sábado, 12 de outubro de 2013

O espanto do céptico

 Os que tiverem querido derrubar o Espiritismo terão
preparado o seu triunfo


“És mestre e não sabes essas coisas?” - Jesus. (Jo., 3:10.)


Ambos são católicos: marido e mulher.  Esclarecidos e de mente arejada, longe estavam de qualquer eiva preconceituosa, e, embora fiéis à sua titularidade religiosa, sentiam singular simpatia pelos postulados espiritistas aos quais, ao contrário de muitos outros “cristãos”,  respeitavam... 

 Vez por outra recebiam a visita fraterna de um frade a quem se vinculavam por estreitos laços de afinidades. Em uma ou duas oportunidades, ao visitá-los, o frade-amigo deparou-se com “um estranho no ninho”, isto é, uma pessoa que de forma clara e inequívoca era reconhecida na sociedade daquela morigerada cidade como Espírita confessadamente declarado!...

Da primeira vez, o bondoso frade ficou calado, limitando-se a lançar esquivos olhares de soslaio. Porém, no segundo flagrante, não aguentou: 

Achou que era seu dever alertar às “indefesas ovelhas” sobre aquela invasão indébita ao seu redil.  


Mui delicadamente, com extrema diplomacia e tato, exorou aos amigos a se precaverem com tal amizade, vez que os Espíritas “têm parte com o demônio”, e, se não evitassem tais contatos, cedo ou tarde estariam“mexendo com essas coisas”, e estariam, assim, irremediavelmente condenados ao fogo do Inferno. 

Encerrou seus avisos com o seguinte argumento: 

“Os Espíritas são como cordeiros por fora, mas lobos rapaces por dentro; são envolventes e têm enorme poder de sedução!...”
O casal sorriu das fobias e ingenuidade do amigo, mas não deu maiores apreços às suas palavras, vez que, na verdade, o amigo espírita de longa data lhes cumulava com as benesses da mais alta estima e consideração.  

E a vida continuava sua rotina de sempre... 

Um belo dia, numa de suas visitas habituais ao jovem casal, o frade amigo não encontrou nenhum dos dois em casa.   

Mas a empregada, solícita, pediu-lhe que os esperasse na sala de visitas, pois não tardariam a regressar.  

Instalou-se, então, na poltrona macia e – despreocupadamente – começou a folhear um livro que se encontrava sobre a mesinha de centro... 

Tão deslumbrado ficou o frade com o conteúdo do livro que tomou de um lápis e começou a sublinhar os conceitos que lhe causavam admiração.

 A cada página que virava, novas surpresas!...

 À medida que avançava pelas páginas, mais empolgado ficava. Foi então surpreendido pelo casal que acabava de chegar. 

Ao vê-los, exclamou feliz: – “

Que livro maravilhoso!  Quantos ensinamentos cristãos! Que beleza!...”

O casal, um tanto sem graça e constrangido, pediu ao Frade para prestar atenção na capa do livro.  Então, ele leu: “SINAL VERDE”, ditado pelo Espírito André Luiz ao médium Francisco Cândido Xavier.

Com o susto, o livro caiu no chão, e, de olhos esbugalhados, tartamudeou:“Não disse para vocês que os Espíritas são envolventes?”
A partir daí não sabemos mais o que aconteceu, mas que a semente foi plantada, ah!, isso foi!... 

São sementes que, se não dão uma colheita abundante e imediata na primeira safra, não estão perdidas para as safras futuras...

Já no ano de 1868, Kardec escrevia em a “Revue Spirite”: “(...) 

É notório para todos, e da própria confissão dos adversários, que as ideias espíritas ganharam terreno consideravelmente. 

(...) Elas se infiltram por uma porção de brechas; tudo concorre para isto; as coisas que, à primeira vista, a elas pareciam estranhas, são meios com a ajuda dos quais essas ideias vêm à luz.

