sexta-feira, 10 de julho de 2015


           
Quando o cônjuge morre, o outro tem o direito 
                   de refazer sua vida sentimental? 
 
Dia desses recebi e-mail de um jovem, que assim dizia:

“Minha mãe morreu há 2 anos, meu pai, que ainda é jovem, está de paquera com uma moça... 

Mas e minha mãe? 
E o que eles viveram?
 Então ele não a amava?”

Respondi-lhe: 

Meu caro amigo, não se aflija por isso, o lugar de sua mãe no coração de seu pai é cativo. 

A história que viveram é deles, somente deles... 

O coração é elástico, quanto mais se ama mais cabe amor. 

Não é o fato de ele querer refazer a vida sentimental que o fará se esquecer de sua mãe. 

Não se preocupe com isso. 

Ademais, ele tem todo o direito de buscar a felicidade e não nos cabe podar as iniciativas dos outros que querem encontrar seu lugar ao sol. 

Sejamos benevolentes e apoiemos as pessoas em busca de sua felicidade. 

Abençoe seu pai e seu novo relacionamento. 

Vou lhe confessar algo: 

Também passei por isso. 

Minha mãe se foi e meu pai arrumou outra companheira. 

Foi a melhor coisa que aconteceu. 

Pessoa de ótimo caráter trouxe outra família para brindar a vida com a nossa. 

Pense nisso e seja feliz...

O Espiritismo trata com muita propriedade dos temas que inquietam o coração das pessoas.

 Basta que o estudemos para constatar que ele pode, realmente, responder a várias indagações da alma.

Ele nos mostra que ninguém é de ninguém, que somos Espíritos em evolução e em busca da felicidade.

 Sabedores de que o Espírito não morre e continua sua jornada na vida além-túmulo, naturalmente não morre o amor que sentimos pelos outros e os outros por nós. 

Em assim sendo, é razoável refletir que quando algum ente querido deixa este plano é perfeitamente aceitável que não cultivemos o sofrimento contínuo e nos abramos para um amor que poderá surgir.

Caso surja, vamos vivê-lo. 

Por que não?

Até porque a ideia de metade eterna é fantasia e não estamos fadados a viver com alguém pela eternidade.

Já tivemos, pelas inúmeras andanças, inúmeros companheiros e companheiras de jornada e o fato de termos nos relacionado com outros não apaga a nossa história com quem quer que seja.
Sim, somos seres que têm uma história!

E, por isso, quem nos ama deverá nos respeitar; respeitar nossas escolhas e querer nos ver bem e feliz.

Ilustrativa é a história do Espírito de André Luiz que, no plano dos Espíritos, ao saber que sua ex-companheira consumara matrimônio, sente uma ponta de ciúmes, mas depois reflete e percebe que o amor é sentimento que não pode conhecer exclusividade.

Reconhece-se o verdadeiro espírita pelos esforços que faz para domar suas más inclinações. 

Foi o que fez André Luiz: controlou-se.

A vida na Terra já não é “bolinho”. 

Se formos nos preocupar em podar a felicidade dos outros e querer anular a vida alheia porque a morte do corpo físico visitou nossa família, iremos complicar ainda mais a situação.

Vida mais leve, mais tranquila, certeza na imortalidade, menos cobrança e fé no futuro...

Isso o Espiritismo nos ensina, por isso é uma doutrina consoladora, e cabe-nos divulgá-la sempre...

Pensemos nisso.

Wellington Balbo  -  O consoldor