terça-feira, 16 de julho de 2013

                      
A importância da prece

“Mas quando vos puserdes em oração, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe, para que também vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe os vossos pecados. Porque se vós não perdoardes, também vosso Pai, que está nos céus, vos não há de perdoar vossos pecados.” (Marcos, XI: 25-26.)

Através da prece nos colocamos em sintonia com as forças superiores da vida.

 A oração nos permite um contato direto com a Providência Divina, onde podemos agradecer tudo que recebemos, pedir mais ajuda e apoio dos Benfeitores Espirituais ou exaltar a grandeza e a benemerência de Deus para conosco.
O importante é que tenhamos o salutar hábito de orar.
Para tanto, não será preciso pedir que façam preces por nós, uma vez que temos plenas condições de fazê-las, com a vantagem de poder expressar nossos sentimentos mais íntimos e informar ao Pai Celestial as nossas reais necessidades.
Também a prece deve ser um ato espontâneo do nosso coração, não devendo, obrigatoriamente, existir fórmulas determinadas, horários específicos, locais fixos, palavras decoradas.

 Deve ser sincera, objetiva e revestida de sentimentos quando procuramos por Deus, na condição de filhos que anseiam pela assistência e proteção de um Pai amoroso e bom, a qualquer momento, do nosso jeito e em qualquer lugar.
Obviamente, que sendo possível, melhor será fazê-la num clima de recolhimento íntimo, no silêncio do nosso coração, para com mais serenidade manifestar nossos pensamentos, mas, em hipótese alguma, estamos impedidos de orar em outras condições.
Uma vez que mediante a prece entramos em contato com a Providência Divina, expondo as nossas necessidades e carências, será natural que sejamos atendidos de conformidade com os nossos méritos, pois “a cada um segundo as suas obras (Mateus 16,27)”.

Assim sendo, não teremos condições morais de pedir a Deus que nos ajude a superar as falhas que temos, sem antes perdoar aqueles que erraram contra nós.
Com a mesma intensidade que perdoamos os que nos ofenderam, Deus, que é extremamente justo, perdoará também os nossos equívocos.
Recolheremos excelentes resultados começando o nosso dia com uma oração.

 Nela podemos agradecer a noite que tivemos e pedir proteção divina para o dia que nasce, onde, por certo, inúmeros desafios encontraremos, e, à noite, apresentando a nossa gratidão pelo dia vivido, solicitando amparo para o nosso sono e revigoramento das forças.
Devemos orar, também, na eminência de um perigo, em momentos de grandes decisões, por um irmão doente, em favor de criaturas que passam por necessidades e sofrimentos, pelos que vivem à margem do caminho, por aqueles que seguem pela vida causando danos à sociedade.                

Enfim, uma prece, seja ela para que fim se destinar, será sempre um recado de esperança na direção da paz que a humanidade busca.

“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Jesus-Mateus, VII: 7).                

Analisando essa frase de Jesus, não resta nenhuma dúvida de que precisamos dizer à Providência divina o que queremos, e ela, diante do nosso merecimento, atenderá o que for de direito e necessário para o nosso adiantamento espiritual.
Sendo um valioso recurso à nossa disposição, criemos o hábito de fazer preces...
                
Reflitamos.

Waldeniir Aparecido Cuin -  O Consolador               


sábado, 13 de julho de 2013




       ENXAQUECA



Reunidos no Grupo de Estudos, os companheiros faziam uma avaliação a cerca do ano que se encerrava, suas dificuldades e o que de bom havia acontecido com aquele grupo de amigos que estudavam a Doutrina Espírita a algum tempo.

- Qual foi a melhor coisa que aconteceu neste ano para cada um de vocês? Perguntou o coordenador.

Os colegas sorriram, enquanto lembravam dos fatos que trouxeram alegria e felicidade.

Paulo contou que a melhor coisa que havia acontecido, foi ter sido promovido no trabalho, como  reconhecimento pela dedicação à empresa.