É que o Espiritismo toca em tão grande número de questões, que é muito difícil abordar, seja o que for, sem ver aí surgir um pensamento espírita, de tal sorte que, mesmo nos meios refratários, essas ideias brotam sob uma ou outra forma, como essas plantas de cores variadas, que crescem por entre as pedras. 

 E como nesses meios geralmente repelem o Espiritismo, por espírito de prevenção, sem saber o que ele diz, não é surpreendente que, quando pensamentos espíritas aí aparecem, não os reconheçam, mas, então, os aclamam, porque os acham bons, sem suspeitar que seja o Espiritismo.


A literatura contemporânea, grande ou pequena, séria ou leviana, semeia essas ideias em profusão: é por elas esmaltada e não lhe falta senão o nome. 

Se se reunissem todos os pensamentos espíritas que correm o mundo, constituir-se-ia o Espiritismo completo. Cada pessoa tem em si alguns de seus elementos, no estado de intuição.  

Entre os seus antagonistas não há, o mais das vezes, senão uma questão de palavras. 

 Os que o repelem com perfeito conhecimento de causa são os que têm interesses subalternos a defender, por isso o combatem...

Mas, então, como chegar a fazê-lo conhecer para triunfar das prevenções?   Isso é obra do tempo!...”

“Primeiro a erva, depois a espiga e, por último, o grão cheio de espiga.”, 

são as palavras de Jesus registradas pelo evangelista Marcos, no capítulo quatro, versículo vinte e oito.

Continua Kardec:

 “É preciso que as circunstâncias favoreçam as condições de a luz chegar aos meios refratários naturalmente, e para isto pode-se contar com os Espíritos, que sabem fazê-las nascer em tempo oportuno.

 Essas circunstâncias são gerais ou particulares. 

As primeiras agem sobre as massas e as outras sobre os indivíduos. 

As primeiras, por sua repercussão, fazem o efeito das minas que, a cada explosão, arrancam alguns fragmentos do rochedo da ignorância.

Que cada Espírito trabalhe de seu lado sem desanimar com a pouca importância do resultado obtido individualmente, e pense que, à força de acumular grãos de areia, se forma a montanha.

(...) No exame da situação, não só há que considerar os grandes movimentos ostensivos, mas há, sobretudo, que levar em conta o estado íntimo da opinião e das causas que a podem influenciar. 

Se se observar atentamente o que se passa no mundo, reconhecer-se-á que uma porção de fatos, em aparência estranhos ao Espiritismo, parece vir de propósito para lhe abrir as vias.  É no conjunto das circunstâncias que se deve procurar os verdadeiros sinais do progresso. 

O futuro do Espiritismo, sem contradita, está assegurado; e seria preciso ser cego para duvidá-lo. 

A sua invulnerabilidade e sua força são incontestáveis e não só os espíritas verdadeiros, mas, por mais paradoxal que possa parecer, os que tiverem querido derrubá-lo, terão preparado o seu triunfo”.

O Espiritismo está em a Natureza. Faz parte dos desígnios Divinos. 

Afinal, não foi o próprio Cristo quem prometeu para o futuro o advento do “Consolador”?

Pois o futuro já chegou pelos meados do século XIX, quando Allan Kardec, segundo a promessa de Jesus, juntamente com os Espíritos Benfeitores da Humanidade, trouxeram a “Codificação Espírita” ao mundo e, tal como uma árvore frondosa, o Espiritismo espraiará por toda a Humanidade a sua ramaria fértil e plena de frutos sazonados do Amor, da Esperança, da Caridade e da Fé Raciocinada, que, sem sombra de dúvida, serão as alavancas de nossa definitiva alforria espiritual.   

Rogério Coelho....O consolador

terça-feira, 8 de outubro de 2013


Não fazer o mal ainda é pouco
– Será suficiente não se fazer o mal, para ser agradável a Deus e assegurar uma situação futura? “Não: é preciso fazer o bem, no limite das próprias forças, pois cada um responderá por todo o mal que tiver ocorrido por causa do bem que deixou de fazer.” (Questão 642, de “O Livro dos Espíritos” – Allan Kardec.)
 
