Espíritas: estudar, por quê?
“Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram.”
O Espírito da Verdade. (Paris, 1860).
“Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram.”
O Espírito da Verdade. (Paris, 1860).
Aprendemos, logo ao adentrarmos os portões do conhecimento Espírita, que a Doutrina nada mais é do que o pagamento de uma promessa, feita, há dois mil anos, pelo governador de nosso Planeta: Jesus.
Trata-se do fenômeno
conhecido como “O Consolador”, comentado pelo Mestre e registrado pela pena do
apóstolo João, alguns anos depois: "Se me amais, guardai meus
mandamentos.
E rogarei a meu Pai e ele vos dará outro Consolador, a fim de que
fique eternamente convosco: o Espírito da Verdade que o mundo não pode receber,
porque não o vê e absolutamente não o conhece. Mas, quanto a vós,
conhecê-lo-eis, porque ficará convosco e estará em vós" (João, 14:15 a
17).
Em meados do século
XIX, quando a humanidade já se encontrava em condições de recebê-lo e
compreendê-lo, iniciaram-se vários fenômenos singulares nos cafés da França.
Mesas giravam, ‘sozinhas’, respondendo questões propostas pelos visitantes,
numa verdadeira apresentação do Além, que buscava, através dos fenômenos que
feriam os sentidos, chamar a atenção das pessoas para algo muito mais grandioso
do que até então se imaginara.
Muito do que há entre ‘o céu’ e a Terra, foi
revelado durante tais contatos. Então, aos dezoito dias do mês de abril de
1857, surgiu para a humanidade a Terceira Revelação, ditada pelos Espíritos e
organizada pelo professor francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, nosso querido
Allan Kardec.
Temos, portanto, no
Consolador, uma vontade, uma programação, um planejamento da Espiritualidade
Superior. Jesus desejou que recebêssemos tais informações e estas nos chegaram,
límpidas, claras, objetivas e lógicas.
Na obra viga mestra -
verdadeiro tratado filosófico que recebeu o nome de O Livro dos Espíritos -
podemos encontrar, divididos em quatro grandes módulos, questões e apontamentos
sobre o Criador, sobre a natureza da criatura, as relações destas criaturas com
o meio e os resultados de tais interações, com encadeamento lógico,
estruturado, repleto de racionalidade e objetivos bem definidos.
Proposta
fundamental
Uma das exortações
feitas pelo Consolador, ou Espírito da Verdade, durante suas revelações a
Kardec, destacamos no início deste artigo. Pediu-nos Ele que nos amássemos e
nos instruíssemos.
Em seguida, comenta que aquilo que Jesus nos ensinou é a
Verdade, mas que deturpamos tais conceitos, tendo como resultado o que vimos ao
longo de nossa própria história.
Ou seja, devido à falta de amor e de estudo, o
cristão adulterou o cristianismo, causando imensos prejuízos à humanidade.
Meditemos mais, pois,
nesta exortação.
Num primeiro momento,
pede-nos que nos amemos.
Podemos concluir, portanto, que precisamos aprender a
nos suportar uns aos outros, nos compreender, e, acima de tudo, nos ajudar,
mutuamente, com verdadeiro espírito fraternal.
Parece-nos que, embora ainda não
tenhamos conseguido colocar em prática esta parte da proposta em toda a sua
pujança, já compreendemos a sua necessidade e temos nos esforçado neste
sentido.
Tanto que, na maior parte das Casas Espíritas, o bom convívio se faz
presente, a ajuda aos desafortunados do mundo é constante, com as mais diversas
formas de ajuda material.
Entretanto, quando analisamos a prática da segunda parte, proposta na mesma frase, percebemos que nem sempre existe uma consciência sobre tal necessidade, muito menos de que a primeira parte da evocação depende, diretamente, da segunda e que a segunda, por sua vez, depende, totalmente, da primeira.