Carmem disse que a maior felicidade foi ver seu filho passar no vestibular, ele esta cursando jornalismo, foi o que sempre sonhou.

Antônia conseguiu um novo emprego, e esta muito feliz.

Maria conseguiu comprara uma casa, deixando de pagar aluguel.
Ela e os filhos estão adorando a nova casa.

Respondendo a mesma pergunta, Rejane respondeu:

- Uma enxaqueca que me durou quase um mês.

Como todos olharam para ela sem entender, ela repetiu:

A melhor coisa que me aconteceu, foi uma enxaqueca prolongada.  Mas eu explico:

A dor de cabeça profunda, por vários dias, me proporcionou omentos de reflexão.

Como eu não podia fazer quase nada, exceto fiar num quarto escuro e silencioso, aproveitei para pensar na minha vida.

Avaliei minhas atitudes e encontrei vários habito que não queria mais ter.

Também avaliei meus pensamentos e descobri que costumava ter pensamentos negativos, que se repetiam em situações cotidianas.

Todos ouviam em silêncio a lição generosamente compartilhada pela colega.

Fiz todos os exames necessários e o tratamento indicado pelo médico.

Melhorei aos poucos, mas ouve momentos que achei que iria desencarnar, tamanha era a dor.

Talvez por isso, tenha feio uma analise tão profunda e minunsas de minhas atitudes e pensamentos.

Já pensou se eu tivesse desencarnado?

Teria que fazer a  análise no Plano Espiritual.
_Você soube aproveitar um momento de dificuldade, transformando-o em oportunidade.

Também pude perceber quanto o conhecimento da doutrina espírita, me ajudou a agir com resignação em um momento tão difícil.

Em outros tempos quem sabe eu me revoltasse e me achasse injustiçada por Deus.

Rejane já havia compreendido que a dor, não significa necessariamente um sofrimento e, que o comportamento emocional diante da doença pode ocasionar sofrimento físico e espiritual.

Por isso, é fundamental evitar a tristeza, a revolta o desânimo e todos os sentimentos que lesam o corpo e a alma dificultando a cura.






terça-feira, 9 de julho de 2013



BIBELÔS QUE VIVEM E SENTEM
Todos os filhos da criação são filhos do Pai e irmãos do homem... Deus quer que auxiliemos aos animais, se necessitarem de ajuda. Toda criatura em desamparo tem o mesmo direito à proteção, disse Francisco de Assis.

No Antigo Egito, os gatos eram não somente animais domésticos, mas objetos de adoração; matar um gato era crime, passível de pena de morte.

O cientista alemão Wilhelm Von Humboldt (1767-1835) disse que “o grau de evolução de um povo se mede pela forma com a qual trata os animais”.

O romancista russo Léon Tolstoi (1828-1910) afirmou que “maltratar animais  é uma demonstração de covardia e ignorância”.

No livro segundo, capítulo “Os três reinos” de O Livro dos Espíritos, questão 592, lemos que:

 “... No Físico, o homem é como os animais e menos bem provido que muitos dentre eles; 

a Natureza lhes deu tudo aquilo que o homem é obrigado a inventar com a sua inteligência, para prover às suas necessidades e à sua conservação. 

 Seu corpo se destrói como o dos animais, isto é certo, mas o seu Espírito tem um destino que só ele pode compreender, porque só ele é completamente livre.”

Allan Kardec complementa a resposta dos Espíritos à sua pergunta (questão 593), sobre se os animais só agem por instinto: 

“Além do instinto, não se poderia negar a certos animais a prática de atos combinados, que denotam a vontade de agir num sentido determinado e de acordo com as circunstâncias.

 Há neles, portanto, uma espécie de inteligência, mas cujo exercício é mais precisamente concentrado sobre os meios de satisfazer às suas necessidades físicas e prover à conservação. 

 Não há entre eles nenhuma criação, nenhum melhoramento; qualquer que seja a arte que admiremos em seus trabalhos, aquilo que faziam antigamente é o mesmo que fazem hoje, nem melhor nem pior, segundo formas e proporções constantes e invariáveis. 

