domingo, 28 de dezembro de 2014

A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO

 – Por que o trabalho é imposto ao homem?  "É uma consequência da sua natureza corpórea.

 É uma expiação e, ao mesmo tempo, um meio de aperfeiçoar a sua inteligência. Sem o trabalho, o homem permaneceria na infância intelectual...” (Questão 676, de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec.)


É inegável a força do trabalho.

O homem precisa trabalhar por uma série de razões, mas duas delas se destacam: a obtenção de recursos para a sua sobrevivência e o desenvolvimento da inteligência.

A criatura saudável e em perfeitas condições jamais poderá se tornar um peso econômico para a sociedade. 

Trabalhando conseguirá se manter sem onerar a vida do próximo e causar incômodos à sociedade em que vive. 

Além disso, ao desenvolver suas atividades no labor, exercita a mente promovendo progresso intelectual, indispensável ao aprimoramento moral, que todos buscamos.

Dentro do contexto evolutivo em que mourejamos, manter a mente ociosa é um enorme risco, pois que ainda temos imensas dificuldades em lidar com os nossos pensamentos. 

Mente desocupada de coisas úteis é porta que se abre aos convites do que não é digno e nem nobre.

Sendo o trabalho toda ocupação útil, não podemos olvidar a nossa posição de cocriadores no universo. 

Enquanto laboramos exercitamos o nosso campo mental e contribuímos para o progresso da Terra, que urgentemente precisa sair da condição de mundo de expiações e provas, subindo para a posição de mundo regenerador.

Não importa a dimensão do nosso trabalho, o quanto produzimos, a abrangência das nossas ações, importa sim que façamos alguma coisa, dentro das possibilidades que temos, segundo os nossos limites, mas não cruzemos os braços ante a quantidade de serviço que espera por execução.

Os mais fortes têm a obrigação fraternal de trabalhar ajudando aos mais fracos, os mais ricos têm o dever de laborar em favor dos mais pobres, os influentes devem agir sempre pensando naqueles que vivem no anonimato e os poderosos jamais poderão olvidar os irmãos que caminham pela vida desprovidos de coragem e determinação.

Cada ser humano na Terra tem a sua finalidade e importância. Nenhuma criatura é destituída de valores. O mundo precisa do trabalho de todos, pois que a junção dos esforços redundará na formação de uma sociedade mais justa, fraterna e humana.

Crianças abandonadas seguem pela vida esperando um gesto de carinho e afetividade; jovens sem oportunidades perambulam pelas vielas sombrias das incertezas quanto ao futuro; muitas famílias vivem na carência material sem o mínimo necessário para a sobrevivência dos seus membros; mães se afligem ao verificar o fogão sem lume e a panela vazia; doentes desprovidos de recursos financeiros gemem de dor ao nosso redor e idosos infelizes lamentam a solidão em que vivem.

Como podemos perceber, a seara é enorme e são inúmeros os problemas a serem contornados, no entanto, os trabalhadores não são tantos. 

Foi então que o mestre Jesus sentenciou; “meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também (Jesus-João, 5:17)”, deixando nítida a necessidade da participação de cada criatura no campo do trabalho, para juntos construirmos a sociedade dos nossos sonhos.

Observemos, então, as nossas forças, as nossas potencialidades, os nossos talentos e saiamos a trabalhar destemidamente, cumprindo assim os nossos deveres.

Reflitamos...                                 



WALDENIR APARECIDO CUIN

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

A arte de ser feliz
 
O que é a felicidade?

Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, pode ser: 

"1) [...] estado de uma consciência plenamente satisfeita; satisfação, contentamento, bem-estar; 

2) boa fortuna, sorte; 

3) bom êxito; acerto, sucesso".

De acordo com Lisa Fields (SELEÇÕES, 2014, p. 36), uma pesquisa realizada pela Universidade de Minnesota, nos EUA, aponta quatro áreas que influem em nossa felicidade: a família, a comunidade, o trabalho e a fé. 

