura, em O Livro dos Espíritos, item 375-a, Kardec reproduz o pensamento dos Benfeitores espirituais: é sempre o corpo, e não o Espírito que está desorganizado.

Entretanto, apesar das ditas doenças “mentais” serem, em verdade, doenças cerebrais, isso não significa que tudo se reduz ao cérebro. 

Pelo contrário, é o Espírito - com suas vibrações desarmônicas - que cria o desequilíbrio no cérebro, por intermédio do perispírito. Desta maneira, o Espírito não seria a sede das doenças ditas mentais, mas seria, sim, sua causa.


Importante ressaltar que, também na gênese das enfermidades “mentais”, a conduta moral do Espírito reencarnado, suas escolhas e atitudes, seu papel perante o outro e a vida têm indiscutível valor.

 Inserido, muitas vezes, em situações conflituosas, como relacionamentos desprazerosos, carência afetiva, problemas vocacionais, doenças incapacitantes, situações humilhantes ou derrocada econômica, o Espírito que não se habilita à superação das provas citadas coloca-se em situação psíquica desfavorável, que pode contribuir para o desiderato infeliz da enfermidade “mental”.


Outras vezes, a situação cármica é tão grave que tais doenças já se manifestam independentemente do concurso de fatores ambientais.  

Apresentamos abaixo um modelo que sintetiza nossas ideias:
 

Espírito com predisposições mórbidas específicas



Construção psíquica de um estado de ânimo negativo


(revolta, aflição, ódio, medo, culpa, insatisfação etc.)

Desarmonização da química cerebral
 (redução de serotonina e noradrenalina, por ex. na depressão; aumento de dopamina, por ex.  na esquizofrenia.)

Manifestação da doença “mental”
 (depressão, mania, psicoses etc.)

   Medicamentos e outras medidas terapêuticas reorganizam a química do cérebro
Recuperação plena ou parcial do equilíbrio cerebral

 Condição psíquica da entidade reencarnada define seu prognóstico futuro

(1) Colaborou neste artigo Carlos Alberto Mourão Júnior que, tal como Ricardo Baesso de Oliveira, é médico radicado na cidade de Juiz de Fora (MG).


O Consolador