Com frequência, ante o acanhado estado evolutivo que apresentamos, vivendo neste mundo de expiações e provas, acreditamos que não fazer o mal já é o suficiente para a garantia de uma boa posição para o futuro. 

Mas, observando atentamente as lições contidas em “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, podemos perceber nitidamente que isso somente não basta.

Informaram-nos os Espíritos benfeitores que atuaram sob a coordenação de o Espírito da Verdade, na obra citada, que será preciso mais, muito mais para que nos dias do porvir venhamos a desfrutar de uma situação de conforto e tranquilidade espiritual.

Além de evitarmos o mal será necessário fazer o bem, pois que tal postura, pela lei de ação e reação e de causa e efeito, nos assegurará reflexos da mesma natureza. 

O bem que fazemos é força criadora que se juntará às forças idênticas que grassam pelo universo, retornando em nossa direção mais potente, trazendo consigo os benefícios naturais de que temos necessidade.

Mas isso ainda é pouco, uma vez que será preciso vivenciar o bem no limite das nossas forças, ou seja, fazer o máximo de bem possível, dentro das possibilidades e condições de que dispomos.

E ainda nos advertem os Benfeitores da Espiritualidade que seremos responsáveis pelo mal que decorrer do bem que deixarmos de fazer. Sem dúvida, uma observação de longo alcance, uma vez que nos remete a reflexões profundas sobre a nossa caminhada rumo à perfeição.

Portanto, é sumamente importante não fazer o mal, indispensável fazer todo o bem possível, pois que responderemos pelo mal que se originar do bem que deixarmos de fazer. Assim, com clareza podemos concluir que nossa caminhada pela vida tem uma importância muito mais abrangente do que supomos até agora.

Tomando ciência disso, por certo nossa postura será outra, uma vez que se alargam os limites da nossa compreensão; evitar o mal, fazer o bem no limite das próprias forças e responder pelo mal que nascer do bem que deixamos de fazer.

Doravante, imperioso será intensificarmos, com responsabilidade, as nossas ações visando ajudar a construir um mundo melhor, mais justo, fraterno e humano.

Obviamente que a nossa felicidade terá o tamanho da felicidade que promovermos aos nossos irmãos do caminho. Conscientes disso “tomemos a nossa charrua, sem olhar para trás, para sermos dignos do reino de Deus”. (Lucas, cap. IX,  62.)   

Assim sendo, valerá imensamente a movimentação de todos os nossos recursos e potencialidades para que todas as nossas ações, gestos e procedimentos tenham como meta o bem coletivo.

Em nosso caminho encontramos mãos suplicantes estendidas, pedindo socorro, corações torturados em busca de alívio, lágrimas abundantes nascidas de olhos sofridos esperando por um lenço amigo, mentes confusas aguardando um roteiro de esperanças, braços desocupados implorando por trabalho, velhice abandonada à espera de afetividade, infância desorientada em busca de um norte e muito mais.

Esse vasto campo que se descortina ante os nossos olhares de observação se caracteriza como a lavoura a ser cultivada.

 Nela, convictamente, poderemos evitar o mal, fazer o bem no limite das nossas próprias forças, para que nenhum bem deixe de ser realizado.


Reflitamos...

Valdenir aparecido Cuin - O Consolador

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

UM GRANDE ABISMO

“E além disso, entre nós e vós está posto um grande abismo...”  - (Lucas 16:26.)


Na parábola do rico e Lázaro (Lucas 16,19-31), vemos que não é apenas adiferença econômica que separa os dois personagens bíblicos. 


nosso ver,tanto a riqueza quanto a pobrezaque são mencionadas por Jesus, podem
ser entendidas igual e preferencialmentepelo aspecto moral, ao material, o
qual, na maioria das vezes, é compreendido.