Para a maioria, a harmonia em família é a principal causa da felicidade. Em seguida vêm: a fé, o trabalho e, por último, o relacionamento comunitário.

James Roberts, professor de Marketings da Universidade Baylor, no Texas, diz que "o amor às coisas materiais pode prejudicar o modo como nos sentimos a nosso respeito e nos custar relacionamentos pessoais e, em última análise, a felicidade". 

 O professor explica que "O segredo é ter consciência do 'tsunamiconsumista' que nos inunda e fazer escolhas que nos levem a passar mais tempo reforçando os relacionamentos sociais". 

Conclui Roberts que uma boa escolha é a do "trabalho voluntário, que, como já comprovaram numerosos estudos, aumenta a felicidade pessoal" (SELEÇÕES, 2014, p. 80).

Na conquista da felicidade, os pensamentos positivos e a prática da gratidão também são propostos pelo Dr. Paterson, da universidade de Indiana, segundo Young (op. cit., p. 83).

O jornalista Preston (op. cit., p. 65) comenta que em sua visita aos EUA, o Dalai Lama, "alegre e cheio de entusiasmo", certo dia, foi abordado por uma garçonete, que lhe perguntou qual é o sentido da vida. Sua resposta foi de que o sentido da vida é a felicidade, mas o difícil é saber o que traz felicidade:

 "Dinheiro?

 Casa grande? 

Amigos? Ou...

 – Ele fez uma pausa. –..... Compaixão e bom coração?".

A pergunta ao Dalai Lama, mais que a resposta, por sinal corretíssima, fez-nos refletir sobre o significado da palavra "sentido", que aqui, segundo o dicionárioHouaiss representa "aquilo que se pretende alcançar quando se realiza uma ação; 

alvo, fim, propósito". Ou seja, 

"para que ou para qual finalidade" serve a vida?

Embora sejam sinônimas, nos dicionários, as palavras objetivo e finalidade, na pedagogia têm significados diferentes.

 Segundo Araújo (Apud VEIGA; CASTANHO, 2000, p. 96-99), a finalidade tem origem na palavra grega telos,ou no vocábulo latino finis, que significa "fronteira, limite, término".

 Finalidade é, pois, meta.

Já os objetivos são direcionados ao que é passível de operacionalização, embora impliquem mediações. 

Exemplo: “estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo" são objetivos educacionais, segundo Araújo (op. cit.). Entretanto, a "finalidade tripartite" da educação é o "desenvolvimento pleno do educando", o seu "preparo para o exercício da cidadania" e a sua "qualificação para o trabalho". (id., ibid.).

 É a resposta ao "para que", citado antes.

Com base no exposto, deduzimos que a vida humana tem por objetivo alcançar a perfeição (operacionalização) e por finalidade (meta) a felicidade. 

Mas só é plenamente feliz o Espírito perfeito, e foi por isso mesmo que Jesus nos recomendou:

 "Sede perfeitos como o vosso Pai que está nos Céus" (Mateus, 5:48)

 e também nos disse:

 "Eu e o Pai somos um" (João, 10:30); embora igualmente tenha afirmado: 

"bom mesmo só Deus o é" (Marcos, 10:18). Assim, em nosso objetivo de perfeição relativa, quanto mais nos livrarmos das paixões grosseiras e nos devotarmos ao bem, mais seremos felizes.

Desse modo, podemos entender algumas questões propostas n'O livro dos Espíritos (LE), como esta: 

"132. Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?"

 Resposta: "Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição [...] Visa ainda outro fim [entenda-se objetivo, acréscimo nosso] a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da Criação [...]".

Na questão 153 a), dessa obra, somos informados de que os Espíritos puros gozam da "felicidade eterna". 

Isso significa que atingiram a finalidade da vida, mas permanecem desempenhando sua missão como auxiliares de Deus na obra da criação.