Entretanto, quando analisamos a prática da segunda parte, proposta na mesma frase, percebemos que nem sempre existe uma consciência sobre tal necessidade, muito menos de que a primeira parte da evocação depende, diretamente, da segunda e que a segunda, por sua vez, depende, totalmente, da primeira.
Explico-me.
O uso da razão, dos
conhecimentos doutrinários, é que norteará a expressão do amor, impulsionando-o
para a realização de forma plena, segura e eficaz.
Um exemplo simples,
para auxiliar-nos na compreensão do que afirmo:
Chega a informação, para certo
espírita, de que determinada pessoa está às voltas com problemas emocionais,
ouvindo vozes e vendo vultos pela casa, apresentando episódios de terror, com
profundos desequilíbrios psíquicos.
Com muito ‘amor’, aproxima-se o tarefeiro
da Casa Espírita, propondo àquele que sofre estes revezes, o exercício da
mediunidade e coloca-o, de imediato, como participante das tarefas de
intercâmbio com o além.
E afirma:
“Isso é mediunidade, tenha certeza. Basta
que comece a trabalhar, que desenvolva seu dom, para que cessem os problemas”.
Ledo engano. Reflexo da falta de estudo. Apesar de estar munido da melhor das
intenções, devido ao fato de não conhecer bem os pressupostos básicos do
Espiritismo, talvez acabe por encaminhar a pessoa em desequilíbrio a problemas
ainda maiores.
“A mediunidade em si
é uma faculdade neutra, que não tem qualquer conexão com os desajustes físicos,
mentais e espirituais da criatura. Estes surgem por motivos específicos, e
requerem o tratamento médico, psicológico ou espírita adequado ao caso.
Somente
após seu retorno à normalidade é que o companheiro poderá vir a participar,
como médium, dos trabalhos mediúnicos, se a faculdade surgir espontaneamente.
No caso de desequilíbrios mentais e/ou espirituais, o exercício mediúnico não
pode nunca ser iniciado, ou continuado.
Um médium nessas condições não poderá
contribuir positivamente com nada, além de gerar problemas para o grupo,
inclusive facilitando a atuação de Espíritos interessados na instalação da
desarmonia, dos melindres, das suspeitas, do enregelamento das relações entre
os membros” (CHIBENI, 1995).
*grifos nossos.
Falta-lhe, pois, [ao
tarefeiro em questão] debruçar-se sobre as Obras Básicas, para delas absorver o
conhecimento necessário sobre este e tantos outros temas que fazem parte de
nosso cotidiano.
Amor sem conhecimento é
como um facho de luz sem direção inteligente.
Tanto pode iluminar os caminhos
como ser abruptamente eclipsado pela barreira da ignorância, deixando de atuar
dentro de suas potencialidades.
O verdadeiro amor educa, eleva, promove autonomia,
amadurecimento. E, para tanto, precisa da razão como bússola.
Por outro lado, a
inteligência necessita do amor para ser útil, ética e sublime.
Ferramenta
preciosa, deve ser usada para o bem, pois que, sem o amor, a inteligência se
perde na escuridão da vaidade e do egoísmo.
Ainda dentro dos
conceitos espíritas, aprendemos que todos tendemos à perfeição, e, para que tal
objetivo se cumpra, precisaremos desenvolver tais aspectos complementares: o
amor e o conhecimento.
A Sabedoria nada mais é
que a inteligência revestida de amor, ou ainda podemos situá-la como sendo o
amor guiado pela Inteligência.
Tipos
de Caridade
Outro ponto que
desejamos destacar está na concepção sobre o significado e abrangência da
palavra ‘caridade’.
Muitos espíritas, apoiados na exortação de Kardec, que
afirmou, categoricamente, que fora da caridade não há salvação, consideram a
necessidade de ajuda material ou moral a todas as criaturas, atendendo aos
necessitados que batem à sua porta, seja através de alimentos, roupas, utensílios,
diálogo amoroso, ajuda com documentações etc. Belo e importante trabalho, que
deve continuar sendo realizado da melhor forma possível.