Os filhotes separados de sua espécie não deixam de construir o seu ninho de acordo com o mesmo modelo, sem terem sido ensinados. 

Se alguns são suscetíveis de uma certa educação, esse desenvolvimento intelectual, sempre fechado em limites estreitos, é devido à ação do homem sobre uma natureza flexível, pois não fazem nenhum progresso por si mesmos, e esse progresso é efêmero, puramente individual, porque o animal, abandonado a si próprio, não tarda a voltar aos limites traçados pela Natureza”.

Sobre a linguagem dos animais, os Espíritos esclarecem (questão 594) que não têm uma linguagem formada de palavras e sílabas, mas têm um meio de se comunicarem entre si.

 “Eles dizem muito mais coisas do que supondes, mas a sua linguagem é limitada, como as próprias ideias, às suas necessidades”.
A respeito do  livre-arbítrio, a questão 595 deixa claro que os animais não são simples máquinas, “mas sua liberdade de ação é limitada pelas suas necessidades e não pode ser comparada à do homem. (...) Sua liberdade é restrita aos atos da vida material”.


Quanto à aptidão de alguns animais para imitar a linguagem do homem, a questão 596 diz que é devido à conformação particular dos órgãos vocais, secundada pelo instinto da imitação.

 “O símio imita os gestos; certos pássaros imitam a voz.”

Uma questão instigante é a da destruição dos seres vivos uns pelos outros. 
 No item 20 do capítulo III do livro A Gênese,  Allan Kardec enfatiza que essa destruição é uma das leis da Natureza e que “o conhecimento do princípio espiritual, considerado em sua verdadeira essência, e da grande lei da unidade que constitui a harmonia da criação, é o único que pode dar ao homem a chave do mistério...; a verdadeira vida do animal, tal qual a do homem, não se encontra no envoltório corporal, como também não se encontra em seu vestuário; ela está no princípio inteligente, que preexiste, e que sobrevive ao corpo...”

Há, no animal um princípio independente da matéria e que sobrevive ao corpo. Uma alma, se assim o quisermos classificar, mas inferior à do homem. “Há, entre a alma dos animais e a do homem, tanta distância quanto entre a alma do homem e Deus.” (questões 597 e 597-a).

Esse princípio é o princípio inteligente. “Os Espíritos são individualizações do princípio inteligente, como os corpos são individualizações do princípio material.”  (questão 79)
Complementando  o assunto, esclarecem os Espíritos (questão 598), que a alma dos animais conservam sua individualidade, mas não a consciência de si mesma. “A vida inteligente permanece em estado latente.”

A alma do animal “fica numa espécie de erraticidade, pois não está unida a um corpo. 

 Mas não é um Espírito errante. O Espírito errante é um ser que pensa e age por sua livre vontade; o dos animais não tem a mesma faculdade. É a consciência de si mesmo que constitui o atributo principal do Espírito. 

O Espírito do animal é classificado, após a morte, pelos Espíritos incumbidos disso, e utilizado quase imediatamente; não dispõe de tempo para se pôr em relação com outras criaturas”. (questão 600)


No  seu caminho evolutivo,  um dia a alma animal inicia a longa caminhada da espécie humana, em direção à angelitude. Quando o princípio inteligente atinge o grau necessário para ser Espírito e entra no período de humanidade, não tem mais relação com o seu estado primitivo e não é mais a alma dos animais, como a árvore não é a semente.

Seguindo a lei do progresso,  compreendemos que os animais também sofrem. Emmanuel considera que “ninguém sofre tão-somente para resgatar o preço de alguma coisa”. 

E Herculano Pires, na obra O mistério do ser ante a dor e a morte, registra: “Sofrem porque evoluem e porque toda evolução, consciente ou inconsciente é sempre acompanhada das dores do parto que anunciam as transações evolutivas para planos superiores... 