 Concluímos do exposto que o Espírito purificado alcança sua meta ou finalidade, que é a da "felicidade eterna", mas seus objetivos continuam a ser "operacionalizados".

Essa condição de perpetuidade da vida feliz, entretanto, é relativa nos mundos ainda imperfeitos, como a Terra, tanto na carne como fora dela, como se observa na resposta à questão 231 do LE: 

"São felizes ou desgraçados os Espíritos errantes?" 

Por errantes, entenda-se os Espíritos que ainda estão no plano espiritual sujeitos à reencarnação, nos mais diversos graus evolutivos, mas ainda longe da perfeição.

Resposta à pergunta:

Mais ou menos, conforme seus méritos. Sofrem por efeito das paixões cuja essência conservam, ou são felizes, de conformidade com o grau de desmaterialização a que hajam chegado.

 Na erraticidade, o Espírito percebe o que lhe falta para ser mais feliz e, desde então, procura os meios de alcançá-lo. Nem sempre, porém, lhe é permitido reencarnar como fora de seu agrado, representando isso, para ele, uma punição.

Na quarta parte do LE, intitulada "Das penas e gozos terrestres", sob o subtítulo "Felicidade e infelicidade relativas", com quatorze questões, lemos o seguinte, na questão 920: 

"Pode o homem gozar de completa felicidade na Terra?" Resposta: 

"Não, por isso que a vida lhe foi dada como prova ou expiação. Dele, porém, depende a suavização de seus males e o ser tão feliz quanto possível na Terra".

Logo abaixo, respondendo à pergunta 921 sobre a possibilidade da felicidade relativa do homem, enquanto a humanidade não "estiver transformada", somos informados de que "O homem é quase sempre o obreiro de sua própria infelicidade.

 Praticando a Lei de Deus, a muitos males se forrará e proporcionará a si mesmo felicidade tão grande quanto o comporte a sua existência grosseira".

Passemos à questão 967 do LE. Nela, Kardec deseja saber "em que consiste a felicidade dos bons Espíritos". Vale a pena refletir sobre esta resposta:

Em conhecerem todas as coisas; em não sentirem ódio, nem ciúme, nem inveja, nem ambição, nem qualquer das paixões que ocasionam a desgraça dos homens. 

O amor que os une lhes é fonte de suprema felicidade.

 Não experimentam as necessidades nem os sofrimentos, nem as angústias da vida material. São felizes pelo bem que fazem.

 Contudo, a felicidade dos Espíritos é proporcional à elevação de cada um [...].
Os gozos materiais, lemos na resposta à questão seguinte, são próprios dos Espíritos animalizados. 

"Quando não podes satisfazer a essas necessidades, passas por uma tortura." 

E não é assim mesmo que acontece? 

Quantos jovens ficam tão desesperados diante de uma recusa amorosa que chegam a cometer crimes contra o ser objeto de seus sonhos não realizados? 

Quantas pessoas penam nas cadeias por se apropriarem do que não lhes pertencia? 

Quantos há que, sem pensarem nas consequências terríveis deste gesto, suicidam-se por não suportarem suas provas que, com o auxílio da fé, da perseverança e do trabalho no bem seriam suavizadas?

Como reflexão final, transcrevemos as duas estrofes finais do soneto parnasiano do poeta Vicente de Carvalho, intitulado Velho Tema I:

Essa felicidade que supomos,

Árvore milagrosa que sonhamos

Toda arreada de dourados pomos,

Existe, sim: mas nós não a alcançamos

Porque está sempre apenas onde a pomos

E nunca a pomos onde nós estamos.