Esquecem-se, porém, de
que esta [a caridade] é ainda mais ampla, abrangendo outro aspecto, tão
importante quanto os anteriores.
Devemos realizar caridade material, claro,
assim como devemos realizar a caridade moral, nos suportando, nos ajudando nas
questões ligadas ao emocional, nos diversos setores da vida.
Entretanto, a caridade
envolve um aspecto importantíssimo do desenvolvimento humano, relacionado à
instrução.
Esta faceta da caridade pode ser classificada, segundo as palavras
de Jesus, como sendo ‘o pão para o Espírito’.
Desenvolver e praticar
esta caridade é, antes de tudo, exercício de inteligência aliada ao amor.
*
Conhecer, compreender e
manter a mensagem enviada por Jesus à Terra em sua forma original, respeitando
suas diretrizes, inclusive no que se refere à progressão dos conhecimentos
relacionados, é compromisso de todo espírita-cristão, sendo grande sua responsabilidade
diante do manancial de informações contidas dentro da Doutrina Espírita.
Compromissos
do Espírita-Cristão
Podemos, portanto,
relacionar, de forma sucinta, três grandes compromissos assumidos pelo
Espírita, diante de Deus e de Jesus:
a) Compromisso com a Doutrina:
Não
conseguiremos manter, proteger e divulgar com responsabilidade uma Doutrina se
não conhecermos sua base, seu conteúdo.
Numa analogia bastante simples, podemos
comparar com certa pessoa que segue em direção ao aeroporto para receber
alguém, com o compromisso de protegê-lo e encaminhá-lo até que chegue a seu
destino, neste país.
Porém, chegando lá, percebeu que não sabia como era tal
pessoa, não conhecia seu nome completo e sequer estudara o caminho que deveria
usar para levá-la a seu destino, em segurança. Impossível realizar tal missão
com sucesso.
Urgente que estudemos a
Doutrina com seriedade! Tal atitude é demonstração de respeito, de amor, de
importância a Jesus, à Sua mensagem e ao empenho de seus tarefeiros.
Divulgá-la, de forma responsável, é dever de todos nós, sob risco de cometermos
os mesmos erros já ocorridos com a Doutrina trazida pelo próprio Cristo, há
dois mil anos.
Admitir a progressão
doutrinária apenas através de obras confiáveis, que caibam dentro do método
proposto por Kardec [o CUEE], faz parte deste contexto de infinita importância.
Logo mais tornaremos a falar a respeito.
b) Compromisso com sua melhora íntima:
"Fé inabalável é aquela que pode encarar a razão face a face, em todas
as épocas da humanidade" – esclarece Allan Kardec.
E continua: "A
fé raciocinada que se apoia nos fatos e na lógica não deixa qualquer
obscuridade: crê-se, porque se tem certeza e só se está certo quando se
compreendeu" (KARDEC, 1861).
Portanto, crer com propriedade, depende,
invariavelmente, de se conhecer, racionalmente, o objeto de sua crença.
Alterar
o que não vai bem em nós, abrindo mão de vícios, abastecendo-nos de virtudes –
a tão famosa reforma interior – só se concretiza, em toda a sua plenitude, se
sabemos o porquê precisamos mudar, em que tempo e de que forma.
“No caminho
da evolução é imprescindível passarmos pela esquina do autoconhecimento.”
(GELERNTER, 2011). Precisaremos nos reconhecer no mundo, em nós mesmos, em
nossas relações interpessoais, para, então, conseguirmos avaliar as mudanças
que precisam ser realizadas.
c) Compromisso com o próximo: Ninguém
chega a Deus se não for através de Suas criaturas.
Portanto, sem as relações
humanas, não há evolução.