A dor apresenta-se em todo o cosmos, como decorrência natural dos processos evolutivos”.

Altamirando Carneiro

domingo, 7 de julho de 2013

QUANDO PRATICAMOS O EVANGELHO



“E, assim, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles. Porque esta é a lei e os profetas”. (Mateus, VII:12.)

Não busca o homem consciente e lúcido outra coisa senão encontrar a paz e a felicidade. Essa é a meta almejada por todas as criaturas, indistintamente.
Sabendo disso, por que ainda insistimos em seguir nossos dias acalentando no coração o orgulho e o egoísmo, que tantos males têm causado à humanidade?
O bem-estar e a serenidade não é o que procuramos? Se for o nosso desejo viver bem e em paz, não será também esse o anseio do nosso irmão de caminhada? Por que, então, ainda agimos e reagimos, em oportunidades várias, provocando a dor e o sofrimento nos corações que nos cercam?
Não orientam as lições de Jesus para “que amemo-nos uns aos outros”, para “que façamos aos nossos irmãos tudo aquilo que desejamos que eles nos façam”? Assim sendo, por que carregamos no âmago as viciações e deformidades morais decorrentes da vontade de sermos superiores e possuirmos mais que os outros?
Conhecer o Evangelho do Cristo, o mundo já conhece. Estudá-lo devidamente é tarefa pertencente a uma minoria da humanidade. Praticá-lo no quotidiano é comportamento identificado em alguns poucos que já despertaram para os reais e imprescindíveis valores da vida.
Se desejarmos mesmo sair da condição de animalidade que ainda carregamos, rumando para a sublimação dos nossos sentimentos, seguindo na direção da angelitude, não nos resta outra alternativa senão fazer parte desse pequeno grupo que vivencia, na prática, os ensinamentos de Jesus.
Reflitamos, então, maduramente, observando nossos comportamentos, atitudes e procedimentos, para verificarmos, sem paixão, se o roteiro da nossa vida nos permite o enquadramento no rol daqueles que praticam as sábias lições do Divino Mestre.
Quando praticamos o Evangelho de Jesus, na família somos o ponto de equilíbrio, a base forte do lar, que tem capacidade para ajudar e socorrer os demais membros, sempre que possível e necessário, dentro do clima da compreensão e da tolerância.
Quando praticamos o Evangelho de Jesus, no trabalho nos esforçamos ao máximo, não importando o tamanho e a dimensão social da nossa tarefa, mas sempre carregando a preocupação de fazer bem as atribuições que nos foram confiadas.
Quando praticamos o Evangelho de Jesus, na rua damos constantes exemplos de civilidade e cidadania, nos colocando sempre com educação e fineza, valorizando o equilíbrio no relacionamento humano que deve existir entre as criaturas.
Quando praticamos o Evangelho de Jesus, na sociedade somos tarefeiros atuantes, participando dos movimentos sociais que visam à prosperidade e ao progresso dos homens, não aceitando em hipótese alguma a posição de indiferentes, acomodados e omissos.
Quando praticamos o Evangelho de Jesus, com o próximo somos solidários e fraternos, de mãos estendidas, procurando seguidamente algo fazer para que ele tenha mais paz e felicidade no coração.
Quando praticamos o Evangelho de Jesus, observando as falhas e os defeitos alheios, entendemos que não devemos criticá-los, mas sim exercitarmos a compreensão, uma vez que de nossa parte também apresentamos inúmeras deficiências.
Quando praticamos o Evangelho de Jesus, priorizamos o bem-estar da criatura humana como meta e proposta a ser atingida, tudo fazendo para que sejamos um polo irradiador de otimismo, esperança e alegria.
Quando praticamos o Evangelho de Jesus, nasce em nós a felicidade por identificarmos a felicidade no coração daqueles que nos cercam.

Indispensável e urgente, então, a vivência prática do Evangelho de Jesus Cristo

Waldenir Aparecido Cuin



quarta-feira, 3 de julho de 2013

POTENTE ANTIBIÓTICO




Os sofrimentos mais demorados não são os que as bactérias ou as enfermidades materiais provocam.