"Tudo na natureza, desde o grão de areia, canta, isto é, proclama o poder, a sabedoria e a bondade de Deus", afirmam-nos os Espíritos superiores que responderam a Allan Kardec as 1019 questões formuladas por ele nesta obra básica da Doutrina Espírita, 

O Livro dos Espíritos, que deu origem a mais outras quatro: 

O Livro dos Médiuns, 

O Evangelho segundo o Espiritismo, 

A Gênese e

O Céu e o Inferno

códigos maravilhosos sobre a ciência do Espírito, que aconselhamos o leitor e a leitora a lerem, relerem, refletirem, meditarem e trilharem, incessantemente, pois nelas se encontra o roteiro de nossa felicidade, meta ou finalidade eterna de todos nós. Feliz Ano-Novo!

Referências:
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 93. ed. 1. imp. (Edição histórica). Brasília: FEB, 2013.
SELEÇÕES Reader's Digest, jul. 2014.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro; CASTANHO, Maria Eugênia L. M. Orgs.Pedagogia universitária: a aula em foco. Campinas, SP: Papirus, 2000 (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico).

  JORGE LEITE DE OLIVEIRA 


sábado, 20 de dezembro de 2014


Remake do Natal

Fazendo da nossa imaginação um carro de viagem que nos leve a qualquer situação ou contexto, imaginemos que uma parte, uma fração, um milésimo de Nosso Senhor Jesus Cristo nascesse nos dias de hoje. 

Como essa parte agiria? 

Bem, divaguemos...

Acordaria cedo, bem verdade. 

Mas, acordaria feliz.

 Com um sorriso, agradeceria as bênçãos da vida, do trabalho, da natureza. 

Com um grande abraço, cumprimentaria calorosamente seu pai, sua mãe e seus irmãos.

 Um café frugal e simples e sairia para trabalhar.

 Caminhando pela rua, cumprimentaria a todos que conhecesse ou não. 

No seu ambiente de trabalho, respeitaria as leis vigentes e não permitiria jamais que a competitividade superasse seu desejo de cooperar, com bom ânimo e empolgação, para fazer o melhor.

Quando visse um colega de trabalho triste, não se omitiria de oferecer um ombro fraterno para o desabafo.

 Pouco falaria de si e aos que o ofenderam ou atacaram perdoaria no seu íntimo. 

Juntaria, em campanhas constantes, valores e objetos para ajudar os funcionários mais carentes.

Na hora do almoço, interromperia sempre a sua conversação edificante para reunir o pessoal em um coral improvisado, montado pelos funcionários, que alegrava sempre o asilo próximo à empresa.

Quando concluísse seus deveres diários e não houvesse nenhum companheiro em dificuldade, sairia mansamente de seu trabalho com a mente povoada de pensamentos edificantes e um sorriso promissor, ainda que a rua se demonstrasse suja e cheia de pichações.

 Sujeiras fora das latas, ele recolheria; idosos carregando pesadas bolsas, ele ajudaria; e animais feridos, ele socorreria. 

À noite, quando não se ocupasse do estudo edificante ou do convívio fraterno com os seus, iria voluntariamente até um local onde jovens compravam drogas, para através do diálogo convencê-los a deixar aquela vida.

 Com suas economias, compraria alimentos para distribuir semanalmente aos que moravam nas ruas, brindando-os também com seu apoio fraterno. 

Participaria das decisões da coletividade, não se omitindo de seus deveres de cidadão. 

Ao fim do dia, faria um exame de consciência, onde verificaria o bem que poderia ter feito e o que poderia ter melhorado em suas aspirações e atitudes.

Pois bem, com certeza, Nosso Senhor Jesus Cristo, após a sua vinda à Terra, onde comemoramos solenemente o seu Natal, nos deixou algumas sementes de sua mensagem que, com certeza, passam pelo mundo sem alarde, sem pompa, como parte do que Ele significa e do que insistimos em nos esquecer.

