Divaldo
Franco:
“Mesmo sem esperar
pela retribuição, vale a pena amar”
O conhecido médium e orador fala sobre os caminhos que nos levam à saúde plena, física e mental
O conhecido médium e orador fala sobre os caminhos que nos levam à saúde plena, física e mental
Médium brasileiro
conhecido mundialmente, Divaldo Pereira Franco (foto) psicografou mais de
250 livros, dos quais 92 foram traduzidos para 16 idiomas. Realizou mais de
13.000 conferências em 64 países em todos os continentes. É organizador de um
extenso projeto social em um subúrbio de Salvador, Bahia. Recebeu o título de
"Embaixador
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da
Paz Mundial” em Genebra e mais de 600 outras homenagens
em diversos países.
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Divaldo esteve em
Praga no dia 8 de junho 2012 participando do III Seminário Espiritualidade e
Saúde, no qual proferiu uma conferência sobre a saúde como resultado da força da
vontade e da reforma interior.
Na oportunidade, ele
concedeu-nos a seguinte entrevista (1):
Há 22 anos o senhor
profere frequentemente palestras na República Tcheca. Por que esta atenção
especial com nosso país?
Nós, espíritas,
acreditamos que Allan Kardec, o eminente pedagogo nascido em Lyon, na França, no
dia 3 de outubro de 1804, que codificou o Espiritismo, foi, em reencarnação
anterior, o inesquecível Jan Huss, queimado vivo pela intolerância religiosa em
Constança, no dia 6 de julho de 1415. Em consequência, temos muito carinho pela
República Tcheca e, não só por isso, mas também por ser um país de nobres
pensadores, artistas, cientistas e pessoas laboriosas, estoicas...
Recordamos
que no passado, antes da Segunda Guerra Mundial, havia um grande movimento
espírita no país, quando foram publicados periódicos durante muito tempo,
abordando o Espiritismo como ciência, filosofia e religião. Ademais, o amigo
Josef Jackulak, que nos hospeda e nos recebe em Viena, é cidadão tcheco, e me
conduz sempre à pátria que lhe é muito querida, o que me constitui grande motivo
de júbilos.
Nos tempos
atuais, terapias alternativas para a saúde se multiplicam e se diversificam.
Como o senhor explica este desenvolvimento?
A evolução do
conhecimento científico sobre o ser humano, especialmente nas áreas das ciências
psicológicas e médicas, constatou que todos somos energia condensada, naquilo
que denominamos como corpo somático, e que a maioria dos conflitos e
enfermidades são decorrência da desarmonia entre mente e emoção, além da
hereditariedade que exerce um papel muito significativo na construção da
saúde.
Oportunamente, a
Organização Mundial da Saúde estabeleceu que não existem doenças, mas doentes,
isto é, pessoas predispostas às doenças.
Como espíritas,
acreditando na reencarnação, sabemos que somos herdeiros dos hábitos passados e
das construções mentais e morais do passado, que se transformam em saúde ou
enfermidade na nova experiência carnal. Desse modo, as modernas terapêuticas
alcançam o ser interior, não ficando somente nos efeitos dos distúrbios, porém,
indo até às causas. Isto tem contribuído para auxiliar
o indivíduo a alcançar um estado de saúde integral e, não somente,
proporcionando a cura de uma ou de outra enfermidade mas deixando campo aberto a
novas doenças.
Quais os
caminhos para encontrarmos a saúde plena, física e mental?
Inicialmente,
recordamo-nos do ensinamento latino: mens sana in corpore sano (mente sã
em corpo são). Isto significa que o equilíbrio emocional perante a vida é
decorrência das heranças psíquicas de outras existências e que, para a conquista
da saúde plena, torna-se indispensável a harmonia entre o pensar, o sentir e o
agir.
Carl Gustave Jung, o
psiquiatra e neurologista suíço, demonstrou que somos aquilo que pensamos, que
cultivamos, como aliás, a quase totalidade dos psicoterapeutas, psicólogos e
psiquiatras. O hábito,
portanto, de cultivar os pensamentos edificantes, o respeito por si mesmo, a
meditação, as leituras saudáveis, a prática do bem, do perdão e da compaixão, em
forma de caridade e de amor, mesmo que sem a conotação religiosa, constituem
excelentes caminhos para a aquisição da saúde integral.
Como
desenvolver nossa força de vontade na luta contra nossos males?
A melhor
maneira de desenvolver nossa força de vontade para a luta contra os males que
nos afligem é perseverar nos bons propósitos, e, mesmo repetindo o erro,
recomeçar tantas vezes quantas se façam necessárias. O exercício da paciência na
conquista e edificação interior produz a energia que nos dá resistência para os
enfrentamentos internos com os males que nos ameaçam.
Como o
exercício da mediunidade pode contribuir para o bem comum?
O ato de
exercer a mediunidade abre espaço para a comprovação da imortalidade do Espírito
à disjunção cadavérica, o que se torna uma valiosa contribuição para os
conflitos que aturdem os seres humanos, libertando-os do medo da morte, do
sofrimento, da amargura. Isto porque os fenômenos mediúnicos oferecem as
paisagens do bem-estar, da saúde e da alegria de viver, em razão do grande
júbilo interior que caracteriza os médiuns em auxiliar o próximo, aplicando,
inclusive, a bioenergia que tem efeitos curativos.
O senhor realiza
curas?
Não realizo
curas, infelizmente, mas proporciono os esclarecimentos próprios para a
libertação dos sofrimentos que transtornam os indivíduos.
Como é o
convívio cotidiano, vendo, ouvindo e sentindo a presença dos
Espíritos?
A princípio,
quando surge a mediunidade, é algo perturbador, pelo inusitado da ocorrência.
Posteriormente, à medida que há a educação das faculdades mediúnicas, o
sensitivo passa a controlar as ocorrências, conseguindo o equilíbrio para uma
vida saudável e perfeitamente compatível com os níveis do que denominamos como
normalidade emocional, mental e de conduta.
Como é
promovida a saúde das crianças e jovens que se beneficiam de seu projeto social
“Mansão do Caminho”?
Utilizamo-nos
de todos os recursos e contributos da ciência médica, tomando os cuidados
próprios na alimentação, higiene e hábitos saudáveis, acompanhados pelos
exercícios mentais da meditação, da oração, das leituras edificantes e dos
diálogos pedagógicos para uma existência feliz.
Qual mensagem o
senhor teria para nossos leitores?
A minha mensagem é
feita de paz, rica de amor e de ternura. O ser humano sofre porque não se
permite o autoamor, e, não se amando, aos demais não ama, o que gera inumeráveis
conflitos que o infelicitam.
Mesmo sem esperar
pela retribuição, vale a pena amar. O amor já não é mais uma proposta da libido
ou da teologia, mas um processo psicoterapêutico que favorece a harmonia
interior no ser humano, proporcionando-lhe bem-estar e paz, com efeitos
positivos na saúde.
Desse modo, não nos
devemos preocupar quando temos inimigos, mas ficarmos vigilantes, a fim de não
nos tornarmos inimigos de ninguém, porque todo aquele que guarda ódio,
ressentimento e desejo de vingança, conduz lixo mental e esse envenena os
neurônios, tornando inditoso aquele que lhe sofre a injunção.
REVISTA O CONSOLADOR
REVISTA O CONSOLADOR
Entrevista elaborada em conjunto com grupo de estudos ALLAN KARDEC, de Praga e Viena