 Estes duram períodos que passam ou são tratados pelos medicamentos e tratamentos.
Os piores males e as mais graves dores estão distantes dos medicamentos, todos eles ineficazes para seu combate. 


Se pudéssemos observar e estudar com atenção o acúmulo de mazelas que conseguimos para nós mesmos com um simples pensamento de rancor ou do íntimo desejo de vingança, ver-nos-íamos surpreendidos pelo tamanho do mal que produzem. 
As piores enfermidades estão no sentimento da alma, de onde são extraídos os elementos-força negativos que atingem o físico do próprio autor, iniciando a devastação celular.
 Mágoas guardadas, acumuladas, além de inacessíveis aos remédios atuais, vendidos em farmácias, indutoras de processos depressivos, abatimentos, estados de amedrontamento, ansiedade e nervosismo, rompem a harmonia das células, invadem o interior dos tecidos celulares.
São eles, os sentimentos de mágoa e vingança, de rancor, de inveja e ciúme torturantes, que abrem campo para o crescimento de úlceras, para a destruição das células do músculo cardíaco, produzem o estreitamento das artérias e veias, modificando a pressão arterial e propiciando, muitas vezes, o deslocamento de placas gordurosas acumuladas no interior de tais condutos sanguíneos, provocando os diversos efeitos como derrames, tromboses etc. 
Da mesma forma, a ação nociva, constante e insidiosa de sentimentos amargos pode alimentar o desequilíbrio orgânico e produzir o surgimento de tumorações de várias naturezas.  
 Enquanto, pois, perdurarem os rancores, mágoas, ciúmes e invejas, seremos fabricantes bem eficientes de enfermidades. 
No entanto, há um tratamento eficaz e definitivo, apontado pelo Mestre, Modelo e Guia da Humanidade.
 É o perdão! 
O perdão é um dos mais poderosos antibióticos que podemos usar, sem efeitos colaterais, e, portanto, com grande vantagem sobre aqueles fabricados em laboratórios.
E é acessível a qualquer pessoa, pois não há custo financeiro. Solicita somente o sacrifício do orgulho, da vaidade, da prepotência, da arrogância. 
Afinal, quem não perdoa, não ama a si mesmo.                
Deixando de perdoar e guardando mágoas e ressentimentos, estamos exercendo sobre nós mesmos um poder destrutivo muito grave e perigoso.
Não é o ódio, a inveja, o ciúme ou o desejo de nos prejudicar alimentados por outras pessoas que atingem nosso equilíbrio.
São os nossos sentimentos e reações os verdadeiros algozes de nós mesmos.
Quem perdoa, liberta-se. Quem perdoa tira de si mesmo o peso da tortura. 
Quem não perdoa, escraviza-se.
Quem guarda mágoas, como afirmou o poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare, em duas de suas frases:
a) Guardar mágoas é como tomar veneno e esperar que o inimigo morra; b) Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente                                                                    
Mágoa ou ressentimento guardado é uma das causas de tumores cancerígenos. Mágoa destrói amizades, casamentos, empresas.
Ela é inimiga de nossa felicidade interior, de nossa serenidade. Trata-se de um sentimento inútil que só serve para paralisar nossas oportunidades de crescimento, aprendizado e renovação.                
Libertemos-nos desse sentimento que tanto faz sofrer. Muito mais saudável usar o potente antibiótico do perdão.
Seremos muito mais felizes e a vida será mais leve.  
Foi por amor e sabedoria que Jesus recomendou o perdão e a reconciliação...

ORSON PETER CARRARA  

                   

                                 

domingo, 30 de junho de 2013



A árvore e o fruto

“(...) cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos.”
 - Jesus[1]

OPORTUNA METÁFORA

Jesus apresenta-nos uma oportuna metáfora que permite fazer uma avaliação de várias propostas dos campos do conhecimento humano, tanto quanto das gentes que as apresentam. Podemos avaliar o valor de uma filosofia ou de uma orientação religiosa qualquer pelo que a mesma dissemina nos caminhos dos seus profitentes. 