Marcus Vinicius de Azevedo Braga



domingo, 14 de dezembro de 2014



                         A palestra espírita e sua função 
                               no tratamento espiritual

A todos nós, quando passamos por um tratamento espiritual, nos recomendam que devemos assistir às palestras espíritas, mas a maioria não entende por que assistir, se o que buscamos é o tratamento energético dos passes.
Aqui ficam, então, algumas perguntas e suas respostas para que possamos entender por que é importante participar dessas palestras e ainda dos cursos regulares numa casa espírita.
– Por que alguns de nós só enxergamos o tratamento nas salas de passe específicas?
Quando vamos a uma casa espírita buscamos a cura de nossos males e problemas e entendemos que nas sessões de passe é que encontraremos a solução. Podemos ver na sala de passe a movimentação de pessoas, o processo de passe tem suas técnicas, enquanto que na palestra ficamos sentados e imóveis e, aparentemente, nada acontece. Essa análise está um pouco fora da realidade, pois a energização oferecida pelo passe realmente nos ajuda e muito. Como no dizer de Jesus, “Vai e não peques mais” encerra uma observação de que é preciso deixar de errar. Se precisamos conhecer o certo, conhecer a nós mesmos, conhecer a realidade espiritual que circula em todo o orbe, precisamos estudar, conhecer, ouvir assuntos e observações muitas vezes novas para nós. Assim, as palestras permitirão, passo a passo, encontrar um equilíbrio interno, obtido pela reflexão e a vontade de mudar. Para a solução de nossos problemas são necessárias três coisas distintas e, ao mesmo tempo, ligadas: O passe, como carga energética; nosso esforço pessoal para a mudança; e o entendimento mediante o conhecimento e a reflexão. Assim, verificamos que vamos precisar do passe, dos estudos e do mais importante: a nossa real vontade de mudar.
– Qual a importância da palestra para o equilíbrio emocional e espiritual das pessoas em tratamento, ou não?
Durante os momentos que passamos numa palestra construtiva, forças energéticas e assistência dos nossos mentores e guias espirituais nos dão as energias necessárias, como um complemento ao obtido na sala de passe, e, assim, formarmos uma estrutura psicossomática aliada ao esforço pessoal. Desta mescla de silêncio, análise e recepção de conceitos, teremos como resultado um equilíbrio, tanto no aspecto físico, como emocional e espiritual, além do afastamento de Espíritos obsessores, que também se aproveitam desses ensinamentos.
– De que forma a espiritualidade atua enquanto estamos ouvindo uma palestra?
Da mesma forma que na sala de passes, só que agora está sendo feito pelos Espíritos lá presentes. Na sala de palestra recebemos energias diretamente dos Espíritos que têm a finalidade de mexer com o nosso íntimo mais profundo. É um trabalho de mudança, reflexão e entendimento. Na sala de passes, as energias vêm do plano espiritual também, mas agora com uma carga energética anímica. Ambas as situações são fundamentais no tratamento.
– Qual a relação entre os passes e as palestras?
É um trabalho em conjunto. Enquanto as palestras fazem o trabalho íntimo de nos “acordar”, ensinar, energizar de uma forma mais sutil, os passes nos oferecem energias diferentes, que atuam diretamente no nosso perispírito. Podemos ver que uma completa a outra. Se assistimos à palestra para depois tomar os passes, estaremos mais receptivos para a segunda fase. A palestra nos faz refletir, nos ensina e nos dá energias muito sutis para o nosso Espírito. O passe vem completar e fechar todo o processo.
Assim, devemos entender que há um conjunto de energias (fluidos) no tratamento “palestra e passe”. É a aplicação dos ensinos de Jesus de forma objetiva: “Conheça a verdade e ela vos libertará”, como também, “Eu não te curei, mas, sim, a tua fé te curou. Vai e não peques novamente para que não te aconteça coisa pior”.                        


Wagner Ideali

sábado, 6 de dezembro de 2014

                   

                       O significado do Natal para os espíritas

Natal é comemorado no dia 25 de dezembro porque a data foi retirada de uma festa pagã muito popular existente na Roma antiga, e que fora oficializada pelo imperador Aureliano em274 d. C.