Essa diferença de entendimentos entre duas ou mais pessoas, em relação a um determinado fato ou coisa, é confirmada na sexta parte introdutória de “O Livro dos Espíritos”, onde lemos que estes pertencem a diversas categorias e não sã iguaisnem em poderinteligência,   saber ou moralidade


Achamos que o homem verdadeiramente rico, é aquele que pode dizer-sehomem de bem

“O Evangelho Segundo o Espiritismo” no capítulo 17, no item 3, descreve muito bem esse homem. Vejamos isso a seguir

“O homem de bem 

verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e decaridade, na sua maior pureza.

 Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outro e tudo o que desejara lhe fizessem.

Deposita  em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria.
 Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas

Tem  no futurorazão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.

Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar

Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bemsem esperar paga alguma;

 retribui o mal com o bemtoma a defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça

Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos

Seu primeiro impulso é para pensar nos outrosantes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse.

 O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdasdecorrentes de toda ação generosa.

homem de bem é bomhumano e benevolente para com todossem distinção de raçasnem de crençasporque em todos os homens  irmãos seus.

Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.

Em todas as circunstânciastoma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica  a outrem com palavras malévolas,  que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguémque não 
recua à ideia de causar um sofrimento, uma contrariedadeainda que ligeiraquando a pode evitarfalta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor.

Não alimenta ódionem rancornem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e  dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado. 

É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo

‘Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado’.

Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheiosnemaindaem evidenciá-los. 

Se a isso se  obrigadoprocura sempre o bem que 
possa atenuar o mal.

Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. 

Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguintequalguer  coisa traz em si de melhor do que na véspera.

Não procura dar valor ao seu espíritonem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros.

Não se envaidece da sua riquezanem de suas vantagens pessoaispor saberque tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.

Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego quelhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões.

Se a ordem social colocou sob o seu mando outros
  homens,  trata- os com bondade e benevolênciaporque são seus iguais perante Deususa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu  orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram.
subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. (Cap. XVII, nº 9.)

Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Naturezacomo quer que sejam respeitados os seus.

Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bemmasaquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.” (KARDEC, 1996, pp. 272-274).

Visto tudo issonão temos dúvidas em afirmar que existe um precipíciointerpretativo entre os que, no Evangelho, praticam uma  raciocinada eaqueles que têm olhos unicamente para a letra.

Referência bibliográfica:

KARDEC, A. Evangelho segundo o EspiritismoRio de Janeiro: FEB, 1996.

terça-feira, 1 de outubro de 2013


   




















Pare e pense

PARE.
Fui diminuindo a velocidade do carro até parar. 

À frente, uns cinco veículos estavam parados.Era necessário para que os empregados da empresa procedessem à possível recuperação da pista asfáltica ante as chuvas torrenciais que têm caído em muitos lugares do nosso Brasil.Breves momentos e surge a outra placa SIGA.

Os veículos começam lentamente a se movimentar, e o meu entre eles.Subitamente, assusto-me. Vindo de trás um carro, em velocidade acima do normal, incompatível para o momento, me ultrapassa e segue adiante, quando, em virtude da sinalização de cones na rodovia, um caminhão tem que se desviar para a esquerda e o motorista imprudente é obrigado a sair da faixa do acostamento, por onde procurava ultrapassar os outros veículos, e avançar para a faixa de terra contígua, ainda molhada.Fez malabarismo e..., por sorte, evitou o abalroamento do caminhão.

Refazendo-me do susto vi que o imprudente já avançava bem adiante.Comecei a pensar: por que uma pessoa age de tal forma?

 Por que ela dispensa a cautela para preservar a própria vida e não titubeia em arriscar a vida dos outros?

Muitas poderão ser as respostas:

Urgência de atendimento médico. 

O motorista não estava se sentindo bem ou havia alguém doente com ele, necessitando de atendimento urgente.Impaciência.