Assim, o preclaro Codificador Allan Kardec, na esteira do ensinamento do Grande Mestre Jesus, apresenta-nos no Código da Vida – O Evangelho segundo o Espiritismo – uma revisão dessa máxima lembrando que o cristão é reconhecido pelas suas obras, assim como o fruto denuncia a natureza da árvore que o produz ressaltando, ainda, que o “primeiro cuidado de todo espírita sincero deve ser o de procurar saber se, nos conselhos que os Espíritos dão, alguma coisa não há que lhe diga respeito”.[2] 

UM ALERTA DE KARDEC 

A Revista Espírita se configura num estudo que revela o processo de construção da Ciência Espírita e, ao mesmo tempo, num repositório da Filosofia Espírita cuja fonte são as comunicações dos Espíritos Superiores.  
Num de seus esclarecedores textos, Kardec apresenta um alerta a respeito do que ele convencionou chamar de “falsos irmãos e amigos inábeis”[3], aliás, expressão da qual se utiliza para nomear o artigo com que nos ocuparemos nessa reflexão. 
O mestre lionês refere-se, inicialmente, às atitudes irrefletidas de certos adeptos que deixam de lado a prudência e agem com um zelo terrível pela Doutrina, gerando mais mal do que bem porque, segundo ele, “não calculam bem o alcance de seus atos e de suas palavras, produzindo, por isso mesmo, uma impressão desfavorável sobre as pessoas ainda não iniciadas na doutrina, mais própria a afastá-las do que as diatribes dos adversários”[4]

Para o Codificador, o Espiritismo estaria mais espraiado, realizando consolações e libertando consciências pelo esclarecimento de sua filosofia racional se não fossem as atitudes impensadas de alguns adeptos descuidados dosconselhos da prudência
Aqui ressalta do texto, em análise, a preocupação do missionário da era nova quanto à postura insensata daqueles adeptos que pareciam crer na infalibilidade de suas opiniões pessoais, descartando o conselho da maioria e, do mesmo modo, a recomendação da prudência que aponta a necessidade de se pensar com maturidade antes de agir, ouvindo também a opinião de seus pares. 

A crença na própria infalibilidade denotaria orgulho ou obsessão. O adepto de uma doutrina como o Espiritismo, que consiste num imenso campo de saber a descobrir e aprofundar através do estudo sério da produção kardequiana, que por sua vez imagine a si mesmo detentor exclusivo da razão, demonstra atitude incoerente para com o bom senso recomendado e “encarnado” na prática por Allan Kardec, conforme a expressão de Camille Flammarion ante seu túmulo. 

Por outro lado, quando nos cremos os únicos dotados de bom senso, detentores da verdade e quase “mais espíritas que Kardec”, estamos, possivelmente, apresentando um processo obsessivo definido em O Livro dos Médiuns como o de fascinação. Recordemos que a fascinação se caracteriza, principalmente, pela influência do Espírito sobre o pensamento daquele que é objeto de sua ação pertinaz, paralisando-lhe o discernimento. 

Segue o texto da Revue se referindo ainda a outras posturas dos amigos inábeis do Espiritismo. Kardec destaca a questão das publicações intempestivas ou excêntricas, o que quer dizer, aqueles escritos ditados pelos Espíritos que deveriam levar o tempo necessário de maturação da cultura ou das ciências para que viessem a lume, ou ainda, aquelas comunicações que deveriam ser, como todas e sem exceção, objeto de análise e estudo comparativo em relação ao ensino universal dos Espíritos. 
De igual modo, o exame sério dos ditados oriundos do mundo invisível evitaria sobremaneira o despropósito das publicações que denigrem a imagem da Doutrina Espírita e que geram desnorteio quanto ao seu lúcido conteúdo, cuja autoridade está fundamentada no ensino coletivo dado pelos Espíritos Superiores. Isso eliminaria publicações que somente revelam sistemas particulares de Espíritos personalistas e pseudossábios. 