É através da tessitura das relações que conseguiremos
dar os passos necessários, exercitando o amor progressivamente, vida após vida,
num continuummaravilhoso, repleto de oportunidades oferecidas pelo
Criador.
Todo espírita-cristão deve ter em sua mente que, independentemente da
experiência que esteja vivendo, precisará buscar desenvolver em si aquilo que
chamaremos de ‘postura do mestre’:
ensinar e praticar aquilo que ensina, amando
e ajudando as pessoas em seu desenvolvimento individual, ao mesmo tempo em que
trabalha, incessantemente, por seu próprio desenvolvimento. Neste sentido,
utilizando-se de tom fraternal, explica-nos Emmanuel:
“se abraçaste, meu
amigo, a tarefa espiritista-cristã, em nome da fé sublimada, sedento de vida
superior, recorda que o Mestre te enviou o coração renovado ao vasto campo do
mundo para servi-Lo.
Não só ensinarás o bom caminho. Agirás de acordo com os
princípios elevados que apregoas” (EMMANUEL, p. 371).
Deve, todo aquele que
se diz espírita, praticar o Espiritismo, o verdadeiro cristianismo redivivo na
Casa Espírita, contribuindo pelo progresso do Planeta, saindo de ideias
rudimentares dos cultos exteriores para os cultos interiores.
Deve, ainda,
saber como receber os neófitos, como prestar o melhor atendimento fraterno, sem
confusões doutrinárias, sendo, portanto, imprescindível [mais uma vez
repetimos] estudar os preceitos básicos do Espiritismo.
O que estudar?
O que estudar?
Toda a construção de
novos conhecimentos dentro de disciplinas preexistentes, parte, essencialmente,
de certos axiomas, certos pontos fundamentais, apresentados por teóricos
sérios, que se tornam, devido a seu esforço, responsabilidade e seriedade,
clássicos da área em questão.
Einstein tornou-se um clássico da Física
Quântica; Freud, da Psicanálise; Commenius, da Pedagogia, e assim por diante.
Para construirmos novos conhecimentos dentro das ciências destacadas,
necessitamos repassar conceitos primevos, trazidos por estes expoentes.
Pois bem:
O Espírito de
Verdade, sendo o Consolador prometido por Jesus, é o clássico da Doutrina
Espírita, em conjunto com sua equipe espiritual e Allan Kardec que, deste lado
da vida, organizou, codificou os conhecimentos, dando enorme contribuição à
Doutrina com seus comentários lúcidos, pertinentes.
Portanto, nossos primeiros
passos dentro do estudo espírita devem ser em torno das Obras Básicas, sendo
que estas mesmas obras devem ser reestudadas ao longo de toda a encarnação do
estudante, sendo este um eterno aprendiz.
Ousamos comentar que o Espiritismo
assemelha-se muito mais com o cordão que liga todas as contas do colar dos
saberes humanos do que mais uma das contas.
Precisaremos estudá-lo, por sua
grandiosidade a abrangência, ininterrupta e sistematicamente, ao longo de todos
os anos em que habitarmos o Planeta, e, certamente, após a nossa desencarnação.
Não apenas para podermos contribuir com sua manutenção e propagação responsável
dos conhecimentos, mas também para que possamos utilizá-los em proveito próprio
e por toda a Humanidade.
André Luiz, diante
deste tema, comenta que devemos
"consagrar diariamente alguns minutos à
leitura de obras edificantes, esquecendo os livros de natureza inferior, e
preferindo, acima de tudo, os que, por alimento da própria alma, versem temas
fundamentais da Doutrina Espírita. Luz ausente, treva presente. (...) Digerir
primeiramente as obras fundamentais do Espiritismo, para entrar em seguida nos
setores práticos, em particular no que diga respeito à mediunidade. Teoria
meditada, ação segura. Disciplinar-se na leitura, no que concerne a horários e
anotações, melhorando por si mesmo o próprio aproveitamento, não se cansando de
repetir estudos para fixar o aprendizado. Aprende mais, quem estuda
melhor" (LUIZ, A, 1978).