 Há pessoas que não têm paciência para esperar.

Neurose. 

Há pessoas em quem a impaciência e a irritabilidade assomam graus elevados e frequentes, caracterizando distúrbios de comportamento.

Poder. 

Há pessoas que se sentem poderosas e acima dos comuns dos “mortais”, então o seu poder não lhes permite limitações. 

Conforme o grau e a frequência, também, configuram distúrbio de comportamento. 

Agem irracionalmente, geralmente sem compaixão ou respeito pelo próximo.Em uma análise sintética das motivações do comportamento do tresloucado motorista e as possíveis providências equilibradoras, teríamos:Urgência no atendimento médico. 

Parar o carro, no acostamento, e pedir socorro às pessoas que estavam trabalhando na recuperação do asfalto.mpaciência. Desenvolver exercícios emocionais para o devido controle dos impulsos indesejáveis e inadequados.Neurose. 

Quando o descontrole já atingiu esse nível é preciso buscar o auxílio da Psicologia, da Psiquiatria e da Religião.No relacionamento humano é preciso respeitar a sinalização, limites, área de preferência, como sói acontecer no trânsito de veículos.

E o maior e eficiente legislador e sinalizador é o Mestre Jesus: “Ame o seu próximo” – Mateus – cap.22, vv. 34 a 40.  “Não faça ao outro o que você não deseja que se lhe seja feito.” – Lucas, cap. 6, v. 31.

Também o Espiritismo alerta para a aprendizagem e a prática, para não avançarmos o carro da nossa vida sobre os carros das outras vidas.Esses esclarecimentos estão contidos em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, na Terceira Parte – Lei da Justiça, do Amor e da Caridade: “A justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos demais”, questão nº 875. 

“Disse o Cristo: Queira cada um para os outros o que quereria para si. No coração do homem imprimiu Deus a regra da verdadeira justiça, fazendo que cada um deseje ter respeitados os seus direitos. 

Na incerteza de como proceder com o seu semelhante, em dada circunstância, trate o homem de saber como quereria que com ele procedessem, em circunstância idêntica.

 Guia mais seguro que a própria consciência não lhe podia Deus haver dado.”, questão nº 876.

Se não devemos abalroar os outros carros, as outras pessoas, então, não abalroemos, igualmente, as outras almas que transitam pela rua das nossas vidas.


sexta-feira, 27 de setembro de 2013


Aprendendo com Emmanuel: 10 ensinamentos sobre Espiritismo e a Vida Moral

Emmanuel, além de mentor espiritual de Chico Xavier, coordenou toda a missão mediúnica do extraordinário mineiro de Pedro Leopoldo. Como se não bastasse, Emmanuel forneceu ao Movimento Espírita valiosa contribuição como autor de obras de subido valor doutrinário. 

O autor em questão, possuidor de vasto conhecimento evangélico, escreveu páginas extremamente profundas do ponto de vista da busca pela transformação moral à luz da Doutrina Espírita, utilizando-se de referências bíblicas em algumas obras e de citações da Codificação Kardequiana em outras, além de romances, entrevistas e outros gêneros de produção. 

Ademais, seus conselhos, orientações e advertências direcionadas ao pupilo Chico Xavier foram tornadas públicas pelo médium, o que gerou extraordinário material de reflexão espalhado em diversos livros que relatam casos de caráter biográfico e doutrinário relacionados à vida de Francisco Cândido Xavier.

A seguir, reunimos e analisamos algumas instruções de Emmanuel, visando aprofundar nossos estudos sobre a Doutrina espírita e nossa vida moral:

1) “Jesus, a Porta. Kardec, a Chave.”Se Jesus representa a porta que sintetiza “o caminho, a verdade e a vida”, isto é, a via de acesso à elevação espiritual, a Codificação Kardequiana representa a fonte mais segura de informações sobre as Leis Divinas, o que permite que literalmente “decodifiquemos” muitas passagens do Mestre Nazareno que foram deturpadas ou menosprezadas pela humanidade no decorrer de dois milênios.