Outro assunto considerado mais grave ainda pelo Codificador trata-se dos falsos adeptos. O artigo aponta para uma estratégia dos adversários do Espiritismo dos dois planos da vida: produzir fatos comprometedores ou fazer com que os sujeitos que aderem à Doutrina os levem a efeito, fabricando-se, pouco a pouco, intrigas ocultas supostamente capazes de desacreditar ou arruinar o Espiritismo. 

Os falsos adeptos eram pessoas que o modo de vida, as suas relações e antecedentes inspiravam pouca confiança quanto às suas convicções concernentes ao ensino espírita. Apresentavam uma admiração fanática e se supunham mártires da Doutrina, nada obstante, como afirma Kardec, “não atraem simpatias: um fluido malsão parece envolvê-los e sua presença nas reuniões lança um manto de gelo”[5]

Mas o golpe de misericórdia na caracterização dos falsos adeptos do Espiritismo está na seguinte referência que, apesar de longa, nos permitimos citar para que possamos pensar em diálogo com o texto kardequiano:  

O que caracteriza principalmente esses pretensos adeptos é sua tendência em fazer o Espiritismo sair de seus caminhos de prudência e de moderação pelo seu ardente desejo do triunfo da verdade; a impelir as publicações excêntricas, a se extasiar de admiração diante das comunicações apócrifas mais ridículas, e que eles têm o cuidado de difundir; a provocar, nas reuniões, assuntos comprometedores sobre a política e a religião, sempre para o triunfo da verdade que não precisam ter sob o alqueire; seus elogios sobre os homens e as coisas são golpes de turíbulo a quebrar cinquenta faces: são os fanfarrões do Espiritismo.

 Outros são mais adocicados e mais insinuantes; sob seu olhar oblíquo e com palavras melosas, sopram a discórdia, pregando a desunião; lançam jeitosamente sobre o tapete questões irritantes ou ferinas, assunto de natureza a provocar dissidências; excitam um ciúme de preponderância entre os diferentes grupos, e ficam encantados em vê-los se lançarem pedra, e, em favor de algumas divergências de opinião sobre certas questões de forma e de fundo, o mais frequentemente provocadas,levantar bandeira  contra bandeira”[6]. 

Meditemos em torno dessa rica análise que o Codificador nos apresenta a partir de suas vivências no movimento espírita nascente e logo seremos levados a admitir a atualidade de suas palavras. Pensemos nisso não como quem procura culpados aqui ou acolá. Simplesmente, revivamos na memória essas assertivas e perguntemos a nós mesmos, em nossos momentos de oportuna introspecção: o que estamos fazendo dessa Doutrina em nossos fazeres espiritistas? 

 As imposturas no movimento espírita revelam, conforme cada caso, vaidades, obsessões, má-fé, mas, sobretudo, ignorância quanto à Filosofia Espírita e as suas consequências morais. Portanto, é justo recordemos outro alerta de Kardec: “o Espiritismo é mais entravado pelos que o compreendem mal do que pelos que não o compreendem absolutamente, e, mesmo pelos inimigos declarados”[7]
Os pretensos adeptos não somente procuravam afastar a ação espírita da finalidade séria de seu conteúdo filosófico – que, segundo Kardec, não os interessava -, como, igualmente, organizavam reuniões, as de diálogo e estudo com os Espíritos, em lugares impróprios e atraíam estranhos para as mesmas, misturando o que deveria ser encarado com religioso respeito com aquilo que é profano e vulgar. 

Outros ainda se dedicariam a publicações de ideias que na aparência professariam os princípios do Espiritismo e que, através do estudo das mesmas, seria fácil identificar o objetivo de fomentar dissensões no seio da família espírita.     
   