A finalidade da festa era homenagear o deus sol Natalis Solis Invicti (Nascimento do Sol Invicto)   considerado a primeira divindade do império romano  e festejar o início do solstício de inverno.

Com o triunfo do Cristianismo, séculos depois, a data foi utilizada pela igreja de Roma para comemorar o nascimento do Cristo (que, efetivamente, não ocorreu em 25 de dezembro), considerado, desde então, como o verdadeiro “sol” de justiça.

Com o passar do tempo, hábitos e costumes de diferentes culturas foram incorporados ao Natal, impregnando o de simbolismo: 

a árvore natalina, por exemplo, é contribuição alemã, instituída no século XVI, com o intuito de reverenciar a vida, sobretudo no que diz respeito aos pinheiros, que conservam a folhagem verde no inverno; o presépio foi ideia de Francisco de Assis, no século XIII.

 As bolas e estrelas que enfeitam a árvore de Natal representam as primitivas pedras, maçãs ou outros elementos com que no passado se adornavam o carvalho, precursor da atual árvore de Natal. 

Antes de serem substituídas por lâmpadas elétricas coloridas, as velas eram enfeites comuns nas árvores, como um sinal de purificação, e as chamas acesas no dia 25 de dezembro são uma referência ao Cristo, entendido como a luz do mundo. 

A estrela que se coloca no topo daárvore é para recordar a que surgiu em Belém por ocasião do nascimento de Jesus.

Os cartões de Natal apareceram pela primeira vez na Inglaterra, em meados do século XIX.

Os espíritas veem o Natal sob outra ótica, que vai além da troca de presentes e a realização do banquete natalino, atividades típicas do dia.

Já compreendem a importância de renunciar às comemorações natalinas que traduzam excessos de qualquer ordem, preferindo a alegria da ajuda fraterna aos irmãos menos felizes, como louvor ideal ao Sublime Natalício.

Os verdadeiros amigos do Cristo reverenciam-no em espírito.
 A despeito do relevante significado que envolve o nascimento e a vida do Cristo e sua mensagem evangélica, sabemos que muitos representantes da cristandade agem como cristãos sem o Cristo, porque vivenciam um Cristianismo de aparência.

Neste sentido, afirmava o Espírito Olavo Bilac que “ser cristão é ser luz ao mundo amargo e aflito, pelo dom de servir à Humanidade inteira”.

Chegará a época, contudo,em que Jesus, o guia e modelo da Humanidade terrestre, será reverenciado em espírito e verdade; Ele deixará de ser visto como uma personalidade mítica, distante do homem comum; ou mero símbolo religioso que mais se assemelha a uma peça de museu, esquecida em um canto qualquer, empoeirada pelo tempo.

Não podemos, contudo, perder a esperança. Tudo tem seu tempo para acontecer.

No momento preciso, quando se operar a devida renovação espiritual da Humanidade, indivíduos e coletividades compreenderão que [...] Jesus representa o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra.

 Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ensinou é a mais pura expressão de sua lei [...].

Distanciado dos simbolismos e dos rituais religiosos, o espírita consciente procura festejar o Natal todos os dias, expressando-se com fraternidade e amor ao próximo.
Admite, igualmente, que [...] a Doutrina Espírita nos reconduz ao Evangelho em sua primitiva simplicidade, porquanto somente assim compreenderemos, ante a imensa evolução científica do homem terrestre, que o Cristo é o sol moral do mundo, a brilhar hoje, como brilhava ontem, para brilhar mais intensamente amanhã.  
Perante as alegrias das comemorações do Natal, destacamos três lições ensinadas pelos orientadores espirituais, entre tantas outras. Primeira, o significado da Manjedoura, como assinala Emmanuel: 

As comemorações do Natal conduzem-nos o entendimento à eterna lição de humildade de Jesus, no momento preciso em que a sua mensagem de amor felicitou o coração das criaturas, fazendo-nos sentir, ainda, o sabor de atualidade dos seus divinos ensinamentos.