 O conteúdo doutrinário proporcionado pelo Espiritismo nos ajuda a compreender o sentido profundo das passagens evangélicas, bem como o entendimento do Evangelho corrobora e ilustra os postulados Kardequianos.

2) “Se algum dia algo que eu ensinar ficar em oposição a Kardec e Jesus, fique com eles e deixe-me.”Assim como Allan Kardec havia asseverado em “A Gênese” que, se algum dia a Ciência provar que o Espiritismo equivocou-se em algum ponto, nós deveríamos corrigir esse ponto e seguir em harmonia com a Ciência, demonstrando sua sabedoria, humildade, visão científica e espírito de vanguarda, Emmanuel estabelece que as referências morais e doutrinárias de Chico Xavier, e, logicamente, de todos nós, deveriam ser, em primeiro lugar, a Codificação e o Evangelho.

3) “A maior caridade que nós podemos fazer pela Doutrina Espírita é a sua Divulgação.”A Doutrina Espírita representa “Sol nas Almas”, oferecendo iluminação de consciências em um nível inédito em toda a história da humanidade terrestre. 

Contribuir amorosamente com a sua divulgação representa trabalho de grande responsabilidade, mas igualmente de elevado mérito espiritual, pois significa ajudar efetivamente no esclarecimento, no consolo e na transformação espiritual para melhor de toda a humanidade.

4) “Não existe bom médium, sem homem bom.”A reforma íntima deve ser considerada tarefa prioritária a todos que almejam trabalhar na mediunidade. 

Pela sintonia, Espíritos afins estão sempre trocando pensamentos e fluidos, sendo que, quanto maior for a intensidade mediúnica do candidato a esse trabalho, mais intensa será a manifestação dessa interação com o mundo espiritual. 

Assim sendo, a mediunidade somente será uma fonte de bênçãos e oportunidades no campo do bem, se as bases morais mínimas do portador da faculdade já estiverem bem sólidas. 

Caso contrário, será muito difícil um trabalho disciplinado moralmente e persistente ao longo do tempo. Portanto, nossa preocupação não deve ser acentuar nosso potencial mediúnico, muitas vezes de forma precipitada, mas, sim, dar um elevado direcionamento moral às nossas existências, de maneira que possamos estar cada vez mais equilibrados e produtivos nas tarefas doutrinárias e não-doutrinárias, independentemente do tipo de serviço desempenhado.

5) “... os três requisitos da Mediunidade com Jesus: Disciplina, disciplina e disciplina.”Todos os indivíduos apresentam em suas existências uma série de dificuldades particulares e complexidades em suas existências, sejam elas espirituais, orgânicas, familiares, profissionais, econômicas ou sociais. 

Outrossim, todos os Espíritos encarnados apresentam áreas de interesse pessoal, envolvendo cultura geral, diletantismo e entretenimento, dependendo de diversos fatores associados às aptidões pessoais e ao contexto atual de cada reencarnação. Desta forma, ao abraçar uma tarefa associada à espiritualidade, as cotas de esforço e perseverança devem ser elevadas, bem como a motivação e a responsabilidade para que nossas contribuições não sejam apenas “fogo de palha”, fazendo-nos agir como os “solos pedregosos” ou “solos espinhosos” da “Parábola do Semeador”.

6) “Seria recomendável que os indivíduos que optem pela cremação dos despojos carnais aguardem um intervalo de tempo mínimo de 72 horas a partir do óbito para efetuarem tal procedimento.”Essa recomendação do Benfeitor Espiritual justifica-se, pois a falência biológica não representa a imediata desvinculação total entre Perispírito e Corpo físico. De fato, o fenômeno da total desvinculação do Corpo Espiritual em relação ao cadáver depende de uma série de fatores de natureza espiritual, tais como evolução moral; evolução intelectual, sobretudo conhecimento a respeito da vida espiritual; gênero de vida; tipo de morte; preparo espiritual da família; ambiente espiritual durante o “velório” etc. 