CONTRAPONTO PRÁTICO 

Allan Kardec, ao nos apresentar esse grave texto sobre os “falsos irmãos e amigos inábeis”, não deixa de se referir ao contraponto destas imposturas cujo critério de verdade está na práxis do adepto do Espiritismo. Diz-nos ele: “não nos poderíamos equivocar quanto ao caráter do verdadeiro espírita; há nele uma franqueza de atitudes que desafia toda suspeição, sobretudo quando corroborada pela prática dos princípios da doutrina”[8]. 

Desse modo, para que possamos investigar quanto à qualidade de nossos serviços prestados ao Espiritismo ou para que tenhamos um critério de verdade visando saber com quem estamos lidando nas hostes espiritistas - evitando-se ingenuidade que mais faz mal do que bem -, observemos com autocrítica e criticidade construtiva o que nós todos estamos apresentando em nossas atitudes dentro e fora de nossas atividades de cunho exclusivamente espírita. 

Prossigamos em nossos estudos em torno da produção kardequiana, procurando compreender e viver em profundidade o pensamento espírita.        


 
[1] Lucas 43:44.
[2]O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVIII, item 12.
[3] KARDEC, Allan. Revista Espírita: jornal de estudos psicológicos: Ano sexto – 1863. 3. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2006, p. 109-118.
[4]KARDEC, Allan. Revista Espírita: jornal de estudos psicológicos: Ano sexto – 1863. 3. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2006, p. 110.
[5]KARDEC, Allan. Revista Espírita: jornal de estudos psicológicos: Ano sexto – 1863. 3. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2006, p. 112.
[6] KARDEC, Allan. Revista Espírita: jornal de estudos psicológicos: Ano sexto – 1863. 3. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2006, p. 113.
[7]KARDEC, Allan. Revista Espírita: jornal de estudos psicológicos: Ano sétimo – 1864. 3. ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2006, p. 431.
[8]KARDEC, Allan. Revista Espírita: jornal de estudos psicológicos: Ano sexto – 1863. 3.  ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2006, p. 117.
 

terça-feira, 25 de junho de 2013

                                
                 A FELICIDADE DE BEZERRA DE MENEZES

Um dia  perguntei ao Dr. Bezerra de Menezes, qual foi a sua maior felicidade quando chegou ao plano espiritual.

Ele respondeu:

 - A maior felicidade, meu filho, foi quando Celina, a mensageira de Maria Santíssima, se aproximou do leito ao qual eu estava dormindo,  e tocando-me, falou:

- Bezerra, acorde, Bezerra!

Abri os olhos e vi, bela e radiosa.

- Minha filha, é você Celina?!

- Sim, sou eu meu amigo. A mãe de Jesus pediu-me que lhe dissesse que você já se encontra na Vida Maior, havendo  atravessado a porta da imortalidade. Agora, Bezerra, desperte feliz.

Chegaram meus familiares, os companheiros queridos das hostes espíritas que me vinham saudar. Mas, eu ouvia um murmúrio, que me parecia vir de fora. Então Celina, me disse:

- Venha ver,  Bezerra.

Ajudando-me a erguer-me do leito, amparou-me até uma sacada, e eu vi, meu filho, uma multidão que me acenava, com ternura e lágrimas nos olhos.

- Quem são Celina? – perguntei-lhe – não  conheço a ninguém. Quem são?

- São aqueles a quem você consolou, sem nunca perguntar-lhes o nome. Sã aqueles Espíritos atormentados, que chegaram a sessões  mediúnicas e a sua palavra caiu como um bálsamo numa ferida em chaga viva; são os esquecidos da Terra, os destroçados mundo. A quem você estimulou e guiou. São eles que o vem saudar no pórtico da eternidade.

E o Dr. Bezerra concluiu:

A felicidade sem lides existe, meu filho, como decorrência do bem que fazemos, das lágrimas que enxugamos, das palavras que semeamos no caminho, para atapetar a senda que um dia percorremos.

(Suely  C. Schubert – O semeador de Estrelas pg.191-192)