quarta-feira, 28 de março de 2012


Erraticidade
São errantes, isto é, estão na erraticidade,
todos os Espíritos que têm caminho a
percorrer nas lutas da evolução
Erraticidade é o nome que adotamos para indicar o tempo que o Espírito, terminada uma experiência encarnatória, aguarda para reencarnar-se de novo.  Significa período de tempo entre uma existência que terminou e outra que  se estará  iniciando. Não se refere a lugar, mas a tempo. Alguns metapsiquistas importantes, estudiosos da reencarnação, utilizam o termo intermissão, em vez de erraticidade. O Espírito, durante esse tempo, não está à toa. Ele está vivendo sua vida normal de espírito. Está estudando, preparando-se, aprendendo, convivendo com outros Espíritos enquanto a hora do novo mergulho na  carne não chega. Dizemos, portanto que todos os Espíritos sujeitos a novas encarnações –  reencarnações, portanto,  aguardam-nas na chamada erraticidade. Erraticidade é, portanto, tempo de espera. Seria a “fila da reencarnação”. E é uma senhora fila. Sobretudo hoje, quando os casais se recusam, insistentemente, a dar acolhida aos filhos que querem nascer. 
Na França, por exemplo, havia o risco de os franceses desaparecerem do mapa. Mulher francesa ter filhos?! Nem pensar! De repente, o governo de lá viu que devia fazer alguma coisa. E ofereceu incentivo às mães que resolvessem abrir a porta da fecundação. Era necessário que nascessem novos bebês, senão, do povo francês, não restaria nem  semente.
Na China, há muito tempo, sofre conseqüências sérias  o casal  que tenha mais de um filho.  Filhas, lá, tempos atrás, nem por decreto. Hoje estão os chineses com  um problema sério: não há mulheres suficientes para atender ao anseio de casamento dos rapazes. Falta mulher. Há mais homens que mulheres. 
Na Itália, na Alemanha, nos Estados Unidos, também, não é fácil nascer. Coisa de gente rica. Ou de economista. Ou até de ministro da saúde, ás vezes. Nasce muito é onde a pobreza é farta. Rico não quer trabalho, nem problema, nem muita gente por perto!  Quer é gozar a vida!
Pois bem: sobre esse tempo de espera já aprendemos algumas coisas. É sobre essas coisas que vamos conversar um pouco hoje. Por exemplo:
1 – Reencarna o Espírito, logo depois de se haver separado do corpo, isto é,   uma encarnação pode ocorrer imediatamente após o término de outra que a antecedeu? (Há pouco tempo uma novela da Rede Globo de Televisão - Alma Gêmea - apresentou uma cena em que sugeria ter acontecido exatamente isso.)
Imediatamente, não. Há uma impossibilidade natural. No período de nove meses em que o bebê está se formando no seio da mãe, o Espírito que fornece a matriz do corpo que se forma, tem que estar presente, já em condições de participar do processo; livre, portanto, dos resíduos que ainda estaria carregando da experiência anterior. A literatura especializada registra casos que sugerem a ocorrência de períodos muito curtos de intermissão. Não são comuns, mas existem.
2 – De quanto tempo podem ser esses intervalos entre uma encarnação e outra?
Muito variados. Desde poucos meses até milhares de anos. Não há limite extremo estabelecido para esse estado de espera, que pode prolongar-se muitíssimo, mas que nunca é perpétuo. Cedo ou tarde, o Espírito terá que volver a uma existência apropriada  a purificá-lo das máculas de existências precedentes. A duração é uma conseqüência do livre arbítrio. Não há pressa. É preciso que haja o convencimento do Espírito para que ele próprio se decida a  aceitar reencarnar-se. Excetuam-se os casos de reencarnação compulsória, também não muito comuns.
Hernani Guimarães Andrade, examinando diversos casos de reencarnação colhidos por pesquisadores de renome internacional, e baseando-se em informações de Emmanuel, registradas no livro Roteiro, psicografado por Francisco Cândido Xavier, deduz, matematicamente, que o tempo médio de intermissão para os casos pesquisados foi de 250 anos, indicando uma média de quatro encarnações  por milênio!. Mas sugere que, com o crescimento da população encarnada, esse tempo médio, evidentemente, se tornará menor.
3 – Há alguma conotação entre “estado de erraticidade” e “inferioridade espiritual”?
Não. Nenhuma. Dizemos que são errantes, isto é, estão na erraticidade, todos os  Espíritos que têm caminho a percorrer nas lutas da evolução. Somente os Espíritos puros, porque já chegaram lá, estão fora do grupo de Espíritos errantes. Até os Espíritos Superiores que, segundo Kardec, já atingiram a penúltima classe da escala analisada nas questões 100 e seguintes de O Livro dos Espíritos, até eles, estão na fila da reencarnação; são, pois, Espíritos errantes, também.

4 – Como se instruem os Espíritos que aguardam nova experiência            encarnatória?

Estudando em universidades ou escolas preparatórias que, à disposição deles, existem em profusão nas cidades espirituais a que estão vinculados pela residência ou pela ocupação. Também aprendem observando os lugares e as pessoas aonde vão; ouvem os discursos dos homens doutos e os conselhos dos Espíritos mais elevados, o que lhes permite adquirir conhecimentos que antes não tinham.
5 – Conservam os Espíritos algumas de suas paixões?
A morte não produz milagres. Os Espíritos são tais como eram quando na pele de pessoas encarnadas. Sujeitos a emoções, portadores de vícios e de virtudes. Os mais evoluídos se livram com facilidade dos pequenos que na matéria conduziam. Os inferiores, não: conservam esses vícios que muitas vezes os transformam em verdadeiras pedras de tropeço nos caminhos da invigilância.
6 – O Espírito progride na erraticidade?
Sim. Para isso é que estudam, trabalham e praticam. Mas a comprovação desse progresso só se faz na experiência física.
7 – São felizes ou infelizes os Espíritos errantes?
Depende da consciência de cada um. Há os felizes e há os em dificuldade. Como aqui.
8 – Afinal, como vivem?
Em colônias espirituais construídas por eles próprios. Tais como a colônia  Nosso Lar que serviu de tema para o primeiro livro de André Luiz e através do qual aprendemos tantas coisas da vida e da organização das comunidades que acolhem Espíritos errantes já equilibrados ou a caminho  de  sua  recuperação.  (Sobre  a colônia
Nosso Lar, leia o livro Cidade no Além, de Heigorina Cunha, prefaciado por André Luiz.)
Mas André Luiz não é o único repórter do mundo espiritual. Inúmeros outros Espíritos, aqui e no exterior, já nos deram seguros e universais esclarecimentos sobre a vida espiritual; seus sistemas de administração, educação, saúde, segurança, disciplina, remuneração. Lúcia Loureiro fez trabalho sério de pesquisa em diversas obras do gênero, publicadas no Brasil ou no exterior e nos oferece seus resultados no seu importante livro Colônias Espirituais, editado por Editora Mnêmio Túlio, de São Paulo.