Realmente, para a grande maioria de seres humanos, tal desligamento não se opera imediatamente após a morte do corpo, fazendo-se necessário um período de adaptação à nova realidade que pode ser mais ou menos perturbadora. 

O respeito a esse intervalo de tempo mínimo seria interessante para que todos os laços fluídicos que mantêm o Perispírito imantado ao corpo físico fossem eliminados, evitando impactos sobre o perispírito do Espírito desencarnante.

7) “Todo esforço de hoje é uma facilidade a sorrir amanhã.”Somos sempre senhores do nosso destino e isto ocorre através da utilização de nosso livre-arbítrio. 

Pela Lei de Causa e Efeito, estamos sempre afetando nosso futuro pelas atividades desenvolvidas no presente. Assim, o trabalho, compreendido como “toda atividade útil” é a base de toda conquista espiritual. De fato, somos herdeiros de nós mesmos, implicando que através do esforço e do trabalho no presente, além de diminuirmos o impacto de débitos espirituais do passado, ampliamos nossas potencialidades intelecto-morais para os desafios do futuro.

8) “Esse almeja. Aquele deve. E para realizar ou ressarcir, a vida pede preço.”Dentro da “Lei de Justiça, Amor e Caridade” (vide “O Livro dos Espíritos”), o trabalho no bem, principalmente nas tarefas que amparem diretamente os nossos irmãos, representa novas causas de harmonização espiritual, que podem neutralizar ou pelo menos atenuar causas negativas geradas no pretérito. 

Obviamente, a tarefa no bem, por si mesma, gera desenvolvimento de aptidões e renovação de valores e aspirações, fomentando um “círculo virtuoso” de evolução espiritual, onde o reajuste com o passado preenche o presente, que, por sua vez, representa desenvolvimento de habilidades que tendem a gerar novas oportunidades de progresso espiritual no futuro.

9) “Acalma-te, fazendo todo o bem possível, porque, se a misericórdia divina ainda não alcançou tua esfera de lutas, permanece a caminho.”A Misericórdia das Leis Universais sempre nos alcança, apesar de nem sempre a compreendermos imediatamente. 

De qualquer forma, a constância no dever e no bem constitui diretriz de segurança para que façamos jus ao auxílio espiritual desejado.

 Nossa produtividade no bem gera o mérito bem como a simpatia dos benfeitores maiores, uma vez que, quanto mais trabalhamos na Obra da Criação, mais vezes estaremos sendo instrumentos de Deus no auxílio aos nossos irmãos.

10) “Se o passado fornece a riqueza da experiência, nem sempre é o guia mais seguro para o presente.”A fixação das imagens negativas, viciações e ressentimentos é hábito extremamente perturbador para o indivíduo que almeja a elevação espiritual. Indubitavelmente, a grande maioria dos Espíritos atualmente encarnados na Crosta terrestre possui lembranças tristes, mágoas, arrependimentos e traumas em maior ou menor grau. 

Entretanto, tais impressões negativas só impactam mais significativamente a vida mental de cada um de nós, quando, por invigilância, damos guarida a essas impressões e passamos a “reviver” em nosso mundo íntimo tais experiências. 

A “higiene” mental e emocional, através de um “processo autolimpante” de vigilância espiritual, diminui a ocorrência das “telas mentais” infelizes, limitando a manifestação desses verdadeiros “Painéis da Obsessão”, como diria Manoel Philomeno de Miranda. 

Essa limpeza requer o emprego abundante de preces sinceras, leituras edificantes, otimismo, ações no bem, entre outras atividades que visam ao bem do nosso irmão e que inexoravelmente sempre geram o nosso próprio bem.