Conjuntamente, podemos
nos enriquecer com os conteúdos existentes em obras complementares confiáveis,
por serem verdadeiros manuais sobre Espiritismo a nos facilitar o entendimento,
ampliando as revelações, de acordo com o método CUEE, anteriormente citado, que
nada mais é do que o uso da razão em novas questões apresentadas por médiuns
diversos [e idôneos], todas elas contendo os mesmos ensinamentos, assinadas por
determinados Espíritos que se manifestaram através destes. Tais obras, para que
sejam consideradas complementares, devem ser, concomitantemente, coerentes com
os axiomas da Doutrina, lógicas, racionais, sendo que sua linguagem, seu estilo
deve ser “elegante, instrutivo, lúcido, pacificador, consolador,
moralizante e respeitador”. (PEREIRA, p. 28).
Caso alguma
informação nos chegue que não esteja de acordo com os pressupostos acima
mencionados, não deve ser acatada como conhecimento Espírita, sendo de
responsabilidade do divulgador esclarecer aos neófitos sobre este escolho,
comum na atualidade, que tantos prejuízos tem trazido à saúde da propagação e
manutenção doutrinária.
Como
estudar?
Disciplinando o uso do
tempo: Emmanuel, o orientador mediúnico de Chico Xavier, quando se apresentou
pela primeira vez ao grande médium brasileiro, foi enfático, pronunciando as
três regras básicas, necessárias para que Chico pudesse exercer seu mandato
mediúnico com sucesso.
Disse ele: “Disciplina, disciplina, disciplina”.
Na esperança de termos
conseguido clarificar o leitor quanto à importância dos estudos para o
espírita-cristão, seguimos o raciocínio, salientando sobre a
imprescindibilidade da disciplina nas questões do estudo, aproveitando-se, da
melhor maneira, do tempo sagrado que nos é concedido.
Sabemos que a realização de determinadas atividades em nosso cotidiano depende do quanto de tempo temos para nos dedicarmos a elas.
Sabemos que a realização de determinadas atividades em nosso cotidiano depende do quanto de tempo temos para nos dedicarmos a elas.
Entretanto, não é menos
verdadeiro que o tempo estará fatiado de acordo com nossas prioridades.
Temos,
num dia, 1440 minutos. Se consagrarmos 40 minutos, diariamente, aos estudos,
estaremos utilizando apenas 3% do total.
Somados, estes 40 minutos resultarão
em preciosas 240 horas ao ano, utilizadas com sabedoria. Significativo empenho
em benefício do ser, do próximo e da própria Doutrina.
Podemos ainda, a titulo
de modesto auxilio, destacar alguns hábitos saudáveis no campo dos estudos
espíritas:
a) A prática do Evangelho
no Lar, uma vez na semana, em dia e horário
pré-determinado, além de trazer proteção ao lar, colabora eficazmente para a
manutenção do equilíbrio dos familiares. Encontro marcado com Benfeitores
Espirituais é compromisso com o bem, resultando em harmonia íntima e do grupo
que ali se reúne.
b) O estudo dentro da Casa
Espírita, uma vez na semana,
como exercício de troca e absorção dos conhecimentos doutrinários. Respondendo
a relevante pergunta a este respeito, o Espírito Emmanuel esclarece que “tanto
para os jovens como para os adultos o estudo em grupo é o mais eficiente, até
porque não podemos nos esquecer que, na base do Cristianismo, o próprio Jesus
desistiu de agir sozinho, procurando agir em grupo. Ele reconheceu a sua missão
divina, constituiu um grupo de doze companheiros para debater os assuntos
relativos à doutrina salvadora do Cristianismo, que o Espiritismo hoje restaura,
procurando imprimir naquelas mentes, vamos dizer, todo o programa que ainda
hoje e' programa para nossa vida, depois de quase vinte séculos. Programa de
vivência que nós estamos tentando conhecer e tanto quanto possível aplicar na
Doutrina Espírita, no campo de nossas lides e lutas cotidianas" (EMMANUEL).