A Manjedoura foi o Caminho. A exemplificação era a Verdade. O Calvário constituía a Vida.

Sem o Caminho, o homem terrestre não atingirá os tesouros da Verdade e da Vida.

Segunda, a inadiável (e urgente) necessidade de nos aproximarmos mais do Cristo, de forma que o seu Evangelho se reflita, efetivamente, em nossos pensamentos, palavras e atos. 

Para a nossa paz de espírito não é mais conveniente sermos cristãos ou espíritas “faz de conta”.[...]

Comentando o Natal, assevera Lucas que o Cristo é a Luz para alumiar as nações. 

Não chegou impondo normas ou pensamento religioso. 
Não interpelou governantes e governados sobre processos políticos.

Não disputou com os filósofos quanto às origens dos homens. 

Não concorreu com os cientistas na demonstração de aspectos parciais e transitórios da vida. Fez luz no Espírito eterno.

Embora tivesse o ministério endereçado aos povos do mundo, não marcou a sua presença com expressões coletivas de poder, quais exército e sacerdócio, armamentos e tribunais.
Trouxe claridade para todos, projetando-a de si mesmo.

evelou a grandeza do serviço à coletividade, por intermédio da consagração pessoal ao Bem Infinito.

Nas reminiscências do Natal do Senhor, meu amigo, medita no próprio roteiro.

Tens suficiente luz para a marcha? 

Que espécie de claridade acendes no caminho?

Foge ao brilho fatal dos curtos-circuitos da cólera, não te contentes com a lanterninha da vaidade que imita o pirilampo em voo baixo, dentro da noite, apaga a labareda do ciúme e da discórdia que atira corações aos precipícios do crime e do sofrimento.

Se procuras o Mestre divino e a experiência cristã, lembra-te de que na Terra há clarões que ameaçam, perturbam, confundem e anunciam arrasamento...

Estarás realmente cooperando com o Cristo, na extinção das trevas, acendendo em ti mesmo aquela sublime luz para alumiar?

Por último é muito importante aprendermos a ser gratos a Jesus pelas inúmeras bênçãos que Ele nos concede cotidianamente, em nome do Pai, como a família, os amigos, a profissão honesta, a vivência espírita etc., sabendo compartilhá-las com o próximo, como aconselha Meimei:

Recolhes as melodias do Natal, guardando o pensamento engrinaldado pela ternura de harmoniosa canção... 

Percebes que o Céu te chama a partilhar os júbilos da exaltação do Senhor nas sombras do mundo. [...] Louva as doações divinas que te felicitam a existência, mas não te esqueças de que o Natal é o Céu que se reparte com a Terra, pelo eterno amor que se derramou das estrelas.

Agradece o dom inefável da paz que volta, de novo, enriquecendo-te a vida, mas divide a própria felicidade, realizando, em nome do Senhor, a alegria de alguém!... 

Marta Antunes Moura  
Postagem Doutrinário  Fergs




Referências:
1DUTRA, Haroldo D. O novo testamento. (Tradutor). Brasília: EDICEI, 2010. p. 258.
2VIEIRA, Waldo. Conduta espírita. Pelo Espírito André Luiz. 31. ed. 3. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 47, p. 154.
3XAVIER, Francisco C. Antologia mediúnica do natal. Espíritos diversos. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 76, p. 201.
4KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Q. 625.
5______. ______. Comentário de Kardec àq. 625.
6XAVIER, Francisco C. Religião dos espíritos. Pelo Espírito Emmanuel. 21. ed. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. Jesus e atualidade, p. 296.
7______. Antologia mediúnica do natal. Espíritos diversos. 6. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 21, p. 57.
8LUCAS, 2:32.
9XAVIER, Francisco C. Antologia mediúnica do natal. Espíritos diversos. 6. ed.Rio de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 4.

10______. ______. Cap. 29, p. 73-74.