segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

                                            Quem quer ser feliz?

A felicidade é um anseio básico da humanidade. 

A questão, portanto, não é perguntar quem quer ser feliz, mas o que é a felicidade?

Se, porém, a resposta para a primeira indagação é quase automática, as palavras para responder a segunda tendem a vir mais vagarosamente. 

Isto porque, como dizia Sêneca, não é fácil descobrir o que torna a vida feliz, pois quanto mais se procura a felicidade, mais dela se afasta.

 Sendo que - completa o pensador em seu pequeno opúsculo sobre a temática -, quanto maior a pressa, maior o erro e maior a distância a percorrer.

 Para otimizar esta busca, pois, é interessante lançar mão de algumas reflexões.

Sócrates, por exemplo, através do que conhecemos pelas palavras de Platão, ensinava que a maior de todas as felicidades é o conhecimento das essências e das verdades puras.

Em consonância com a visão socrática, e tendo em vista que o Evangelho de Jesus é um manancial de consolações e de promessas de uma alegria mais duradoura e profunda, a qual não seria deste mundo ainda, o Espiritismo ensina que a felicidade absoluta é patrimônio dos Espíritos puros que conseguiram adentrar no conhecimento das essências proclamado pelo filósofo.

Apesar disto, o ser dispõe da possibilidade de ser feliz relativamente, de acordo com o seu grau evolutivo.

Devendo, inclusive, buscar ativamente este estado. Entretanto, esta busca não se deve dar por meio de processos externos.

Ao contrário, ela está baseada:

1) na posse do necessário à subsistência do corpo;

 2) na consciência moral tranqüila; 

 3) e, em a fé no futuro.

Sem o básico para a manutenção do corpo, o indivíduo padece de condições para pensar em outras coisas além da própria sobrevivência.

Mas, por outro lado, os excessos de variadas ordens, inclusive financeiros, não são capazes de comprar a alegria, já que não logram preencher o interior do ser.

 Garantido, desse modo, o mínimo para manter a saúde física e mental, ser feliz não é uma questão de ter ou de não ter, mas passa pela capacidade de se empregar utilmente o que se possui e de não se desesperar por aquilo que, apesar de não ser possuído, igualmente não é imprescindível.

Com a consciência em paz, pode-se obter a tranquilidade almejada. A angústia pelos acontecimentos passados se dirime. 

O medo das incompreensões se esvai. E o orgulho pelas bajulações não se gera.

De igual modo, a fé tem papel crucial na conquista do ser feliz.

 Utilizando-se de comparações, pode-se dizer que ela é o “pulo do gato” na receita da vida; é a tábua final que liga a ponte construída pela razão entre a ignorância e a plenitude; é o detalhe último na alegoria da existência. Com ela, a ansiedade pelo futuro incerto se apequena.

Para a Doutrina Espírita, portanto, a felicidade é uma finalidade, mas de igual maneira é um meio pelo qual se deve buscar viver; sem lançar mão da necessidade das posses; sem se deixar ficar na angústia pelo passado; sem se deixar avolumar na ansiedade com relação ao futuro..., mas, ao contrário, procurando fazer esta construção no maravilhoso momento do hoje e do possível.


Leonnardo Machado -  o consolador