c) A oração com leitura de
pequeno trecho de teor elevado, em todas as manhãs e
todas as noites, tranquiliza a mente, promove reflexões e lucidez para os
embates do dia, servindo, ainda, de preparação para o desdobramento do
Espírito, durante o descanso do corpo. Cabe a cada um a melhor organização de
seu tempo no aproveitamento das horas para este mister. Muitas outras
possibilidades existem, sendo todas elas de grande valor para o espírita
responsável, ciente de seus deveres diante de si e do mundo.
Lembremos ainda que a
função principal da Casa Espírita é a de auxiliar a humanidade através de
estudos constantes, ofertando campo de trabalho, facilitando o amadurecimento
do indivíduo e das sociedades.
Neste sentido, recordemos a salutar advertência
do Espírito Batuíra, quando nos informa que “toda congregação espírita na
Terra tem como finalidade maior esclarecer pelo estudo, promover o
amadurecimento emocional pelo trabalho e desenvolver as virtudes em potencial.
Eis a atividade prudente e prioritária dos aprendizes do Evangelho. A ação
caritativa e a boa vontade do Movimento Espírita prestam inestimáveis serviços
à sociedade e ao Estado, conquanto não devam assumir de maneira simplista e com
espírito salvacionista as funções do serviço social, que cabe à administração
pública”
(na obra ‘Conviver e Melhorar’). *grifos nossos.
Finalizando nossos
apontamentos, agradecemos vossa atenção até aqui. Sabemos que este tema não é
tão popular quanto tantos outros, que por si só chamam a atenção de muitos,
como por exemplo, as curas espirituais.
Entretanto, sabemos que estudar também
é medida profilática nas questões da saúde, uma vez que o saber é a antessala
do fazer. Na esperança de ter contribuído com algo, despeço-me, realmente
agradecida.
"Portanto, meus
amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor,
sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor." Paulo (1
Coríntios 15:58).
Referências Bibliográficas:
CHIBENI, S., Noções
Básicas da Mediunidade, artigo disponível no site Portal do Espírito, acessado
através do endereço:
www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/mediunidade/nocoes-de-mediunidade.html,
em 01 de junho de 2011.
CRISTIANO, E./ pelo
Espírito de Yvonne Pereira; A Pena e o Trovão; A Importância do Conhecimento
Espírita; Campinas, SP, Ed. Allan Kardec, 2010.
GELERNTER, C. A Fala e
a Escrita Espírita: Uma Reflexão, artigo disponível no site Proseando, através
do link: http://claudiagelernter.blogspot.com/2011/05/fala-e-escrita-espirita-uma-reflexao.html,
acessado em 01 de junho de 2011.
NETO, F.E.S., Conviver
e Melhorar, pelo Espírito Batuíra, Ed. Boa Nova, 1999.
JOÃO, Apóstolo, Novo
Testamento, 14:15 a 17.
KARDEC, A. O Evangelho
segundo o Espiritismo, Advento do Espírito da Verdade, Tradução Guillon
Ribeiro. 3ª Edição. Rio de Janeiro: FEB. 1994.
__________ O Livro dos
Espíritos. Tradução Evandro Noleto Bezerra. Edição Especial. Rio de Janeiro:
FEB. 2006.
XAVIER, F. C. Pão
Nosso, lição Crê e Segue, pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: FEB, 24ª
edição, 2004.
XAVIER, F. C.; VIEIRA,
W. Conduta Espírita. 6ª. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1978.
XAVIER, F.C.; A terra e
o Semeador, 6ª. ed., Rio de Janeiro: FEB, 1975.
CLAUDIA GELERNTER